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“Trabalhar na área da saúde é um princípio: permite ser útil à sociedade com toda a
força e conhecimento que se tem. Este serviço à sociedade deve ser consequência da
vocação e do compromisso ao graduar-se."
Jacinto Convit
IV
Prova de Aptidão Profissional
Os Posicionamentos no leito e a prevenção de complicações: o contributo do T.A.S
AGRADECIMENTOS
Durante a realização da prova de aptidão profissional (PAP), contei com o apoio
direto e indireto de várias pessoas e instituições, às quais quero deixar o meu
agradecimento e gratidão. Desta forma expressa os meus agradecimentos: à Escola
Profissional do Sindicato Escritório e Comércio da Região Autónoma dos Açores, na
pessoa da sua diretora técnico-pedagógica Dra. Cristina Lopes e Dr. João Ricardo Tadeu,
pela oportunidade de ingressar no Curso Técnico Auxiliar de Saúde (TAS) e por toda a
orientação durante os três anos. Este projeto não teria sido possível sem o apoio
incansável de todos os professores que me acompanharam neste projeto e em especial
ao meu orientador da (PAP) enfermeiro Marco Soares, que desde logo mostrou
disponibilidade e companheirismo bem como sabedoria e organização. Agradeço aos
diretores de curso, professora Fátima Gomes e professor Luís Pousa, pela
disponibilidade, paciência e preocupação com o nosso bem-estar e futuro. Agradeço
profundamente aos restantes formadores pelo incentivo constante, bem como à
instituição que me acolheu aquando do meu período de formação em contexto de
trabalho, o Hospital Internacional dos Açores e de um modo especial à equipa do
serviço de Imagiologia, André Marques, Francisca Coelho, Solange Pimentel e Dr.
David Silva, pela compreensão, ensinamento, disponibilidade e amizade. E por fim
agradeço a todos os meus amigos e familiares por toda a tranquilidade e apoio que me
transmitiram ao longo deste projeto. Numa retrospetiva muito positiva e a todos aqueles
que foram mencionados, a minha eterna gratidão por estarem sempre disponíveis para
qualquer prestação de auxílio, o que se revelou uma mais valia para o meu projeto.
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Prova de Aptidão Profissional
Os Posicionamentos no leito e a prevenção de complicações: o contributo do T.A.S
RESUMO
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Prova de Aptidão Profissional
Os Posicionamentos no leito e a prevenção de complicações: o contributo do T.A.S
ÍNDICE
Introdução ....................................................................................................................... 11
1) Conceito dos posicionamentos ................................................................................ 13
2) Princípios Básicos dos Posicionamentos ................................................................. 14
3) Materiais e Recursos necessários ............................................................................ 16
4) Técnicas associadas a cada tipo de posicionamento ...................................................18
5) Tipos de Posicionamentos .......................................................................................... 20
5.1) Decúbito dorsal .................................................................................................... 20
5.2) Decúbito Semi-Dorsal ..........................................................................................22
5.3) Decúbito Lateral ...................................................................................................24
5.4) Decúbito Ventral .................................................................................................. 26
5.5) Decúbito Semi-Ventral ........................................................................................ 28
5.6) Posição em Fowler ............................................................................................... 30
6) Contributo do T.A.S na realização dos posicionamentos no leito ..............................32
7) A importância dos posicionamentos na prevenção das úlceras de pressão ................ 34
7.1) Classificação das UP: ...........................................................................................36
7.2) A atuação do TAS para cada fase da UP: ............................................................ 39
7.3) A escala de Braden: ............................................................................................. 41
8) A ergonomia e a sua aplicação na área dos posicionamentos .................................... 44
8.1) Prevenção de riscos para os profissionais ............................................................ 45
8.2) Prevenção de riscos para os utentes ..................................................................... 47
9) A consequência da imobilidade nos sistemas orgânicos ............................................ 48
10) Técnicas de Mobilização .......................................................................................... 49
10.1) Aspetos gerais a ter em conta na mobilização ................................................... 49
Conclusão ............................................................................... Erro! Marcador não definido.
Referências Bibliográficas .............................................................................................. 53
Fontes Multimédia .......................................................................................................... 53
Anexos
Anexo I
Anexo II
VII
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Os Posicionamentos no leito e a prevenção de complicações: o contributo do T.A.S
ÍNDICE DE QUADROS
Quadro 1 - Materiais/Equipamentos ............................................................................... 16
Quadro 2 - Posicionamento em Decúbito Dorsal ........................................................... 21
Quadro 3 - Posicionamento em Decúbito Semi-dorsal ...................................................23
Quadro 4 - Posicionamento em Decúbito Lateral ...........................................................25
Quadro 5 - Decúbito Ventral ...........................................................................................27
Quadro 6 - Decúbito Semi-Ventral ................................................................................. 29
Quadro 7 - Posicionamento em Fowler .......................................................................... 31
Quadro 8 - Escala de Braden .......................................................................................... 43
VIII
Prova de Aptidão Profissional
Os Posicionamentos no leito e a prevenção de complicações: o contributo do T.A.S
ÍNDICE DE IMAGENS
Figura 1: Posicionamento em decúbito dorsal ................................................................ 20
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Os Posicionamentos no leito e a prevenção de complicações: o contributo do T.A.S
X
Prova de Aptidão Profissional
Os Posicionamentos no leito e a prevenção de complicações: o contributo do T.A.S
INTRODUÇÃO
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Os Posicionamentos no leito e a prevenção de complicações: o contributo do T.A.S
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Os Posicionamentos no leito e a prevenção de complicações: o contributo do T.A.S
De acordo com o autor Hoeman, 2011 (citado por Ordem dos Enfermeiros,
2013), quando não existe estímulo da mobilidade na pessoa que se encontra acamada,
surgem vários efeitos adversos no seu corpo e consequentemente na sua saúde. O
repouso de forma contínua vai levar à redução da atividade muscular, que, por sua vez,
irá originar alterações no funcionamento de todos os órgãos do corpo humano. Dessa
forma, surgiu o conceito “posicionamentos”, termo que se refere a um conjunto de
técnicas utilizadas pelos profissionais de saúde para a alternação do decúbito nos utentes,
e visam, principalmente, o seu conforto e bem-estar, respeitando os princípios
anatómicos, peso corporal, e ainda protegendo as zonas de proeminências ósseas. As
frequentes mudanças de posição no leito são de enorme importância para que, como
consequência da imobilidade, não surjam, por exemplo, lesões por pressão. Sorensen e
Luckmann 1998 referem que o movimento pode ser definido como a capacidade que a
pessoa tem de interagir com o meio de uma maneira flexível e adaptável.
Segundo o autor Hoeman 2011 Cfr Ordem dos Enfermeiros, 2013, para além dos
profissionais de saúde, surgiu recentemente o título de cuidador informal, ou seja, a
pessoa que acompanha de forma regular, mas não permanente, a pessoa acamada,
podendo ou não receber remuneração de trabalho, ou receber pelos cuidados que presta
à pessoa cuidada. O cuidador informal tal como os profissionais de saúde qualificados,
deve estar apto para realizar adequadamente os posicionamentos da pessoa cuidada,
uma vez que estas técnicas podem prevenir várias complicações proveniente da
permanência no leito. Hoeman 2011 Cfr Ordem dos Enfermeiros, 2013.
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Os Posicionamentos no leito e a prevenção de complicações: o contributo do T.A.S
Por outro lado, essa designação temporal pode ser determinada conforme o grau
de mobilidade da pessoa, bem como pelo seu estado clínico no geral, nomeadamente as
condições da pele (que neste caso poderá ser afetada com a redução da imobilidade e
apresentar, por exemplo, úlceras de pressão); outra situação a ter em conta na distância
de tempo em que cada posicionamento deve ser feito, é o objetivo do tratamento da
pessoa imobilizada, tendo como exemplo doentes com várias fraturas. O profissional de
saúde tem de ter atenção a várias situações, como evitar posicionar a pessoa em
contacto com aparelhos médicos, como tubos e sistemas de drenagem; fazer uma
avaliação cuidada e regular do estado da pele; sempre que necessário solicitar ajuda no
posicionamento do doente de forma a evitar fricção e torção (por exemplo, no caso de
um doente com fratura pélvica, o profissional deverá ter o maior cuidado para que ao
posicioná-la não aconteça fricção ou torção na zona afetada e por consequência piora no
estado da fratura, e dor no doente); e por último deverá ser feita uma avaliação sobre os
resultados conforme se vão consumando os reposicionamentos. Enquanto TAS é
necessário ter em conta que os posicionamentos devem ser realizados sempre de acordo
com a indicação da equipa de enfermagem, dado que se deve ter em conta o estado
clínico do utente, nomeadamente em relação a possíveis problemas respiratórios;
aumento da pressão intracraniana; o esforço cardiorrespiratório; entre outros. É de
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Os Posicionamentos no leito e a prevenção de complicações: o contributo do T.A.S
grande importância atender a preferência do utente sempre que seja possível, bem como
perceber a sua tolerância à dor, tendo em conta se o mesmo é capaz de colaborar no
posicionamento. De acordo com o autor Timmerman 2007 - Cfr Ordem dos
Enfermeiros,2013 (Manual transferências, mobilidade e posicionamentos).
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Os Posicionamentos no leito e a prevenção de complicações: o contributo do T.A.S
Quadro 1 - Materiais/Equipamentos
Fonte: Manual de Normas de Enfermagem-Procedimentos Técnicos, 2011.
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material detém um papel muito importante no que concerne à prevenção e cura das
lesões por pressão em utentes acamados, isto acontece uma vez que o colchão de
pressão alternada faz com que uma mesma zona do corpo fique em contacto com
diferentes graus de pressão simultaneamente, o que ajudará a minimizar os picos de
pressão e consequentemente protegendo as zonas de risco.
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Evitar posicionar o utente em contacto direto com dipositivos médicos, tais como
tubos e sistemas de drenagem;
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5) TIPOS DE POSICIONAMENTOS
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inferior;
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facultativa);
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A realização adequada das técnicas dos posicionamentos são uma das mais
importantes medidas para prevenir o aparecimento de algumas das complicações da
imobilidade atrás referidas. São, também, noutras situações um dos primeiros passos na
recuperação de um utente. Assim sendo, é essencial que um técnico auxiliar de saúde
consiga implementar estas técnicas de um modo adequado, encarando-as como parte
integrante das suas funções/rotinas diárias.
Estas técnicas, embora sejam de uso recorrente pelos profissionais de saúde, não
são da sua exclusiva responsabilidade, uma vez que, devem ser igualmente ensinadas e
utilizadas pelos cuidadores, em contexto domiciliário, permitindo que os doentes
assumam diferentes posições no leito e se possam evitar diferentes complicações de
saúde. Cfr Ordem dos Enfermeiros,2013.
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destas lesões, sendo essenciais pela ação benéfica que propiciam ao reduzir/aliviar a
pressão nas zonas onde o corpo de encontra em contacto com a superfície.
As zonas de risco são as zonas onde existem proeminências ósseas, isto é, zonas
do esqueleto humano onde existe pouco tecido por baixo da pele, encontrando-se os
ossos mais salientes. É necessária maior vigilância destas zonas de risco, onde a pressão
pode provocar mais danos. As proeminências ósseas devem ser vigiadas tendo em conta
a posição em que a pessoa se encontra.
A localização das úlceras está associada às proeminências ósseas do esqueleto
humano e à atitude postural do doente, sendo que as áreas de maior risco para o
desenvolvimento de úlceras por pressão são as seguintes: região sacrococcígea; região
trocanteriana/crista ilíaca; região isquiática; região escapular; região occipital; cotovelos;
calcâneos; região maleolar.
Os principais fatores que originam as úlceras de pressão, são: compressão dos
tecidos; força de dilaceração; calor; humidade; fricção; higiene pobre da pele; fraca
nutrição; falta de oxigenação; falta de movimentos espontâneos do corpo; idade
avançada; nível de consciência alterado; redução da perceção sensorial e da
sensibilidade; tipos de medicação; desidratação; imobilidade; doenças crónicas e
incontinência.
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A pele encontra-se intacta com rubor não branqueável numa determinada área,
normalmente sobre uma proeminência óssea;
Na pele com pigmentação escura pode não ser visível o branqueamento, bem como
se torna mais difícil detetar o início de uma possível UP;
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Prova de Aptidão Profissional
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A área pode estar dolorosa, dura ou mole, mais quente ou mais fria
comparativamente ao tecido adjacente;
Figura 8: UP em categoria I
Ocorre a perda parcial da espessura da derme, que apresenta uma ferida superficial
com leito vermelho-rosa sem esfacelo;
Pode apresentar-se como flitena fechada ou aberta, preenchida por líquido seroso
ou sero-hemático;
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Pode ser visível o tecido adiposo subcutâneo, mas não estão expostos os ossos,
tendões ou músculos;
Pode estar presente algum tecido desvitalizado (fibrina húmida), mas não oculta a
profundidade dos tecidos lesados;
Perda total da espessura dos tecidos com exposição óssea, dos tendões ou músculos;
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Na asa do nariz, orelhas, região occipital e maléolos estas úlceras podem ser
superficiais vi. Uma úlcera de categoria IV pode atingir músculo e/ou estruturas de
suporte ( tendão ou cápsula articular) tornando a osteomielite e a osteíte prováveis
de acontecer. Existe osso/músculo exposto visível ou diretamente palpável.
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Os Posicionamentos no leito e a prevenção de complicações: o contributo do T.A.S
Não elevar a parte superior da cama mais que 30-35º quando o doente estiver em
posição lateral, de modo a evitar pressão de deslizamento;
Para além dos cuidados referidos, existem outras intervenções a ter em conta por parte
do TAS para a prevenção das UP:
Aplicação de hidratantes;
Cremes barreira;
Reposicionamento frequentemente;
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Não elevar a cabeceira da cama mais de 30º, de forma a evitar a pressão na região
sagrada;
Gestão da incontinência:
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A pontuação final pode variar entre 6 (valor de mais alto risco) a 23 (valor de mais
baixo risco). Quanto maior é a pontuação, menor é o risco. Ou seja, um paciente cuja
soma da avaliação totalizar 23, não apresenta risco de desenvolver UP. Já quem
apresentar a pontuação mínima, 6, é classificado como paciente com risco severo de
lesão por pressão.
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controlar a movimento com o corpo ou das frequentes corpo sem ajuda.
posição do corpo ou extremidades, mas não é alterações de
corpo extremidades sem capaz de fazer mudanças posição do corpo e
ajuda. frequentes ou das extremidades
significativas sozinho. sem ajuda.
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De acordo com Potter & Perry 2006, p. 58, a mecânica corporal caracteriza-se
pelos esforços coordenados dos sistemas músculo-esquelético e nervoso para manter
equilíbrio, a postura e o alinhamento do corpo nas diversas atividades, promovendo a
utilização mais eficaz da energia muscular.
Segundo Potter & Perry 2006,p.60, usar corretamente as estruturas corporais,
aumentar a eficácia e poupar energia, é fundamental para uma prática segura. Todavia,
este aspeto é muitas vezes descurado ou subvalorizado pelos profissionais de saúde, o
que contribui para a ocorrência de lesões músculo-esqueléticas. Estas são muito comuns
em todos os profissionais de saúde e particularmente, nos enfermeiros e técnicos
auxiliares.
Estas lesões podem incidir sobre zonas do corpo distintas, sendo as mais
frequentes o pescoço, ombro, cotovelo, punho, mão, coluna vertebral e joelho. Podem
incluir sintomas como a dor, parestesia, sensação do peso, fadiga e falta de força. De
acordo com a Direção-Geral da Saúde, 2008 designam-se LMERT ou) LMELT (Lesões
músculo-esqueléticas ligadas ao trabalho) as lesões que resultam da ação de fatores de
risco profissionais como a repetição, a sobrecarga e/ou a postura adaptada durante o
trabalho. Cfr Ordem dos Enfermeiros.
Existem vários fatores que tornam as atividades de mobilização de doentes
perigosas e aumentam o risco de lesão. Esses fatores de risco estão relacionados com
diversos aspetos relativos à mobilização dos utentes, podendo ser divididos em dois
grupos: os riscos associados à tarefa e os riscos associados ao ambiente.
De entre os riscos associados à tarefa, destacam-se o(os): força: todo o esforço
físico que é exigido para o desempenho da tarefa, como levantar corpos pesados, puxar
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Existem ainda, riscos a quais o doente é quem está disposto, daí devem seguidas
várias regras, tais como: os doentes não devem ser encarados como carga, e desta forma,
devem ser ponderadas e respeitadas as regras de elevação; os doentes não podem ser
segurados junto ao corpo do profissional; não é possível antecipar o que acontecerá ao
mobilizar o doente; os doentes são volumosos. Por outro lado, existem também riscos
que estão associados ao ambiente onde o doente se encontro, bem como: riscos de
escorregar, tropeçar ou cair; superfícies de trabalho desniveladas; e limitações de espaço,
ou seja, salas pequenas e/ou com a presença de muitos equipamentos. Outros riscos que
podem estar associados às técnicas de posicionamentos, são: o auxiliar sem ajuda para
fazer os posicionamentos; equipamento inadequado; calçado e/ou vestuário inadequado;
e ainda falta de conhecimentos e formação.
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Prova de Aptidão Profissional
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10)TÉCNICAS DE MOBILIZAÇÃO
O TAS, deve estar apto para seguir corretamente todas as técnicas, uma vez que
as mesmas são essenciais no que representa maior comodidade como a prevenção do
desenvolvimento de complicações consequentes da imobilidade prolongada. Cfr Ordem
dos Enfermeiros.
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Planear e explicar ao doente o que se vai executar e avaliar a forma como este
poderá cooperar no processo.
Trabalhar o mais próximo possível do corpo do doente que deverá ser movido;
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CONCLUSÃO
Ao terminar a Prova de Aptidão Profissional, trabalho final do Curso Técnico
Auxiliar de Saúde, concluo que o TAS desempenha um papel importante na vida diária
das pessoas que se encontram, por alguma razão, limitadas no seu grau de mobilidade, e
assim sujeitas à permanência numa cama por longos períodos de tempo.
Além das várias tarefas que os auxiliares de saúde executam, os
posicionamentos e não desvalorizando todos os demais cuidados, são sem dúvida, um
dos aspetos fundamentais no processo do cuidar utentes dependentes/acamados, uma
vez que, este procedimento ajuda na prevenção de muitas complicações de saúde,
capazes de influenciar negativamente e agravar o estado/condição clínica dos utentes.
Ao desempenhar adequadamente as suas tarefas, no que respeita, à colaboração
na realização destes procedimentos, o TAS está a contribuir para a prevenção de várias
complicações e está a prestar cuidados de qualidade, verdadeiramente, promotores de
bem-estar e de conforto dos utentes que estão sob o seu cuidado. Nomeadamente, o
estímulo do padrão respiratório, de mobilidade e de eliminação; a prevenção de
complicações circulatórias e/ou musculosqueléticas; a mobilização de secreções
brônquicas; manter a amplitude e movimentos articulares; prevenção da integridade da
pele bem como de possíveis atrofias musculares; e ainda promover o autocuidado e
colaboração ao utente sempre que isso seja exequível.
Os cuidados no âmbito da prevenção de complicações associados à imobilidade,
são de grande importância em várias áreas, nomeadamente: a prevenção de
complicações circulatórias, alívio dos pontos de pressão para prevenção de úlceras de
decúbito; alívio de dores; prevenção de complicações respiratórias; posicionamento no
leito; movimentação global e as mudanças de decúbito.
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Os Posicionamentos no leito e a prevenção de complicações: o contributo do T.A.S
Ser-se um auxiliar de saúde não é de todo uma profissão fácil, uma vez que,
somos nós que estamos presentes na maioria das vezes e damos muito de nós a quem
necessita, e é por isso que é muito importante sabermos colocar-nos no lugar do doente,
tentar perceber as suas vontades e/ou fragilidades para que possamos fazer da forma
mais correta e exemplar o nosso trabalho. Um dia poderemos ser nós na perspetiva
contrária, e isto leva-me a querer realizar com todo o cuidado e respeito as minhas
futuras funções como futura Auxiliar de Saúde. Cuidar de doentes requer muito esforço
da parte dos profissionais, requer atenção, compaixão e profissionalismo.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
FONTES MULTIMÉDIA
https://www.ordemenfermeiros.pt/arquivo/publicacoes/Documents/GOBP_Mobilid
ade_VF_site.pdf ; (2013) Data da consulta: 14 de janeiro.
http://educacare.web.ua.pt/wp-content/uploads/2017/07/Apresentacao-Transferenc
ias-Mobilidade-e-Posicionamentos.pdf ; Data da consulta: 3 de fevereiro.
http://educacare.web.ua.pt/wp-content/uploads/2017/07/Apresentacao-Transferenc
ias-Mobilidade-e-Posicionamentos.pdf;Data da consulta: 3 de fevereiro.
http://nocs.pt/wp-content/uploads/2018/01/Manual-de-Normas-de-Enfermagem-Pr
ocedimentos-T%C3%A9cnicos.pdf);(2011) Data da consulta: 17 de fevereiro.
http://forumenfermagem.org/dossier-tecnico/documentos/orientacoes-tecnicas/man
ual-de-procedimentos-tecnicos-de-enfermagem-acss; Data da consulta: 17 de
fevereiro.
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