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MECÂNICA DOS FLUIDOS

Prof.: Dr. José Roberto Viana Azevedo

Professor do Departamento de Física


MECÂNICA DOS FLUIDOS

A mecânica dos fluidos trata do comportamento dos fluidos em repouso ou em


movimento e das leis que regem este comportamento
MECÂNICA DOS FLUIDOS

O superfluido é uma substância que líquida que não apresenta viscosidade,


deste modo se desloca indefinidade em qualquer direção, de tal modo que não
fica retido em nenhum recipiente.
Introdução

Um fluido é uma substância que se deforma continuamente quando


submetida a uma tensão de cisalhamento, não importando o quão
pequena possa ser essa tensão.

Os fluidos incluem os líquidos, os gases e os plasmas e, de certa


maneira, os sólidos plásticos.

Os fluidos compartilham a propriedade de não resistir à deformação


e apresentam a capacidade de fluir (também descrita como a
habilidade de tomar a forma de seus recipientes).

Um fluido incompressível é qualquer fluido cuja densidade de massa


sempre permanece constante com o tempo, e tem a capacidade de
opor-se à compressão do mesmo sob qualquer condição

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Exemplo de tecnologia

Um exemplo de tecnologia a partir de ciência de mecânica dos


fluidos, vamos ver um filme do canal do Panamá, considerado uma
das oitavas maravilhas do mundo.
https://youtu.be/qf3H7jnFDE4

O montante tem 25 m de
profundidade, a câmara
de enchimento tem 20 m
de profundidade. Quais
seriam as pressões
nestas profundidades
das duas partes?
Qual seria a velocidade
inicial de saída do fluido
na válvulas dos dutos da
eclusa no enchimento?
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Pressão e densidade de massa

Um fluido sobre pressão exerce força para fora do fluido, sobre


qualquer superfície em contato com esse fluido. Veja o esquema de
um fluido contido em um recipiente, que exerce uma força F sobre
um uma superfície do recipiente.

F n  pA n
onde Fn é a força componente
Fn na direção do vetor área An.
p An

Unidade de pressão e o Newton por metro quadrado (N/m2). Uma


outra unidade bastante utilizada é o Pascal, sendo que 1 Pa = 1
N/m2.
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Pressão e densidade de massa

Densidade de massa é quantidade de massa contido em um volume,


pode ser determinada a partir da seguinte definição:

L
 dm
dx
 m   dx (densidade linear – 1D )
0
S
 dm
dS
 m   dS (densidade superficial – 2D )
0
V
 dm
dV
 m   dV (densidade volumétrica – 3D )
0

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Teorema de Stevin

Um fluido está em repouso se cada um dos seus constituintes estiver


em repouso. Podemos prever a pressão hidrostática dentro de um
fluido em repouso, usando o teorema de Stevin dada pela seguinte
expressão:

p  p 0  gh

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Teorema de Stevin

Demonstração do teorema: na figura temos um elemento de massa


dm do fluido que apresenta densidade de massa constante r. Sobre
esse elemento infinitesimal dm temos duas forças FA e FB
hidrostática e a força peso desse elemento de massa, tal que:
F A  p  dpdA, F B  pdA, dP  gdm
Aplicando a segunda lei de Newton:
F A  F B  dP  0  F B  F A  dP  0
pA  p  dpA  gdm  0, onde dm  dyA
pB yB
 p dp    y gdy
A A

p B  p A  gy, h  y A  y B
p B  p A  gh
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Equação de Bernoulli

O princípio de Bernoulli, também denominado equação de Bernoulli


ou ainda Teorema de Bernoulli, foi proposto por Bernoulli em 1738,
descreve o comportamento de um fluido movendo-se ao longo de
uma linha de corrente aplicando para os fluidos o princípio da
conservação de energia.
1 1
p1  2
v 21  gh 1  p 2  2
v 22  gh 2

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Equação de Bernoulli

Usando o princípio da conservação de energia temos para este


caso, que variação da energia mecânica, isto é, variação da energia
cinética K mais a variação da energia potencial U, deve ser igual ao
trabalho externo, ou seja:
K  U  W ext
onde W ext  W 1  W 2  W g , com W j  F j dX j e W g  gdmh 2  h 1 
então
W ext  F 1 dX 1  F 2 dX 2  gh 2  h 1 dm
W ext  p 1 A1 dX 1  p 2 A2 dX 2  gh 2  h 1 dm
onde dm é massa infinitesimal deslocada. Agora o volume
deslocado pode ser dado por
dV j  A j dX j  dm/
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Equação de Bernoulli
então
W ext  p 1  p 2 dm/  gh 2  h 1 dm
A variação da energia cinética é dado por
1 1
K  2
dmv 22  2
dmv 21
No caso da variação da energia potencial sendo nula, então
vamos obter que
1 1
2
dmv 22  2
dmv 21  p 1  p 2 dm/  gh 2  h 1 dm
Então arrumando vamos obter a equação de Bernoulli
1 1
p1  2
v 21  gh 1  p 2  2
v 22  gh 2

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Resposta da questão da eclusa
Deste modo admitindo que a válvula de enchimento está a 30 m de
profundidade da base do montante, além disso vamos admitir que a
água está aproximadamente estática. Então a pressão no nível da
válvula será dada pelo teorema de Stevin.

Teorema de Stevin: p  p o  gh


Usando os seguintes dados:
p o  1 atm  101325 N/m 2 ,
g   9. 8,   10 3 kg/m 3 , h  55m.
Então p  640325. 0 N/m 2  6. 32 atm

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Resposta da questão da eclusa
A pressão do fluido no nível dos dutos de enchimento que está a 20
m de profundidade. Deste a pressão no nível neste dutos
corresponde a:

Teorema de Stevin: p  p o  gh


Usando os seguintes dados:
p o  1 atm  101325 N/m 2 ,
g   9. 8,   10 3 kg/m 3 , h  20m.
Então p  297325. 0 N/m 2  2. 93 atm

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Resposta da questão da eclusa
Quando a válvula de enchimento é aberta também são abertas as
válvulas dos dutos de enchimento. Para determinar a velocidade que
o fluido apresenta quando sair por esses dutos, basta usar a
equação de Bernoulli. Temos dois pontos: ponto-1 nas válvulas de
enchimento e nos dutos (ponto-2) que está a 10m do nível das
válvulas de enchimento. Use como nível de referência é na válvula
de enchimento com v1=0 (fluido em repouso).
Eq. de Bernoulli:
p 1  12 v 21  gy 1  p 2  1
2
v 22  gy 2
Usando os seguintes dados:
p 1  640325. 0 , p 2  297325. 0 N/m 2 ,
g   9. 8,   10 3 kg/m 3 ,
y 1  0, y 2  10m,
Então v 2  22. 12 m/s
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Princípio de Pascal

O Princípio de Pascal, ou Lei de Pascal, é o princípio físico elaborado


pelo físico e matemático francês Blaise Pascal. Estabelece que: a
alteração de pressão produzida num fluido em equilíbrio transmite-se
integralmente a todos os pontos do líquido e às paredes do recipiente.

Quando a força FA é aplicada no pistão A, isto


implicará que a pressão, em qualquer ponto no
fluido confinado, não dependerá mais somente
do peso fluido acima do nível do ponto, mas
também dependerá desta força aplicada pelo
pistão, assim bem como da área SA.

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Princípio de Pascal
Para um fluido incompressível (densidade contante) sujeito a uma
pressão externa pext,o teorema de Stevin afirma que a uma
profundidade h temos a seguinte pressão hidrostática:
p  p ext  gh
Quando aplicada a força externa FA a pressão
externa aumenta também. Deste modo a
pressão hidrostática em qualquer ponto no
interior dentro do fluido sentirá também uma
variação de pressão, isto é:
p  p ext  gh , com gh   0
Então
p  p ext
(Princípio de Pascal)

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Alavanca Hidráulica
Uma das aplicações tecnológicas do princípio de Pascal é a alavanca
hidráulica, que é regida pela igualdade das pressões de entrada na
bomba e de saída no elevador.
F1 F2
p1  A1
e p2  A2
, com p 1  p 2

Então: F1 F2 (uma pequena força de entrada gera uma


A1
 A2 grande força de saída)
O volume de fluido deslocado na
entrada, deve ser o mesmo volume
deslocado na saída, ou seja:

V 1  d 1 A1 e V 2  d 2 A2

d 1 A1  d 2 A2

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Princípio de Arquimedes
A figura mostra um corpo submerso num fluido, na fig.(a) temos
várias forças que são aplicadas pelo fluido nesse corpo. Os vetores
força são maiores na parte de baixo, pois a pressão hidrodinâmica é
maior. A força líquida ou resultante, desta diferença de pressão, é
denominada de força de sustentação ou força de empuxo.

Um corpo total ou parcialmente imerso em um fluido é sustentado por


uma força, cuja a intensidade é igual ao peso do fluido deslocado.
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Princípio de Arquimedes

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Princípio de Arquimedes

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Equação da continuidade
Joseph Louis Lagrange (1783-1813) tentou descrever a dinâmica de
um fluido a partir de partículas infinitesimais do fluido, utilizando a
equação de movimento de cada partícula acopladas. Porém este
procedimento é bastante dificultoso devido a quantidade de
partículas.
Leonhard Euler (1707-1783) propôs estudar a dinâmica do fluido para
cada ponto do espaço num instante de tempo, a partir da obtenção da
densidade de massa específica e da velocidade do fluido no ponto
estudado. Este será o método a ser estudado neste capítulo.

x, y, z, t  e vx, y, z, t 
Deste modo o estudo aqui proposto é direcionado à compreensão
sobre o que acontece num ponto P(x,y,z) num instante t do fluido, isto
é, um estado do fluido. O que aconteceu com as partículas do fluido
para chegar nesse fluido é desconhecido.

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Equação da continuidade
Escoamento estacionário ou não- estacionário – quando as
variáveis de estado (como pressão, densidade e velocidade de
escoamento) não dependam do tempo, o escoamento é dito
estacionário. Nos escoamentos não-estaconários, em que as
variáveis de estado dependem do tempo, temos o regime
turbulento.

Um escoamento viscoso (análogo a um movimento com atrito) parte


da energia de movimento é transformado em energia térmica.

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Equação da continuidade

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Equação da continuidade

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Equação da continuidade
Na dinâmica do escoamento de um fluido entre dois pontos P1 e P2,
ao longo de uma linha de corrente, o princípio da conservação da
massa desse fluido é respeitada.

Fluxo de massa em cada ponto j


dm j  j dV j  j A j dlj
j  dt
 dt
 dt
  j Aj v j

Da conservação de massa, devemos


ter o mesmo fluxo de massa nos
mesmo tempo, isto é:
 1 A1 v 1   2 A2 v 2
 j Aj v j  cte

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Vazão do fluido

R j  Aj v j

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Vazão do fluido
Numa região de área transversal menor maior será a velocidade de escoamento do
fluido, as linhas de campo do fluido ficam mais próximas. Observe a figura a seguir

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Medidor de Venture

Idealizado por Giovanni Battista Venturi, o chamado tubo de Venturi é um


equipamento que indica a variação da pressão de um fluido em escoamento
em regiões com áreas transversais diferentes. Onde a área é menor, haverá
maior velocidade, assim a pressão será menor. A recíproca é verdadeira

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Cálculos do medidor de Venture

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Ex.: Equação Básica do Campo de Pressão

O teorema de Stiven já apresentado é um caso particular de quando a pressão


varia somente numa direção vertical. Agora quando a pressão dentro de um fluido
vaira nas três dimensões espacial é o que vamos tratar aqui neste exercício. Um
bom exemplo, é o caso de uma nuvem apresentada a seguir.
Vamos usar o elemento de volume dada abaixo para fazer nossos procedimentos
de resoluções do modelo físico.

Figura.1

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Ex.: Equação Básica do Campo de Pressão

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Ex.: Equação Básica do Campo de Pressão

Figura.2

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Ex.: Equação Básica do Campo de Pressão

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Ex.: Equação Básica do Campo de Pressão

Figura.3

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Ex.: Equação Básica do Campo de Pressão

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Ex.: Equação Básica do Campo de Pressão

Problema 1. Obter a equação de Stiven para um direção vertical z, a partir da


equação geral de movimento de um fluido, já obtida anteriormente neste curso.

Problema 2. Admitindo que a função pressão de um fluido é dada pela seguinte


expressão:
px, y, z  5x 2 y  8 exp6z  3x 5   7z  lnx 3  5y
A) Determine a equação de movimento desse fluido até a primeira ordem as série
de Taylor.
B) Determine a equação de movimento desse fluido até a segunda ordem da
série de Taylor.
Admitida neste problema 2 que está acelerado numa direção qualquer.

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