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Projeto de eixo de transmissão com aço AISI 1020

laminado

SALVADOR
2017
2

Minha alma humana é a única forma possível de eu


não me chocar desastrosamente com a minha
organização física, tão máquina perfeita esta é.
Minha alma humana é, aliás, também o único modo
como me é dado aceitar sem desatino a alma geral
do mundo. A engrenagem não pode nem por um
segundo falhar.

Clarice Lispector
LISTA DE ILUSTRAÇÕES

 FIGURA 1 – Eixo de transmissão......................................................................8


 FIGURA 2 - Diagrama de corpo livre no eixo x – z.........................................18
 FIGURA 3 - Diagrama de corpo livre no eixo x – y.........................................18
 FIGURA 4 - Reações nos mancais no plano x – z.........................................18
 FIGURA 5 - Reações nos mancais no plano x – y..........................................18
 FIGURA 7 - Diagrama de força cortante no plano x- z...................................19
 FIGURA 8 - Diagrama de força cortante no plano x- y...................................19
 FIGURA 9 – Diagrama do momento fletor no plano x – z...............................19
 FIGURA 10 - Diagrama do momento fletor no plano x – y.............................19
4

LISTA DE TABELAS

 TABELA 1 – Propriedades mecânicas dos aços.............................................11


 TABELA 2 – Momentos Fletor e Torsor...........................................................11
 TABELA 3 – Diametros....................................................................................12
 TABELA 4 – Fator de Superfície.....................................................................12
 TABELA 5 – Fator de tamanho........................................................................13
 TABELA 6 – Kb para eixos..............................................................................13
 TABELA 7 – Fator de carregamento...............................................................13
 TABELA 8 – Fator de temperatura..................................................................14
 TABELA 9 – Fator de confiabilidade................................................................14
 TABELA 10 – Limite de resistência de espécime de teste do viga rotativa.....15
 TABELA 11 – Fator de sensibilidade ao entalhe.............................................16
 TABELA 12 – ..................................................................................................17
 TABELA 13 – Forças nos eixos.......................................................................21
 TABELA 14 – Momentos e torques.................................................................22
 TABELA 15 – Natureza da carga....................................................................22
 TABELA 16 – Momentos e torques corrigidos.................................................23
 TABELA 17 – Força nos planos e vida em horas............................................23
 TABELA 18 – Força radial...............................................................................24
 TABELA 19 – Fe (estimativa inicial)................................................................24
 TABELA 20 – Primeiro C10.............................................................................24
 TABELA 21 – Catálogo Interativo SKF............................................................24
 TABELA 22 – Seleção de rolamentos.............................................................25
 TABELA 23 – Relações de Fa/Co e Fa/VFr...................................................25
 TABELA 24 – C10 novo...................................................................................25
 TABELA 25 – Catálogo Interativo SKF............................................................26
 TABELA 26 – Velocidade Limite......................................................................26
 TABELA 27 - Relações de Fa/Co e Fa/VFr (Interpolado)...............................26
5

SUMÁRIO

1. Tema.......................................................................................................................7
2. Introdução...............................................................................................................7
3. Objetivos.................................................................................................................8
4. Metodologia.............................................................................................................9
4.1. Seleção do material..........................................................................................9
4.2. Projeto de eixo por tensão.............................................................................11
4.3. Projeto de eixo por Fadiga.............................................................................12
4.3.1. Fator de superfície................................................................................12
4.3.2. Fator de tamanho..................................................................................13
4.3.3. Fator de carregamento..........................................................................13
4.3.4. Fator de temperatura.............................................................................14
4.3.5. Fator de confiabilidade..........................................................................14
4.3.6. Fator de efeito diversos.........................................................................15
4.3.7. Limite de resistência de espécime de teste do viga totativa.................15
4.3.8. Limite de resistência no local críticio de uma peça de máquina na
geometria e na condição de uso..............................................................15
4.3.9. Fatores de concentrações de tensões..................................................15
5. Resultados............................................................................................................17
5.1. Análise numérica das tensões.......................................................................18
5.2. Seção 1..........................................................................................................20
5.3. Seção 2..........................................................................................................20
5.4. Seção 3..........................................................................................................20
5.5. Seção 4..........................................................................................................20
5.6. Seção 5..........................................................................................................20
5.7. Seção 6..........................................................................................................21
6. Análise em deflexão nos eixos pelo excel............................................................21
7. Seleção dos mancais............................................................................................23
8. Velocidade crítica..................................................................................................26
9. Discussão dos resultados e Conclusão ............................................................27
6

10. Conclusão.............................................................................................................27
11. Referências...........................................................................................................29
7

1.0 - TEMA

Projeto de eixo de transmissão com aço AISI 1020 laminado

2.0 – INTRODUÇÃO

Eixos de transmissão são dispositivos cilindricos compostos de rodas


dentadas que permitem a conversão da velocidade do motor em torque. Os eixos são
montados em mancais, em uma configuração biapoiada, em balanço ou saliente,
dependendo da configuração da máquina. Dessa forma, quando o eixo da
engrenagem gira, todo o equipamento gira. À titulo de exemplo,a conversão da
velocidade do motor em torque é o que fornece a força motriz de alimentação para as
rodas de um automóvel serem movimentadas. Além disso, através das engrenagens
e dos eixos em uma transmissão de automóvel, o motor é capaz de correr a uma
velocidade constante, enquanto as rodas dos automóveis podem ser executadas de
maneira mais rápida ou mais lenta, ou ainda no sentido inverso, utilizando o mesmo
motor de rotação, direção e velocidade.

Fatores como carregamento, tamanho, temperatura, confiabilidade e


outros, devem ser estimados ao se desenvolver um projeto para que assim, a peça
tenha uma vida útil apreciável e que forneça confiabilidade à operação.

O presente projeto, têm como objetivo construir um eixo de transmissão


atendendo os seguintes requisitos: o eixo, que gira a 1350 rpm, deve ter fixado a ele
uma polia com 580 mm de diâmetro, pesando 400 N, localizada 600 mm à direita do
mancal esquerdo. Uma engrenagem, com diâmetro primitivo de 315 mm, pesando 235
N, fixada sobre o eixo a uma distância de 300 mm à direita do mancal esquerdo e
gerando uma força axial neste mancal de 245,5 N. Uma engrenagem, com diâmetro
8

primitivo de 350 mm, pesando 260 N, localizada 250 mm à esquerda do mancal


esquerdo. Uma engrenagem, com diâmetro primitivo de 375 mm, pesando 270 N,
fixada sobre o eixo a uma distância de 300 mm à esquerda do mancal direito.
Finalmente, uma outra engrenagem, com um diâmetro primitivo 280 mm, pesando 210
N, que está localizada 250 mm à direita do mancal direito, gerando uma força axial de
200 N neste mesmo mancal. A largura de todos os elementos fixados sobre o eixo a
ser projetado é de 80 mm. Logo abaixo, um esboço do croqui ilustra o projeto à
estudado.

Figura 1- Eixo de transmissão

Nessa perspectiva, e com o objetivo de atender as demandas do projeto,


deve-se levar em consideração os tipos de esforços que cada elemento (eixo, polias
e engrenagens) estará sujeito, bem como, os materiais à serem utiizados. Como o
carregamento que estará agindo sobre o eixo pode conter prováveis choques
pesados, torna-se necessário a utilização de materiais que exigam grandes
deformações plásticas. Sendo assim, o material escolhido para o projeto foi o aço SAE
1020.

3.0 – OBJETIVOS

- Calcular os esforços incidentes no eixo do projeto: diagrama força


cortante, momento fletor, diagrama do momento torsor.
9

- Calcular velocidade crítica

- Definir os parâmetros de projeto pela tensão submetida ao eixo e pelas


condições de fadiga do material.

- Fazer o dimensionamento final das seções do eixo para cada elemento e


do dimensionamento dos mancais.

- Determinar os fatores de segurança.

4.0 – METODOLOGIA

4.1 – SELEÇÃO DO MATERIAL

Foi determinado um aço que encaixasse dentro do quadro de exigência do


projeto, para isso, foram utilizadas as cartas de Ashby, que de acordo com a literatura
tem por finalidade agrupar todas as famílias de materiais em gráficos cujas
coordenadas compõem as propriedades de interesse do projeto.
O material escolhido para fabricação do eixo aqui projetado foi o Aço AISI
1020. O aço AISI 1020 laminado cujo as propriedades mecânica relacionado à dureza
e impacto, são maiores em comparação com os aços AISI 1040 e aços AISI 4340. A
aplicação nesse projeto se torna adequada uma vez que o aço 1020 é indicado uma
vez que, esses materiais suportam grandes deformações plásticas, além do fato de
que, o carregamento que estará agindo sobre o eixo pode conter prováveis choques
pesados.
Um outro fator que levou a escolha desse aço, foi o tipo de tratamento
térmico utilizado no mesmo. A liga 1020 deve ser inicialmente submetida a um
tratamento de recozimento de normalização, que deve resultar no refino de grãos e
na formação de uma estrutura de perlita fina, o que permite a obtenção de uma
elevada tenacidade. A seguir a liga deve ser submetida a um tratamento termoquímico
de cementação para possibilitar a presença de uma superfície com elevada dureza.
Já que uma parte da peça deve ser conectada a um eixo, o processo de cementação
10

deve ser localizada, sendo que uma região da superfície da peça não será cementada.
Portanto deverá ser realizada uma cementação líquida.
A tabela abaixo, mostra um comparativo entre diversos aços, nos quais,
optamos apenas em analisar os três mencionados.

Propriedades mecânicas dos aços nas condições:


laminados a quente: normalizado e recozido.
Qualidade Temperatura Limite de Redução
Resist. àtração Alongamento Dureza
AISI Condições de auste- escoamento de área Impacto (J)
AFP ( MPa) (%) (HB)
(1) tização (ºC) (MPa ) (%)

Laminado - 420 315 39,0 61 126 111


1015 1015 Normalizado 925 425 325 37,0 70 121 115
Recozido 870 385 285 37,0 70 111 115
Laminado - 450 330 36,0 59 143 87
1020 1020 Normalizado 870 440 345 35,8 68 131 118
Recozido 870 395 295 36,5 66 111 123
Laminado - 550 345 32,0 57 179 75
1030 1030 Normalizado 925 525 345 32,0 61 149 94
Recozido 845 460 345 31,2 58 126 69
Laminado - 620 415 25,0 50 201 49
1040 1040 Normalizado 900 595 370 28,0 55 170 65
Recozido 790 520 350 30,2 57 149 45
Laminado - 525 415 20,0 40 229 31
1050 1050 Normalizado 900 750 430 20,0 39 217 27
Recozido 790 635 365 23,7 40 187 18
Laminado - 815 485 17,0 34 241 18
1060 1060 Normalizado 900 775 420 18,0 37 229 14
Recozido 790 625 370 22,5 38 179 11
Laminado - 965 585 12,0 17 293 7
1080
1084 Normalizado 900 1015 525 11,0 21 293 7
1084
Recozido 790 615 380 24,7 45 174 7
Laminado - 965 570 9,0 18 293 4
1095 1095 Normalizado 900 1015 505 9,5 14 293 5
Recozido 790 655 380 13,0 21 192 3
Laminado - 490 305 33,0 63 143 81
1117 1117 Normalizado 900 470 305 33,5 54 137 85
Recozido 860 430 285 32,8 58 121 94
Laminado _ 625 380 28,0 61 192 83
1137 1137 Normalizado 900 670 400 22,5 49 197 64
Recozido 790 585 345 26,8 54 174 50
Laminado - 675 360 22,0 38 192 11
1141 1141 Normalizado 900 710 405 22,7 56 201 53
Recozido 815 600 355 25,5 49 163 34
Normalizado 870 670 435 25,5 60 197 87
4130 4130
Recozido 865 560 360 28,2 56 156 62
Normalizado 870 1020 655 17,7 47 302 23
4140 4140
Recozido 815 655 420 25,7 57 197 54
Normalizado 870 1160 740 11,7 31 321 12
4150 4150
Recozido 815 730 380 20,2 40 197 24
11

Normalizado 895 795 460 20,8 51 235 73


4320 4320
Recozido 850 580 430 29,0 58 163 110
Normalizado 870 1280 860 12,2 36 363 16
4340 4340
Recozido 810 475 485 22,0 50 217 52
Normalizado 860 485 485 24,0 59 229 110
4820 4820
Recozido 815 460 460 22,3 59 197 94
Normalizado 870 475 475 22,7 59 229 38
5140 5140
Recozido 830 295 295 28,6 57 167 41
Normalizado 860 530 530 17,5 45 269 11
5160 5160
Recozido 815 275 275 17,2 31 197 10
Normalizado 870 615 615 21,8 61 269 35
6150 6150
Recozido 815 415 415 23,0 48 197 27
Normalizado 915 360 360 26,3 60 183 100
8620 8620
Recozido 870 385 385 31,3 62 149 115

TABELA 1

4.2 - PROJETO DE EIXO POR TENSÃO

Para o projeto de eixo por tensão, a seção foi dividida em seis eixos
conforme pode ser visto nas tabelas abaixo. Foram utilizados os gráficos gerados pelo
Ftool no que diz respeito no momento torsor. Atrelado a isso, as medidas dos
diâmetros foram obtidas através dos critérios de Von Mises e de Tresca.

Critério de Tresca Critério de Von Mises

Momento fletor Momento Torsor D (m)


xy (Nm) xz (Nm) RESULTANTE RESULTANTE Tresca Von mises
Seção 1 84,97 145,84 168,79 90 0,02102 0,02082
Seção 2 44,95 281,86 285,42 180 0,02539 0,02508
Seção 3 -165,25 489,17 516,33 180 0,02983 0,02969
Seção 4 -158,71 414,03 443,41 90 0,02800 0,02796
Seção 5 36,09 36,65 51,44 180 0,02087 0,01997
Seção 6 61,66 -68,93 92,48 180 0,02141 0,02064

TABELA 2
12

π= 3,14 Mmáx= 595,79 Diâmetros (m)


Sut= 250000000 Tmáx= 180 Tresca= 0,0311 D.tresca= 0,0003615
Sy= 210000000 Von Mis.= 0,0310 D.vm= 0,0003610

TABELA 3

4.3 - PROJETO DE EIXO POR FADIGA

Para o projeto de eixo por fadiga, fez – se necessário analisar os seguintes


critérios.
Ka = fator de modificação de condição de superfície
Kb = fator de modificação de tamanho
Kc = fator de modificação de carga
Kd = fator de modificação de temperatura
Ke = fator de confiabilidade
Kf = fator de modificação por efeitos variados
S’e = limite de resistência de espécime de teste da viga rotativa
Se = limite de resistência no local crítico de uma peça de máquina na geometria e na
condição de uso.

4.3.1 – FATOR DE SUPERFÍCIE

Para o fator de Superfície (Ka), será considerado um acabamento para


peça laminada a frio. Utilizando a tabela a baixo.

TABELA 4
13

Com o Sut = 450 Mpa, temos:


𝑘𝑎 = 4,51 x 450−0,265→ ka = 0,893.

4.3.2 – FATOR DE TAMANHO

Para o Fator de Tamanho (Kb), utilizaremos a Tabela,

TABELA 5

Sabendo que o valor de Kb terá aproximações para eixos, com os seguintes


diâmetros:

TABELA 6

Sendo assim Kb=0,85 pois é considerado a aproximação para diâmetros entre 30 e


50mm.

4.3.3 – FATOR DE CARREGAMENTO

O Fator Carregamento (kc) depende dos esforços os quais o eixo está


sendo submetido assim como mostra a tabela a seguir,

TABELA 7
14

Como a análise envolve esforços combinados de torção e flexão, Kc=1

4.3.4 – FATOR DE TEMPERATURA

Fator de Temperatura (kd), influência quando em aplicações com altas


temperaturas, que não é o nosso caso.

TABELA 8

Portanto, considera-se kd =1.

4.3.5 – FATOR DE CONFIABILIDADE

Considerado para o eixo como um todo uma confiabilidade de 99%, uma


vez que é uma peça que requer um dimensionamento criterioso, de acordo com a
Figura abaixo, ke = 0,814

TABELA 9
15

4.3.6 – FATOR DE EFEITO DIVERSOS

Para o fator por efeitos diversos, kf, será consideramos igual a 1.

4.3.7 – LIMITE DE RESISTÊNCIA DE ESPÉCIME DE TESTE DO VIGA


ROTATIVA

Se’ foi calculado como 0,504 x Sut de acordo com,

TABELA 10

que resulta em Se´= 226,8 MPa.

4.3.8 – LIMITE DE RESISTÊNCIA NO LOCAL CRÍTICIO DE UMA PEÇA


DE MÁQUINA NA GEOMETRIA E NA CONDIÇÃO DE USO

Se = Ka x Kb x Kc x Kd x Ke x Kf x Se´= 0,893 x 0,85 x 1 x 1 x 0,814 x 1 x


226,8. Se = 140,13 Mpa

4.3.9 – FATORES DE CONCENTRAÇÕES DE TENSÕES

Considerando que as seções retas permanecem constante e que não há


irregularidade na peça. O eixo a ser projetado possui descontinuidades com rasgo de
chaveta e variação de diâmetro. Como qualquer descontinuidade altera a distribuição
de tensões, de modo que as relações básicas não mais descrevem o estado de
tensão. Com isso calculamos o fator de concentração de tensões em fadiga ou fator
16

prático de concentração de tensão tanto para flexão (Kf), quanto para torção (Kfs),
através das seguintes equações e utilizando como referências os gráficos abaixo.

Sendo Kt o fator de concentração de tensão teórico e K ts o fator de


concentração de tensão geométrico e A =0,93836 e b = -27759, obtemos o fator de
concentração Kt = 0,93836 x (1/0,02) -27759 = 0,3425. De acordo com a padronização
da ASME definimos Kts = 1para torção constante e flexão variavel.

TABELA 11

A sensibilidade ao entalhe (q) do material escolhido foi calculado com base


em seu limite de ruptura e raio de arredondamento por meio da constante de Neuber
e da equação abaixo. Utilizando o Sut=140Mpa ou 65,267Kpsi, interpolando na tabela
abaixo para determinar o termo para se calcular a sensibilidade ao entalhe.
17

TABELA 12

1
Substituindo os valores na equação de q, obtemos q = 0,1 = 0,6648.
1+
0,1984

Após a determinação desses termos, podemos determinar os fatores de


concentração, Kf e Kfs, respectivamente iguais a Kf = 1 + 0,6648 (0,3425 – 1) = 0,5628
e Kfs = 1 + qcis (kts – 1). Substituindo o valor de Ktsobtemos Kfs = 0.

5.0 – RESULTADOS

Os resultados foram encontrados a partir de anáslises numéricas


realizadas no software Ftool, bem como, o dimensionamento por seção dos diâmetros,
com os respectivos momentos e torques.

5.1 – ANÁLISE NUMÉRICA DAS TENSÕES

Para fazer a análise numérica das tensões, foi utilizando o software Ftool
® para encontrar as reações dos apoios e os diagramas força cortante, momento
fletor.
18

Figura 2 - Diagrama de corpo livre no eixo x - z

Figura 3 - Diagrama de corpo livre no eixo x - y

Figura 4 - Reações nos mancais no plano x – z

Figura 5 - Reações nos mancais no plano x – y

Reação resultante no mancal no ponto 2 é dada por R2


= √97,602 + 1007,042 = 1011,76N.
Reação resultante no mancal no ponto 6 é dada por R6
= √14242 + 795,962 = 1631,36N.
19

Figura 6 - Diagrama de força cortante no plano x- z

Figura 7 - Diagrama de força cortante no plano x- y

Figura 8 - Diagrama do momento fletor no plano x - z

Figura 9 - Diagrama do momento fletor no plano x – y

5.2 SEÇÃO 1

M = 168,79N.m
T = 90 N.m
D1 (Tresca) = 0,02102
20

D1 (Von Misses) = 0,02082

5.3 SEÇÃO 2

M = 285,42 N.m
T = 180 N.m
D2 (Tresca) = 0,02539
D2 (Von Misses) = 0,02508

5.4 SEÇÃO 3

M = 516,33N.m
T = 180 N.m
D3 (Tresca) = 0,02983
D3 (Von Misses) = 0,02969

5.5 SEÇÃO 4

M = 443,41 N.m
T = 90 N.m
D4 (Tresca) = 0,02800
D4 (Von Misses) = 0,02796

5.6 SEÇÃO 5

M=51,44N.m
T = 180 N.m
D5 (Tresca) = 0,02087
D5 (Von Misses) = 0,01997

5.7 SEÇÃO 6

M = 92,48N.m
T = 180 N.m
D6 (Tresca) = 0,02141
21

D6 (Von Misses) = 0,02064

6.0 ANÁLISE EM DEFLEXÃO NOS EIXOS PELO EXCEL

Em si tratando das deflexões sofridas nas engrenagens, vale salientar que


a deflexão máxima não pode ultrapassar 0,125 mm nas mesmas, assim como, a
inclinação não pode ser maior do que 0,0005 rad (0,0286°) entre engrenagens
(BUDYNAS, 2011).

Para mancais de rolos, a inclinação desejada não pode ultrapassar 0,0005


rad - 0,0012 rad. Para mancais de esferas e esferas autocompensadoras, a inclinação
deve estar no intervalo de 0,026 rad - 0,052 rad.

ELEMENTOS Plano XY Plano XZ RESULTANTE


ENG1 0,00000825 0,00006104 6,1595E-05
ENG2 0,00001558 0,00005578 5,7915E-05
POLIA 0,00002362 0,0000739 7,7583E-05
ENG4 0,00001441 0,00004776 4,98865E-05
ENG5 0,00000869 0,0000389 3,98588E-05

Tabela 13

Wcri
Peso [N] Wi yi Wi yi² [rad/s] Wcri [rpm]
ENG1 260 1,605 9,864310 398,7735 3809,938
ENG2 235 1,3605 7,882210
POLIA 400 3,105 2,407609
ENG3 270 1,3505 6,719410
ENG4 210 8,3706 3,336310
SOMA 8,2498E-05 5,18787E-09

Tabela 14

Momentos Torques
22

M1 168,79 T1 90
M2 285,42 T2 180
M3 516,33 T3 180
M4 443,41 T4 90
M5 51,44 T5 180
M6 92,4 T6 180

Tabela 15

TABELA 16

Para fazer a correção do momento fletor e do torque fez – se necessário


utilizar a tabela acima, uma vez que, no projeto analisado o eixo sofre choques
violentos.

Momentos Torques Diâmetros


Corrigido corrigidos (m)
M1 1054,9375 T1 360 d1 0,02598868
M2 1783,875 T2 720 d2 0,0311832
M3 3227,0625 T3 720 d3 0,03732198
M4 2771,3125 T4 360 d4 0,03527751
M5 321,5 T5 720 d5 0,02330614
M6 577,5 T6 720 d6 0,02451391

Tabela 17

Para atinigir as espectativas do projeto, corrigimos o diâmetro do eixo através das


formulas:
1
nd  v 4
d novo  d velho
vadm
23

1
nd  4
dv
d novo  d velho  
 adm dx

7.0 SELEÇÃO DOS MANCAIS

Pelo fato de não existir cargas axiais significantes, além de baixas cargas
radiais, utilizamos de esferas de pista única. Esses rolamentos são bastante
acessíveis no que diz respeito ao custo, pelo fato de ser baixo e, além disso, suporta
cargas axiais e radiais. Um outro aspecto que foi levado e com consideração, é o fato
da manutenção. Esse tipo de rolamento é de fácil montagem.
Para a seleção dos mancais, utlizamos os dados da SKF. Estes dados
estão disponíveis a partir do catálogo no site da própria SKF.

A tabela abaixo consta forças nos planos e a vida em horas. Considerando


então que o eixo trabalha 8 horas por dia, 365 dias por ano durante 5 anos, o valor do
L em horas é 10400 horas.

Mancal I Mancal II
F (N)(Plano XY) 1070,04 795,96
F (N)(Plano XZ) 97,70 1424,00
Fa (N) 245,50 200,00
L (horas) 10400,00 10400,00
RPM 1350,00 1350,00

Tabela 18

Fr (Radial) 1074,49 1631,36

Tabela 19

Para encontrar o Fe, foi utilizado o X e Y encontrados à partir do chute


inicial. Sendo assim, Para encontrar o carregamento combinado Fe, foi utilizado um
valor intermediário de X2 e Y2 na tabela ao lado.
24

Chute Inicial
X 0,56 0,56
Y 1,85 1,85
Fe 1055,89 1283,56

Tabela 20

Uma vez estimado o valor de Fe, é possível determinar o valor para o primeiro C10.

C10 9972,21 12122,41

Tabela 21

Catálago
Interativo
SKF
d (mm) 25,00 22,00
C10 11,20 14,00
Co 6,55 7,65
Velocidade lim 9500,00 19000,00
Descrição 63005-2RS1 62/22

Tabela 22

Com o C10 em mãos é possível procurar na tabela do fabricante SKF um rolamento


com o diametro “d” de interesse com um C10 ligeiramente maior ao calculado. Abaixo
está a primeira seleção dos rolamentos.

Fa/Co 0,04 0,03


Fa/VFr 0,228 0,123
e (interpolado) 0,232 0,217
X 1,00 1,00
Y 0,00 0,00
Fe 1319,99 1831,36

Tabela 23
25

Para conferir se o rolamento selecionadoestá adequado, é preciso fazer as relações


de Fa/Co e Fa/VFr para encontrar o novo X e Y e assim calcularo novo Fe. O V nesse
casoé igual a , pois a pista interna do rolamento gira solidário ao eixo.

Fa/VFr<e Fa/VFr>e
Fa/Co E X1 Y1 X2 Y2
0,014* 0,19 1 0 0,56 2,3
21 0,21 1 0 0,56 2,15
28 0,22 1 0 0,56 1,99
42 0,24 1 0 0,56 1,85
56 0,26 1 0 0,56 1,71
70 0,27 1 0 0,56 1,63
84 0,28 1 0 0,56 1,55
110 0,3 1 0 0,56 1,45
0,17 0,34 1 0 0,56 1,31
0,28 0,38 1 0 0,56 1,15
0,42 0,42 1 0 0,56 1,04
0,56 0,44 1 0 0,56 1

Tabela 24

C10 (novo1) (N) 12466,48 17296,01


C10 (novo1) 12,47 17,30
(KN)

Tabela 25

Catálago Catálago
Interetivo Interetivo
SKF SKF
d (mm) 25,00 22,00
C10 14,80 18,60
Co 7,80 9,30
Velocidade lim 18000,00 18000,00
Descrição 6205 NR 63/22

Tabela 26
26

Fa/Co 0,03 0,02


Fa/VFr 0,228 0,123
e (interpolado) 0,224 0,211

Tabela 27

Fazendo a mesma seleção semelhante ao diâmetro encontrado para Tresca,


encontramos para o diâmetro de Fadiga, econtramos os seguintes rolamentos.
RLS20 para o mancal 1 e o W61917 para o mancal 2.

8.0 VELOCIDADE CRÍTICA

A velocidade crítica é um fator de extrema importância a ser levado em


consideração no desenvolvimento do projeto de um eixo. Em certas velocidades o
eixo pode ser tornar desestabilizado e as deflexões aumentam muito, podendo
prejudicar todo o projeto. Um aspecto que deve ser considerado também são os pesos
das engrenagens no eixo, no qual, tem uma frequência natural que causa uma
velocidade crítica.

Devemos evitar excitar um sistema ao ponto de sua frequência crítica


(velocidade crítica) ou próximo a ela, já que as deflexões resultantes frequentemente
causarão tensões grandes o suficiente para rapidamente romper a peça, nos estágios
iniciais de projeto, quando a geometria das peças não está totalmente definida, um
método rápido e de fácil aplicação para encontrar pelo menos uma frequência
fundamental aproximada para o projeto proposto é muito útil.

A velocidade crítica é dada pela equação de Rayleigh, onde ωi é o peso do


corpo e yi a deflexão do mesmo. Para realizar o cálculo, considera-se g = 10 m/s2.
abaixo:
27

Na tabela abaixo, as deflexões são apresentadas em projeto para os pontos


atuantes das engrenagens e polia assim como a velocidade crítica.

Wcri
Peso [N] Wi yi Wi yi² [rad/s] Wcri [rpm]
ENG1 260 1,605 9,864310 398,7735 3809,938
ENG2 235 1,3605 7,882210
POLIA 400 3,105 2,407609
ENG3 270 1,3505 6,719410
ENG4 210 8,3706 3,336310
SOMA 8,2498E-05 5,18787E-09

9.0 DISCUSSÃO DOS RESULTADOS E CONCLUSÃO

Conforme dados apresentados nesse trabalho pudemos fazer analises de


forças no ftool, momento fletor e a linha elastica do eixo que nos foi fornecido. Os
dados encontrados estão coerente com a teoria, pois achamos os diametros com as
deflexoes das polias abaixo de 0,125 mm e inclinação abaixo de 0,0005 rad.

A medida que fomos fazendo as devidas correções nos diametros com


analise de fadiga e a correção devido a deflexão nossos diametros tiveram um leve
aumento redistribuindo as tensões no eixo.
Diante ao trabalho envolvido realizado para o desenvolvimento do projeto,
vale salientar que, o mesmo, foi de extrema importância não só por manter a coesão
dos membros da equipe, mas sim, por manter todos inquietos no que diz respeito a
solucionar os problemas encontrados. Só o fato de todos estarem envolvidos, cada
um, contribuindo de uma forma diferente, já foi grande proveitoso.
Um outro aspecto que deve ser levado em consideração quanto à
elaboração de um projeto, são os números. Pudemos perceber o quanto um número
28

exerce influência no mesmo. Através das discrepâncias encontradas, ficou claro que
a manipulação precisa dos fatores que são deterministas no desenvolvimento de um
projeto, é de extrema importância para eficácia do mesmo.
Mediante ao desenvolvimento do trabalho, algo que nos chamou à atenção
foram as análises numéricas realizadas. Nesta perspectiva, podemos falar quão
importante é dedicar – se para um projeto, e o quanto exige tempo, paciência e
determinação em todas as etapas envolvidas em sua execução. Sendo assim, ficou
claro que embora tenham surgido dificuldades até chegar ao resultado final, o mesmo
trouxe ganhos qualitativos para todos, uma vez que, mergulhamos no conteúdo ali
trabalhado com muita força de vontade para que o resultado fosse atingido.

11 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
29

NORTON, R. L. Projeto de máquinas [recurso eletrônico] : uma abordagem


integrada / Robert L. Norton ; [tradução: Konstantinos Dimitriou Stavropoulos ... et
al.]. – 4. ed. – Dados eletrônicos. – Porto Alegre : Bookman, 2013.

SHIGLEY, J. E. Projeto de engenharia mecânica / Joseph E„ Shigley, Charles


R. Mischke, Richard G. Budynas : tradução João Batista de Aguiar, Jose' Manoel de
Aguiar. - 7. ed. - Porto Alegre : Bookman, 2005.

CALLISTER Jr., William D. / RETHWISCH, David G. Fundamentos da Ciência e


Engenharia de Materiais - Uma Abordagem Integrada - 4ª Ed. 2014

NOLL C. J.; LIPSON C. Allowable Working Stresses. Sociely for


Experimental Stress Analysis, vol. 3, 1946. p.

MISCHKE, C. R. Prediction of Stochastic Endurance Strength. Trans. of


ASME, Journal o fVibration, Acoustics, Stress and Reliability in Design, nº 1,
Janeiro 1987. 113-122.

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