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3.2 Estática dos Fluidos


A definição clássica para um fluido é a de que ele é uma substância que
escoará ou deformará continuamente sempre que uma tensão de cisalhamento
for aplicada sobre ela. Conclui-se então que, em um fluido estático, apenas a
tensão normal está presente, ou seja: a pressão.
Esse tópico estudará a pressão, como ela varia no meio fluido e o seu
efeito sobre superfícies imersas. A ausência das tensões de cisalhamento
simplifica a modelagem de problemas e possibilita resoluções simples para
problemas da engenharia.
3.2.1 Pressão em um ponto
Em uma superfície elementar ΔA, a resultante de seus esforços é ΔF.
Sabendo-se que ΔN é a componente normal à superfície (esforço de
compressão) e ΔT é a componente de tangencial à superfície (esforço de
cisalhamento) – Figura 4. Tem-se que ΔF é igual a:

Figura 4 – Representação da superfície ΔA e seus esforços.

(5)
Em um fluido em repouso não existem esforços tangenciais (ΔT = 0),
portanto:
(6)
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A pressão é definida como a força por unidade de área em que atua,


assim, a pressão p num ponto é o limite do quociente entre a força e a área em
que atua quando a área tende à zero no entorno do ponto:
⃗⃗
⃗ ( ) (7)

Essa equação pode ser representada pela derivada do esforço N em
relação à superfície A:
(8)

3.2.2 Princípio de Pascal


O princípio de Pascal é definido como:
“Em uma massa líquida em repouso, a pressão em um
ponto qualquer do seu interior é uma grandeza escalar, ou
seja, tem o mesmo valor em todas as dimensões.”
O princípio de Pascal pode ser demonstrado, considerando-se um
elemento de volume infinitesimal (elementar) de forma prismática, Figura 5:
Figura 5 – Representação do elemento de volume infinitesimal.

Esse elemento é isolado de uma massa fluida em repouso, sobre o qual


atuam dois tipos de força:
1. Devido ao peso gravitacional;
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2. Devido ao campo gravitacional.


Assim, tem-se que:

(9)

3.2.3 Equação Fundamental da Estática dos Fluidos


A equação fundamental da estática dos fluídos, também chamada de Lei
de Stevin, diz que: “A diferença de pressão entre dois pontos de um fluido em
repouso é igual ao produto do peso específico pela diferença de cotas dos dois
pontos”.
Para chegar nessa conclusão Stevin realizou um experimento (Figura 6),
nele ele analisou um elemento de área infinitesimal no interior de uma massa
fluida em repouso. Ele considerou que a massa fluída era homogênea e
incompressível e que na sua superfície livre atuava a pressão atmosférica.
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Figura 6 – Representação do experimento de Stevin.

Fonte: Adaptado de BASTOS (1983)


Portanto, admitindo-se dois pontos B e C no interior da massa fluida,
supondo-a em equilíbrio estático e sujeita a ação da gravidade, sejam:
Pb e Pc = pressões nos pontos b e c, respectivamente.
γ = peso específico do fluido em equilíbrio.
h = hb – hc = distância vertical entre B e C.
Tem-se que a diferença de pressão entre os pontos B e C é:
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3.3 Equação da Continuidade (conservação de massa)


Suponha-se então um fluido ideal em regime de escoamento
permanente, através de um tubo de corrente (Figura 7). Na entrada do tubo (1),
tem-se:
A1: área da seção transversal do tubo.
ρ1: massa específica do fluido.
U1: velocidade média das partículas.
Decorrida certa unidade de tempo, haverá na saída do tubo (2):
A2, ρ2 e U2
Que serão os novos valores das grandezas acima indicadas.

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