Você está na página 1de 57

HIDROSTÁTICA

CONCEITOS BÁSICOS

Prof. Léo
2. HIDROSTÁTICA

É a parte da Hidráulica que


estuda os líquidos em repouso,
bem como as forças que podem
ser aplicadas em corpos neles
submersos.
Conceito de Pressão
Pressão é o quociente da
intensidade da força
exercida uniforme e
perpendicularmente
sobre uma superfície, PESO W
pela área dessa mesma (FORÇA)
superfície.

Pressão = Força /Área


ÁREA A
Pressão em sólidos
Se uma força for aplicada a um
ponto de um objeto rígido, o objeto como
um todo sofrerá a ação dessa força.
Isto ocorre porque as moléculas
(ou um conjunto delas) do corpo rígido
estão ligadas por forças que mantêm o
corpo inalterado em sua forma.
Logo, a força aplicada em um
ponto de um corpo rígido acaba sendo
distribuída a todas as partes do corpo.
Pressão em líquidos
Em um fluido as forças entre
as moléculas (ou um conjunto
delas) são muito menores que nos
sólidos.
Um fluido não pode suportar
forças de cisalhamento, sem que
isto leve a um movimento de suas
partes.
Um fluido pode escoar quando se
exerce pressão , ao contrário de um
objeto sólido.
Pressão Hidrostática
(exercida por um líquido)

Um elemento sólido,
colocado no interior de
um fluido em equilíbrio,
experimenta, da parte
desse fluido, forças
perpendiculares às suas
superfícies.
Variação da pressão exercida por um
líquido
Pode-se demonstrar, de
uma forma muito simples, a
variação de pressão com a
altura.
Basta, para isso, fazermos
perfurações num recipiente
cheio de líquido em posições
diferentes.
O Jarro sairá cada vez mais
forte à medida que
aumentarmos a altura da coluna
de líquido (isto é, nos pontos
mais baixos).
Pressão e profundidade em um fluido estático

Num fluido qualquer, a


Patm Patm
pressão não é a mesma em todos os
pontos. Porém, se um fluido
homogêneo estiver em repouso,
h1 h1
então todos os pontos numa
superfície plana horizontal estarão à
mesma pressão.
“A pressão a uma mesma h2 h2
profundidade de um fluido deve
ser constante ao longo do plano
paralelo à superfície”
A pressão no interior de um fluido aumenta com a profundidade

p  p 0  gh se y1  0  p 0 é a pressão atmosféric a

p  p 0  gh  p  gh
 a diferença de pressão entre dois pontos dum líquido em equilíbrio hidrostático é
proporcional ao desnível entre esses pontos

9
9
Pressão e profundidade em um fluido estático

A pressão nas linhas marcadas na figura será a


mesma, se estiverem em um mesmo plano horizontal
Fluido em repouso Seleccionamos uma amostra do fluido
 um cilindro imaginário com uma

F1 área de secção transversal A
A y1
h Como a amostra está em equilíbrio, a
 y2 força resultante na vertical é nula
 
P  mg
F2
F y 0
 F  pA
 F2  F1  mg
m  V  Ah
p2 A  p1 A  A y1  y 2 g
p  p 0  gh
p 2  p1  gh ou
 Lei fundamental da hidrostática

Lei de Stevin

11
11
LEI DE STEVIN – PRESSÃO DEVIDA A UMA
COLUNA LÍQUIDA
Os pontos 1 e 2 estão no
interior de um fluido de densidade d. F1=p1.A
1
A porção de líquido em cor
diferente está em equilíbrio (não se
move) sob a ação de seu próprio W= .g.v
peso e das forças que o restante do h
líquido exerce sobre ela.
2 F2=p2.A
Para que o líquido esteja em
equilíbrio, a força resultante que
atua no sistema tem que ser nula.
W = (.g).v = .h.A
LEI DE STEVIN – PRESSÃO DEVIDA A UMA
COLUNA LÍQUIDA

Se o líquido está em repouso, tem-se que:


  FY = 0 e portanto:
p1.A + .h.A - p2.A = 0
 p2 – p1 = .h

“A DIFERENÇA DE PRESSÃO ENTRE DOIS


PONTOS DA MASSA DE UM LÍQUIDO EM
EQUILÍBRIO É IGUAL À DIFERENÇA DE
PROFUNDIDADE MULTIPLICADA PELO PESO
ESPECÍFICO DO LÍQUIDO”
RESUMO: PRESSÃO DEVIDA A UMA COLUNA
LÍQUIDA

A pressão no ponto 1 Patm


será a pressão
atmosférica local e a
1
pressão no ponto 2 h
poderá ser obtida
pela relação: 2

p 2  patm   .h
Pressão Atmosférica

O ar, como qualquer substância próxima à Terra,


á atraído por ela, isto é, o ar tem peso. Em virtude
disto, a camada atmosférica que envolve a Terra,
atingindo uma altura de dezenas de quilômetros,
exerce uma pressão sobre os corpos nela
mergulhados. Esta pressão é denominada Pressão
Atmosférica.

Vivemos no fundo de um oceano de ar e esse


oceano, como a água de um lago, exerce pressão nos
corpos nele imersos.
Pressão Atmosférica
Torricelli, físico italiano,
realizou uma famosa experiência
que, além de demonstrar que a
pressão existe realmente, permitiu
a determinação de seu valor:
Torricelli encheu de
mercúrio (Hg) um tubo de vidro
com mais ou menos 1 metro de
comprimento; em seguida fechou a
extremidade livre do tubo e o
emborcou numa vasilha contendo
mercúrio.
Quando a extremidade do
tudo foi aberta, a coluna de
mercúrio desceu, ficando o seu
nível aproximadamente 76 cm
acima do nível do mercúrio dentro
da vasilha.
EXPERIÊNCIA DE TORRICELLI

Torricelli concluiu que a pressão atmosférica,


(patm) atuando na superfície livre do líquido no
recipiente, conseguia equilibrar a coluna de mercúrio.

O espaço vazio sobre o mercúrio, no tubo,


constitui a chamada câmara barométrica, onde a
pressão é praticamente nula (vácuo).
VALOR DA PRESSÃO ATMOSFÉRICA

Como a altura da coluna líquida no tubo era


de 76 cm, Torricelli chegou à conclusão de que o
valor da pressão atmosférica ao nível do mar
equivale à pressão exercida por uma coluna de
mercúrio de 76 cm de altura.
A pressão de 76 cm Hg é denominada
pressão atmosférica normal e equivale a outra
unidade prática de pressão chamada atmosfera
(atm).

Patm = 13.600kg/m3 x 9,8m/s2 x 0,76m =


1,02 x 105 Pa (S.I.)
VALOR DA PRESSÃO ATMOSFÉRICA

Pascal repetiu a experiência no


alto de uma montanha e verificou que o
valor da pressão atmosférica era menor
do que ao nível do mar.
Concluiu que quanto maior for a
altitude do local, mais rarefeito será o ar
e menor será a altura da camada de ar
que atuando na superfície de mercúrio.
VARIAÇÃO DA PRESSÃO ATMOSFÉRICA COM
A ALTITUDE

PRESSÃO ATMOSFÉRICA
ALTITUDE (m)
(cm Hg)
0 76 (10,33 mH2O)
500 72
1.000 67
2.000 60
3.000 53 (7,21 mH2O)
MODOS DE EXPRESSAR AS MEDIDAS
DE PRESSÃO

Patm

1
h p2  patm   .h
2 (PRESSÃO ABSOLUTA)
PRESSÕES ABSOLUTAS

p 2  patm   .h
p2
.h

Pressão Atmosférica

1 atm = 10,33 mH2O

(Vácuo absoluto) 0
PRESSÕES RELATIVAS

p 2   .h
p2
.h PRESSÕES
POSITIVAS
P. Atmosférica 0
PRESSÕES
NEGATIVAS
(Vácuo absoluto) -10,33 mH2O
PRESSÕES ABSOLUTAS E
RELATIVAS
Falando em pressões Falando em pressões
absolutas: relativas:
A pressão existente A pressão existente
sobre o nível da água em sobre o nível da água em
um reservatório tem um reservatório tem valor
valor 1 atm ou 10,33 zero;
mH2O; A pressão na tubulação
A pressão na tubulação de sucção de uma bomba
de sucção de uma bomba ou de um aspirador de pó
ou de um aspirador de tem valor negativo;
pó tem valor positivo e O vácuo absoluto recebe
menor que uma valor menos 1 atm ou –
atmosfera; 10.33 mH2O.
O vácuo absoluto
recebe valor zero.
MEDIÇÕES DE PRESSÃO

1 - O BARÓMETRO DE MERCÚRIO (TORRICELLI)

Mede a pressão atmosférica

Um tubo longo e fechado numa extremidade


cheio de mercúrio é invertido num recipiente
cheio de mercúrio

p A  pressão provocada pela coluna de mercúrio


p  0 (~ vácuo)
p B  pressão provocada pela coluna de ar (atmosfera )

Peso da coluna de mercúrio : F  mg  ρVg  Ahg


F p A  p0  p B
 p A   hg
A
logo a pressão atmosférica é

p0  gh
25
25
2 - MANÓMETRO DE TUBO ABERTO

Mede a pressão de um gás contido num recipiente


p0
Uma extremidade de um tubo em U que contém um fluido está
aberta para a atmosfera e a outra extremidade está ligada à
um sistema de pressão desconhecida

p A  pB
h
p g  p0  gh
pg
 é a pressão absoluta
A B
e
Tanque
p g  p 0  gh Manómetro

 é a pressão manométrica
26
26
Vasos Comunicantes e
suas aplicações
EQUILÍBRIO DE UM LÍQUIDO EM VASOS COMUNICANTES
A altura alcançada por um líquido em equilíbrio em
diversos vasos comunicantes é a mesma, qualquer que
seja a forma ou secção dos ramos (desde que não
sejam capilares).

EQUILÍBRIO DE DOIS LÍQUIDOS IMISOÍVEIS EM VASOS


COMUNICANTES
Dois líquidos imiscíveis em equilíbrio em vasos
comunicantes atingem alturas inversamente
proporcionais as suas massas específicas.

 1.h1   2 .h2 
Vasos Comunicantes
Vasos Comunicantes
Vasos Comunicantes
(ESPM – SP) O tubo em U contém, mercúrio, água e óleo, de densidades:
dHg = 13,6 g/cm3; da = 1 g/cm3; do = 0,8 g/cm3. Determine o valor de h.

pO + pa = pHg
dO . hO + da . ha = dHg . h
Princípio de Pascal
Princípio de Pascal
Princípio de Pascal
Princípio de Pascal
Um corpo com massa mA de 5 kg foi colocado em um
elevador hidráulico sobre o êmbolo A de área igual a 0,5
m². Do outro lado, outro corpo com massa mB de 2 kg
está sobre o êmbolo B. O sistema está em equilíbrio.
Calcular a área do êmbolo B

F A = mA . g =
F B = mB . g =
pA = pB
TEOREMA DE ARQUIMEDES
Todo corpo mergulhado em um líquido
fica submetido à ação de uma força
vertical, orientada de baixo para cima, de
valor igual ao peso do líquido deslocado,
que denominamos empuxo.
O empuxo é igual ao peso do volume de
líquido deslocado.
Importante: E   .Vd .g
E = P – o corpo flutua.
E > P – o corpo sobe.
E < P – o corpo afunda.
PRINCÍPIO DE ARQUIMEDES
“Todo o corpo completa ou parcialmente imerso num
fluido experimenta uma força de impulsão para cima, cujo
valor é igual ao peso do fluido deslocado”

Consideramos um cubo de fluido:

h
  
Fg  mg I

Como o cubo está em equilíbrio, a força resultante vertical é nula:

F y
0  I  Fg  0  I  m f g   f Vg

onde m é a massa do fluido dentro do cubo


39
ORIGEM DA FORÇA DE IMPULSÃO

F1


F2

Vimos anteriormente que a pressão p2 é maior que a


pressão p1  F2>F1.
Somando essas duas forças, vemos que existe uma força resultante que
tem a direção vertical e o sentido para cima. Essa força resultante é a
força de impulsão,

I  F2  F1
40
Substituindo o cubo de fluido por outros materiais
Caso I. Um corpo totalmente submerso


 I
a  um corpo mais denso
do que o fluido afunda

Fg

Pedra

  Um corpo menos denso


I do que o fluido

a experimenta uma força
 para cima
Fg

41
Madeira
Caso II. Um corpo flutuando
Iceberg
O corpo está em equilíbrio  a força de
impulsão é equilibrada pela força
gravitacional do corpo

I I  Fg (1)
I   f Vg
  V é a parte do volume do corpo que
Fg está submerso

Fg  m c g  Fg   cVc g
Vc  é o volume total do corpo

Substituindo em (1) obtemos

c V
 f gV   c gVc   f V   cVc  
 f Vc
A fracção do volume do corpo imerso no fluido = à razão entre a
densidade do corpo e a densidade do fluido
42
42
BALÕES DE AR QUENTE


I


Fg

Como o ar quente é menos


denso que o a frio  uma
força resultante para cima
actua nos balões

43
43
2- HIDRODINÁMICA

CARACTERÍSTICAS DO ESCOAMENTO

Quando um fluido está em movimento laminar


seu fluxo ou escoamento pode ser:
• Constante ou laminar se cada
partícula do fluido seguir uma trajectória
suave, sem cruzar com as trajectórias das
outras partículas.

• Turbulento  acima de uma determinada turbulento


velocidade crítica o fluxo torna-se turbulento
É um escoamento irregular, caracterizado
por regiões de pequenos redemoinhos

O regime de escoamento, é determinado pela seguinte quantidade adimensional, (obtida


experimentalmente) chamada número de Reynolds
laminar se NR < 2 000
vd   densidade
N Re 
 v  velocidade turbulento se NR > 3 000

d  espessura do fluido (diâmetro da conduta) Instável  muda de um regime para outro, se 2


000 < NR < 3 000
  coef. viscosidade 44
44
FORÇA DE ATRITO EM FLUIDOS
(OU FORÇA DE ARRASTE)

A força de arraste num fluido, ao contrário do que acontece com a força de atrito que
tratamos anteriormente na mecânica, é uma força dependente da velocidade

A força de arraste num fluido apresenta dois regimes:


 
• PARA PEQUENAS VELOCIDADES F  bv

onde b é o coeficiente da força de atrito e v é a velocidade do corpo

b depende da massa e da forma do objecto


A força resultante que actua sobre um corpo que cai perto da superfície terrestre,
considerando o atrito com o ar é
  
f  mg  bv
Por causa da aceleração da gravidade, a velocidade aumenta.

A velocidade para a qual a força totalf é nula chama-se velocidade limite
mg
0  mg  bv L  vL
b
O movimento torna-se rectilíneo e uniforme (velocidade constante)
45
1
• PARA VELOCIDADES ALTAS F  A C v2 Fluxo turbulento
2
C: coeficiente de arraste (adimensional) A: área da seção transversal do corpo
 : densidade do meio
Desenho de Leonardo da Vinci, de 1483:


F


mg

0  mg  F
1
mg   A C v L2
2
2mg
vL  Salto realizado por Adrian Nicholas, 26/6/2000
AC
46
Exemplo 1:
 
f  mg  Fatrito

47
Exemplo 2: Gota de chuva

GOTA DE CHUVA

F
Quando andamos sob a chuva, as gotas que
caem não nos magoam. Isso ocorre porque
as gotas de água não estão em queda livre,
mas sujeitas a um movimento no qual a
resistência do ar tem que ser considerada
   
P  mg f  mg  Fatrito
Velocidade limite de uma gota de chuva

Com a resistência do ar: v  27 km/h


Sem a resistência do ar: v  550 km/h
48
Muitos das características dos fluidos reais em movimento podem ser compreendidas
considerando-se o comportamento dum fluido ideal

Adoptamos um modelo de simplificação baseado nas seguintes suposições

1. Fluido não viscoso  não apresentam qualquer resistência ao seu movimento

2. Fluido incompressível  a densidade, ρ, tem um valor constante

3. Escoamento laminar  a velocidade do fluido em cada ponto não varia com o tempo

4. Escoamento irrotacional  Qualquer ponto no interior do fluido não roda sobre


si mesmo (não tem momento angular)

Os pressupostos 1 e 2 são propriedades do nosso fluido ideal

Os pressupostos 3 e 4 são descrições da maneira como o fluido escoa

49
49
A trajectória percorrida por uma partícula de fluido num escoamento
laminar é chamada linha de corrente

Corrente

Elemento do
fluido

A velocidade da partícula é sempre tangente à linha de corrente

50
Fluxo é definido como o produto da velocidade do fluido pela secção recta
que o fluido atravessa

  vA  caudal volúmico (ou vazão)

51
EQUAÇÃO DA CONTINUIDADE

Equação da continuidade:

v1 A1  v2 A2
dx
como v 
dt (a) Tempo t

dx dV
A 
dt dt

 t  V (b) Tempo t + Δt

52
EQUAÇÃO DE BERNOULLI

Do teorema trabalho-energia

O trabalho realizado por todas as forças do sistema é


igual à variação de energia cinética,

Wtotal  W P  W Fg  K
F
Sabendo que P  F  PA
A
O trabalho realizado ao aplicarmos uma força F sobre
x 2
a área A, para forçar um fluido a deslocar-se x no
cilindro
W P1  F1x1   p1 A1 x1 x1

W P2   F2 x2    p 2 A2 x2
( PA)  x  PV
WP1  p1V

WP 2  p2V
WP  WP1  WP2  p1V  p2V  WP   p1  p2 V
53
Wtotal  W P  W Fg  K

Trabalho da força gravitacional

W Fg   U   mg  y 2  y1 

WFg   Vg  y2  y1 

Variação da energia cinética

1 2 1 2
K  mv2  mv1
2 2
1

K  V v22  v12
2

54
Wtotal  W P  W Fg  K

1
 p1  p2 V  Vg y2  y1  V v2  v1 
  2 2

2
1 2 1 2
p1  v1  gy1  p2  v2  gy2
2 2
1 2
p  v  gy  constante
2
Equação fundamental da hidrodinâmica  equação de Bernoulli

55
Aplicação: A força que sustenta os aviões

A asa de um avião é mais curva na parte de cima. Isto faz com que o ar passe mais
rápido na parte de cima do que na de baixo da asa.

De acordo com a equação de Bernoulli, a pressão do ar em cima da asa será menor do


que na parte de baixo, criando uma força que sustenta o avião no ar

56
 Força de sustentação

57

Você também pode gostar