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Alexandre Alabora
Segundo Semestre de 2019
I Sistemas Termodinâmicos
b) A Mecânica Estatı́stica é uma parte especial da mecânica b) Um sistema chega a um estado de equilı́brio sempre que
que explica o calor a partir de uma interpretação cinética tempo suficiente se passar. Um estado não carrega lem-
do movimento desordenado dos átomos e moléculas. brança do passado, pois não depende das caracterı́sticas
Desse ponto de vista os fenômenos térmicos seriam a anteriores, ou seja, o resultado final é sempre o mesmo
interpretação mecânica de um aglomerado enorme de independentemente dos processos que o sistema teve que
partı́culas, onde as descrições especı́ficas de estado não passar para chegar naquele estado.
teriam importância mas sim as médias do sistema todo,
de onde emergiriam os fenômenos termodinâmicos obser- c) Chama-se de Processo Reversı́vel aquele que pode ser
vados. representado por passos infinitesimais, onde cada passo
pode ser considerado um sistema em equilı́brio.
c) A termodinâmica pura se desenvolveu independente-
mente da descrição microscópica dos fenômenos térmicos d) Na prática isso consiste em mudar certa grandeza de es-
e por isso não a considera em suas explicações, ao invés tado muito devagar dando tempo para o sistema se ajus-
disso as leis e conclusões são postulados obtidos a partir tar às mudanças vagarosamente de forma que o sistema
da observação empı́rica de fenômenos macroscópicos. esteja sempre em equilı́brio.
Questão 4.
Questão 2.
a)
a) Na mecânica clássica um sistema é bem especificado num
determinado instante de tempo caso a posição e a velo- V
cidade de cada partı́cula sejam conhecidas.
1
P P
b) Para o caso geral consideremos um recipiente qualquer
de formato irregular sob uma pressão uniforme como o W =
H
P dV = A > 0 W =
H
P dV = −A < 0
representado na figura, imaginando uma expansão infini-
tesimal das paredes de 1 para 2.
2
1
V V
dl
dA
Questão 5.
a) A Temperatura é constante.
b) O Volume é constante.
c) A Pressão é constante.
Tendo dA como um elemento de superfı́cie e dl como d) Para um processo isocórico (isovolumétrico) teremos a
o deslocamento desse elemento na direção normal à su- integral
perfı́cie. Z V2
O trabalho feito pela pressão no elemento dA será dW = W = P dV
F dl = P dA dl , e portanto tomando a integral da su- V1
W =0
Z
dW = P dA dl
Ou seja, o trabalho feito num processo isovolumétrico é
Para o volume, de forma similar, temos que a variação do nulo.
volume será dada por
Z Questão 6.
dV = dA dl a)
P P
Comparando essas duas equações obtemos o resultado an-
terior W >0 W <0
dW = P dV (4.b)
P2 P2
d) Um processo cı́clico é aquele cujo o estado final é igual b) O trabalho será a área contida em cada diagrama (inte-
ao estado inicial. gral de linha) representado pela área pintada.
Para W > 0 o trabalho é W = (V2 − V1 )(P2 − P1 ),
e) Geometricamente o trabalho corresponde ao valor das e para W < 0 é W = −(V2 − V1 )(P2 − P1 )
áreas pintadas
Questão 7.
P a) O gás ideal é uma aproximação analı́tica de um gás que
se comporta conforme a seguinte equação de estado
R Vb
W = P dV = A
Va P V = nRT (7.a)
2
J
a massa do gás e M sua massa molar). R = 8, 314 K mol
3
II Primeira Lei da Termodinâmica
4
Questão 14. por duas dessas variáveis, se tomarmos T e V como as
variáveis independentes numa transformação obtemos um
a) Nesse caso a energia é a soma das energias cinéticas e
dU dependente da derivada parcial nessas variáveis, pois
potenciais de cada massa pontual.
U = U (T, V ). Portanto, através do cálculo do diferencial
de uma função com duas variáveis independentes (regra
b) O estado de um sistema pode ser representado da seguinte
da cadeia para funções de múltiplas variáveis)
forma
UB − UA = −W U ∂U
dU = dT + dV
∂T V ∂V T
Onde B e A correspondem a dois estados diferente e −W
é o trabalho despendido para chegar de um ao outro,
c) Substituindo o último resultado na forma infinitesimal da
agora tomando como referência um estado padrão O onde
primeira lei obtemos
UO = 0 concluı́mos que
∂U ∂U
UA = −WA e UB = −WB dT + dV = Q − P dV
∂T V ∂V T
Onde WA e WB são os trabalhos necessários para chegar ∂U ∂U
dT + dV + P dV = Q
do estado padrão até respectivo estado. ∂T V ∂V T
Assim podemos perceber que uma transformação de A
∂U ∂U
para B pode ser entendida como a sucessão de duas dT + + P dV = Q
∂T V ∂V T
transformações, de A para O e então de O para B.
Mas não há nada especial nessa definição, poderı́amos
escolher um outro estado padrão O0 e obterı́amos um d) Tomando U = U (P, T ) nesse caso a diferencial para a
resultado A0 diferente de A, mas é fácil se observar que energia interna e para o volume serão
A e A0 diferem somente por uma constante aditiva pois
∂V ∂V
dV = dP + dT
a transformação pode ainda ser obtida transformando ∂P T ∂T P
de O0 para O e depois para A, essa constante seria o
∂U ∂U
trabalho para ir de O0 para O (WO0 O ). dU = dP + dT
∂P T ∂T P
c) Quando um trabalho é realizado pelo sistema parte da Substituindo isso na forma diferencial da primeira lei ob-
energia cinética das partı́culas que compõem o sistema temos
∂U ∂U ∂V ∂V
é usada para realizar esse trabalho (mover um pistão dP + dT + P dP + dT = dQ
∂P T ∂T P ∂P T ∂T P
por exemplo), o que implica uma diminuição da energia
∂U ∂V ∂U ∂V
interna. +P dT + +P dP = dQ
∂T P ∂T P ∂P T ∂P T
d) O calor é a transferência da energia entre as partı́culas e) Se tomarmos V e P como variáveis independentes tere-
de dois corpos, quando um corpo mais quente é posto mos
em contato com um frio a energia cinética das partı́culas ∂U ∂U
dU = dV + dP
do quente é transferida em parte para o frio através de ∂V P ∂P V
colisões, aumentando sua energia interna.
Substituindo na forma diferencial da primeira lei
∂U ∂U
e) Visto que o efeito do calor e do trabalho num sistema dV + dP + P dV = dQ
∂V P ∂P V
são apenas modificações mecânicas nas partı́culas que o
compõem, se o princı́pio da conservação da energia valer ∂U ∂U
dP + + P dV = dQ
pra esse caso temos a Primeira Lei da Termodinâmica ∂P V ∂V P
∆U = Q − W
Questão 16.
Que diz que a variação na energia será a soma do traba-
a) A capacidade térmica é a mudança na quantidade de ca-
lho e do calor recebidos.
lor correspondente à uma mudança de Temperatura. Da
expressão obtida na c da Questão 15 nesse caso teremos
que dV = 0, portanto
Questão 15.
∂U
a) Diferenciando a Primeira Lei da Termodinâmica temos dT = dQ
∂T V
dU = dQ − dW ∂U dQ
=
∂T V dT
E como visto na b da Questão 4 o trabalho infinitesimal
num fluı́do homogêneo é dado por dW = P dV . Portanto dQ ∂U
Como CV = temos CV =
dT ∂T V
dU = dQ − P dV b) De forma similar para CP , a partir da expressão obtida
na d da Questão 15, onde dP = 0, temos
b) O estado do fluı́do pode ser determinado pelas variáveis ∂U ∂V
+P dT = dQ
P , V e T e portanto o estado U pode ser definido ∂T P ∂T P
5
dQ ∂U ∂V
E portanto CP = = +P
dT ∂T P ∂T P d) Do último resultado segue que
c) Calor especı́fico e calor especı́fico molar são respectiva- P dV = R dT − V dP
mente a capacidade térmica de uma substância para 1
grama e para 1 mol. E substituindo isso no resultado obtido na b
CV dT + (R dT − V dP ) = dQ
Questão 17. (CV + R) dT − V dP = dQ
Questão 18.
c) Diferenciando a equação de estado para um mol de um
gás ideal temos a) (já feito na b da Questão 17)
6
Da b da Questão 17 temos CV T = U , e para n mols P V K = const.”
basta multiplicar CV por n, nesse caso substituindo essas
RT
informações De outra forma, substituindo V por
( P
3
nRT para gás ideal monoatômico k−1
U = 25 RT
T = const.
2 nRT para gás ideal diatômico P
E finalmente para CP podemos usar a relação CP = T K−1
CV + R (b da Questão 17) T = const.
P K−1
TK
(
3
R + R = 25 R para gás ideal monoatômico = const.
CP = 52 7 P K−1
2 R + R = 2 R para gás ideal diatômico
T
c) Para o gás monoatômico = const.000
K−1
P K
Questão 19.
a) Uma transformação adiabática é aquela que é reversı́vel
e que o sistema é termicamente isolado de forma que ne-
nhum calor seja trocado entre ele e o ambiente durante a
transformação.
b) Como encontrado b da Questão 16, e visto que definimos
dQ = 0 para um processo adiabático temos
CV dT + P dV = 0
RT
Utilizando a equação de estado como P = obtemos
V
RT Questão 20.
CV dT + dV = 0
V a) Por que o ar é um péssimo condutor de calor, dessa forma
dT R dV as partes quentes e frias em contato trocam muito pouco
+ =0
T CV V calor.
7
Logo, substituindo esse resultado Como
encontrado
na e da Questão 7, W =
P1
nRT ln , e portanto para uma expansão isotérmica
PM P2
dP = − g dh teremos
RT
P1
K−1 Q = nRT ln
Tomando o ln da expressão T P − K = const.000 encon- P2
trada na b da Questão 19
5[atm]
Q = 3.(8.314[J/molK])(0 + 273, 15)[K] ln
K −1 3[atm]
ln T − P = ln C
K Q = 3480, 21 J
8
Não conhecemos os valores para a pressão, mas conhece- Agora, pela primeira lei da termodinâmica
mos para a temperatura, nesse caso podemos substituir
P = nRT
V .
∆U = Q − W
1 Q = ∆U + W
W = (V2 − V1 )(P2 + P1 )
2 Q = 290 − 1306, 10
1 RT2 RT1 Q = 1016, 1 J
W = (V2 − V1 ) +
2 V2 V1
R T2 T1 Questão 24.
W = (V2 − V1 ) +
2 V2 V1
K = 7/5
T1 = 18 ◦ C = 18 + 273, 15 = 291, 5 K Da expressão en-
contrada na d da Questão 19 temos
Substituindo os valores obtemos
T1 V1K−1 = T2 V2K−1
K−1
V1
T2 = T1
8, 31 [J/K mol] 305 [K] 291 [K]
W = (0, 0127 [m3 ] − 0, 021 [m3 ]) + V2
2 0, 0127 [m3 ] 0, 021 [m3 ]
Substituindo os valores
∆U = CV (T2 − T1 ) 7/5 −1
5 1
∆U = 8, 31 [J/K mol](305 [K] − 291 [K]) T2 = 291, 15
2 1, 35
∆U = 290, 85 J T2 = 258, 2 K
9
Podemos aproximar a razão Q2 /Q02 por um número raci-
onal
c) Q2 N0
0 = (3)
W Q2 − Q1 Q1 Q2 N
η= = =1−
Q2 Q2 Q2 Considerando N 0 ciclos da segunda máquina e N ciclos
reversos da primeira máquina, obtemos
O trabalho total realizado pelas duas máquinas durante
d) Quando isso acontece, o ciclo absorve o trabalho ao invés o processo
de produzi-lo. Wtotal = N 0 W 0 − N W
A quantidade de calor absorvida pela fonte t2
Questão 27. Q2,total = N 0 Q02 − N Q2
a) Se Kelvin é violado seria possı́vel uma transformação E a quantidade de calor total fornecida para a fonte t1
cujo o único resultado final seria transformar calor de
uma fonte com temperatura t1 completamente em tra- Q1,total = N 0 Q01 − N Q1
balho, através da fricção poderı́amos transformar esse
Com as expressões do trabalho das duas máquinas (1 e
trabalho completamente em calor, e com esse calor po-
2), temos o trabalho total
derı́amos aumentar a temperatura de outro corpo inde-
pendentemente de sua temperatura t2 . Em particular Wtotal = Q2,total − Q1,total
se escolhermos t2 > t1 , terı́amos um processo em que
o último resultado final seria transferir o calor de uma Mas para Q2,total , a partir de (3) vemos que N 0 Q02 −
corpo para outro corpo de temperatura maior, logo Clau- N Q2 = 0, e portanto
sius também é violado.
Q2,total = 0
b) Se Clausius é violado seria possı́vel transferir uma quan- Logo, Wtotal = −Q1,total
tidade de calor Q2 de uma fonte com temperatura t1 para Sabemos que para obedecer o postulado de Kelvin
um fonte com temperatura maior t2 . Com o auxı́lio de
um ciclo de Carnot poderı́amos absorver a quantidade Q1,total ≥ 0
de calor Q2 e produzir uma quantidade de trabalho W , Essa desigualdade nesse caso é equivalente a
como a fonte t2 libera e recebe a mesma quantidade de
calor ela permanece inalterada (como se não existisse, W ≤0
ou fizesse diferença no processo). Portanto o processo
descrito iria ter o único resultado final a transformação Com a expressão obtida para Q1,total
de calor extraı́do de uma fonte homogênea em trabalho, Q1,total ≥ 0
logo Kelvin é violado. 0
N Q01 − N Q1 ≥ 0
c) Mostrando que se Clausius não é válido Kelvin também N 0 Q01 ≥ N Q1
não é violado, e vice-versa, mostramos que ambos são
Dividindo esse resultado pela (3) (para sumir com N e
equivalentes.
N 0)
Q2 Q01 ≥ Q02 Q1
Questão 28. E finalmente
Q2 Q0
a) Provando que Q1 > 0 (prova por contradição): ≥ 20
Assumindo Q1 ≤ 0. Isso significaria que a máquina ab- Q1 Q1
sorveu uma quantidade Q1 de calor da fonte t1 , então
colocando ambas as fontes em contato térmico o calor
fluiria espontaneamente da fonte t2 para a fonte t1 até c) Se a segunda máquina também é reversı́vel temos que o
a última ter recebido a mesma quantidade de calor que último resultado também se aplica a ela, obtemos então
deu para a máquina. Assim a fonte t1 permaneceria inal- a seguinte desigualdade
terada, e o único resultado final seria a transformação do Q02 Q2
calor de uma única fonte (com temperatura homogênea 0 ≥
Q1 Q1
t2 ) em trabalho, o que é contrário ao postulado de Kel-
vin, e portanto Q1 > 0. As duas desigualdades só são válidas no caso da igual-
Provando que Q2 > 0: Para um cilo temos W = Q2 − Q1 , dade, portanto
por hipótese W > 0 e como mostrado Q1 > 0, então Q2 Q2 Q0
= 20
necessariamente precisa ser maior que 0 para satisfazer a Q1 Q1
equação.
b) Para os dois ciclos temos d) Se temos uma máquina reversı́vel e uma não necessaria-
mente reversı́vel vale a desigualdade
W = Q2 − Q1 (1)
Q2 Q0
W 0 = Q02 − Q01 (2) ≥ 20
Q1 Q1
10
Da definição de rendimento temos Questão 30.
Q1 Q0 a) Aplicando a primeira lei na transformação AB temos
1− ≥ 1 − 10
Q2 Q2
UB − UA + WAB = Q2
Portanto o rendimento da máquina que não é reversı́vel
não pode exeder o da reversı́vel. Da d da Questão 7 sabemos o trabalho de uma expansão
isotérmica como sendo
Questão 29.
VB
a) no resultado da c da Questão anterior vimos que a WAB = RT2 ln
VA
razão Q2 /Q1 tem o mesmo valor para todas as máquinas
reversı́veis que operam entre as temperaturas t1 e t2 , Sabemos também que a energia interna de um gás ideal
sem fazer nenhuma suposição sobre as propriedades es- é função somente da temperatura, como UA e UB estão
pecı́ficas das máquinas a não ser a reversibilidade. Dessa na mesma isoterma temos UA = UB . Logo
forma escrevemos a relação em função somente das tem-
peraturas VB
Q2 Q2 = RT2 ln
= f (t1 , t2 ) VA
Q1
b) Sejam A1 e A2 duas máquinas reversı́veis cı́clicas que tra- De forma idêntica obtemos Q1
balham entre as temperaturas t0 e t1 e t0 e t2 respecti-
vamente (ambas absorvendo um calor Qn da fonte tn e VD
liberando Q0 em t0 ). Com o resultado da alternativa Q1 = RT1 ln
VC
anterior temos para esses ciclos
b) Como A e C estão na curva adiabática, da d da questão
Q1 18 temos
= f (t0 , t1 )
Q0
Q2
= f (t0 , t2 ) T1 VCK−1 = T2 VAK−1
Q0
De forma similar
Essa nova temperatura não tem unidade definida devido b) Um refrigerador é um ciclo de Carnot operado no sentido
a constante multiplicativa arbitrária K. reverso.
11
Questão 32.
c) Sabendo que W = Q2 − Q1 e que Q2 /Q1 = T2 /T1 (c da
28) Questão 33.
T2
Q2 = Q1 Questão 34.
T1
T2
⇒ W = Q1 − Q1
T
1
T2
W = Q1 −1
T1
T2 − T1
W = Q1
T1
T1
Q1 = W
T2 − T1
IV A Entropia
12
Substituindo esses resultados na hipótese inicial
b) Para um sistema de muitas partı́culas o estado dependerá
Z B
dQ de uma infinidade de variáveis (posição e velocidade de
S(B) − S(A) =
A T todas as partı́culas), concluı́mos que para um estado ter-
c) Tomando O0 como o novo padrão terı́amos por definição modinâmico há um número grande de estados dinâmicos,
se definirmos que para um certo estado termodinâmico
Z A há um número correspondente de estados dinâmicos te-
0 dQ
S (A) = mos que a probabilidade de um estado termodinâmico
O0 T
está atrelada à uma probabilidade de estados dinâmicos,
Do resultado da alternativa anterior sabemos bastando dividir essa quantidade pelo número total de
estados.
S 0 (A) = S(A) − S(O0 )
c)
S(O0 ) = S(A) − S 0 (A)
Como O0 é fixo S(O0 ) é constante, isso mostra que a
diferença nas entropias de um estado A obtidas a partir Questão 39.
de dois estados padrão é constante, logo a entropia é
definida apesar de uma constante aditiva. Questão 40.
d) Da definição de entropia
Z
Questão 41.
dQ
S= a) O espaço entre a superfı́cie do lı́quido e as faces dos
T
recipientes que expandiu seria preenchido com vapor sa-
Tomando o diferencial chegamos imediatamente em turado com pressão P .
dQ b)
dS =
T
e) Supondo um sistema S composto de dois sistemas parci- c) Para temperaturas muito grandes a linhas aproximam
ais s1 e s2 , a entropia total só vai ser a soma das entropias uma hipérbole equilateral, por que nessas altas tempe-
quando raturas o comportamento do gás se aproxima cada vez
U = U1 + U2 mais da de um gás ideal.
E
d) (*mais fácil ver pelo gráfico)A coexistência de fases ocorre
W = W1 + W2
quando há a presença de gás e lı́quido, no gráfico isso é re-
Pois assim, com a primeira lei, obtemos presentado por uma reta horizontal. O ponto onde uma
isoterma se torna infinitesimal é chamado de isoterma
Q = Q1 + Q2 crı́tica, nesse ponto (crı́tico) as respectivas temperatura
e pressão são a pressão e temperatura crı́ticas.
Dessa forma, podemos dividir a definição de entropia em
duas, na soma e) No gráfico as áreas nas fronteiras entre L, LV, V, são
Z A Z A Z A difı́ceis de se identificar o estado, quando estamos distan-
dQ dQ1 dQ2
S(A) = = + tes é dessas áreas a separação é evidente.
O T O T O T
e)
Questão 46.
Questão 47.
Questão 38.
a) Não depende do estado inicial, o estado final é comple- Questão 48.
tamente probabilı́stico, com cada estado especı́fico tendo
probabilidade 1/Ω de ocorrer. Questão 49.
13
V Potenciais Termodinâmicos
Definindo F = U − T S dF = −S dT
∂F
W ≤ U (A) − U (B) + T S(B) − T S(A) − =S
∂T V
W ≤ U (A) − T S(A) − U (B) − T S(B)
W ≤ F (A) − F (B) Se T = cte, dT = 0
W ≤ −(F (B) − F (A)) dF = −P dV
W ≤ −∆F
∂F
− =P
c) Nesse caso W = 0, segue imediatamente que ∂V T
e) Sabendo que (a da Questão 18)
0 ≤ −∆F
∆F ≤ 0 U = CV T + b
dU = −P dV Questão 51.
∂U a) O trabalho de um fluı́do é dado por
− =P
∂V S
W = P [V (B) − V (A)]
Se V = cte, dV = 0
Usando o resultado da b da Questão 50
dU = T dS
∂U
W ≤ −∆F
=T
∂S V P V (B) − P V (A) ≤ F (A) − F (B)
14
Definindo b) Considerando os valores molares, temos
G = U − TS + PV = F + PV
G = m1 g1 + m2 g2
F (B) + P V (B) − P V (A) − F (A) ≤ 0
F (B) + P V (B) − (P V (A) + F (A)) ≤ 0 Se acrescermos m2 em dm2 como m1 +m2 = m = cte, m1
vai diminuir dm2 , e também vai haver um acréscimo infi-
G(B) − G(A) ≤ 0
nitesimal em G correspondente á sua variação, da forma
∆G ≤ 0
b) Se temperatura e pressão são mantidas constantes e dG = dm2 (g2 − g1 )
G é mı́nimo, o sistema está em equilı́brio estável, pois
qualquer transformação aumentaria G e estaria em con- Portanto a primeira equação assume
tradição com a desigualdade encontrada.
G + dm2 (g2 − g1 ) = (m1 − dm2 )g1 + (m2 + dm2 )g2
c) Derivando a definição de Energia Livre de Gibbs com
relação à P
O sistema estava inicialmente em equilı́brio e portanto G
G = U − TS + PV
era mı́nimo e não varia durante a tranformação
∂G ∂U ∂S ∂V
= −T +P +V
∂P T ∂P T ∂P T ∂P T
G + dm2 (g2 − g1 ) = G
Da primeira lei
T dS = dU − P dV E a única situação onde isso acontece é quando g2 = g1 .
Da mesma forma, na definição de energia livre de Gibbs
∂S ∂U ∂V tomando os valores molares
T = −P
∂P T ∂P T ∂P T
Substituindo esse resultado encontramos U1 − T S1 + P V1 = U2 − T S2 + P V2
∂G (u2 + u1 ) − T (s1 + s2 ) + P (v1 + v2 ) = 0
=V
∂P T
Da mesma forma, diferenciando a definição de Energia c)
Livre de Gibbs com relação à V d d dP d
[u2 − u1 ] − (s2 − s1 ) − T [s2 − s1 ] + (v2 − v1 ) + P (v2 − v1)
dT dT dT dT
∂G ∂U ∂S ∂V
= −S−T +P =0
∂T P ∂T P ∂T P ∂T P
Substituindo com a primeira lei diferenciada com relação Notando que
à V , obtemos ds du dv
∂G
T = +P
= −S dT dT dT
∂T P
d) Lembrando-se que E cancelando os termos, obtemos
F = CV T − T [CP ln T − R ln P + a + R ln R]
dP
CP = CV + R −(s2 − s1 ) + (v2 − v1 ) = 0
dT
P V = RT
Lembrando da definição de calor latente (c da Questão
E substituindo tudo isso na definição de energia livre de 42)
Gibbs
G = F + PV
dQ
G = (CP − R)T − −T [CP ln T − R ln P + a + R ln R] + RT L= = u2 − u1 + p(v2 − v1 ) = T (s2 − s1 )
dm
G = CP T − T [CP ln T − R ln P + a + R ln R]
Logo
L
Questão 52. (s2 − s1 ) =
T
a) Ou thseja, (s2 − s1 ) é a variação da entropia quando 1
U = U1 + U2
grama de lı́quido é condensado à temperatura constante,
V = V1 + V2 onde L é o calor de vaporização. Portanto
S = S1 + S2
L dP
G = U − TS + PV − + (v2 − v1 ) = 0
T dT
G = U1 + U2 − T (S1 + S2 ) + P (V1 + V2 )
Rearranjando os termos finalmente reobtemos a equação
G = U1 + U2 − T S1 − T S2 + P V1 + P V2
de Clapeyron
G = U1 − T S1 + P V1 + U2 − T S2 + P V2
dP L
G = G1 + G2 =
dT T (v2 − v1 )
15
Questão 53. Percebemos que podemos estender esse resultado para
obter todas as equações de equilı́brio
a) Uma fase é uma região do espaço onde as caracterı́sticas
∂G1 ∂G2 ∂Gf
fı́sicas de certo material são homogêneas por toda a ex- = = ··· =
tensão. Um exemplo de uma mesma substância com ∂m11 ∂m21 ∂mf 1
diferentes fases pode ser água e gelo em um copo, onde ∂G1 ∂G2 ∂Gf
= = ··· =
há água em diferentes estados. Um exemplo de fases dis- ∂m12 ∂m22 ∂mf 2
tintas considerando substancias diferentes pode ser dois ···························
lı́quidos imiscı́veis, como água e óleo. ∂G1 ∂G2 ∂Gf
= = ··· =
∂m1n ∂m2n ∂mf n
b) Pressão, Temperatura e a constituição quı́mica da fase
(quantidade de átomos de um elemento, livres ou não),
quando todas a moléculas possı́veis de serem produzi-
das dentro de uma fase forem produzidas atinge-se o f ) São f fases com n componentes, como cada componente
equilı́brio. Mas esse equilı́brio em alguns casos leva um n em uma fase i pode ir com todas as f − 1 fases (pois
tempo muito grande para acontecer, sendo impraticável se for pra ele mesmo nada acontece) temos n(f − 1)
usar essa definição, logo nesse caso podemos considerar equações de equilı́brio. Como as equações são derivadas
o próprio composto (e não suas partı́culas constituintes) com relação aos m e G é uma função do primeiro grau,
como um componente da fase. qualquer derivada fará os m sumirem sobrando somente
suas proporções dentro do sistema, como temos n com-
c) Assumindo que a energia superficial do sistema é negli- ponentes obtemos n − 1 razões, e para as f fases logo
genciável teremos (n − 1)f razões no total.
f
G = G1 + G2 + · · · + Gf =
X
Gi g) Para determinar os graus de liberdade v do sistema (o
i=1
número de variáveis arbitrárias) basta fazer a diferença
entre o número de variáveis independentes e o número de
Cada G depende de T , P e das mases que compõem vı́nculos entre elas (equações que as conectam). Assim,
seu sistema, então Gi vai depender de T , P e das n mas- com o número de varáveis sendo (n − 1)f + 2 (soma-se 2
sas da fase i, portanto devido a T e P ), temos
∂Gi ∂Gi
dG = dmik + dmjk
∂mik ∂mjk Questão 54.
Notando que a massa se mantém constante temos a)
c)
e) Um equação similar deve valer para qualquer par de fases
v =2−f +n
e para quaisquer componentes, observando por exemplo
os casos particulares v =2−2+1
v=1
∂G1 ∂G2 ∂G2 ∂G3
= ; = ; ···
∂m11 ∂m21 ∂m21 ∂m31
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T ou P são as variáveis. Com
d)
S1 = S1 (U1 , V1 , N1 ) ; S2 = S2 (U2 , V2 , N2 ) ⇒ Si = S(Ui , Vi , Ni )
v =2−f +n
v =2−3+1
v=0
b)
Não existe grau de liberdade, as três fases só coexistem
em um único ponto definido.
dS =dS1 + dS2
∂S1 ∂S1 ∂S1
dS = dU1 + dV1 + dN1 +
∂U1 V1 ,N1 ∂V1 U1 ,N1 ∂N1 U1 ,V1
∂S2 ∂S2 ∂S2
Questão 55. dU2 + dV2 + dN2
∂U2 V2 ,N2 ∂V2 U2 ,N2 ∂N2 U2 ,V2
a) Diferenciando U = U (S, V, N )
∂S1
dS =
∂U1
∂U ∂U ∂U
dU = dS + dV + dN
∂S V,N ∂V S,N ∂N S,V
Da primeira lei da termodinâmica infinitesimal Notando que, devido ao sistema ser isolado
dU = T dS − P dV + µ dN
dU2 = −dU1 (4)
Então comparando diretamente obtemos as relações
dV2 = −dV1 (5)
∂U ∂U ∂U
T = , −P = , µ= dN2 = −dN1 (6)
∂S V,N ∂V S,N ∂N S,V
(7)
Q.E.D.
1 1 P1 P2 µ1 µ2
− =0; − =0; − =0
T1 T2 T1 T2 T1 T2
Questão 56. 1 1 P1 P2 µ1 µ2
= ; = ; =
a) Visto que U , V e N são as somas das partes como T1 T2 T1 T2 T1 T2
S = S(U, V, N ) também vai ser, portanto T1 = T2 ; P1 = P2 ; µ1 = µ2
U = U1 + U2
V = V1 + V2
N = N1 + N2
d) Faz sentido pois no equilı́brio não ocorrem nenhuma
⇒S = S1 + S2 transformação no sistema.
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Questão 57.
c)
a)
S = S(U, V, N1 , N2 , · · · )
f (x) = axb
∂S ∂S
f (λx) = a(λx)b dS = dN1 + dN2 + · · ·
∂N1 ∂N2
aλb xb = λb f (x) µ1 µ2
dS = − dN1 − − ···
T N2
X µj
dS = − dNj
j
T
b)
Questão 59.
c) Por definição
Questão 60.
U (λS, λV, λN ) = λU (S, V, N )
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d) gráfico fases. Opalescência crı́tica ocorre quando há grandes
oscilações na densidade próximas do ponto crı́tico, cau-
e) gráfico sando o espalhamento da luz deixando uma substância
normalmente transparente opaca.
Bibliografia
Thermodynamics - Enrico Fermi
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