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ESPECIALIZAÇÃO EM ENGENHARIA DE

SANEAMENTO
FUNDAMENTOS DE HIDRÁULICA E HIDROLOGIA

Profª Drª Eliane Conterato


A HIDRÁULICA
“hydor” (que significa “água”) e
“hidráulica”
“aulos” (que significa “tubo”)

ATUALMENTE SIGNIFICADO MAIS AMPLO: é o estudo do comportamento da água e de outros


líquidos, em repouso e em movimento.

Hidrostática (repouso) e Hidrodinâmica (movimento)

Hidráulica Urbana Hidráulica Fluvial Instalações


hidráulicas prediais
Hidráulica Rural ou Hidráulica Instalações de
Agrícola Marítima barragens/hidrelétricas
A HIDRÁULICA
Para iniciar precisamos relembrar:

Densidade Relativa (d):

Massa específica (ρ):

Peso específico ():


A HIDRÁULICA
HIDROSTÁTICA: investiga os esforços a que estão submetidos os líquidos em
equilíbrio (em repouso)

HIDRODINÂMICA: tem por objetivo o estudo dos líquidos em movimento


A HIDRÁULICA

HIDROSTÁTICA: investiga os esforços a que estão


submetidos os líquidos em equilíbrio (em repouso)
HIDROSTÁTICA – Fluido em repouso
Um fluido em repouso não admite a existência de esforços tangenciais entre
suas partículas.

Para que esse fluido esteja em equilíbrio, apenas esforços normais poderão
existir em seu interior, pois a existência de esforços tangenciais provocariam
o deslocamento das partículas fluidas.
HIDROSTÁTICA – Princípio de Pascal
“Em qualquer ponto no interior de um fluido em repouso, a pressão é a mesma em todas
as direções (Lei de Pascal)”

“A pressão exercida num ponto de um líquido se transmite em igual intensidade em todas


as direções.”

Pressão (P) é a força exercida por uma


unidade de área.

Prensa hidráulica:
HIDROSTÁTICA – Lei de Stevin
“A diferença de pressões entre dois pontos da massa de um líquido em equilíbrio é igual à
diferença de profundidade multiplicada pelo peso específico do líquido”

Ou seja, a pressão devida a uma coluna líquida é o produto da altura da coluna vezes o
peso específico do fluido.

Assim podemos trabalhar com a pressão


em m.c.a. (metros de coluna de água).
HIDROSTÁTICA – Pressão absoluta e pressão relativa
Referência for vácuo absoluto (ausência total de tensões): pressão absoluta.
Referência for pressão atmosférica local: pressão efetiva ou relativa.
Pressão atmosférica local = f(condições meteorológicas e de altitude).
2
pabs = p rel ( ou efetiva ) + patm
Pressão Relativa ou Efetiva p2

Pressão Relativa ou
Pressão Absoluta Efetiva p1 ou "vácuo"
Pressão Atmosférica p2 1
local patm
Pressão Absoluta
p
1

Zero absoluto de pressões


HIDROSTÁTICA – Medidores de pressão
Piezômetro – dispositivos simples que mede a pressão em função da altura
de líquido.

Basicamente é um tubo inserido na canalização ou recipiente

Manômetro – Tudo em forma de “U”. Geralmente utiliza-se líquido com peso


específico apropriado. Adequado para pressões extremas (muito grandes ou
pequenas).
Em A, Pa
Em B, Pa + ’h
Em C, Pa + ’h
Em D, Pa + ’h - z
HIDROSTÁTICA - Empuxo
O efeito da pressão produzirá uma força resultante, denominada empuxo.

E= ‫𝐴𝑑𝑃 𝐴׬‬

Se a pressão for a mesma em toda a área:

E= 𝑃. 𝐴

Fonte da imagem: Azevedo Netto, J. M. Manual de Hidráulica. 8ª ed. São Paulo: Blucher,
1998.
HIDROSTÁTICA – Empuxo superfície plana submersa
O empuxo exercido sobre uma superfície plana imersa é uma grandeza tensorial perpendicular
à superfície e é igual ao produto da área pela pressão relativa ao centro de gravidade da área.

A resultante das pressões não está


aplicada no centro de gravidade CG
da figura, porém, um pouco abaixo,
no centro de pressão CP.
Representação da força que um líquido exerce de um lado de
uma superfície plana inclinada.

Fonte das figuras: Azevedo Netto, J. M. Manual de Hidráulica. 8ª ed. São Paulo: Blucher, 1998.
HIDROSTÁTICA - Empuxo
superfície plana submersa

-Determinação do centro
de pressão CP

Conhecendo-se o
momento de inércia
relativo ao eixo que passa
pelo centro de gravidade, é
conveniente a seguinte
substituição

Fonte das figuras: Houghtalen, R. J. Engenharia Hidráulica. 4ª ed. São Paulo: Pearson, 2012.
A HIDRÁULICA

HIDRODINÂMICA: tem por objetivo o estudo dos


líquidos em movimento
HIDRODINÂMICA - Condutos e Canais
CONDUTOS FORÇADOS
-Fluxo Laminar: corante forma um filete bem definido (sem
perturbações)

-Fluxo Turbulento: partículas com trajetórias irregulares.


Nesse caso, há a mistura do corante com a massa líquida.

Laminar

CONDUTOS LIVRES
Turbulento

Q = vazão → volume de fluido por tempo (m³/s, litros/s...)


HIDRODINÂMICA – Condutos e Canais
ÁREA MOLHADA PERÍMETRO MOLHADO RAIO HIDRÁULICO
Am Pm Rh

Superfície em que o Perímetro em que o Relação entre a área


líquido escoa (seção líquido toca as paredes molhada e o perímetro
transversal) do conduto molhado

𝐴𝑚
𝑅ℎ =
𝑃𝑚

Relaciona o volume de fluido


escoado com a área de
contato.
Alto raio hidráulico = pouca
RUGOSIDADE DECLIVIDADE influencia das paredes no
escoamento

Depende do tipo e Diferença de cotas


condições de material entre a entrada e saída
HIDRODINÂMICA – classificação de escoamentos
- EM RELAÇÃO À PERMANÊNCIA NO TEMPO
Os escoamentos podem ser classificados como permanentes, quando as propriedades não variam ao longo
do tempo e não-permanentes, propriedades se modificam com o passar do tempo.

- EM RELAÇÃO À PERMANÊNCIA NO ESPAÇO


Os escoamentos podem ser classificados como uniformes, quando suas propriedades não variam ao longo
do espaço e variados, quando suas propriedades variam ao longo do espaço.

- EM RELAÇÃO À COMPRESSIBILIDADE
Os escoamentos podem ser classificados como incompressíveis, quando não há variação do volume e,
portanto, da massa específica do fluido quando sujeito à ação da pressão e compressível, no caso contrário.

- EM RELAÇÃO AO GRAU DE ORDENAMENTO


Os escoamentos podem ser classificados como laminar, quando as trajetórias das partículas de fluido são
paralelas e turbulento, quando as trajetórias das partículas se cruzam, evidenciando um movimento
aleatório das mesmas.
HIDRODINÂMICA – O número de Reynolds
Experiência realizada que descobriu que a transição de fluxo laminar para fluxo
turbulento não depende apenas da velocidade, mas também do diâmetro do tubo e da
viscosidade do fluido.
O início da turbulência estaria relacionada com um número-índice em particular.

𝜌. 𝑉. 𝐷 𝑉. 𝐷 onde V = velocidade média do escoamento,


R𝑒 = 𝑜𝑢 R𝑒 = ρ = massa específica do fluido,
𝜇 𝜈
µ = coeficiente de viscosidade dinâmica,
ν = coeficiente viscosidade cinemática
D = diâmetro do conduto.

Regime Laminar :RCRÍTICO LAMINAR  2100


Regime Turbulento: RCRÍTICO TURBULENTO  4500
Regime Transição: 2100 < RCRÍTICO < 4500
HIDRODINÂMICA – Vazão
É o volume/massa por unidade de tempo que atravessa a área da seção transversal do
conduto.

Vazão volumétrica (m³/s)

Vazão em massa (kg/s)

Vazão em massa (kg/s) é o produto da vazão volumétrica (m³/s) pela massa específica (Kg/m³).
HIDRODINÂMICA – Velocidade média
A velocidade média do escoamento é uma velocidade “imaginária”. A velocidade rela
possui um perfil parecido com o apresentado abaixo.
Vmédia

u(r)
Usamos velocidade média para facilitar em grande parte do casos.

Ucentro Perfil de velocidades


HIDRODINÂMICA – Equação da continuidade
Admitindo-se que a massa específica (ρ) do fluido ao longo de um conduto é constante (fluido
incompressível) e que a quantidade de líquido entrando na seção A1 é a mesma que sai pela
seção A2, temos a seguinte consideração:

Q = A1.V1 = A2.V2 = constante

Assim temos a Equação da continuidade:

Q=v.A
HIDRODINÂMICA – Perda de carga
HIDRODINÂMICA – Equação de Bernoulli
“Ao longo de qualquer linha de corrente é constante a soma das alturas cinética (V²/2g),
piezométrica (P/γ) e geométrica (Z)”
LINHAS DE CORRENTE: linhas orientadas
segundo a velocidade do líquido
𝑝1 𝑉12 𝑝2 𝑉22 = constante
𝑧1 + + = 𝑧2 + +
𝛾 2𝑔 𝛾 2𝑔 É a soma de Bernoulli +
as perdas de carga

EQUAÇÃO DA ENERGIA:

Veremos em seguida Perda de carga


CONDUTOS FORÇADOS – Perda de carga
A perda de carga que aparece na equação da energia é:
Perda de carga total (hf) = perda continua + perda localizada

Perda de carga contínua ou distribuída: perdas por resistência ao longo dos


condutos ocasionadas pelo movimento da água na própria tubulação. Admite-se que essas
perdas são uniformes ao longo da tubulação.

Perda de carga localizada: provocadas pelas peças especiais e demais singularidades


de uma instalação.
CONDUTOS FORÇADOS – Perda de carga
PERDA DE CARGA CONTÍNUA
Para um trecho retilíneo de uma canalização de dimensões constantes, do mesmo material
e com vazão constante, que a perda seja uniforme.

J = perda de carga unitária (m/m)


ℎ𝑓 = 𝐽. 𝐿

A perda de carga depende do comprimento, do diâmetro, da velocidade e da rugosidade da


tubulação. É independente da pressão a que o líquido esteja submetido.

Forma genérica da equação para cálculo da perda de carga contínua:


CONDUTOS FORÇADOS – Perda de carga
EQUAÇÕES DE CÁLCULO DA PERDA DE CARGA CONTÍNUA:

Darcy – Weissbach:

f é o coeficiente de atrito, que depende


da rugosidade do tubo, a viscosidade e
da densidade do fluido, da velocidade e
do diâmetro (ou seja, depende do
Número de Reynolds).

Fonte: Azevedo Netto, J. M. Manual de Hidráulica. 8ª ed. São Paulo: Blucher, 1998.
CONDUTOS FORÇADOS – Perda de carga
EQUAÇÕES DE CÁLCULO DA PERDA DE CARGA CONTÍNUA:

Rugosidade e (mm) de
alguns materiais.
CONDUTOS FORÇADOS – Perda de carga
EQUAÇÕES DE CÁLCULO DA PERDA DE CARGA CONTÍNUA:

Hazen-Williams:

C é o coeficiente adimensional que depende da natureza das


paredes do tubo (material e estado).

Existem outras equação que podem ser consultadas na


bibliografia.

Fonte: Azevedo Netto, J. M. Manual de Hidráulica. 8ª ed. São Paulo: Blucher, 1998.
CONDUTOS FORÇADOS – Perda de carga
PERDA DE CARGA LOCALIZADA
De forma geral, as perdas de carga localizadas podem ser calculadas através da
seguinte equação:

Ou usar o método dos


comprimentos
equivalentes...

Fonte: Azevedo Netto, J. M. Manual de Hidráulica. 8ª ed. São Paulo: Blucher, 1998.
CONDUTOS FORÇADOS – Perda de carga
PERDA DE CARGA LOCALIZADA
O método dos comprimentos equivalentes consiste em “transformar” em
comprimentos (L virtual) cada conexão responsável por uma perda de carga localizada.
Assim a perda de carga localizada pode ser calculada da seguinte forma:
cada peça especial acarreta uma perda de
carga igual à que produziria um certo
comprimento de tubulação de mesmo diâmetro.
BOMBAS E ESTAÇÃO ELEVATÓRIA
Uma bomba é uma máquina destinada à converter energia mecânica em energia
hidráulica. As bombas mais utilizadas em estações de recalque podem ser classificadas
como bombas volumétricas e turbobombas.
volumétricas turbobombas

Mais utilizadas.
Possuem parte móvel denominada rotor
que se movimenta dentro de uma
Utilizam a variação de volume no carcaça. Parte da energia cinética é
interior de uma câmara para transformada em pressão no interior da
promover variação de pressão. bomba. Essas bombas podem possuir
um ou vários rotores dentro da carcaça.
Em relação à trajetória da água no rotor
podem ser: radiais, axiais e mistas

As turbobombas de fluxo radial (centrífugas) estão entre as mais utilizadas.


BOMBAS E ESTAÇÃO ELEVATÓRIA
Bomba afogada, não precisa de
válvula de pé mas deve ser inserido
um registro entre antes da bomba
para manutenção.
Permite fechamento para manutenção da válvula de retenção ou controle de vazão.

Evita retorno de água quando em parada da bomba.

Motor fornece energia mecânica às bombas. Podem ser elétrico ou à combustão.

A redução é a peça utilizada para adaptar a tubulação à entrada


da bomba. Evita acúmulo de ar na seção de entrada da bomba.

Válvula instalada quando a bomba está instalada acima do


nível de sucção (sucção positiva) evitando esvaziamento da
bomba. O crivo serve como filtro.

Fonte das imagens: Hidráulica Aplicada/Organizado por José Almir Cirilo... (et al.) 2ª ed. rev. ampl.- Porto Alegre:
ABRH, 2011.
BOMBAS E ESTAÇÃO ELEVATÓRIA Para calcular perda de carga precisamos do
diâmetro!
POTÊNCIA DE CONJUNTOS ELEVATÓRIOS:
Ver exercício E como encontrar o diâmetro da sucção (Ds) e do
A potência deve vencer o desnível resolvido recalque (Dr)?
𝜸. 𝑸. 𝑯𝒎 sobre bomba Normalmente se considera estudo econômico
𝑷= entre os dois pontos mais as perdas de
𝟕𝟓. 𝜼 carga do percurso (sucção + recalque). comparando custos de instalação e operação.
O diâmetro adequado economicamente é aquele
Sendo que resulta em menor custo total.
P a potência do conjunto em CV.
Perda contínua e perda localizada. Utiliza-se
 o peso específico do líquido a ser elevado (no caso
equação mais adequada para cada situação.
da água, 1000 kgf/m³);
Q a vazão a ser bombeada (m³/s);
Hm a altura manométrica total (m); Hm = Hg + as perdas de carga do percurso
ɳ o rendimento do conjunto, que é o produto do
rendimento da bomba e do motor (ɳ= ɳb. ɳm).
Altura geométrica ou diferença de cotas entre
reservatório inferior e ponto de lançamento.
Analiticamente: Fórmula de Bresse para Dr
Funcionamento 𝐷𝑅 = 𝐾. 𝑄 0,6 < K > 1,6
contínuo Recomendado 1,2

Funcionamento 1ൗ
descontínuo 𝐷𝑅 = 0,586. 𝑋 4 𝑄
X=número de horas de funcionamento da bomba por dia

Diâmetro sucção 𝐷𝑠 ≥ 𝐷𝑟
BOMBAS – Curvas características
CURVAS CARACTERÍSTICAS DAS BOMBAS E DO SISTEMA
Bombas são projetadas para trabalhar com vazões e alturas manométricas previamente estabelecidas.
O conjunto dos pontos em que a bomba é capaz de operar constitui a faixa de operação da bomba.
A curva do sistema é construída considerando a variação da altura manométrica com a vazão.
Na imagem podemos visualizar a curva da bomba (CB) e a curva do sistema (CS).

Além dos dados relacionados com altura manométrica (H) e vazão


(Q), busca-se obter nos ensaios das bombas também
desenvolvimento da potência, variação do rendimento e
desenvolvimento do NPSH.

Fonte: Hidráulica Aplicada/Organizado por José Almir Cirilo... (et al.) 2ª ed. rev. ampl.- Porto Alegre: ABRH, 2011.
BOMBAS – Curvas características
Hm = Hg +perdas
BOMBAS – Curvas características
Curvas Características das Bombas Centrífugas

Com o aumento de Q:
•H diminui
•P aumenta
BOMBAS – Curvas características
BOMBAS - Associação
.

𝑄𝑡 = 𝑄1 + 𝑄2 𝐻𝑡 = 𝐻1 + 𝐻2
𝐻𝑡 = 𝐻1 = 𝐻2 𝑄𝑡 = 𝑄1 = 𝑄2
BOMBAS - Associação
ASSOCIAÇÃO DE BOMBAS
.

Bombas em paralelo Bombas em série

Fonte: Hidráulica Aplicada/Organizado por José Almir Cirilo... (et al.) 2ª ed. rev. ampl.- Porto Alegre: ABRH, 2011.
CONDUTOS LIVRES (ou CANAIS)
“Conduto que escoa à superfície livre, mais especificamente à pressão atmosférica”
Predomina o comprimento sobre as outras dimensões.
Pode ser naturais, artificiais, abertos, fechados, e podem ter diversos formatos.
CONDUTOS LIVRES (ou CANAIS)
ELEMENTOS QUE CARACTERIZAM OS CANAIS:
- Seção ou Área Molhada (A): parte da seção transversal que é ocupada pelo líquido;
- Perímetro Molhado (P): comprimento relativo ao contato do líquido com o conduto;
- Largura Superficial (B): largura da superfície em contato com a atmosfera;
- Profundidade (y): altura do líquido acima do fundo do canal;
- Profundidade Hidráulica (yh): razão entre a Área Molhada e a Largura Superficial – yh=A/B;
- Raio Hidráulico (Rh): razão entre a Área Molhada e o Perímetro Molhado – Rh = A/P.

Fonte: Baptista, M. B., Coelho, M. M. L. P. Fundamentos de Engenharia Hidráulica. 4ª ed. Belo Horizonte: Editora UFMG 2016.
CONDUTOS LIVRES (ou CANAIS)
Para algumas seções de forma geométrica conhecida podemos usar ao
parâmetros da tabela a seguir.

Outras características importantes:


A declividade longitudinal:

A declividade transversal das paredes do canal, que possuem forte


dependência com o material dos taludes

Fonte: Hidráulica Aplicada/Organizado por José Almir Cirilo... (et al.) 2ª ed. rev. ampl.- Porto Alegre: ABRH, 2011.
CONDUTOS LIVRES (ou CANAIS)
Em canais a presença de superfícies de atrito distintas gera uma
distribuição não uniforme de velocidades.
Nos canais naturais essa distribuição é bastante complexa já em
canais artificiais o comportamento é melhor definido.

Em geral os valores variam de nulos próximo ao fundo e paredes à valores máximos


próximo ao centro do escoamento. O valor da velocidade média corresponde
aproximadamente a uma média entre os valores a 20% e a 80% da profundidade, ou, à Devido à dificuldade de dados, muitas
velocidade a 60% da profundidade
vezes se adota velocidade média
Fonte: Hidráulica Aplicada/Organizado por José Almir Cirilo... (et al.) 2ª ed. rev. ampl.- Porto Alegre: ABRH, 2011.
CONDUTOS LIVRES (ou CANAIS)
CLASSIFICAÇÃO

Movimento permanente: aquele em que a vazão é constante, podendo ser:

velocidade média constante Para que ocorra escoamento uniforme nos condutos livres, a
uniforme profundidade da água, a área molhada e a velocidade são constantes
profundidade constante
ao longo do conduto.
gradualmente Assim, a linha de energia, a superfície do líquido e o fundo do canal
variado possuem a mesma declividade – J = I.
bruscamente

Movimento não permanente: quando a vazão é variável.


CONDUTOS LIVRES (ou CANAIS)
ESCOAMENTO UNIFORME

Em 1769, Antoine Chézy demonstrou que a força de Assim, o cálculo da velocidade de escoamento passa a ser:
resistência ao escoamento é proporcional ao quadrado da
velocidade, sendo também proporcional ao perímetro
molhado. A partir disso, chegou à equação

Combinando esta expressão com a equação da continuidade,


A dificuldade na utilização desta equação consta em definir chega-se à Fórmula de Manning
o fator de resistência C.
A expressão mais difundida atualmente corresponde à
formulação de Gauckler (1867), erroneamente atribuída a
Manning e Strickler:
Sendo:
Q = vazão, em m³/s
A = área, em m²
Nesta expressão, o coeficiente de Manning “n” traduz a Rh = raio hidráulico, em m
resistência ao escoamento I = declividade, em m/m
n = coeficiente de rugosidade de Manning, em m-1/3.s

Fonte: Hidráulica Aplicada/Organizado por José Almir Cirilo... (et al.) 2ª ed. rev. ampl.- Porto Alegre: ABRH, 2011.
CONDUTOS LIVRES (ou CANAIS)
CONDUTOS LIVRES (ou CANAIS)
ESCOAMENTO UNIFORME

Coeficiente de Manning (n)

Fonte: AZEVEDO NETTO, J. M. Manual de Hidráulica. Coord. Araújo, R.; co-


autores Fernandez, M. F.; Ito A. E. 8ª ed. São Paulo: Blucher, 1998.

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