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RLM

Prof. Léo
Princípio Fundamental da
Contagem e propabilidade
de eventos
A vida não é fácil para nenhum de nós. Temos
que ter persistência e, acima de tudo, confiança
em nós mesmos.
Marie Curie
Matemática, 2º ano, Probabilidade de
união de eventos

O estudo da probabilidade

Dentre os variados ramos de estudo da Matemática, a


probabilidade é talvez aquela que esteja mais ligada às questões
práticas. Isso porque é impossível dissociar o estudo da
probabilidade de situações cotidianas como o lançamento de um
dado ou uma moeda de cara ou coroa, por exemplo.

Figura 1
Um dos primeiros a estudar um método de cálculo da
probabilidade foi o italiano Girolamo Cardano, que era médico,
matemático, físico, filósofo e astrólogo.
Ele queria uma vantagem no jogo de dados, para
sustentar a esposa, quando passaram por dificuldades. Essa
vantagem não foi obtida trapaceando, mas estudando como
funcionava algo que é aleatório (imprevisível), para ter a melhor
chance de acertar no resultado.
Você pode saber mais sobre ele clicando sobre sua
imagem ao lado, que abrirá um link contando sua história.
Matemática, 2º ano, Probabilidade de
união de eventos

Além de Cardano, é quase obrigatório citar Daniel Bernoulli, Pierre de


Fermat, Blaise Pascal e Pierre Laplace. Ao longo da história, eles desenvolveram boa
parte da teoria da probabilidade e do cálculo da mesma. Clicando nas suas imagens
abaixo, você abrirá links com a história de cada um deles, além das suas contribuições
para outros campos do conhecimento.
A aplicação dessa área no mundo atual é grande e diversa. Os seguros de
vida ou de bens, por exemplo, tornaram-se comuns devido à insegurança que
vivenciamos atualmente.
O cálculo da probabilidade é aplicado a diversos esportes, à Medicina, à
Genética, e até mesmo a ciências sociais como Filosofia e Direito. Daí a importância
de se conhecer seus fundamentos.

Figura 2 Figura 3 Figura 4 Figura 5


Daniel Bernoulli Pierre de Fermat Blaise Pascal Pierre Laplace
Quantos carros há?
Quantos carros há?
Consequências...
Consequências...

7
Princípio Fundamental da Contagem

Quantas placas de carro podem


ser criadas com 3 letras e 4 dígitos
numéricos?
Princípio Fundamental da Contagem

Quantos números de telefones


podem ser criados com 9 dígitos
iniciando com 9 e o segundo
dígito não sendo 9 ou 8?
Quantos looks há?

10
Quantos looks há?

Segundo a pesquisa, 21,4% dos


brasileiros da classe C disseram
comprar roupas pelo menos uma vez a
cada três meses.
Princípio Fundamental da Contagem

Quantos looks distintos


podem ser feitos com 2 saias
e 3 blusas?
Princípio Fundamental da Contagem
Princípio Fundamental da Contagem

Multiplicativo Aditivo
Princípio Fundamental da Contagem

𝒅𝟏
𝒙𝟏 maneiras

Decisão 𝒅 𝒅𝟐 𝒙𝟐 maneiras

E
𝒅𝟑 𝒙𝟑 maneiras

Princípio multiplicativo (𝒙𝟏 · 𝒙𝟐 · 𝒙𝟑 ) maneiras


Princípio Fundamental da Contagem

𝒅𝟏
𝒙𝟏 maneiras

OU

Decisão 𝒅 𝒅𝟐 𝒙𝟐 maneiras

OU
𝒅𝟑 𝒙𝟑 maneiras

Princípio aditivo (𝒙𝟏 + 𝒙𝟐 + 𝒙𝟑 ) maneiras


Princípio Fundamental da Contagem

Na cantina da Dona Delta tem:

• coxinhas de camarão, lagosta e


siri, e
• pastéis de caranguejo e sururu.

Comprando um pastel ou uma


coxinha, de quantas formas distintas
se pode fazer a escolha?
Princípio Fundamental da Contagem

Em uma competição há 10 atletas, entre eles, Wannyemberg.


Sabendo que o pódio é constituído dos 3 primeiros e que
Wannyemberg ganhou medalha, de quantas maneiras distintas
pode-se organizar o pódio?

MODO 1

OU OU
W W W
1 9 8 9 1 8 9 8 1
+ +
72 possibilidades 72 possibilidades 72 possibilidades
Princípio Fundamental da Contagem

Em uma competição há 10 atletas, entre eles, Wannyemberg.


Sabendo que o pódio é constituído dos 3 primeiros e que
Wannyemberg ganhou medalha, de quantas maneiras distintas
pode-se organizar o pódio?

MODO 2

Todas as possibilidades – Possibilidades sem Wannyemberg


Princípio Fundamental da Contagem

Em um saguão de um prédio, existem 7


portas. Para melhorar a circulação de ar no
local, tenta-se diferentes modos de deixar as
portas abertas.

Pode-se deixar de 1 até 6 portas abertas, mas


não todas as 7 ao mesmo tempo.

De quantas formas diferentes essas portas


podem ficar abertas?
Princípio Fundamental da Contagem

1ª 2ª 3ª 4ª 5ª 6ª 7ª

2 2 2 2 2 2 2

Total de possibilidades = 27 = 128

Possibilidades possíveis = 128 – 2 = 126


Quantos produtos há?

22
Quantos produtos há?
Princípio Fundamental da Contagem

Quantos produtos podem ter


código de barras no Brasil?
Princípio Fundamental da Contagem

Quantos números ímpares de 3 algarismos distintos podemos


formar com os algarismos de 0 a 9?

Números com o zero: 0

8 1 5

Números sem o zero:


7 8 5

(8 · 1 · 5) + (7 · 8 · 5) = 40 + 280 = 320 números


Princípio Fundamental da Contagem

Quantos números pares de 3 algarismos distintos podemos formar


com os algarismos de 0 a 9?

Zero no final: 0

9 8 1

0
Zero no meio:
8 1 4

Sem o zero:
8 7 4

(9 · 8 · 1) + (8 · 1 · 4) + (8 · 7 · 4) = 72 + 32 + 224 = 328 números


Como é possível chegar a esses dados?

É possível saber a chance de algo acontecer?

Imagem: Webmaster-chx / Creative Commons paternité – partage


à l’identique 3.0 (non transposée)
Sim, é possível medir a chance de algo acontecer.
Essa medida é chamada PROBABILIDADE e é dada por uma
razão entre dois números.
A teoria das probabilidades é um ramo da
Matemática que cria, elabora e pesquisa
modelos que deem os resultados prováveis ou
as chances de determinado resultado ocorrer.

Vamos analisar como isso acontece através de


alguns exemplos.
1. Para obter verbas para a formatura do 9º Ano, a equipe de
Rose rifou uma bicicleta. A rifa tinha 100 números e Rose
comprou 4 deles.
Qual a chance de Rose ganhar a bicicleta?

Imagem: Tom O Fitz / Creative Commons Attribution-Share Alike 2.0 Generic


Resolução:
Para calcular a medida da chance, isto é, da
probabilidade de Rose ganhar a rifa, devemos
estabelecer uma razão: Imagem:Maxim Razin / GNU Free Documentation License

bilhetes comprados por Rose

4 em 100 =
número total de bilhetes

A razão ou dá a probabilidade de Rose ganhar a bicicleta:

1 em 25 ou 4%.
2. Ricardo escreveu em pedaços iguais de papel o nome de cada dia da
semana. Dobrou-os igualmente de modo que qualquer um deles tivesse a
mesma chance de ser retirado de uma caixa.
Qual a chance de que o nome do dia da semana retirado por Ricardo
comece com a letra S?

Imagem: Janzak / GNU Free Documentation License


Resolução:

Mais uma vez vamos escrever a razão que dá essa probabilidade:

dias da semana que começam por S

3 em 7

total de dias da semana

Essa razão indica que a probabilidade de sair um nome que comece pela letra

S é de 3 em 7 ou 0,4286, ou seja, aproximadamente 42,9%.


Observação

Quando a probabilidade é zero, dizemos que o


evento é impossível.

Quando a probabilidade é 1 ou 100%, dizemos


que é um evento certo.
Para saber mais
No Brasil há várias loterias cujas apostas são realizadas em
todas as lotéricas.

Em certa loteria são sorteados 6 números de um total de 60, e


as pessoas que acertá-los recebem um prêmio que pode ser
milionário.

Imagem: Bartosz Senderek /

autorstwa – Na tych samych


Creative Commons Uznanie
Existe também a possibilidade de se
ganhar uma parte do prêmio acertando

warunkach 2.5
apenas 5 ou 4 números.
Nessa loteria o apostador deve escolher de 6 a 15 números, dentre os 60
disponíveis em cada cartela. Para apostar 6 números (aposta mínima), o custo
é de R$ 2,00. Porém, pode-se apostar até 15 números, aumentando
consideravelmente suas chances de ganhar. A cada número extra apostado o
preço aumenta.
Probabilidade de acerto nessa loteria
Quantidade de Valor de Probabilidade de acerto (1 em ...)
números jogados aposta
Seis Cinco Quatro
6 R$2,00 50.063.860 154.518 2.332
7 R$14,00 7.151.980 44.981 1.038
8 R$56,00 1.787995 17.192 539
9 R$168,00 595.998 7.791 312
10 R$420,00 238.399 3.973 195
11 R$924,00 108.363 2.211 129
12 R$1.848,00 54.182 1.317 90
13 R$3.432,00 29.175 828 65
14 6.006,00 16.671 544 48
15 R$10.010,00 10.003 370 37
Um pouco de história
As questões envolvendo a teoria
elementar das probabilidades já eram
objeto de estudo desde a Antiguidade.
Mas foi no início do século XV que as
discussões em relação aos “jogos de
azar” (aquele em que a perda ou o
ganho depende exclusivamente do
acaso – sorte) passaram a ter um
tratamento matemático mais
sistematizado. Um dos primeiros
impressos acerca desse assunto está na
Suma (1494) do frade franciscano
italiano Luca Pacioli (1445-1509).

Imagem:Jacopo de' Barbari / Retrato de Fra Luca Pacioli e um jovem desconhecido


/Public Domain
A partir daí, vários estudiosos contribuíram
para a sistematização acerca da probabilidade,
entre eles os franceses Blaise Pascal (1623-
1662) e Pierre de Fermat (1601-1665), aos
quais geralmente é creditada a origem da
teoria das probabilidades.

Nos séculos XVIII e XIX, essa teoria continuou a


se desenvolver com contribuições de grandes
matemáticos, entre eles, Jakob Bernoulli (1654-
1705), cujo livro Ars conjectandi, dedicado
exclusivamente às probabilidades, foi
publicado, postumamente, em 1713.

Imagem: Ecummenic /Pierre Dupin (c.1690-c.1751) / Public Domain


Agora é com você...

Vamos
praticar o que
você acabou
de aprender.

Imagem: Dan Foy / Creative Commons Attribuzione 2.0 Generico


1. Imagine que vinte pedaços de papel são numerados de 1 a 20. Se um
desses papéis for sorteado, calcular a probabilidade de ser retirado:

a) um número par;

b) um número divisível por 3;

c) um número maior do que 8;

d) um número primo;

e) um número entre 5 e 10;

f) um número divisor de 24.


2. Qual é a probabilidade de Carlos retirar uma carta de um baralho de 52 cartas e
obter:

a) uma carta de copas?

b) um ás?

c) um ás de copas?

d) uma carta com naipe vermelho?

e) um três vermelho?

f) uma que não seja de copas?


3. Em um estojo, há 6 canetas azuis e 4 vermelhas. Qual é a
probabilidade de retirarmos desse estojo ao acaso:

a) uma caneta azul?

b) uma caneta vermelha?


4. Júlio construiu um dado não “viciado” com faces coloridas. Dentre as faces três são
verdes, duas são amarelas e uma é vermelha.

a) Cada vez que Júlio lança esse dado, quantos e quais são os possíveis resultados que
ele pode obter na face superior?

b) Em um único lançamento, qual é a chance de sair amarelo na face superior?

c) Em um único lançamento, que cor tem maior chance de sair na face superior? De
quanto é essa chance?

d) Em um único lançamento, que cor tem menor chance de sair na face superior? De
quanto é essa chance?

e) Se você estivesse jogando com Júlio e usando esse dado, em que cor você apostaria
para ganhar em um único lance?
5. Paulo e Laura casaram-se há pouco tempo e planejam ter
dois filhos.

a) Quais são todos os resultados possíveis quanto ao sexo


desses filhos?

b) Quais são as chances de Paulo e Laura terem dois filhos


homens?

c) Quais são as chances de Paulo e Laura terem um casal de


filhos?
Respostas
1. 3.
a) 50% (10 em 20) a) 60% (6 em 10)
b) 30% (6 em 20) b) 40% (4 em 10)
c) 60% (12 em 20)
d) 40% (8 em 20) 4.
e) 20% (4 em 20) a) 6: 3 verdes, 2 amarelos e 1 vermelho.
f) 35% (7 em 20) b) 2 em 6, ou 0,333, ou 33,3%.
c) Verde; 3 em 6, ou 0,5 ou 50%.
2. d) Vermelho; 1 em 6, ou aproximadamente 0,167, ou
a) 25% (13 em 52) 16,7%.
b) 7,7% (4 em 52) e) Resposta pessoal.
c) 1,9% (1 em 52)
d) 50% (26 em 52)
e) 3,8% (2 em 52)
f) 75% (3 em 4)
Aleatoriedade

Chama-se de experimento aleatório aquele que, mesmo repetido várias vezes, sob
condições semelhantes, apresenta resultados imprevisíveis, dentre os resultados
possíveis.

O ramo matemático da Teoria da Probabilidade cria, elabora e pesquisa modelos de


experimentos aleatórios. Alguns exemplos desses experimentos são:

a) Loteria de números
b) Abertura de um livro ao acaso para ver o número da página
c) Escolha de uma aluno ao acaso para lhe perguntar quantos irmãos tem
Um exemplo clássico de experimento aleatório é o lançamento de um dado
ou de uma moeda. No caso do dado, os resultados possíveis são os números
de 1 a 6. No caso da moeda, cara ou coroa. A partir daí, podemos definir
espaço amostral:

Espaço amostral (S) de um experimento aleatório é o conjunto de todos


os resultados possíveis desse experimento. O espaço amostral depende
do tipo de experimento.

Também podemos definir evento:

Evento (E) é todo subconjunto do espaço amostral S de um experimento


aleatório. Também depende do tipo de experimento
Vamos analisar alguns fenômenos aleatórios. Os dados dos
experimentos são os comuns, de 6 faces.

1) Lançamento de um dado e registro do resultado


Conjunto de todos os resultados possíveis: {1, 2, 3, 4, 5, 6}
Um dos subconjuntos dele é {1, 3, 5}, que pode ser
identificado por “ocorrer número ímpar no lançamento de
um dado”.
• espaço amostral: S = {1, 2, 3, 4, 5, 6}
• evento E: “ocorrer número ímpar no lançamento de
um dado” → A = {1, 3, 5}

Figura 6
2) Registrar o número de peças defeituosas fabricadas por
uma máquina num dia. Determinar os eventos “número
de peças defeituosas num dia é 8” e “número de peças
defeituosas num dia é maior que 5”

• espaço amostral: S = {0, 1, 2, 3, ..., n}, onde n representa


todas as peças fabricadas num dia.
• evento E1: “número de peças defeituosas num dia é 8”
A = {8}
• evento E2: “número de peças defeituosas num dia é
maior que 5” → B = {6, 7, 8, ..., n}

Figura 7
As situações apresentadas permitem trabalhar alguns
conceitos.
No exemplo do dado, se o evento fosse, por exemplo, “sair
um número maior que 0” o evento seria {1, 2, 3, 4, 5, 6}. Ou seja, E
= S. Quando isso ocorre, chamamos E de evento certo.
Do mesmo modo, se tivéssemos o evento “sair um número
maior que 7”, nosso conjunto evento E estaria vazio. Ou seja, E = ∅.
Quando isso ocorre chamamos E de evento impossível.
No exemplo das peças, o conjunto E1 do evento “número
de peças defeituosas num dia é 8” corresponde a {8}. Quando o
conjunto E é unitário o chamamos de evento simples.
Cálculo de probabilidades

Quando se lança um dado perfeito, não-viciado, não há


razão para que um dos números saia mais facilmente que
outro. Todos têm a mesma probabilidade de sair na face
superior.
Admitiremos daqui pra frente que as chances de
eventos simples ocorrerem em um espaço amostral S sejam
iguais. Chamaremos S de espaço de eventos equiprováveis,
para que possamos definir a probabilidade de um evento em S.
Seja um evento E de espaço amostral finito S (não vazio). A probabilidade
de ocorrer o evento E é a razão entre o número de elementos de E e o
número de elementos de S.
Indicando por:
• n(E) o número de elementos de E
• n(S) o número de elementos de S
• P(E) a probabilidade de ocorrer E
Temos:

P(E) possui um intervalo fixo: 0 ≤ P(E) ≤ 1. Quando P(E) = 0, o evento é


impossível. Quando P(E) = 1, o evento é certo.
Vamos calcular a probabilidade de ocorrência dos
experimentos aleatórios citados anteriormente.

1) Lançamento de um dado e registro do resultado


• espaço amostral: S = {1, 2, 3, 4, 5, 6}
• evento E: “ocorrer número ímpar no lançamento de um
dado” → A = {1, 3, 5}
2) Registrar o número de peças defeituosas fabricadas por uma
máquina num dia, e agora sabemos que foram fabricadas
100 peças.
• espaço amostral: “todas os números possíveis de peças
defeituosas” S = {0, 1, 2, 3, ..., 100}
• evento E1: “número de peças defeituosas num dia é 8” A =
{8}
• evento E2: “número de peças defeituosas num dia é maior
que 5” → B = {6, 7, 8, ..., 100}
Vamos refletir
•Os jogos de tabuleiros chamados de RPG
possuem dados bem diferentes, como na figura
ao lado. Um tem 4 faces, outro 8, outro 12 e até
mesmo um de 20 faces!

•Você consegue pensar nos espaços amostrais, e


alguns eventos possíveis, usando esses dados
diferentes?

•Tente calcular, por exemplo, a probabilidade de


Figura 8
obter um número ímpar num dado de 8 faces.

•E qual a probabilidade de obter um número


primo, num dado de 20 faces?
Vamos refletir

• Se uma máquina vai ficando cada vez mais


velha, a probabilidade dela produzir peças
defeituosas aumenta ou diminui?

• Imagine que uma máquina tenha uma


probabilidade de 50% de produzir peças
defeituosas. Essa máquina é boa ou ruim? (Leve
em conta que as chances de tirar uma cara num
jogo de cara ou coroa também são de 50%)
Figura 9
Probabilidade de união de eventos

Vamos retirar uma bola de uma urna que contém 20


bolas numeradas de 1 a 20 e considerar os eventos A -
“obtenção de divisor de 16” e B - “obtenção de divisor de 18”.
Temos então:

• S = {1, 2, 3, ..., 20}


• n(S) = 20
• A = {1, 2, 4, 8, 16} , n(A) = 5
• B = {1, 2, 3, 6, 9, 18}, n(B) = 6
Note que existem elementos que
satisfazem:
• apenas o evento A: 4, 8, 16
• apenas o evento B: 3, 6, 9, 18
• o evento A e o evento B: 1, 2
• o evento A ou o evento B: 4, 8,
16, 3, 6, 9, 18, 1, 2

Sabemos que {1, 2} = A ⋂ B e {4, 8, 16, 3, 6, 9, 18, 1, 2} = A ⋃ B.


Podemos então dizer que:

• a ocorrência do evento A e do evento B é dada por A ⋂ B


• a ocorrência do evento A ou do evento B é dada por A ⋃ B
Vamos calcular P(A), P(B), P(A ⋂ B), P(A ⋃ B):

Esses resultados mostram que P(A ⋃ B) = P(A) + P(B) – P(A ⋂ B).


Vamos demonstrar essa relação. Em quaisquer que
sejam os eventos A e B de um espaço amostral S finito e não
vazio, vale a igualdade:

Dividindo os membros dessa relação por n(S),


obtemos:

P(A ⋃ B) = P(A) + P(B) – P(A ⋂ B)


Se A e B são conjuntos disjuntos, isto é, A ⋂ B = ∅, os
eventos A e B são ditos mutuamente exclusivos.
Nesse caso, como n(A ⋂ B) = 0 e P(A ⋂ B) = 0, vem
P(A ⋃ B) = P(A) + P(B).
Aplicação
1) Para preencher as vagas de trabalho em uma
indústria, 120 pessoas participaram do processo
seletivo. A tabela a seguir mostra a distribuição
dos candidatos por gênero e escolaridade.
Homens (H) Mulheres (M) Total
Ensino Médio (EM) 18 27 45
Ensino Superior (ES) 22 53 75
Total 40 80 120

Um candidato do grupo é escolhido ao acaso. Qual é a


probabilidade de que ele seja:
a) mulher ou tenha ensino superior?
b) homem ou tenha só o ensino médio?
Resolução:
a) mulher ou tenha ensino superior
Vamos aplicar a fórmula de cálculo da
probabilidade da união de dois eventos.
b) homem ou tenha só o ensino médio
Vamos novamente aplicar a fórmula de cálculo da
probabilidade da união de dois eventos.
2) Para apresentar um trabalho, um professor
sorteará um aluno, entre os 30 da turma,
escolhido de acordo com o número da chamada.
Qual é a probabilidade de o número do aluno
escolhido ser:

a) primo ou maior que 10?


b) múltiplo de 7 ou de 5?
c) quadrado perfeito ou divisor de 36?
Resolução:
a) primo ou maior que 10
b) múltiplo de 7 ou de 5
c) quadrado perfeito ou divisor de 36

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