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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA – UNESP

FACULDADE DE ENGENHARIA DE BAURU


DEPARTAMENTO DE MECÂNICA

Análise do escoamento de Poiseuille utilizando CFD em um problema de


pressão como condição de contorno

Orientador
Prof. Dr. Vicente Luiz Scalon

Autores
Gustavo Henrique Ferreira Soares; Leonardo Gonçalves de Oliveira; Luiz Eduardo
Pivovar

2023
Resumo: o escoamento de Poiseuille é definido como todo escoamento laminar de fluidos viscosos que ocorrem tanto
em placas planas como em dutos de seção circular, e que tenham como causa primária de movimento um gradiente de
pressão. A dinâmica desse tipo de escoamento é governada pelas equações de Navier-Stokes, acopladas à equação da
continuidade. Para o escoamento de Poiseuille, em particular, as equações governantes podem ser resolvidas de forma
analı́tica ou utilizando métodos numéricos, tais como, CFD (Dinâmica dos Fluidos Computacional). Neste contexto,
o objetivo deste trabalho é estudar o escoamento de Poiseuille utilizando CFD, com apoio do software OpemFoam, e
comparar esses resultados com a solução analı́tica. Também foi realizado um estudo para o campo de temperaturas
com o fluxo de calor constante nas paredes das placas. Os resultados indicaram uma diferença de 6.69% entre o valor
da velocidade média do escoamento obtida por simulação e por solução analı́tica.

1 Introdução
Os estudos de escoamento de fluidos de Jean Louis Marie Poiseuille se iniciam no século XIX com a análise do
bombeamento de sangue, por parte do coração, ao longo de vasos e capilares do corpo humano (POISEUILLE, 1844).
Partindo deste problema, o referido pesquisador apresentou um artigo denominado Le mouvement des liquides dans
les tubes de petits diamètres (do francês: O movimento de lı́quidos em tubos de pequeno diâmetro), a partir do qual
é formulada a lei que governa o fluxo laminar de fluidos viscosos em tubos cilı́ndricos, sendo o embasamento teórico
para muitas das pesquisas realizadas atualmente.
Neste contexto, o escoamento de Poiseuille é definido como todo escoamento laminar de fluidos viscosos que
ocorrem tanto em placas planas como em dutos de seção circular, e que tenham como causa primária de movimento
um gradiente de pressão. Nesse tipo de escoamento, o movimento do fluido é restringido por paredes estacionárias
(TEIXEIRA; SEGURO; LEWINER, 2015).
A dinâmica desse tipo de escoamento é governada pelas equações de Navier-Stokes, acopladas à equação da
continuidade (FOX; MCDONALD; PRITCHARD, 2001). Para o escoamento de Poiseuille, em particular, essas equações
podem ser resolvidas analiticamente, o que não ocorre com muitos tipos de escoamentos, cujas soluções analı́ticas são
de difı́cil obtenção ou simplesmente não podem ser encontradas. Para a solução de tais escoamentos, tem-se empregado
amplamente métodos alternativos de solução, que envolvem recursos numéricos e computacionais.
Um desses métodos é a Dinâmica dos Fluidos Computacional - CFD, que é uma ferramenta útil, amplamente
empregada, que permite obter uma análise e previsão de comportamentos de diversos tipos de escoamento (SILVA,
2022). Trata-se de um ramo da mecânica dos fluidos que utiliza análise numérica e estrutura de dados para investigar o
comportamento de escoamento de fluidos. O CFD é conceitualmente construı́do para resolver numericamente equações
gerais de transporte que descrevem o sistema. Para tanto, o sistema estudado é separado em pequenos volumes de
controle semelhante a uma malha fina ou grade. Como os sistemas investigados são tipicamente multifásicos, a solução
numérica é exigente em termos de poder computacional, de modo que muitas vezes é necessária o uso de simplificações
e hipóteses.
Neste trabalho, a análise em CFD foi realizada com o apoio do solver SimpleFoam da biblioteca do OpenFoam.
Este pacote, portanto, é uma ferramenta de fluidodinâmica computacional (CFD), escrita em linguagem C++, e de
código aberto, que permite ao usuário criar novas aplicações ou modificar as existentes. O SimpleFoam é utilizado
para escoamentos incompressı́veis em regime permanente, laminares ou turbulentos. Suas equações de quantidade de
movimento e energia são resolvidas de forma padrão CFD, utilizando discretização de volumes finitos.

2 Objetivos

2.1 Objetivo geral

Analisar o escoamento de Poiseuille utilizando CFD (Dinâmica dos Fluidos Computacional).

1
2.2 Objetivos especı́ficos
1. Resolver o problema da pressão em um duto circular como condição de contorno;
2. Utilizar a expressão analı́tica de Darcy-Weisbach para obter a pressão na entrada do duto;
3. Estabelecer a pressão de saı́da do volume de controle e usar o SimpleFoam para estabelecer a pressão de entrada;
4. Obter o perfil de temperatura para o fluxo de calor constante (Poiseuille);
5. Comparar os resultados obtidos pela solução numérica com os resultados da solução analı́tica.

3 Metodologia

3.1 Condições Iniciais e de Contorno

Muitos escoamentos são modelados mediante as equações de Navier-Stokes acopladas à da equação da continuidade.
Entretanto, à solução analı́tica dessas equações são de difı́ceis soluções para a maioria dos casos, o que requer o uso de
soluções numéricas.
Neste contexto, a implantação dos métodos numéricos exige que algumas simplificações sejam aplicadas no
escoamento, tais como: considerar o escoamento em regime estacionário ou permanente; considerar escoamento incom-
pressı́vel, permitindo que a massa especı́fica ρ seja constante; utilizar geometrias largas, fazendo com que o escoamento
seja uniforme em determinadas direções e tornam o escoamento uni/bidimensional; condiderar um regime laminar, de
forma que o escoamento alcance um perfil de velocidades que não sofra oscilações temporais.
O problema clássico de Poiseuille (SUTERA; SKALAK, 1993) consiste num escoamento entre duas placas
horizontais como mostrado na Figura 1. A solução proposta e apresentada a seguir é válida apenas para a região
plenamente desenvolvida pois, nessa região, o perfil de velocidades não muda com a posição . Existe, anteriormente, uma
região denominada região de entrada onde o perfil de velocidades muda com a posição em função do desenvolvimento
do perfil. Nessa região também existe uma solução do problema conhecida como Solução de Graetz (BIAGE, 1983).

Figura 1: Escoamento de Poiseuille.

Fonte: Apostila: Soluções teóricas da Equação de Navier-Stokes/Transporte. (Vicente Luiz Scalon)

Com as simplificações propostas anteriormente e considerando o problema bidimensional, a equação da conti-


nuidade pode ser dada por (MUNSON; YOUNG; OKIISHI, 2004):

2
   
∂u ∂u
+ = 0. (1)
∂x ∂y

Ao passo que as equações de conservação da quantidade de movimento na direção de x e y, podem ser escritas
de acordo com a Equação (2) (MUNSON; YOUNG; OKIISHI, 2004)
 2
∂ u ∂2u
     
∂u ∂u ∂p
ρ u +v =µ 2
+ 2 − ,
∂x ∂y ∂x ∂y ∂x
 2 (2)
∂2v
     
∂v ∂v ∂ v ∂p
ρ u +v =µ 2
+ 2
− .
∂x ∂y ∂x ∂y ∂x

Considerando a hipótese de escoamento plenamente desenvolvido, pode-se ainda adicionar uma nova simpli-
ficação às anteriormente implementadas. A derivada em relação à direção axial é nula para todas as velocidades, ou
seja, δ()/δx = 0. Partindo da equação geral bidimensional em regime permanente/estacionário apresentadas em (6) e
(2) pode-se aplicar as simplificações apresentadas na obtendo-se:

δv
= 0. (3)
δy

Ao passo que as equações da quantidade de movimento nas duas direções, ficam:


 2 
δ u 1 δp
ν − = 0,
δy 2 ρ δx
(4)
δp
= 0,
δy
em que: u representa a velocidade do fluido e p a pressão ao longo do escoamento.
Para a velocidade do fluido u essas condições foram implementadas no OpenFoam utilizando o seguinte código:

dimensions [0 1 -1 0 0 0 0];
internalField uniform (0.6 0 0);
boundaryField
{
”inlet”

type pressureInletVelocity;
value uniform (0 0 0);;

”outlet”

type zeroGradient;

”(baixo)”

type symmetryPlane

”(topo)”

3
type noSlip

”(laterais)”

type empty

Na entrada (”inlet”), estabeleceu-se o parâmetro de ”pressureInletVelocity”, no qual esta condição de contorno


de entrada de velocidade é aplicada em áreas onde a pressão é especificada. A velocidade de entrada é obtida a partir
do fluxo com direção normal às faces do caminho. Na saı́da (”outlet”), o ”zeroGradient”nos faz assumir que não há
gradiente de valor ao longo da direção do fluxo, já que o perfil já está completamente desenvolvido.
Com relação às faces, o ”noSlip”é a condição de não-deslizamento na parede, e ”symmetryPlane”na face de
baixo permite o deslizamento nas direções tangenciais. Por fim, para as laterais no qual foi inserida a condição ”empty”,
a dimensão Z está sendo desconsiderada.
Para a pressão do fluido p essas condições foram implementadas no OpenFoam utilizando o seguinte código:

dimensions [0 2 -2 0 0 0 0];
internalField uniform 0;
boundaryField
{
”(laterais)”

type empty;

”(baixo)”

type symmetryPlane;

inlet

type fixedValue;
value uniform 0.27282; //deve ser p especı́fica

outlet

type fixedValue;
value uniform 0;

”(topo)”

type zeroGradient;

Como dito anteriormente, pelo fato de estarmos trabalhando com a condição de contorno na qual na entrada
a pressão é especificada, a velocidade de entrada é obtida a partir do fluxo com direção normal às faces do caminho.
Com isso, utilizamos o ”fixedValue”para definirmos nossos valores iniciais.

4
Em relação à temperatura considera-se o caso de taxa de calor uniforme nas superfı́cies das placas e ainda que
para as condições de regime permanente v = 0, taxa de variação da temperatura constante δ 2 T /δx2 = 0. Além disso a
taxa de variação de temperatura pode ser assumida como uniforme ao longo do domı́nio, de maneira que:

δT dTm
= = cte (5)
δx dx
As condições de contorno para a temperatura como:

y = 0 ⇒ δT /δy = 0;
(6)
y = L ⇒ T = Ts .

Tais condições foram implementadas no OpenFoam, utilizando o seguinte codigo:

dimensions [0 0 0 1 0 0 0];
internalField uniform 20;
boundaryField
{
”(laterais)”

type empty;

inlet

type fixedValue;
value uniform 20 ;

outlet

type zeroGradient;

”(topo)”

type fixedGradient;
gradient uniform 16.6666666667; q/k = -(-3.3)/0.03 - fluxo negativo entrando

”(baixo)”

type symmetryPlane;

Na próxima seção serão apresentadas as equações governantes do escoamento analisado neste trabalho.

3.2 Equações governantes

Nas próximas seções serão descritas as equações que descrevem as distribuições velocidade, pressão e temperatura do
escoamento.

5
3.2.1 Distribuição de pressão e velocidade

Vale destacar que as expressões de escoamento são baseadas na viscosidade dinâmica, cuja relação com a viscosidade
cinemática é dada por: ν = µ/ρ. Considerando a solução da quantidade de movimento em x da Equação (4), pode-se
obter o perfil de velocidades u(y) por integrações sucessivas, de modo que:
 
1 1 dp
u(y) = y 2 + C2 y + C1 . (7)
2ν ρ dx

Aplicando as condições de contorno apresentadas na Figura 1, pode-se determinar as constantes da equação


(7), resultando em:

L2
   y 2 
1 dp
u(y) = 1− . (8)
2ν ρ dx L

Com a solução obtida para o perfil de velocidades em x, é possı́vel calcular a velocidade média do escoamento
usando a sua definição (FOX; MCDONALD; PRITCHARD, 2001):
L
L2
Z  
1 1 dp
Vm = u(y)dy = . (9)
L y=0 3ν ρ dx

A partir disso, a expressão para o perfil de velocidades u(y) pode ser rescrita em função da velocidade média
Vm :
  y 2 
3
u(y) = Vm 1 − . (10)
2 L

Na sequência, pode-se determinar o coeficiente de atrito usando a definição da tensão de cisalhamento nas
paredes superior e inferior:
δu
τxz = µ |y=L . (11)
δx

Substituindo a expressão do perfil de velocidades baseada na velocidade média, mostrada na Equação(10),


obtém-se


τxz = Vm . (12)
L

Usando expressão de Fanning para determinar o coeficiente de atrito a partir da tensão de cisalhamento (CRUZ
et al., 2010)

ρVm2 µ
τxz = Cf ⇒ Cf = 6 . (13)
2 ρVm L

Considerando a definição de diâmetro hidráulico para esta situação de escoamento

4A
Dh = = 2 × 2 = 4L. (14)
P

6
Defini-se-se o número de Reynolds do escoamento como:
ρVm L
ReDh = 4 . (15)
µ

Substituindo a definição de Reynolds (15) na expressão do coeficiente de atrito de Fanning (13), permite que
a expressão também possa ser reescrita, definido o fator de Moody:

96 96 24µ
f = 4 Cf = = ρVm L = (16)
ReDh 4 µ ρVm L

A expressão do coeficiente atrito de Moody permite estimar a perda de pressões entre duas posições axiais de
diferentes posições x usando a expressão de Darcy-Weisbach (SOUSA; NETO, 2014)

∆x1−2 ρV m2
p1 − p2 = f (17)
Dh 2

24µ ∆x1−2 ρV m2
p1 − p2 = (18)
ρVm L 4L 2

3 µ ∆x1−2
p1 − p2 = Vm (19)
L2

(p1 − p2 )L2
Vm= (20)
3 µ ∆x1−2

Na pasta ”constant”, o arquivo ”transportProperties”nos dá o valor para o escoamento newtoniano, partindo
de uma viscosidade cinemática equivalente a 1.5616.10−5 m2 /s, utilizado para encontrar o perfil de velocidades. Já o
arquivo ”turbulenceProperties”nos mostra que o escoamento foi atribuı́do como sendo laminar.

3.2.2 Distribuição de temperaturas

Da mesma forma, que no caso anterior é necessário a simplificação da equação para as condições do problema. Na
mesma pasta ”constant”, temos que o valor atribuı́do para a difusividade térmica (DT) foi de 27.08.10−6 m2 /s, que
será utilizado para a definição do perfil de temperaturas. Considerando as condições iniciais e hipóteses apresentadas
na Seção 3.2.1 a expressão geral para a temperatura é dada por:

ρL2 Vm cp dTm 3  y 2 1  y 2 5
 
T (y) = Ts + − − (21)
k dx 4 L 8 L 8

Em seguida, considera-se a definição de temperatura de mistura de um escoamento, que é representada por:

Z Z L
1
Tm = ρcp u(y)T (y)dA = u(y)T (y)dA (22)
ρcp AVm A 0

E com os valores de u(y) representados na Equação (10) e da temperatura apresentada na equação (21),
resolvendo-se esta integral, obtém-se como resultado que:

7
17 ρL2 Vm cp dTm
Tm (x) = Ts + (23)
35 k dx
Um esquema geral da para auxiliar na compreensão do problema de transferência de calor no caso de fluxo de
calor constante pode ser visto na figura 2.

Figura 2: Balanço de energia no escoamento de Poiseuille.

Fonte: Apostila: Soluções teóricas da Equação de Navier-Stokes/Transporte. (Vicente Luiz Scalon)

Na próxima seção serão apresentadas as condições de contorno utilizadas neste trabalho.

3.3 Geometria estudada

O escoamento foi estuado a partir de um volume de controle bidimensional com 1m de comprimento e 1m de canal
e espessura de 0.01m. Tendo em vista tais dimensões, com o objetivo de gerar uma malha utilizando o comando
blockMesh, foram definidas as seguintes variáveis de acordom com a Equação (24)

lxm 1
lym 0.01
lzm − 0.01
(24)
lx0 0
ly0 0
lz0 0

A partir de tais variáveis foi utilizado bloco hexaédrico, cujos vértices foram definidos pelas variáveis da
Equação (24). Para estabelecer um sistemas de coordenadas é necessário utilizar a regra da mão direita para definir o
sentido dos eixos, conforme está indicado na Figura 3.
De acordo com essa regra, a rotação dos nós é feita seguindo a rotação de y para x, de modo que o eixo z terá
sentido definido pelo dedo polegar. Na sequência apresenta-se o número de subdivisões nas direções x, y e z e a taxa
de deformação da malha representado pelo simpleGrading.
O número associado à deformação representa o proporção do último volume em relação ao primeiro, de acordo
com o seguinte código:

8
blocks
(
hex ( 0 1 2 3 4 5 6 7)
(1400 220 1)
simpleGrading
(
(0.5) // x-direction expansion ratio
(1) // y-direction expansion ratio
(1) // z-direction expansion ratio
)
);

Foi necessário a criação de uma malha que capture o perfil de velocidades, com mais elementos. Portanto
no eixo x (sentido do perfil) e para não aumentar demais o aspect ratio da malha, consequentemente aumentar os
elementos de y, que não contribuem para o problema de perfil constante, conforme mostrado no apêndice B.

Figura 3: Definições dos vértices do bloco hexaédrico.

Fonte: autoria própria.

Por fim, define-se os tipos de faces que compõem o bloco em função das condições de contorno a seres imple-
mentadas. Neste caso, trata-se de um problema bidimensional com simetria na face inferior. Os nomes de cada face
estão indicados na Figura 4. Vale mencionar que as faces que tem todas as condições de contorno idênticas podem ser
agrupadas numa única. Além disso, é importante destacar que a sequência de rotação dos nós da face devem respeitar
a regra da mão direita, alinhando o eixo normal para fora do domı́nio com o dedo polegar.

9
Figura 4: Definições das facesdo bloco hexaédrico.

Fonte: autoria própria.

Com isso, as superfı́cies foram criadas, utilizando o arquivo blockM eshDict na pasta system, utilizando o
seguinte código:

boundary
(
inlet
{
type patch;
faces
(
(0 4 5 1)
);
}
outlet
{
type patch;
faces
(
(2 6 7 3)
);
}

10
baixo
{
type symmetryPlane;
faces
(
(0 3 7 4)
);
}
topo
{
type wall;
faces
(
(1 5 6 2)
);
}
laterais
{
type empty;
faces
(
(0 1 2 3)
(4 7 6 5)
);
}
);

Dessa forma, a geometria e a malha utilizadas para o estudo do escoamento de Poiseuille estão indicadas na
Figura 5.

Figura 5: Geometria e malha utilizadas para o estudo do escoamaneto de Poiseuille

Fonte: autoria própria.

Na pasta ”system”, estão descritos os métodos para as definições da velocidade média e temperatura. O arquivo
”controlDict”mostra a aplicação do ”scalarTransportFoam”para o modelo trabalhando com fluxo de calor constante,
utilizando em sua forma completa a equação de convecção atrelada à difusão térmica. Para a modelagem à pressão
constante, utilizou-se a aplicação ”simpleFoam”, no qual sua equação de movimento é regida pela equação de momento
(Navier-Stokes).

11
4 Resultados e Discussões
De modo geral, este capı́tulo irá abordar os parâmetros estipulados para o desenvolvimento do escoamento. Primeira-
mente, seguiremos com o desenvolvimento dos valores considerando os valores definidos de pressão de entrada e saı́da.
Feito isso, teremos a obtenção do número de Nusselt dado o fluxo constante de calor na superfı́cie.
Com base em modelos já existentes e baseado em alguns parâmetros de projeto que possuem fundamentos
para serem considerados, iremos estipular alguns dados de entrada iniciais, impondo as condições de contorno dentro
do desejado, com o intuito de determinar resultados mais próximos de nossa aplicação.

4.1 Solução analı́tica para a velocidade média

A determinação da velocidade média de maneira analı́tica é obtida mediante a integração da Equação (9). Com o
auxı́lio do software xvMáxima® foi encontrada a seguinte equação para o referido parâmetro:

∆Px L2
 
Vm = − , (25)

em que, ∆Px = −0.3285 N/m2 , representa a diferença de pressão entre a entrada e saı́da do fluido, L = 0,01 m
representa o comprimento das placas, e µ = 1.825.10−5 m2 /s, a viscosidade dinâmica do fluido. Ao substituir esses
valores na Equação (25), obtém-se o seguinte valor para a velocidade média, Vm , do escoamento:
Vm = 0.6 m/s

4.2 Resultados das simulações

Para inı́cio do problema, estabelecemos o valor da velocidade para t = 0, baseado em uma aproximação do valor encon-
trado analiticamente. Para os demais valores, trabalharemos conforme estipulado, nos quais os dados estão dispostos
abaixo:

• Velocidade média: 0.6 m/s;


• Coeficiente de atrito (µ): 1.825.10−5 ;
• Distância do centro à região superior do duto: 0.01 m;
• Massa especı́fica do fluido (ρ): 1.2041 kg/m3 ;
• ∆x1−2 (distância entre os pontos de entrada e saı́da): 1 m;

A partir das equações do capı́tulo 3.2.1, é possı́vel obtermos os dados da distribuição do perfil de velocidades,
nos quais os valores estão listados abaixo:

• Número de Reynolds: 791.7;


• Fator de atrito (f): 0.0606;
• Pressão de entrada (P1 ): 0.3285 N/m2 ;
• Velocidade média obtida: 0.6401 m/s (representa uma diferença de 6.69 % do valor referente à velocidade calcu-
lada);

12
Figura 6: Pressão na entrada do escoamento

Fonte: Autoria própria

Figura 7: Pressão na saı́da do escoamento

Fonte: Autoria própria

Figura 8: Pressões ao longo do escoamento

Fonte: Autoria própria

13
Nesta etapa do problema, é possı́vel analisar o comportamento da pressão ao longo do escoamento, no qual,
segundo as imagens abaixo, nota-se o gradiente zero na região de saı́da.
Dado o equacionamento, conseguimos obter os residuais para o perfil de velocidades, inseridos na figura 9:

Figura 9: Residuais para o perfil de velocidades

Fonte: Autoria própria

Em azul, temos os valores para os residuais de pressão (p), a linha verde mostra para velocidade no eixo Y,
bem como a linha roxa mostra das velocidades no eixo X. As escalas para o eixo X vão de 0 à 40000 iterações. Já no
eixo Y estão os valores dos residuais, que vão de 1.10−7 a 1.

Figura 10: Velocidade na entrada do escoamento

Fonte: Autoria própria

Com isso, podemos enxergar o comportamento do perfil de velocidades. Nota-se que a condição de não-
deslizamento na face superior é mais nı́tida ainda, no qual podemos verificar que este comportamento da velocidade
vai se mantendo ao longo do escoamento.

14
Figura 11: Velocidade na saı́da do escoamento

Fonte: Autoria própria

Figura 12: Velocidades ao longo do escoamento

Fonte: Autoria própria

Para a segunda parte da solução do problema, dado o fluxo de calor constante na superfı́cie, partiremos das
equações da seção 3.2.2, para determinar a temperatura média da mistura em x = 1. Assim, temos que:

• Massa especı́fica (ρ): 1.1 kg/m3 ;


• Temperatura da superfı́cie (Ts ): 20 °C;
′′
• Fluxo de calor na superfı́cie (q ): 0.5 W/m2 ;
• Condutividade térmica (k): 0.03 W/m.K;
• Calor especı́fico (cp ): 1007 J/kg.K;

Com isso, temos os valores abaixo:

• Temperatura de superfı́cie na saı́da (x=1): 20.0831 ºC;


• Temperatura de mistura na saı́da obtida: 20.0774 °C;

15
• Número de Nusselt na saı́da (calculado): 8.07;
• Número de Nusselt na saı́da (obtido): 8.61;

Dados os valores, podemos enxergar o comportamento do perfil de temperaturas nas imagens abaixo. Nota-se
que a condição de não-deslizamento na face superior se faz presente, onde também é perceptı́vel o impacto do fluxo de
calor constante na superfı́cie.

Figura 13: Temperatura na entrada do escoamento

Fonte: Autoria própria

Figura 14: Temperatura na saı́da do escoamento

Fonte: Autoria própria

Dito isso, temos os valores dos residuais para o perfil de temperaturas, observado na figura 16.

16
Figura 15: Temperaturas ao longo do escoamento

Fonte: Autoria própria

Figura 16: Residuais para o perfil de temperaturas

Fonte: Autoria própria

Da mesma maneira, encontramos o valor para temperatura média da mistura que fora calculada através da
função definida no ”controlDict”. A função definida para calcular a temperatura de superfı́cie na saı́da foi do tipo
”probes”, com a localização no meio desta superfı́cie de saı́da (1 , 0.005 , 0). Para calcular a temperatura média da
saı́da, foi definida uma função do tipo ”surfaceFieldValue”, ponderando a superfı́cie a partir do fluxo mássico.

17
No ParaView, é possı́vel obter a distribuição dos valores de velocidade e pressão durante o escoamento, como
um leve comparativo. Ao final do escoamento, os gradientes se igualam à zero.

Figura 17: Magnitudes de pressão e velocidade até a saı́da do escoamento

Fonte: Autoria própria

5 Conclusões
Como citado anteriormente, a motivação do trabalho se deu pela solução de um problema numérico tendo a pressão como
nossa condição de contorno. Dado o escoamento plenamente desenvolvido (para os perfis de velocidades e temperatura),
o objetivo final foi solucionar o perfil de temperatura tendo um fluxo de calor constante na superfı́cie.
As primeiras análises nos mostraram que a velocidade média obtida foi bem próxima ao valor da velocidade
calculada, o que nos daria uma certa segurança de seguir com a modelagem. De modo geral, podemos dizer que o
resultado da simulação se mostrou convincente, já que de acordo com os resultados apresentados, o número de Nusselt
obtido na saı́da do escoamento foi bem próximo ao calculado, o que, juntamente com o valor da velocidade média (que
apresentou a diferença de 6.69% do valor calculado), acaba por tornar satisfatório o resultado do modelo.

Referências
BIAGE, M. Solution for the graetz problem in parallel plates, with axial heat conduction in the fluid and in the wall.
uma solucao para o problema de graetz em placas paralelas, com conducao axial de calor no fluido e na parede. 1983.
CRUZ, D. F. A. d. et al. Cálculo simplificado do coeficiente de atrito e do número de nusselt em escoamentos
laminares de fluidos não-newtonianos em condutas circulares. 2010.
FOX, R. W.; MCDONALD, A. T.; PRITCHARD, P. Introdução à mecânica dos fluidos, 5ª edição. LTC Editora,
2001.
MUNSON, B. R.; YOUNG, D. F.; OKIISHI, T. H. Fundamentos da mecânica dos fluidos. [S.l.]: Editora Blucher,
2004.

18
POISEUILLE, J. L. Recherches expérimentales sur le mouvement des liquides dans les tubes de très-petits diamètres.
[S.l.]: Imprimerie Royale, 1844.
SILVA, I. E. G. d. Fluidodinâmica computacional (cfd) aplicada a escoamento core annular flow através de dutos
horizontais e curvados. Pós-Graduação em Engenharia Quı́mica, 2022.
SOUSA, J. S. C. de; NETO, J. D. Equação explı́cita para cálculo do fator de atrito de darcy-weisbach em projetos de
irrigação pressurizada1. Irriga, v. 19, n. 1, p. 137–148, 2014.
SUTERA, S. P.; SKALAK, R. The history of poiseuille’s law. Annual review of fluid mechanics, Annual Reviews 4139
El Camino Way, PO Box 10139, Palo Alto, CA 94303-0139, USA, v. 25, n. 1, p. 1–20, 1993.
TEIXEIRA, M. G.; SEGURO, G. d. N.; LEWINER, T. Reduçao de modelos aplicado ao escoamento de poiseuille
com diferenças finitas. Proceeding Series of the Brazilian Society of Computational and Applied Mathematics, v. 3,
n. 1, 2015.

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APÊNDICE A – LINHAS DE CÓDIGO: Python

%% Linhas de Codigo − Python %%

%% import m a t p l o t l i b . p y p l o t a s p l t %%
%% import numpy a s np %%

%% 1 − Simulacao a P r e s s a o de e n t r a d a / s a i d a d e f i n i d a %%

$$
{ Re {Dh}} = 4 \ f r a c {\ rho V m L}{\mu}
$$
$$
f = 4 \ C f = \ f r a c {96}{ Re {Dh}} = \ f r a c {96}{4 \ f r a c {\ rho V m L}{\mu}} =
\ f r a c {24\mu}{\ rho V m L}
$$
$$
Dh = \ f r a c {4A}{P} = 4 L
$$
$$
p 1 − p 2 = f \ f r a c {\ D e l t a { x {1 −2}}}{Dh} \ f r a c {\ rho {Vm}ˆ2}{2}
$$
$$
p 1 − p 2 = \ f r a c {24\mu}{\ rho V m L} \ f r a c {\ D e l t a { x {1 −2}}}{4L}
\ f r a c {\ rho {Vm}ˆ2}{2}
$$
$$
p 1 − p 2 = \ f r a c {3 \ \mu \ \ D e l t a { x {1 −2}}}{ Lˆ2} \ Vm
$$
$$
Vm = \ f r a c { ( p 1 − p 2 )Lˆ2}{3 \ \mu \ \ D e l t a { x {1−2}}} \
$$

vm = 0 . 6
mu = 1 . 8 2 5 e−5
L = 0.01
rho = 1 . 2 0 4 1
delta x = 1

%% V e l o c i d a d e Obtida %%

Dh = 4∗L
Re dh = ( 4 ∗ rho ∗vm∗L) /mu
f = 96/ Re dh
p1 = ( f ∗ d e l t a x ∗ rho ∗ (vm∗ ∗ 2 ) ) / ( 2 ∗Dh)
Re = rho ∗ vm ∗ 2 ∗ L / mu

p e s p = p1/ rho

20
VmOP = 6 . 4 0 1 1 4 6 e −01

exact = ( (VmOP/vm) ) ∗ 1 0 0

p r i n t ( ” Re = %.1 f ” % Re )
p r i n t ( ” f = %.5 f ” % f )
p r i n t ( ” p1 = %.5 f ” % p1 )
p r i n t ( ” p e s p = %.5 f ” % p e s p )
p r i n t ( ” V e l o c i d a d e media o b t i d a e %.2 f %% da v e l o c i d a d e c a l c u l a d a ” % e x a c t )

Re = 7 9 1 . 7
f = 0.06063
p1 = 0 . 3 2 8 5 0
p esp = 0.27282
V e l o c i d a d e media o b t i d a e 1 0 6 . 6 9 % da v e l o c i d a d e c a l c u l a d a

## Temperatura Media de Mistura

$$
T m( x ) = T s + \ f r a c {17}{35} \ \ f r a c {L \ q ’ ’ } { k}
$$

$$
h = \ f r a c {35}{17} \ \ f r a c {k }{L}
$$

$$
Nu {Dh} = \ f r a c {h D h}{ k}
$$

import m a t p l o t l i b . p y p l o t a s p l t
import numpy a s np

rho = 1 . 1
t s = 20 # C
x = np . l i n s p a c e ( 0 . 0 0 1 , 1 , 1 0 0 0 )
q = 0.5
k = 0.03 # W/m∗K
qk = q/k
cp = 1007 # J/ kg ∗K

TmOP = 2 0 . 0 7 7 4 2
Tssai = 20.0831

A = 2∗L∗ d e l t a x
P = ( 4 ∗L) + ( 2 ∗ d e l t a x )

dTmdx = ( q∗P) / ( rho ∗ cp ∗A∗VmOP)

21
d e f Tm( x ) :
r e t u r n t s + ( ( ( ( 1 7 / 3 5 ) ∗ rho ∗ (L∗ ∗ 2 ) ∗VmOP∗ cp ) / k ) ∗ ( q ∗ ( ( 4 ∗ L) +
( 2 ∗ x ) ) ) / ( rho ∗ cp ∗ ( 2 ∗L∗x ) ∗VmOP) )

y = Tm( x )

DT = k / ( rho ∗ cp )

Tm1 = t s + ( ( ( ( 1 7 / 3 5 ) ∗ rho ∗ (L∗ ∗ 2 ) ∗VmOP∗ cp ) / k ) ∗dTmdx)

h c a l = q / (Tm1−t s )
h OP = q / (TmOP−t s )
Nudh calc = h c a l ∗Dh/k
Nudh OP = h OP∗Dh/k

f i g , ax = p l t . s u b p l o t s ( )
ax . p l o t ( x , y , l a b e l =’Tm’ )
ax . s e t t i t l e ( ’ Temperatura media da mistura ’ , s i z e =20)
ax . s e t x l i m ( 0 . 5 , 1 )
ax . s e t y l i m ( 2 0 , 2 0 . 1 )
plt . legend ()
p l t . show ( )

p r i n t ( ’DT = %.10 f ’ % DT)


p r i n t ( ’ K e = %.10 f ’ % qk )
p r i n t ( ’ Temperatura media da m i s t u r a em x = 1 c a l c u l a d a : %.10 f ’ % Tm1)
p r i n t ( ’Nu na s a i d a c a l c u l a d o : %.2 f ’ % Nudh calc )
p r i n t ( ’Nu na s a i d a o b t i d o : %.2 f ’ % Nudh OP )

DT = 0 . 0 0 0 0 2 7 0 8 3 1
K e = 16.6666666667
Temperatura media da m i s t u r a em x = 1 c a l c u l a d a : 2 0 . 0 8 2 5 7 1 4 2 8 6
Nu na s a i d a c a l c u l a d o : 8 . 0 7
Nu na s a i d a o b t i d o : 8 . 6 1

22
APÊNDICE B – Obtenção do Log do comando Check Mesh

%% Obtencao do Log do comando Check Mesh %%

Check mesh . . .

Time = 0

Mesh s t a t s
points : 619242
internal points : 0
faces : 1233620
internal faces : 614380
cells : 308000
f a c e s per c e l l : 6
boundary p a t c h e s : 5
point zones : 0
face zones : 0
c e l l zones : 0

O v e r a l l number o f c e l l s o f each type :


hexahedra : 308000
prisms : 0
wedges : 0
pyramids : 0
t e t wedges : 0
tetrahedra : 0
polyhedra : 0

Checking t o p o l o g y . . .
Boundary d e f i n i t i o n OK.
C e l l t o f a c e a d d r e s s i n g OK.
P oi nt u s a g e OK.
Upper t r i a n g u l a r o r d e r i n g OK.
Face v e r t i c e s OK.
Number o f r e g i o n s : 1 (OK) .

Checking patch t o p o l o g y f o r multiply connected s u r f a c e s . . .


Patch Faces Points Surface topology
inlet 1400 2802 ok ( non−c l o s e d s i n g l y c o n n e c t e d )
outlet 1400 2802 ok ( non−c l o s e d s i n g l y c o n n e c t e d )
baixo 220 442 ok ( non−c l o s e d s i n g l y c o n n e c t e d )
topo 220 442 ok ( non−c l o s e d s i n g l y c o n n e c t e d )
laterais 616000 619242 ok ( non−c l o s e d s i n g l y c o n n e c t e d )
”.∗” 619240 619242 ok ( c l o s e d s i n g l y c o n n e c t e d )

Checking f a c e Z o n e t o p o l o g y f o r m u l t i p l y c o n n e c t e d s u r f a c e s . . .

23
No f a c e Z o n e s found .

Checking b a s i c c e l l Z o n e a d d r e s s i n g . . .
No c e l l Z o n e s found .

Checking b a s i c p o i n t Z o n e a d d r e s s i n g . . .
No p o i n t Z o n e s found .

Checking geometry . . .
O v e r a l l domain bounding box ( 0 0 −0.01) ( 1 0 . 0 1 0 )
Mesh has 2 g e o m e t r i c ( non−empty/ wedge ) d i r e c t i o n s ( 1 1 0 )
Mesh has 2 s o l u t i o n ( non−empty ) d i r e c t i o n s ( 1 1 0 )
A l l e d g e s a l i g n e d with o r p e r p e n d i c u l a r t o non−empty d i r e c t i o n s .
Boundary o p e n n e s s ( −1.19756 e −18 −3.86517 e −16 8 . 2 2 0 4 9 e −15) OK.
Max c e l l o p e n n e s s = 2 . 1 1 6 1 8 e −16 OK.
Max a s p e c t r a t i o = 9 1 8 . 1 0 5 OK.
Minimum f a c e a r e a = 2 . 2 5 0 4 1 e −08. Maximum f a c e a r e a = 4 . 5 4 5 4 5 e −05.
Face a r e a magnitudes OK.
Min volume = 2 . 2 5 0 4 1 e −10. Max volume = 4 . 5 0 0 8 3 e −10.
T o t a l volume = 0 . 0 0 0 1 . C e l l volumes OK.
Mesh non−o r t h o g o n a l i t y Max : 0 a v e r a g e : 0
Non−o r t h o g o n a l i t y check OK.
Face pyramids OK.
Max s k e w n e s s = 2 . 9 3 1 e −13 OK.
Coupled p o i n t l o c a t i o n match ( a v e r a g e 0 ) OK.

Mesh OK.

End

24
APÊNDICE C - Linhas de Código WxMaxima - Velocidade Média

25
16/10/2023, 22:00 vel_analitica

(%i1) depends ( [ ui , ux , uy , p ] , [ x , y , z ] ) ;

[ui (x , y , z) , ux (x , y , z) , uy (x , y , z) , p (x , y , z)]

(%i2) eqns : rho · ( ux · diff ( ui , x ) + uy · diff ( ui , y ) ) = − gradp + mu · ( diff ( ui , x , 2 ) + diff ( ui , y ,


2));

2 2
d d d d
(eqns) rho (( ui) uy + ( ui) ux) = mu ( ui + ui) − gradp
2 2
dy dx dy dx

(%i3) eqcont : diff ( ux , x ) + diff ( uy , y ) = 0 ;

d d
(eqcont) uy + ux = 0
dy dx

(%i4) eqcon : diff ( ux , x ) + diff ( uy , y ) = 0 ;

d d
(eqcon) uy + ux = 0
dy dx

(%i5) condcon : eqcon , diff ( ux , x ) = 0 ;

d
(condcon) uy = 0
dy

(%i6) condconmod : diff ( lhs ( condcon ) , y ) = diff ( rhs ( condcon ) , y ) ;

2
d
(condconmod) uy = 0
2
dy

(%i7) conduy : uy = 0 ;

(conduy) uy = 0

(%i8) eqnsyb : subst ( [ ui = uy , gradp = gradp [ y ] ] , eqns ) ;

2 2
d d d d
(eqnsyb) rho (uy ( uy) + ux ( uy)) = mu ( uy + uy) − gradpy
2 2
dy dx dy dx

(%i10) eqnsyf : eqnsyb , diff ( uy , x ) = 0 , diff ( uy , x , 2 ) = 0 , conduy , gradp [ y ] = diff ( p , y ) − rho ·


g,
condconmod ;
soly : ode2 ( eqnsyf , p , y ) ;

d
(eqnsyf ) 0 = grho − p
dy

(soly) p = grhoy + %c

(%i11) eqnsxb : subst ( [ ui = ux , gradp = gradpx ] , eqns ) ;

file:///C:/Users/Leonardo/Downloads/vel_analitica.html 1/3
16/10/2023, 22:00 vel_analitica
2 2
d d d d
(eqnsxb) rho (( ux) uy + ux ( ux)) = mu ( ux + ux) − gradpx
2 2
dy dx dy dx

(%i14) eqnsxf : eqnsxb , diff ( ux , x ) = 0 , diff ( ux , x , 2 ) = 0 , conduy ;


declare ( [ gradpx , rho , mu ] , constant ) $
solx : ode2 ( eqnsxf , ux , y ) ;

2
d
(eqnsxf ) 0 = mu ( ux) − gradpx
2
dy

2
gradpxy
(solx) ux = + %k2y + %k1
2mu

(%i15) solux : bc2 ( solx , y = − L , ux = 0 , y = L , ux = 0 ) ;

2 2
gradpxy gradpxL
(solux) ux = −
2mu 2mu

(%i21) cc : diff ( ux , y ) = 0 , solx ;


cc0 : cc , y = 0 ;
cc : ux = 0 , solx ;
ccL : cc , y = L ;
solcs : solve ( [ cc0 , ccL ] , [ %k1 , %k2 ] ) ;
solx , solcs [ 1 ] ;

gradpxy
(cc) + %k2 = 0
mu

(cc 0) %k2 = 0

2
gradpxy
(cc) + %k2y + %k1 = 0
2mu

2
gradpxL
(ccL) + %k2L + %k1 = 0
2mu

2
gradpxL
(solcs) [[%k1 = − , %k2 = 0]]
2mu

2 2
gradpxy gradpxL
ux = −
2mu 2mu

(%i28) kill ( gradpx , L , mu ) ;

done

(%i29) Vmed : integrate ( ux , y , 0 , L ) / L , solux ;

2
L gradpx
(Vmed) −
3mu

(%i30) uxvm : V [ m ] · ratsimp ( rhs ( solux ) / Vmed ) ;

2 2
Vm (3y − 3L )
(uxvm) −
2L2

file:///C:/Users/Leonardo/Downloads/vel_analitica.html 2/3
16/10/2023, 22:00 vel_analitica

(%i32) Vmed ;

2
L gradpx

3mu

(%i34) %o32 , gradpx = − 0 . 3285 , L = 0 . 01 , mu = 1 . 825e-5 , numer ;

0.6

Created with wxMaxima.


The source of this Maxima session can be downloaded here.

file:///C:/Users/Leonardo/Downloads/vel_analitica.html 3/3

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