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Sumário
1 TERMODINÂMICA................................................................................... 4
1.1 Conceitos fundamentais................................................................... 4
1.2 Lei dos gases ideais......................................................................... 6
1.3 Calor e energia interna..................................................................... 9
1.4 Trabalho de expansão e diagrama pV de um gás.............................. 10
2 A ENTALPIA........................................................................................... 13
2.1 Energia interna e entalpia para mudanças de temperatura............... 13
2.2 Energia interna e entalpia para mudanças de fases.......................... 14
6 TRANSFERÊNCIA DE CALOR................................................................... 22
6.1 Condução térmica............................................................................ 22
6.1.1 Fluxo radial de calor...................................................................... 24
6.2 Convecção térmica........................................................................... 25
6.2.1 Transferência de calor por convecção de uma placa...................... 25
6.3 Radiação térmica............................................................................. 27
6.4 Transferência de calor em paredes compostas................................. 28
10 CICLOS TERMODINÂMICOS.................................................................... 40
10.1 O ciclo de Carnot e as máquinas térmicas....................................... 40
10.2 Diagrama T-s para o ciclo de Carnot............................................... 43
12 CICLO DE RANKINE................................................................................ 47
13 CICLO DE RANKINE COM REAQUECIMENTO............................................ 50
14 CICLO DE REFRIGERAÇÃO POR COMPRESSÃO DE VAPOR........................ 51
14.1 Componentes básicos de um sistema de refrigeração..................... 52
14.2 Compressão.................................................................................... 52
14.3 Condensação.................................................................................. 54
14.4 Dispositivo de medida..................................................................... 54
14.5 Evaporação.................................................................................... 55
14.6 Controles e acessórios do sistema de refrigeração......................... 56
14.7 Diagrama Temperatura-entropia.................................................... 58
15 Exercícios de aplicação........................................................................... 60
16 CICLO DE BRAYTON............................................................................... 63
17 CALDEIRAS............................................................................................. 64
17.1 Introdução...................................................................................... 64
17.2 Classificação quanto à montagem................................................... 65
17.3 Classificação quanto à finalidade.................................................... 65
17.4 Classificação quanto à concepção................................................... 65
17.5 Elementos principais de uma caldeira aquatubular......................... 68
17.6 Sistema de distribuição de vapor.................................................... 70
18 PSICROMETRIA E AR CONDICIONADO.................................................... 72
18.1 Introdução...................................................................................... 72
18.2 Umidade absoluta e umidade relativa............................................. 72
18.3 Processos simples de condicionamento de ar................................. 75
18.4 Sistemas de expansão direta e indireta.......................................... 75
18.5 Carta psicrométrica........................................................................ 77
18.6 Aplicações...................................................................................... 78
19 CARGA TÉRMICA..................................................................................... 79
19.1 Cálculo simplificado da carga térmica............................................. 79
20 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................................ 80
De Sousa, R.S. apostila: Sistemas Térmicos, IFRN/CNAT, 2021
1 Termodinâmica
Podemos acrescentar ainda que, a vizinhança é tudo aquilo que não pertence ao sistema,
mas que exerce uma influência direta em seu comportamento. Fica evidente que, no estudo de
todos os fenômenos e processos, nós estamos tentando determinar o comportamento do sistema
e sua inter-relação com a vizinhança. Destaca-se um tipo específico de sistema, conhecido como
sistema térmico. Os sistemas térmicos experimentam interações de calor e/ou trabalho com a
vizinhança, e podem trocar massa com a vizinhança na forma de correntes quentes e frias.
O sistema também deve ser caracterizado pelo seu estado termodinâmico, ou seja, um
conjunto de propriedades (características do sistema), como a temperatura, pressão, volume,
energia e entropia. O estado é uma condição momentânea do sistema, onde somente pode ser
descrito enquanto as propriedades deste sejam imutáveis naquele momento, ou seja, enquanto
há o que chamamos de equilíbrio térmico.
A compreensão do conceito de equilíbrio térmico precisa ser construída. Sendo assim,
vamos a ele. Sabe-se que a temperatura, qualitativamente, está relacionada com a sensação de
quente ou frio. Se, por exemplo, dois objetos, um quente e um frio, são colocados em contato,
o objeto mais quente arrefece e o mais frio aquece, até o instante em que a sensação de quente
ou frio não puder ser distinguida. Quando isto se dá, dizemos que os dois objetos estão em
equilíbrio térmico. Para exemplificar este conceito, pense em como se faz para saber se uma
pessoa está ou não com febre. Normalmente, pega-se um termômetro e o coloca em baixo do
braço da pessoa, espera-se um tempo (se diz que 3 minutos são suficientes) e depois faz-se a
leitura da temperatura. O tempo esperado é exatamente para garantir que os dois objetos
(termômetro e pessoa) atinjam o equilíbrio térmico.
Se a experiência acima for feita com mais de dois sistemas, chega-se a conclusão que o
equilíbrio térmico pode ser estabelecido entre um número arbitrário de sistemas.
Adicionalmente, constatamos aquilo que é conhecido como lei zero da termodinâmica: Dois
sistemas em equilíbrio térmico com um terceiro estão em equilíbrio térmico entre si.
De Sousa, R.S. apostila: Sistemas Térmicos, IFRN/CNAT, 2021
Quando os gases são comprimidos (ou expandidos), a relação entre a pressão e o volume
depende da natureza do processo. Se comprimirmos um gás, mantendo constante a sua
temperatura, a pressão aumenta. Analogamente, se o gás expande à temperatura constante,
sua pressão diminui. Com boa aproximação, o produto entre a pressão e o volume de um gás,
em densidade baixa, é constante quando a temperatura não muda. Este resultado foi descoberto
experimentalmente por Robert Boyle (1627-1691) e é conhecido como a lei de Boyle-Mariotte:
𝑝𝑉 = 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑡𝑎𝑛𝑡𝑒 [1]
𝑝𝑉 = 𝑛𝑅𝑇 [2]
Onde:
P = pressão absoluta em Pa;
V = volume em m3;
n = número de mols;
R = constante universal dos gases, R = 8,314 J/mol.K;
T = Temperatura absoluta, em Kelvin.
m
Onde, n , m e Mm são, respectivamente, a massa e a massa molar do gás.
Mm
De Sousa, R.S. apostila: Sistemas Térmicos, IFRN/CNAT, 2021
𝑝𝑉 = 𝑚𝑅𝑔 𝑇 [3]
Onde, 𝑅𝑔 é a massa molar para um gás específico. Por exemplo, para o ar o 𝑅𝑔 = 0,287 𝑘𝐽⁄𝑘𝑔 𝐾 .
Então, inserindo energia na forma de calor em um gás sua temperatura aumenta e, pela
lei dos gases, a pressão do gás ou o volume ou ambos deve aumentar na mesma proporção. A
mudança do volume e/ou pressão pode ser usada para criar trabalho, por exemplo, movendo
um pistão ou as pás de uma turbina.
As variáveis P, V e T descrevem o estado macroscópico do gás num certo instante. A
equação dos gases ideais é uma equação de estado.
Exercício 1. Qual o volume ocupado por 1 mol de gás na temperatura de 0o C e sob pressão de
1 atm.
Exercício 6. Um balão esférico com diâmetro de 6 m é preenchido com Hélio à 20 o C e 200 kPa.
Determine o número de moles e a massa do balão?
Exercício 9. Um tanque de 0,82 m3 foi projetado para suportar uma pressão de 10 atm. O
tanque contém 4,2 kg de N2 e se aquece lentamente a partir da temperatura ambiente. A que
temperatura (em o
C) ele se romperá?
De Sousa, R.S. apostila: Sistemas Térmicos, IFRN/CNAT, 2021
Se ao tomarmos uma xícara de café e a deixamos por um tempo sobre uma mesa, e
sairmos, ao voltarmos, percebe-se que o café esfriou, ou seja, sua temperatura diminui até
atingir a chamada temperatura ambiente que é da ordem de 300 K (ou 27 oC). De maneira
semelhante, se colocamos em contato um corpo quente e outro frio, eles, depois de algum
tempo, atingirão uma temperatura comum, intermediária entre suas temperaturas iniciais.
Durante este processo, ocorre uma transferência de energia na forma de calor do corpo
mais quente para o mais frio. Que transformações este fluxo de calor provoca no interior de
cada corpo? Do ponto de vista microscópico, ou seja, em nível molecular, o que é o calor?
Sabemos que a temperatura de um corpo é uma medida da energia cinética das moléculas
deste corpo. Assim, quando dois corpos são postos em contato, dá-se o encontro, na superfície
que os separa, das moléculas velozes do corpo quente com as moléculas lentas do corpo frio.
O calor é, portanto, uma transferência de energia entre dois corpos que inicialmente
apresentavam temperaturas diferentes. Em outras palavras, o calor é energia em movimento.
É isto que acontece quando, por exemplo, num dia frio, atritamos uma mão contra a outra para
aquecê-las.
A energia que um corpo absorve sob a forma de calor permanece dentro dele e faz sua
energia interna aumentar. Mas o que é a energia interna de um corpo? A energia interna de
um sistema relaciona-se com as suas condições intrínsecas. Num gás corresponde,
principalmente, a energia térmica associada ao movimento de agitação térmica das moléculas,
ou seja, a energia cinética molecular. Outras contribuições como a energia potencial de
configuração, associada às forças internas conservativas e às energias cinéticas atômico-
moleculares, ligadas à rotação das moléculas, também compõem à energia interna. A energia
interna U inclui todas as formas de energia do sistema e está associada ao seu estado
termodinâmico.
De Sousa, R.S. apostila: Sistemas Térmicos, IFRN/CNAT, 2021
Apesar de ser complicado dizer o que é a energia interna, podemos medir sua variação
sem dificuldades. Por analogia, vamos perguntar quanto dinheiro há em um banco. É difícil dizer,
mas é fácil avaliar a diferença entre o que tem hoje e quanto tinha ontem. Com a energia interna
acontece o mesmo, mas a resposta para isto será dada quando avaliarmos a contabilidade de
energia de um sistema. O estudo da primeira lei da termodinâmica será útil e esclarece essa
questão.
Considere um gás contido num cilindro com êmbolo, como mostrado na figura 4. O
trabalho realizado pelo sistema (gás) sobre a vizinhança é:
W p .A.d [4]
O produto A.d constitui a variação do volume (ΔV) sofrida pelo gás, onde V V2 V1 . Assim,
o trabalho realizado pelo sistema, à pressão constante, é:
De Sousa, R.S. apostila: Sistemas Térmicos, IFRN/CNAT, 2021
W p (V2 V1 ) [5]
Observe que a eq. 5 só poderá ser usada se a pressão do sistema não variar, ou seja, p1= p2.
Pelo exame do diagrama p-V, é evidente que o trabalho realizado durante esse processo é
representado pela área sob a curva 1-2, na figura 5.
Resolução. Sabemos que: W p (V2 V1 ) . Substituindo os valores temos, W = 200 kPa (01 –
3
0,04) m = 12 kJ.
Exercício 10. Três litros de um gás ideal, sob pressão de 2 atm, são aquecidos de modo que se
expandem a pressão constante até atingir o volume de 5 L. Calcular o trabalho efetuado pelo
gás.
Exercício 11. Uma bexiga vazia tem volume desprezível, e cheia, o seu volume pode atingir
4.10-3 m3. O trabalho realizado pelo ar para encher essa bexiga, à temperatura ambiente,
realizado contra a pressão atmosférica, num lugar onde o seu valor é constante e vale 100 kPa,
é no mínimo de?
De Sousa, R.S. apostila: Sistemas Térmicos, IFRN/CNAT, 2021
Exercício 12. Gás inicialmente em alta pressão expande-se em cilindro, empurrando sem atrito
um pistão conectado a um eixo, transferindo dessa forma trabalho ao eixo e contra a atmosfera,
com pressão de 1 atm.
Exercício 13. A tabela a seguir fornece dados medidos para a pressão versus o volume durante
a expansão dos gases no cilindro de um motor de combustão interna. Utilizando a integração
gráfica dos dados, calcule o trabalho realizado pelos gases, em kJ.
2 A Entalpia
Uma balança de farmácia não pesa apenas a pessoa que subiu nela; pesa a pessoa e
mais suas roupas. De forma similar, quando avaliamos a energia em um objeto de volume V,
temos que lembrar que este objeto deve realizar trabalho para afastar seus arredores e ocupar
seu lugar no espaço, geralmente à pressão atmosférica. A uma pressão qualquer p, o trabalho
necessário para abrir o próprio espaço é: W pV . Isso ocorre tanto com objeto quanto com
um sistema e esse trabalho não é desprezível. Lembre-se de que, à pressão de 1 bar (1 atm), a
atmosfera exerce por metro quadrado uma força exatamente igual ao peso de uma massa de
10 toneladas, o que não é nada desprezível.
Dessa forma, a energia total de um corpo (um gás, em seu recipiente) é sua energia
interna mais a energia extra, necessária, para abrir o espaço V que ele ocupa a pressão p. Vamos
chamar esse total de entalpia H, definida como:
H U pV [6]
U mcv T [8]
H mcp T [9]
De Sousa, R.S. apostila: Sistemas Térmicos, IFRN/CNAT, 2021
Onde o calor específico a volume constante cv é definido como sendo a energia requerida
para aumentar a temperatura de uma unidade de massa de uma substância de um grau quando
o volume é mantido constante. A energia requerida para fazer o mesmo quando a pressão é
A energia necessária para ferver água e dessa forma gerar vapor tem que fazer duas
coisas. Tem que fazer com que as moléculas se tornem tão ativas e energizadas que elas voem
para longe uma das outras e vençam as forças que as mantinham próximas no líquido. Mas
também tem que fazer trabalho de empurrar a atmosfera e, dessa forma, abrir o espaço para o
vapor ocupar. A energia total necessária para essa transformação é chamada de calor latente
de vaporização, hlg (J∕kg).
Por exemplo, para 1 kg de água se tornando vapor a 100 oC e 1 atm:
Observe que a água líquida dá cerca de 1600 vezes o seu volume quando na forma de
vapor, e a energia para essa expansão é da ordem de 8% da total. Dessa forma, como não se
vai do líquido ao vapor sem alterar o volume, u lg não é uma medida útil e sempre se usa hlg .
De Sousa, R.S. apostila: Sistemas Térmicos, IFRN/CNAT, 2021
𝑘−1⁄
𝑇2 𝑝2 𝑘
=( )
𝑇1 𝑝1
𝑇2 𝑉 𝑘−1
= ( 1) [10]
𝑇1 𝑉2
𝑝2 𝑉1 𝑘
=( )
𝑝1 𝑉2
De Sousa, R.S. apostila: Sistemas Térmicos, IFRN/CNAT, 2021
𝑐𝑝
Onde, 𝑘= . Para gases monoatômicos k 1,67 e k 1,40 para gases diatômicos.
𝑐𝑣
podemos dizer que o calor proveniente de um corpo mais quente e o trabalho realizado por uma
força externa sobre o sistema são duas formas diferentes de se aumentar a energia interna de
um sistema.
Exemplo 2. A fim de demonstrar a equivalência entre calor e a energia, deixa-se cair um vaso
termicamente isolado de uma altura h em relação ao solo. Se a colisão for perfeitamente
inelástica e se toda a energia se transformar na energia interna da água, qual deve ser a altura
h para a temperatura da água seja elevada de 1o C.
Resolução. A energia cinética da água, no instante em que atinge o solo, é igual à energia
potencial inicial, m.g.h . Durante a colisão, esta energia se converte em energia térmica Q que
provoca elevação de temperatura dada por Q m.c p T , onde c p é o calor específico da água,
c p T
Assim, m.g.h m.c p T ou h ,
g
4,18kJ.(kg.K) -1 (1K )
h , h=426 m.
9,81N .kg 1
Veja que h não depende da massa de água. O valor achado é bastante grande, o que ilustra
uma das dificuldades da experiência de Joule, pois a quantidade de trabalho a ser feita tem que
ser elevada a fim de se ter variação apreciável da temperatura da água.
Exercício 14. Uma bala de chumbo, deslocando-se a 200 m/s, crava-se num bloco de madeira.
Admitindo que toda a variação de energia contribua para o aquecimento da bala, estimar a sua
temperatura, sendo de 20 o C a inicial. O calor específico (cp) do Chumbo é 0,13 kJ/kg oC.
Exercício 15. Um tanque rígido contém 3 m3 de hidrogênio a 250 kPa e 550 K. O gás é resfriado
até a temperatura cair a 350 K. Determine a (a) pressão final do gás e (b) a quantidade de calor
transferido.
Exercício 16. Uma sala de 4 x 5 x 6 m é aquecida por um aquecedor com resistência elétrica.
É desejado que o aquecedor seja capaz de aquecer o ar de 7 para 23 o C no intervalo de 15
minutos. Assumindo que não há perdas de calor da sala e que a pressão atmosférica local é 100
kPa, determine a potência requerida pelo aquecedor. Assuma que o calor específico do ar é
constante à temperatura ambiente.
Dados: A massa molecular do ar é 28,9 g∕mol e O cv do ar é 0,718 kJ∕kg K.
De Sousa, R.S. apostila: Sistemas Térmicos, IFRN/CNAT, 2021
Todo sistema físico apresenta uma energia interna bem definida, que depende do seu
estado termodinâmico, ou seja, das condições em que o sistema se encontra. O estado de um
gás aprisionado num recipiente, por exemplo, é descrito por meio dos valores de seu volume,
de sua temperatura e de sua pressão. Se aquecermos esse gás, seu estado mudará e,
consequentemente, sua energia interna também será alterada.
Analisemos a seguir um sistema termodinâmico simples. Uma porção de gás está contida
num cilindro com êmbolo móvel. O gás recebe ou cede calor através da parede do cilindro e
realiza trabalho quando o êmbolo se move. Fornecendo calor a esse sistema através da ação da
chama, o gás se expande e realiza trabalho.
Mas sabia-se desde os primeiros estudos dos motores térmicos, que o trabalho realizado
durante a expansão do gás era menor que o calor recebido pelo sistema. Isto significava que,
durante a transformação, a temperatura do sistema aumentava, evidenciando um aumento de
energia interna. A primeira lei da termodinâmica (ou lei da conservação da energia) refere-
se a esta situação, e pode ser enunciada da seguinte forma: A variação líquida da energia
total do sistema durante um processo é igual à diferença entre a energia total que
entra e a energia total que sai do sistema durante esse processo. Algebricamente
podemos escrever:
U Ec E p Q W [11]
campo de força. Considerando que no sistema não houve variação das energias potencial e
cinética, a primeira lei pode ser enunciada como mostrada na equação da figura 9.
Q sendo o calor recebido pelo sistema durante a transformação e W o trabalho realizado pelo
sistema e sua variação ∆U da energia interna. Esta equação pode ser aplicada a qualquer
sistema, desde que se atribuam sinais algébricos ao calor e ao trabalho.
Quando um sistema evolui de um estado para outro, ele pode produzir trabalho para mover
um eixo, gerar eletricidade, e assim por diante. É o chamado trabalho de eixo, We . O sistema
pode inclusive expandir, como quando a água se torna vapor; é o chamado trabalho pV, W pV .
U Ec E p Q We [14]
U Ec E p Q We ( pV )
H Ec E p Q We [15]
Esta mesma equação também pode ser escrita em termos de fluxo de energia (ou potência):
. . .
m( h ec e p ) q w e [16]
Exercício 17. Um gás diatômico efetua 300 J de trabalho e absorve 600 cal de calor. Qual a
variação da energia interna do gás.
Exercício 18. Um fluído contido num tanque é movimentado por um agitador. O trabalho
fornecido ao agitador é 5090 kJ e o calor transferido do tanque é 1500 kJ. Considerando o tanque
e o fluído como sistema, determine a variação da energia interna do sistema neste processo.
Exercício 19. Coloquei 1 litro de água na minha chaleira elétrica e liguei-a. Quanto tempo terei
que esperar pela fervura. Considerar que a chaleira é adiabática.
Dados: A capacidade calorífica do metal da chaleira equivale a 200 cm3 de água e a potência da
chaleira é 1250 W. No instante t=0, T=20o C.
De Sousa, R.S. apostila: Sistemas Térmicos, IFRN/CNAT, 2021
Exercício 20. Quanto tempo levará para que toda a água da chaleira, do exercício anterior,
evapore completamente.
Exercício 21. O estado inicial de 1 mol de uma gás ideal é P 1 = 3 atm, V1 = 1 L, U1 = 456 J e
U2 = 912 J. O gás se expande a pressão constante até o volume de 3 L. Depois é resfriado, a
volume constante, até a sua pressão cair a 2 atm. (a) Mostrar este processo no diagrama PV e
calcular o trabalho efetuado pelo gás. (b) Calcular o calor trocado durante o processo.
Exercício 23. Uma sala contém 40 pessoas e para ser refrigerada precisa de ar-condicionados
tipo janela com capacidade de refrigeração de 5 kW. Uma pessoa (em descanso) dissipa calor a
uma taxa de 360 kJ∕h. Existem 10 acesas na sala, cada uma dissipa 100 W de calor. A taxa de
transferência de calor para sala através das paredes e janelas é estimada ser de 15000 kJ∕h.
Nestas condições a temperatura do ar é mantida em 21 o C. Determine o número de aparelhos
de ar-condicionados necessários.
Exercício 24. Um sistema pistão-cilindro inicialmente contém 0,5 m 3 de N2 à 400 kPa e 27o C.
Um aquecedor elétrico dentro do dispositivo é ligado e deixa passar uma corrente de 2 A por 5
minutos de uma fonte de 120 V. O gás expande à pressão constante e libera 2800 J de calor.
Determine a temperatura final do gás.
Dados: O Rgás é 0,297 kJ.m3 ∕K e o cp é 1,039 kJ∕kg K.
Exercício 26. Um sistema cilindro e pistão contém 2 l de nitrogênio gasoso ( cp = 1,039 kJ∕kg K)
a 3 atm. O gás é aquecido a pressão constante, de 20 o C a 199o C. Quanto calor é necessário
para aquecer o gás? A massa molecular do nitrogênio é 28 g∕mol.
6 Transferência de calor
O calor é uma forma de energia em trânsito de um corpo para outro, desde que exista,
entre eles, uma diferença de temperatura. Nos estudos de transferência, é usual considerar três
modos distintos de transferência de calor: condução, convecção e radiação.
De um modo geral, a distribuição de temperatura em um meio é controlada pelos efeitos
combinados desses três modos de transferência de calor. Entretanto, para simplicidade de
análise, pode-se considerar, por exemplo, a condução separadamente, sempre que a
transferência de calor por convecção e radiação for desprezível.
𝛥𝑇
𝑞𝑐𝑜𝑛𝑑 = −𝑘. 𝐴. [17]
𝐿
Onde:
A lei de Fourier evidencia que “o fluxo de calor por condução térmica em um material
homogêneo, após ter atingido um regime estacionário de escoamento, é diretamente
proporcional à diferença de temperatura entre os extremos e inversamente proporcional ao
comprimento do elemento em questão”.
De Sousa, R.S. apostila: Sistemas Térmicos, IFRN/CNAT, 2021
2𝜋𝑘𝐿(𝑇2 −𝑇1 )
𝑞𝑟𝑎𝑑𝑖𝑎𝑙 = [18]
𝑙𝑛(𝑏⁄𝑎)
Exercício 27. Uma barra de aço de 10 cm de comprimento está soldada por suas extremidades
a uma barra de cobre de 20 cm de comprimento. Supondo que cada barra tenha uma secção
transversal quadrada de lado 2 cm, que o lado livre da barra de aço está em contato com vapor
na temperatura de 100oC e que o lado livre do cobre, com gelo em 0oC, vamos determinar a
temperatura de junção das duas barras e o fluxo de calor, quando o sistema estiver em regime
estacionário.
a) Qual a taxa de transmissão do calor para o exterior, supondo que a canalização tem 10 m de
comprimento?
Onde:
𝑞𝑐𝑜𝑛𝑣 = Fluxo de calor em W;
h = Coeficiente de transferência de calor por convecção em W/m2.oC;
Convecção forçada
Gases 25 – 50
Líquidos 50 – 20.000
Exercício 29. Uma chapa aquecida eletricamente dissipa calor por convecção a uma taxa de q
= 8000 W/m2, para ar ambiente a 25 oC. Se a superfície da chapa quente está a 125 oC, calcule
o coeficiente de transferência de calor por convecção entre a placa e o ar.
Exercício 30. O ar aquecido a 150 oC flui sobre uma placa lisa mantida a 50 oC. O coeficiente
de transferência de calor por convecção é 75 W/m2.oC. Calcule a taxa de transferência de calor
para a placa através de uma área de 2 m2.
Exercício 31.Um ventilador força o ar através de uma placa de circuito de computador com 70
cm2 de área de superfície para evitar o superaquecimento. A temperatura do ar é 27 oC, enquanto
a temperatura da placa de circuito é de 67oC. Utilizando os dados da tabela anterior, determine
a maior e a menor taxa de transferência de calor, em W, que poderiam ser encontradas para a
convecção forçada
De Sousa, R.S. apostila: Sistemas Térmicos, IFRN/CNAT, 2021
4
𝑞𝑟 = 𝐴𝜀𝜎(𝑇𝑠4 − 𝑇𝑣𝑖𝑧 ) [20]
Onde:
qr = Fluxo de calor em W;
Ts = Temperatura da superfície em K;
Exercício 32. Uma placa aquecida, com 0,2 m de diâmetro tem uma de suas superfícies isolada
e a outra mantida a 550 K. Se a superfície quente tem emissividade 0,9 e está exposta a uma
superfície envolvente com temperatura de 300 K, calcule o calor por radiação da placa quente
para suas vizinhanças.
Exercício 33. Um tubo transporta água quente à água a 80 oC (=5 cm e L=10 m) pede calor
para o ar a 5 oC por convecção natural com coeficiente de transferência de calor 25 W/m 2 oC.
Determine a taxa de perda de calor do tubo, em kW.
Exercício 34. Um tubo de vapor com raio externo 4 cm, está recoberto por uma camada de
isolamento da amianto de espessura 1 cm, condutividade térmica k=0,15 W/m oC. A superfície
do tubo está a temperatura de 330 oC e a superfície externa do isolamento está a 30 o C.
Determine a taxa de transferência de calor por metro de comprimento do tubo.
De Sousa, R.S. apostila: Sistemas Térmicos, IFRN/CNAT, 2021
Exercício 35. Uma placa de circuito integrado com 10 cm de altura e 20 cm de largura abriga
em sua superfície 100 chips próximos uns dos outros, cada um gerando calor de 0,08 W e
transferindo calor para o ar ambiente a 25 oC. A transferência de calor a partir da superfície
traseira da placa é desprezível. Considerando que o coeficiente de transferência de calor por
convecção da superfície da placa é de 10 W/m 2 oC e a transferência de calor por radiação é
desprezível. Determine a temperatura de superfície dos chips.
Figura 15. Fluxo de calor em uma parede composta por dois materiais diferente
1 L1 L2 1
Rconv1 Rcond1 Rcond2 Rconv2
Ah1 Ak1 Ak 2 Ah2
T 2 T1
q [22]
R
Onde,
Podemos citar inúmeros processos como esses: copos que se quebram ao cair no chão,
pilhas de lanterna que se descarregam, gelo que se derrete dentro de um copo de refrigerante,
e muitos outros. O que todos esses processos têm em comum é que somente podem ocorrer
em uma direção, mas não ocorrem, espontaneamente, na direção oposta. A inversão de qualquer
processo acima viola a segunda lei. Em termos mais técnicos, eles são chamados de processos
irreversíveis, pois não revertem espontaneamente. A segunda lei descreve como uma sucessão
De Sousa, R.S. apostila: Sistemas Térmicos, IFRN/CNAT, 2021
de estados de equilíbrio pode ser irreversível, de forma que o sistema não possa voltar ao seu
estado original sem cobrar um preço dos seus arredores. Um cubo de gelo derretido não se refaz
espontaneamente é preciso colocá-lo no freezer, a um determinado custo de energia.
A segunda lei da termodinâmica expressa essa tendência da natureza de estabelecer
uma direção para os processos naturais. Existem vários modos de enunciar essa lei. Uma delas,
é devida a Rudolph Clausius, estabelece que:
“É impossível haver transferência espontânea de calor de um objeto frio para outro
mais quente”.
Observe a condição do termo "espontânea". Em sua geladeira, por exemplo, a todo
instante passa calor de dentro para fora, resfriando o interior e aquecendo o exterior. Mas, isso
só acontece se a geladeira estiver ligada na tomada e funcionando, isto é, consumindo energia
elétrica. O processo, portanto, não é espontâneo, precisa ser induzido.
Mas como saber se um processo viola, ou não, a segunda lei da termodinâmica? Isto é,
como saber qual é a direção em que ele pode ou não ocorrer? O conceito da entropia nos dará
a resposta.
De Sousa, R.S. apostila: Sistemas Térmicos, IFRN/CNAT, 2021
8 A Entropia
S é uma propriedade de estado de um sistema. Da mesma forma que temos ∆U para uma
transformação, encontrar a variação de entropia (∆S) é o que tem importância.
Em um sistema isolado, ou seja, um sistema que não troca massa nem energia com sua
vizinhança, a entropia sempre permanece a mesma ou aumenta, ou melhor, uma mudança pode
ocorrer, ou pelo menos não é proibida, desde que:
entropia).
e
S sistema Svizinhança 0 , para um sistema interagindo com sua vizinhança.
De Sousa, R.S. apostila: Sistemas Térmicos, IFRN/CNAT, 2021
Qrev
S sistema [23]
Tsistema
a vizinhança (de forma adiabática), teremos: W realizado pela expansão do gás = W recebido pela
vizinhança. Mas, se o pistão estiver enferrujado e não muito bem lubrificado, raspando as paredes
do cilindro, seu movimento será feito com atrito e resultando calor. Portanto a vizinhança vai
receber menos trabalho do que aquele realizado pelo gás; portanto: W realizado pela expansão do gás
Exercício 37. Um sistema pistão-cilindro contém uma mistura líquido/vapor a 300 K. Durante
um processo à pressão constante, 750 kJ de calor é transferido para a mistura. Como resultado,
parte do líquido do cilindro vaporiza. Determine a mudança de entropia da água durante este
processo.
Exercício 38. A entropia de uma batata quente diminui quando ela esfria. Isto é uma violação
do princípio de aumento da entropia? Explique.
s sl
x [24]
s v sl
Exercício 40. Um cilindro com pistão contém 3 kg de água a 20 o C e 10 bar. Fornecendo calor,
a água aquece, ferve, transforma-se em vapor, e o pistão se move até a temperatura atingir
300o C; todo esse processo é conduzido a 10 bar. Para esses 3 kg de fluido, calcule:
a) U;
b) Quanto trabalho foi realizado pelo fluido;
c) Quanto calor o fluido recebeu.
Exercício 41. Calcule a temperatura e a entalpia de vapor d’água a 5 MPa com qualidade de
50%.
Exercício 42. Tenho aqui um recipiente de HFC-134a 20oC e 0,1 MPa. Qual será a energia
interna por quilo de conteúdo do recipiente?
De Sousa, R.S. apostila: Sistemas Térmicos, IFRN/CNAT, 2021
Exercício 43. Um cilindro com pistão contém 2 kg de água a 20o C e 3 bar e nada mais. Com a
pressão constante em 3 bar, aquecemos até 300 oC. Calcule o trabalho realizado pela expansão
do conteúdo desse cilindro.
Exercício 44. Para aquecer 1 t de água inicialmente a 25 o C até ponto de ebulição e depois
aquecer o vapor a 500o C, sempre a pressão atmosférica, eu preciso de quantos joules de calor?
De Sousa, R.S. apostila: Sistemas Térmicos, IFRN/CNAT, 2021
compressão é:
Como o fluido que chega ao compressor está saturado (duas fases), somente com o valor de T1
= 4O C podemos obter todas as outras propriedades termodinâmicas do fluido na entrada do
compressor pelas tabelas do estado saturado. Assim, consultando as tabelas no final da apostila,
temos:
Para o fluido que sai do compressor, temos apenas uma propriedade, a pressão. Essa informação
não é suficiente para obtermos todas as outras propriedades. O fluido que sai do compressor é
vapor superaquecido (única fase), precisamos de duas propriedades – portanto de mais uma.
Vamos buscá-lo com auxílio da segunda lei. Para uma compressão adiabática (q=0) e reversível,
podemos escrever:
De Sousa, R.S. apostila: Sistemas Térmicos, IFRN/CNAT, 2021
Qrev.
S 0 , ou seja, s2 = s1
T
Isso é exatamente o que precisamos. Procurando nas tabelas as condições nas quais p2 = 1600
kPa e s2 = s1 = 0,9213 kJ/kg.K, encontramos
T2 = 60o C
v2 = 0,01634 m3/kg
h2 = 278,43 kJ/kg
Exercício 45. Vapor a 1 MPa e 600o C entra em uma turbina adiabática, reversível, em baixa
velocidade, e sai a 100 kPa e 200 m/s. Calcule o trabalho realizado.
Exercício 46. Uma grande turbina recebe 5 kg/s de vapor de água a 600o C e 12 bar e o libera
a 0,5 bar. Espera-se que produza 4 MW. Está parecendo muito... Isso é possível? Qual é sua
eficiência comparada a uma turbina adiabática reversível?
De Sousa, R.S. apostila: Sistemas Térmicos, IFRN/CNAT, 2021
10 Ciclos termodinâmicos
Admitamos que esse motor térmico, que opera entre os dois reservatórios de calor,
funciona segundo um ciclo no qual todos os processos são reversíveis. Se cada processo é
reversível, o ciclo é também reversível e, se o ciclo for invertido, o motor térmico se transforma
em um refrigerador.
Este ciclo é conhecido como o ciclo de Carnot, em homenagem ao engenheiro francês
Nicolas Leonard Sadi Carnot (1796-1832) que estabeleceu as bases da segunda lei da
termodinâmica. O motor térmico de Carnot foi imaginado em 1824 e, supreendentemente,
Carnot foi capaz de analisar o desempenho desse tipo de máquina antes mesmo que a primeira
lei e o conceito de entropia tivessem sidos descobertos. A primeira e a segunda lei surgiram,
simultaneamente, nos anos de 1850 a partir de trabalhos de William Rankine, Rudolph Clausius
e Lord Kelvin.
O ciclo de Carnot é um ciclo reversível constituído por dois processos isotérmicos (1-2
e 3-4) e dois processos adiabáticos (2-3 e 4-1). Por questões didáticas, a figura 21 representa
o ciclo do motor de Carnot para um gás ideal, e percorrido no sentido horário, embora qualquer
substância possa ser levada a executar um ciclo de Carnot e o sentido possa ser invertido.
∆U = 0, ou seja, W = Q = Q1 + Q2. Como Q2 < 0, já que representa energia que sai do sistema
na forma de calor, explicita-se o sinal de Q2 substituindo-o por –Q2. Com este novo Q1>0. Assim,
escrevemos:
Adicionalmente, Kelvin mostrou que para uma máquina térmica reversível, ou seja, uma
máquina ideal:
𝑄2 𝑇2
( )=
𝑄1 𝑇1
Essa escala de temperatura é chamada de escala Kelvin e as temperaturas nesta escala são
chamadas de temperaturas absolutas. Na escala kelvin, as razões entre temperaturas dependem
das razões entre a quantidade de calor trocada e são independentes das propriedades físicas da
substância.
Então, o rendimento térmico de um ciclo de Carnot pode ser expresso em função das
temperaturas absolutas dos reservatórios:
De Sousa, R.S. apostila: Sistemas Térmicos, IFRN/CNAT, 2021
𝑇2
𝜂𝑡é𝑟𝑚𝑖𝑐𝑜 = 1 − [25]
𝑇1
Para o ciclo de Carnot, a eficiência depende somente da temperatura da fonte quente e da fonte
fria. A eficiência de Carnot é a eficiência máxima de um motor térmico.
|𝑄2 | 𝑇2
𝐶𝑂𝑃 = = [26]
𝑊 𝑇1 −𝑇2
Exercício 47. Um grande reservatório de calor a 100o C fornece calor para uma fonte fria a 0o
C. Um motor de Carnot está operando entre a fonte quente e a fria. Calcule o rendimento desse
motor, admitindo que as temperaturas da fonte quente e fria não se alteram.
Exercício 48. Um motor de Carnot absorve continuamente de uma fonte a 227o C, fornece 400
W de potência e rejeita calor continuamente para uma fonte fria a 27 o C. Qual a mudança de
entropia:
Exercício 49. O refrigerador de Carnot do nosso laboratório, cuja temperatura ambiente é 300
K, tem um COP de 11. Qual a temperatura de nosso refrigerador?
Exercício 50. Um motor reversível recebe calor de uma fonte quente a 500 K e rejeita calor
para uma fonte fria a 300 K. Para obtermos uma potência mecânica de 10 kW desse motor, qual
deverá ser o fluxo de calor fornecido pela fonte quente?
Exercício 52. Uma máquina de ar condicionado deve ser utilizada para manter o ambiente a
24o C. A carga térmica a ser removida, deste ambiente, é igual a 4 kW. Sabendo que o ambiente
externo está a 35o C, estime a potência necessária para acionar o equipamento.
De Sousa, R.S. apostila: Sistemas Térmicos, IFRN/CNAT, 2021
Figura 24. Esquema de uma instalação para gerar potência a partir do vapor, ciclo fechado
Figura 25. Esquema de uma instalação para gerar potência a partir do vapor, ciclo aberto
Figura 26. Esquema simplificado de uma instalação para gerar trabalho a partir da combustão
de um gás
12 O Ciclo de Rankine
Vamos tentar operar um ciclo de Carnot com um fluido real, digamos a água-vapor.
Absorver ou rejeitar calor em temperatura constante (passo 2–3 e 4–1) só pode ser feito na
região de duas fases como mostrado na figura abaixo.
Mas problemas como a cavitação e erosão das pás de turbinas tornam impossível operar
na região de duas fases. Então, somos forçados a operar a etapa de produção desses dispositivos
na região de uma fase de vapor. Isso é feito através do ciclo de Rankine.
Figura 28. Esquema simplificado de uma instalação para gerar trabalho a partir do vapor
De Sousa, R.S. apostila: Sistemas Térmicos, IFRN/CNAT, 2021
ℎ5 −ℎ6
𝜂𝑡é𝑟𝑚𝑖𝑐𝑜 = [27]
ℎ5 −ℎ1
ℎ5′−ℎ6′
𝜂𝑡é𝑟𝑚𝑖𝑐𝑜 = [28]
ℎ5′ −ℎ1
Mas note que, assim procedendo, a eficiência se reduz, como é mostrado na figura 24.
De Sousa, R.S. apostila: Sistemas Térmicos, IFRN/CNAT, 2021
Um parâmetro útil para avaliar a viabilidade prática de uma turbina é o valor do título do
vapor na saída da trubina, 𝑥. Em geral o título do vapor, 𝑥 = 𝑚𝑣𝑎𝑝𝑜𝑟 ⁄𝑚𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 , mede a
quantidade de vapor numa mistura de vapor e líquido e, portanto, quanto menor for 𝑥 maior a
quantidade de líquido, ou seja, valores baixos do título significam vapor com umidade excessiva.
A água líquida acaba por formar gotas que ao se chocarem com as pás da turbina, que se move
a altas velocidades, causam graves problemas de erosão. Considerações práticas para evitar
erosão das pás da turbina impõem que o título do vapor na saída da turbina deve ser superior a
88%.
De Sousa, R.S. apostila: Sistemas Térmicos, IFRN/CNAT, 2021
Ar condicionados que tornam nossas casas confortáveis, freezers que conservam nossos
alimentos e sistemas que mantém condições próprias em plantas industriais. Todos usam um
equipamento de refrigeração por compressão que remove calor usando evaporação.
Um dos fatores mais importantes na operação do sistema de refrigeração é a pressão. O
calor é removido e rejeitado baseado na pressão, alta pressão causa rejeição de calor e baixa
pressão permite absorção de calor. Nos sistemas de refrigeração existe um lado de baixa
pressão e um lado de alta pressão, figura 33. No ciclo de refrigeração, a saída do dispositivo
de medida, representado por uma válvula de expansão ou por um tubo capilar, é o início do lado
de baixa do sistema. O lado de baixa do sistema é onde o calor é absorvido e removido do
espaço refrigerado. O compressor serve como um divisor entre os lados de baixa e de alta do
sistema de refrigeração. O compressor faz a sucção do fluido refrigerante, comprime e o empurra
para o lado de alta pressão. O lado de alta do sistema é onde o calor é rejeitado para o meio
externo. As denominações usadas para se referir a estas pressões podem variar. O lado de baixa
pressão pode também ser chamado de pressão de sucção ou pressão do evaporador. O lado de
alta pressão é conhecido também como pressão de descarga ou pressão do condensador.
14.2 Compressão
O compressor é o “coração” do sistema de refrigeração por compressão de vapor e atua
como uma bomba no sistema. O compressor tem uma dupla função. Primeiro, ele cria uma
sucção para extrair o vapor refrigerante do evaporador. Segundo, comprime o vapor refrigerante
extraído do evaporador, e assim aumenta sua pressão e temperatura. A figura 35 mostra o
princípio de funcionamento de um compressor alternativo. O termo alternativo serve para
descrever o movimento primeiro em uma direção e depois na direção oposta. Os compressores
alternativos são usados em refrigeração doméstica, comercial e industrial.
De Sousa, R.S. apostila: Sistemas Térmicos, IFRN/CNAT, 2021
14.3 Condensação
O condensador é a parte do sistema de refrigeração por compressão de vapor que
rejeita calor do vapor refrigerante para o ar exterior e assim, permite que o vapor condense em
um líquido à medida que entra no condensador. O condensador é dimensionado de acordo com
o tamanho do compressor e do evaporador. O vapor superaquecido do compressor passa pela
linha de descarga até o condensador, em seguida o líquido refrigerante atravessa a linha de
líquido até o dispositivo de medida.
De um modo geral, os condensadores transferem calor para duas substâncias: Água ou
ar. Os Condensadores refrigerados a ar são resfriados por um fluxo forçado de ar. O vapor
refrigerante quente e a alta pressão flui no interior do tubo do condensador, o ar ao redor do
condensador absorve o calor da condensação do refrigerante. Os condensadores refrigerados a
ar possuem ventiladores que sopram ar sobre a serpentina para remover o calor mais
rapidamente. Então, unidades refrigeradas a ar dependem do ar exterior para transferir o calor
do interior do condensador para o ambiente externo.
Os condensadores refrigerados a água são fabricados em 3 tipos: casca e tubo, casca e
serpentina e tubo duplo. O condensador casca e tubo, utiliza um tanque (casca) com o
propósito de condensar e manter o refrigerante. O refrigerante quente entra no casco e faz
contato com os tubos por onde flui água fria. Os condensadores do tipo casca e tubo são usados
em grandes unidades de condensação e chillers centrífugos.
Os condensadores casca e serpentina tem uma serpentina de cobre encapsulada dentro
de uma carcaça de aço. Água flui através da serpentina e refrigerante quente é descarregado no
interior da casca. Os condensadores tubo duplo consiste de dois tubos, um tubo é localizado
dentro do outro. Água circula no interior do tubo interno em uma direção. No tubo externo, o
refrigerante flui na direção oposta do fluxo de água. Os condensadores tubo duplo são usados
em pequenas unidades de refrigeração e máquinas de produção de gelo.
14.5 Evaporação
Nos sistemas de refrigeração, a evaporação é o processo onde ocorre a refrigeração. A
evaporação se dá quando um líquido absorve calor e transforma-se em vapor ou gás. Nestes
sistemas, o evaporador é o componente que auxilia um fluido refrigerante a absorver calor. O
processo se dá quando o ar do espaço a ser refrigerado (chamado, como ar de retorno) passa
através das aletas do evaporador. Estas aletas acrescentam área superficial para as serpentinas
do evaporador, aumentando a transferência de calor.
À medida que o ar do espaço a ser refrigerado passa sobre as serpentinas do evaporador,
o líquido refrigerante ferve enquanto absorve calor do ar. Essa ebulição aumenta muito a
transferência de calor, uma vez que ela faz com que o refrigerante absorva calor latente. A
temperatura do evaporador é a expressão usada para descrever a temperatura do refrigerante
no interior do evaporador. Para obter esta temperatura é necessário medir a pressão de sucção
e depois usar uma tabela pressão-temperatura para o fluido refrigerante específico.
Para ilustrar como a transferência de calor é aumentada pela evaporação, vamos analisar
o que acontece com a água quando é aquecida. Sabe-se que é necessário apenas 0,29 Watts de
calor para aumentar a temperatura de 0,453 kg de água de 99,4 oC para 100oC. No entanto, é
necessário a adição de 284 Watts para fazer a água a 100oC mudar do estado líquido para um
vapor a 100oC. O motivo é que a água deve absorver quase mil vezes mais calor (calor latente)
para ferver do que para simplesmente mudar de temperatura (calor sensível). Se o líquido que
entra no evaporador é convertido em um nuvem de pequenas gotículas, o processo de ebulição
é mais fácil de se completar. O dispositivo de medida muda, ou expande, a corrente de líquido
refrigerante quente transformando-a em uma mistura fria de gotículas de líquido e vapor.
De Sousa, R.S. apostila: Sistemas Térmicos, IFRN/CNAT, 2021
CONTROLES DE TEMPERATURA
O principal controlador de temperatura é um termostato. Em resposta à temperatura,
um circuito elétrico liga ou desliga, fazendo o compressor interromper ou dar partida. Os
termostatos de refrigeração comercial são voltagem de linha e usam bulbo sensor repleto de gás
ou líquido para monitorar a temperatura. A pressão do bulbo é transmitida por meio de um tubo
capilar ao diafragma no controle em resposta a uma das seguintes temperaturas:
SEPARADOR DE ÓLEO
Os compressores são lubrificados a óleo. O óleo é colocado no interior do compressor e
circula lubrificando seus componentes internos. Quando o compressor está em operação,
pequena quantidade de óleo é bombeada junto com o vapor refrigerante e circula por todo o
equipamento de refrigeração. Entretanto, muito óleo entrando no condensador, dispositivo de
medida, evaporador e filtros pode interferir no funcionamento destes componentes. O óleo pode
ser separado do refrigerante por um separador de óleo, dispositivo que fica localizado entre o
compressor e o condensador.
De Sousa, R.S. apostila: Sistemas Térmicos, IFRN/CNAT, 2021
RECEPTOR DE LÍQUIDO
O receptor é um tanque de armazenamento para refrigerante. Todos os sistemas com
válvulas de expansão, principalmente, em aplicações de refrigeração comercial, devem ter
alguma capacidade de reserva para garantir refrigerante suficiente para a VET sob todas as
condições. O receptor fica localizado no lado de alta, entre o condensador e a linha de líquido.
Sistemas com tubo capilar não usam receptor de líquido.
FILTRO SECADOR
Todos os sistemas de refrigeração deve ter um filtro secador instalado na linha de
líquido. O filtro secador capta umidade, partículas e outros contaminantes que percorrem o
sistema. Um filtro secador possui telas e filtros de fibra. Além disso, ele possui dessecantes para
reter umidade. Esta umidade pode congelar e emperrar a válvula de expansão por gelo no
orifício. Quando a umidade se combina com o refrigerante, óleo e calor, forma lama e ácido que
provocam falhas no sistema. Sílica gel é um composto que absorve umidade e que constitui a
maioria dos dessecantes dos filtros secadores.
De Sousa, R.S. apostila: Sistemas Térmicos, IFRN/CNAT, 2021
ACUMULADORES
O fluido refrigerante na linha de sucção está no estado de vapor. Entretanto, vapor
refrigerante pode condensar antes de alcançar o compressor. Se refrigerante líquido entra no
compressor pode levar sérios danos a este dispositivo. Um acumulador junta, ou acumula,
refrigerante líquido da linha de sucção perto do compressor. Se o líquido estiver presente na
linha de sucção, ele descerá para o fundo do acumulador. O ar ambiente esquenta a superfície
externa do acumulador, que dirige o vapor em direção à válvula de sucção de serviço do
compressor.
|𝑄2 | ℎ1 −ℎ4
𝐶𝑂𝑃 = |𝑊|
= [30]
ℎ2 −ℎ1
15 Exercícios de aplicações
Exercício 53. Nossa escola de engenharia desenvolve atualmente uma unidade compacta de
geração de energia, especialmente projetada para utilizar restos agrícolas e rejeitos de floresta
como combustível. O coração desse processo consiste numa caldeira de leito fluidizado para
gerar vapor de água. No protótipo mostrado na figura, a temperatura nos tubos é limitada a
300oC, enquanto que o condensador operará a 75 kPa.
Considerando um ciclo de Rankine ideal com uma turbina a vapor de exaustão saturado:
Exercício 56. Calcular o rendimento do ciclo do problema anterior, adotando uma pressão na
caldeira de 8 MPa e com as demais condições mantidas.
Exercício 57. Imaginemos um ciclo de Rankine com reaquecimento do vapor que passa pela
turbina do problema anterior na pressão de 7,5 MPa, ponto 4. Calcular o rendimento do ciclo
De Sousa, R.S. apostila: Sistemas Térmicos, IFRN/CNAT, 2021
16 O Ciclo de Brayton
17 Caldeiras
17.1 Introdução
A NR 13, redação aprovada pela portaria 23 de 26/04/95, define caldeira a vapor como
todo o equipamento destinado a produzir e acumular vapor sob pressão superior a atmosférica,
utilizando qualquer fonte de energia: térmica, nuclear, elétrica ou mesmo solar. Esta definição
abrange todos os tipos de caldeiras, sejam as que vaporizam água ou outros fluidos.
Atualmente, devido a todos os avanços industriais, os geradores de vapor fornecem o
vapor indispensável a muitas atividades, não só para gerar energia mas também para limpeza,
esterilização, aquecimento e participação direta no processo produtivo como uma verdadeira
matéria prima. Além da indústria, outras empresas utilizam cada vez mais vapor gerado pelas
caldeiras, como restaurantes, hotéis, hospitais e frigoríficos.
O vapor gerado na caldeira é transportado por tubulações até os pontos de utilização,
podendo haver uma ou mais tubulações de distribuição. A partir dessas tubulações, outras de
menor diâmetro transportam o vapor até os equipamentos de forma individual.
Dentro de uma unidade industrial, a caldeira é um equipamento de elevado custo e
responsabilidade, cujo projeto, operação e manutenção são padronizados e fiscalizados por uma
série de normas, códigos e legislações. No Brasil, o Ministério do trabalho é responsável pela
aplicação da NR-131, que regulamenta todas as operações envolvendo caldeiras e vasos de
pressão no território nacional.
As caldeiras também podem ser classificadas quanto ao seu grau de pré-fabricação. Por
este critério, as caldeiras são agrupadas em:
- Caldeiras compactas;
- Caldeiras montadas parcialmente no local;
- Caldeiras montadas totalmente no local.
Considera-se uma caldeira como compacta quanto a mesma é embarcada pelo fornecedor
completamente montada com queimadores, ventiladores, controles e acessórios. Estas caldeiras
são mais baratas e mais fáceis de instalar. As caldeiras com capacidade acima de 250 ton. de
vapor/h são totalmente montadas no local, caldeiras na faixa de 100 a 250 ton./h são,
geralmente, montadas no local, embora tenham parte de seus componentes montados na
fábrica, já as caldeiras até 100 ton./h são, em geral, compactas.
Caldeiras para centrais termoelétricas – São projetadas para produzir vapor com alta
pressão e temperatura, visando o melhor rendimento na geração de energia;
- FLAMOTUBULARES
- AQUATUBULARES
De Sousa, R.S. apostila: Sistemas Térmicos, IFRN/CNAT, 2021
Tubulão superior – É um vaso fechado, localizado no ponto mais alto da caldeira, onde se
encontra em equilíbrio água líquida e vapor. Tem a função de separar, coletar, acumular o vapor
d’água gerado e receber a água de alimentação;
De Sousa, R.S. apostila: Sistemas Térmicos, IFRN/CNAT, 2021
Tubulão inferior – Fica localizado no ponto mais baixo do sistema de tubos e tem por finalidade
acumular lama, ferrugem e outros materiais. Fazendo-se periodicamente a descarga desses
materiais. Este tambor trabalha cheio d’água.
Exercício 59. A água de uma caldeira aquatubular em uma usina termoelétrica deve receber
calor à taxa de 3 GW (fluxo de calor da fornalha). A água fervente passa através de tubos de
cobre, com paredes de 4,0 mm de espessura e área superficial de 0,12 m 2 por metro de
comprimento de tubo. Calcular o comprimento total do tubo que deve passar através da fornalha
para aquecer a água, sendo de 225o C a do vapor d’água e 600o C a temperatura externa dos
tubos. A condutividade térmica do cobre é 400 W/m.oC.
(sugestão: fluxo de calor por condução unidirecional).
Exercício 60. Vapor d’água a 120o circula através de tubos de cobre, com paredes de 4 mm de
espessura, para aquecer óleo cru a 100o C. Qual a diminuição relativa da transferência de calor
através dos tubos quando houver uma película de 0,025 mm de ar sobre as superfícies internas
dos tubos? A condutividade térmica do cobre e do ar é 400 W/m.oC e 0,025 W/m.oC,
respectivamente.
De Sousa, R.S. apostila: Sistemas Térmicos, IFRN/CNAT, 2021
Psicrometria
18 e Ar condicionado
18.1 Introdução
moderadas, o ar seco e o vapor d’água comportam-se como gases ideais, assim como a sua
mistura, o ar úmido.
O ar úmido é considerado como uma mistura de ar seco e vapor d’água. Ambos são
considerados como gases ideais em condições atmosféricas porque se encontram em baixas
pressões.
A umidade absoluta é a razão entre a massa de vapor d’água e a massa de ar seco.
mv
[31]
ma
De Sousa, R.S. apostila: Sistemas Térmicos, IFRN/CNAT, 2021
𝑚𝑣
𝜙= [32]
𝑚𝑠
= umidade relativa, em %;
úmido está saturado com vapor d’água, à temperatura em consideração, e não é possível
acrescentar mais água à mistura.
De Sousa, R.S. apostila: Sistemas Térmicos, IFRN/CNAT, 2021
𝑝𝑣 𝑉 = 𝑚𝑣 𝑅𝑣 𝑇
𝑝𝑠 𝑉 = 𝑚𝑠 𝑅𝑣 𝑇
𝑝𝑣 𝑚𝑣
=
𝑝𝑠 𝑚𝑠
Logo, a umidade relativa pode ser também definida por:
𝑝𝑣
𝜙= [33]
𝑝𝑠
pv = pressão do vapor;
p s = pressão de saturação.
Podemos também relacionar a umidade absoluta com a pressão. Sendo um ar úmido uma
mistura de gases perfeitos, tem-se para o vapor 𝑝𝑣 𝑉 = 𝑚𝑣 𝑅𝑣 𝑇 e para o ar seco 𝑝𝑣 𝑉 = 𝑚𝑣 𝑅𝑎 𝑇 ,
de modo que a umidade absoluta fica:
𝑚𝑣 𝑝𝑣 𝑉 ⁄𝑅𝑣 𝑇 𝑅𝑎 𝑝𝑣
𝜔= = =
𝑚𝑎 𝑝𝑎 𝑉 ⁄𝑅𝑎 𝑇 𝑅𝑣 𝑝𝑎
Como Ra= 0,287 kJ/kg K e para o vapor d’água Rv= 0,4615 kJ/kg K, usando 𝑝 = 𝑝𝑎 + 𝑝𝑣 onde p
é a pressão atmosférica, temos:
𝑣 𝑝
𝜔 = 0,622 𝑝−𝑝 [34]
𝑣
Exercício 61. Calcular a umidade relativa do ar de uma sala de 500 m 3 que contém 12 kg de
vapor à temperatura de 30o C.
/
De Sousa, R.S. apostila: Sistemas Térmicos, IFRN/CNAT, 2021
18.6 Aplicações
63) Calcular o ponto de orvalho do ar atmosférico, cujo estado é definido pela temperatura de
35o C e umidade de 50%.
65) Calcular a temperatura de bulbo úmido, o ponto de orvalho, a entalpia e umidade absoluta
para o ar úmido, em condições de 28o C e 50% de umidade relativa.
66) Uma caixa com ovos é retirada do refrigerador a 4o C e colocada na cozinha (25o C, 40% de
umidade. Diga se haverá condensação sobre as paredes da caixa.
67) Calcular a potência de resfriamento necessária para manter o interior de uma sala a 20o C
e 70% de umidade, quando o exterior está nas condições de 32o C e 50% de umidade. A sala
tem uma área de 40 m2 e altura de 3 m e pretende-se fazer 3 renovações de ar interior, por
hora.
69) Em uma sala climatizada a temperatura dos vidros das janelas é de -2o C, o interior da sala
está a 23o C. Nestas condições, achar a umidade relativa da sala para que não ocorra
condensação sobre os vidros.
70) Uma tubulação de água a 5oC passa acima da superfície entre dois edifícios. O ar na
vizinhança está a 35oC. Qual é a umidade relativa máxima que o ar pode ter antes que a
condensação ocorra sobre a tubulação?
19 Carga térmica
20 Referências bibliográficas
Rubí, J. M. O longo braço da segunda lei, Revista Scientific American Brasil, Editora Duetto,
São Paulo, n.79, p. 62-67, 2008.
Ieno, G.; Negro L. Termodinâmica, São Paulo, Pearson Prentice Hall, 2004.