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LABORATÓRIO DE ENGENHARIA QUÍMICA III

Professor: Antônio Carlos da Silva

EXPERIMENTO 3

EXPERIMENTO COM TROCADORES DE CALOR

Grupo 2:

11268987 – Harícia de Almeida Souza

11384559 – Ingrid Estefane Sant’Anna Macedo

11366124 – Karen de Brito Bento

11269011 – Laís Oliveira do Valle

11295014 – Thales Augusto Pereira Lage

11203601 – Tuanny Nogueira Nunes

10279491 - Rafael Rodrigues

Lorena
2022
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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ………………………………………………………….3
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ...……………………………………..3
3. MATERIAIS E MÉTODOS
……………………………………………...6
4. RESULTADOS E DISCUSSÕES
………………………………………..8
5. CONCLUSÃO ……………………………………………………….....15
6. REFERÊNCIAS ………………………………………………………...16
3

1. INTRODUÇÃO
De acordo com Incropera e De Witt (2002), um processo de troca térmica ocorre entre
dois fluidos que estão a diferentes temperaturas e separados por uma parede sólida. O
equipamento utilizado para efetuar esta troca é denominado trocador de calor. O trocador de
calor é utilizado com o objetivo de se obter uma eficiência energética, sendo aplicado, por
exemplo, em diversas áreas da indústria. Assim, com o trocador de calor é possível realizar
diferentes trocas de calor de modo que a energia necessária nesse processo seja menor,
resultando em uma maior eficiência.
Há diferentes tipos de trocadores de calor, sendo os principais os tubulares e de placas.
Segundo Ribeiro (1984, p. 1), o trocador de calor casco e tubo é majoritariamente, devido à
sua construção resistente, à flexibilidade de projeto e de adaptação às condições de processo,
tais como condensação, vaporização e troca de calor sem mudança de fase, posicionamento na
horizontal ou vertical, ampla faixa de pressão e operação, dentre outros.
O presente trabalho tem como objetivos promover a familiarização dos alunos com
com o funcionamento de um trocador de calor de casco e tubos, determinar os coeficientes
globais de troca de calor e as cargas térmicas do trocador de calor, bem como identificar as
diferenças entre trocadores de calor em fluxo concorrente e contracorrente. Para este
experimento, utilizou-se um trocador de calor tipo casco-tubo do laboratório de engenharia
química, da Escola de Engenharia de Lorena da Universidade de São Paulo. Por fim, destaca-
se que, ao decorrer do relatório, a comprovação experimental das fórmulas, a aplicação da
teoria discutida e o entendimento dos procedimentos experimentais fazem parte da proposta
da disciplina de Laboratório de Engenharia Química III.

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Trocadores de calor são equipamentos projetados para realizarem a transferência de
calor entre dois ou mais fluidos que se encontram em temperaturas diferentes, sem que haja
contato direto entre eles. Sua aplicação é muito recorrente na indústria por meio da utilização
de líquidos ou gases. Estas máquinas podem desempenhar um papel fundamental na planta
industrial, caso utilize a energia desperdiçada em outros processos para o seu funcionamento,
mas pode ocorrer também o gasto energético apenas para essa operação. Entre as muitas
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utilizações dos trocadores de calor na indústria, se destacam as aplicações no tratamento de


águas residuais e nos sistemas de refrigeração.
É possível dizer que o seu alto rendimento é aliado a seu baixo custo de manutenção, e
por ser um equipamento desmontável e adaptável a cada tipo de operação, é possível realizar
ajustes de capacidade como por exemplo, no trocador de placas, adicionando ou removendo
placas de acordo com a demanda. Ao longo dos anos desenvolveu-se vários tipos de trocador
para a aplicação em diferentes áreas da produção industrial. Estes tipos são classificados de
acordo com as suas características construtivas, alguns exemplos de trocadores de calor são:
tipo duplo, casco e tubo, de placa, de placa aletado e regenerativos.
Os trocadores de calor tubulares são amplamente usados e fabricados em diversos
tamanhos e arranjos. A facilidade na sua fabricação e baixo custo são as principais razões para
seu emprego nas indústrias. Um modelo comumente utilizado é o trocador de calor casco e
tubo que é construído por dois tubos, um dentro do outro, onde o tubo externo e o casco que
conduz a água fria do circuito, já o tubo interno conduz a água quente (o fluxo podendo ser
paralelo ou contracorrente).
O calor se transfere entre os dois tubos de dentro para fora, isto é, do tubo interno para
o externo, então pode-se dizer que a transferência de calor no lado dos tubos e no lado do
casco ocorre por convecção. Uma representação detalhada desse equipamento pode ser
observada na figura 1.

Figura 1: Principais partes de um trocador de calor de cascos e tubos.

Fonte: Essel
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A transferência de calor é um processo elementar na indústria. Durante esse processo,


há uma transferência de calor, que ocorre no sentido da temperatura maior para a menor e esse
calor pode ser transferido através de mecanismos como: condução, convecção e radiação. No
caso de trocador usado, o calor do fluido quente que passa pelos tubos é transferido para a
parede por condução, e da parede para o fluido do casco. Neste caso é plausível desconsiderar
os efeitos de radiação.
A função da taxa de vazão mássica do fluido, da variação de temperatura e do calor
específico dos fluidos na temperatura média (a média entre as temperaturas de entrada quente
e fria e de saída quente e fria do trocador de calor), é a taxa de transferência de calor é dada
pelas Equações 1 e 2.
Q h=mq∗Cp , q(Tq , ent−Tq , sai) (1)
Q c=mq∗Cp ,q (Tf , ent−Tf , sai) (2)

O coeficiente global de transferência de calor (Equação 3) refere-se à eficiência que o calor é


conduzido através de uma série de meios resistentes.
1
U∗A= (3)
Rtotal
● U: coeficiente global de transferência de calor;
● A: Área de troca térmica;
● RTotal: resistência total do sistema.

A Efetividade é a relação entre a carga térmica real do trocador de calor e uma carga
térmica ideal do trocador de calor, caso pudesse ser mantida como diferença de temperatura
aquela obtida pelas temperaturas de alimentação:

Q
ε= (4)
Qmáx
● Q: carga térmica real do trocador de calor;
● Qmáx: carga térmica ideal do trocador de calor.
● A carga térmica ideal do trocador de calor:

Q=Cmìn(Tha−Tca)(5)

A Efetividade também pode ser calculada pelas relações, respectivamente para o


fluido quente e o fluido frio, observado na Equação 6:
6

Ch .(Thq−Thb)
ε= (6)
Cmìn.(Tha−Tca)

3. MATERIAIS E MÉTODOS
Para a realização do experimento, foi utilizado um trocador de calor do tipo casca e
tubo, representado pela Figura 2, com sistema de válvulas, o que permite a operação em
concorrente ou em contracorrente. Do lado dos tubos do trocador, há 12 tubos em aço
inoxidável com diâmetro externo de 12,7 mm e parede lisa de 1,25 mm, comprimento de 588
mm, sendo montados em configuração de passe único e arranjo de passagem triangular com
passo entre os tubos de 15,87 mm e luz (vazio) de 3, 4mm, com uma área de troca térmica
total de 0,2593 m2.
Do lado do casco, confeccionado em teflon e vidro com 65 mm de diâmetro e 5 mm
de espessura de parede lisa, com comprimento de 500mm, há cinco defletores (chicanas) com
espaçamento de 90 mm cada e uma camisa de vácuo, em material transparente, para
isolamento térmico da fase externa do casco.

Figura 2: Trocador de calor do laboratório da EEL-USP em fluxo concorrente.

Fonte: Autores, 2022.

Para a primeira parte do experimento, as válvulas foram ajustadas para que a


configuração do fluxo estivesse em sentido concorrente (Figura 2 e 3). Após feito os ajustes
iniciais, abriu-se a torneira de água da rede e as válvulas da linha de gás (botijão), de
regularem de água fria (VR2) e de regulagem de água quente (VR1). A chave geral localizada
no painel elétrico foi ligada e as válvulas de volume de água e de volume de gás localizadas
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no painel mantidas na posição mínima. Assim, o aquecedor a gás ligou automaticamente a


chama ao passar a vazão determinada por ele.

Figura 3: Representação esquemática do sistema em fluxo concorrente.

Fonte: SILVA, 2022.

A vazão de água quente foi regulada através da válvula VR1 e do rotâmetro 1 até
atingir a vazão desejada, de forma que a temperatura de entrada no equipamento não
ultrapasse 65 °C. Já a vazão de água fria foi regulada através da válvula VR2 e do rotâmetro 2
até atingir a vazão necessária. Desse modo, aguardou-se o sistema entrar em equilíbrio
térmico para registrar todas as temperaturas indicadas, as de entrada e saída de água fria e
entrada e saída de água quente. Este procedimento foi feito variando a vazão da água fria de
(3 a 7 L/min) e mantendo constante a vazão de água quente à 3,8 L/min.
Na segunda fase do experimento, a operação do trocador de calor foi realizada com
fluxo contracorrente. Foram alteradas as aberturas e fechamentos das válvulas de bloqueio
conforme representado na Figura 4 e 5. Em seguida, com a vazão de água quente já regulada,
os procedimentos realizados anteriormente para o fluxo concorrente foram todos repetidos e
os valores das temperaturas anotados. Ao final do experimento, foi desligado o aquecedor a
gás e a válvula de gás foi fechada. Para fechar as válvulas VR1 e VR2 e a de alimentação de
água, esperou-se que as temperaturas ficassem abaixo de 30 °C.

Figura 4: Representação esquemática do sistema em fluxo contracorrente.

Fonte: SILVA, 2022.


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Figura 5: Trocador de calor do laboratório da EEL-USP em fluxo contracorrente.

Fonte: Autores, 2022.

4. RESULTADO E DISCUSSÃO
Conforme os procedimentos experimentais descritos na seção de Materiais e Métodos,
obteve-se os seguintes dados compilados na Tabela 1 considerando a situação co-corrente e na
Tabela 2 contracorrente:

Tabela 1: Operação co-corrente.


Vazão de Vazão de Temperatura Temperatura Temperatura Temperatura
água quente água fria de entrada de saída dos de entrada no de saída do
(L/min) (L/min) nos tubos tubos (°C) casco (°C) casco (°C)
(°C)
3,8 7 58,1 48,4 21,7 29,3
3,8 6 58 48,2 21,4 29,5
3,8 5 57,9 48,4 21,4 30,8
3,8 4 59 49,7 21,4 32,5
3,8 3 59,5 50,8 21,4 35,4

Fonte: Autores, 2022


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Tabela 2: Operação contracorrente.


Vazão de Vazão de Temperatura Temperatura Temperatura Temperatura
água quente água fria de entrada de saída dos de entrada no de saída do
(L/min) (L/min) nos tubos tubos (°C) casco (°C) casco (°C)
(°C)
3,8 7 60,5 47,4 21,7 29,6
3,8 6 60,4 47,7 21,7 30,5
3,8 5 60 48,1 21,7 31,7
3,8 4 60 48,8 21,7 34,2
3,8 3 60,2 50,3 21,8 37,2
.
Fonte: Autores, 2022

Ao observar ambas as tabelas, nota-se que as temperaturas de entrada e saída dos tubos
e a temperatura de entrada do casco não apresentam grandes variações à medida que a vazão
de água fria é alterada. Em contraste, é significativa a diferença entre as temperaturas de saída
do casco conforme é variada a vazão de água fria, principalmente no caso de operação
contracorrente.

Com os dados experimentais previamente apresentados e utilizando as fórmulas


mencionadas neste relatório, foi possível efetuar os cálculos necessários para preencher as
Tabelas 3 e 4 abaixo:

Tabela 3: Operação co-corrente


Diferença de Calor cedido Calor Coeficiente
Diferença de Diferença de
temperatura pela água absorvido global de
temperatura temperatura
logarítmica quente pela água fria troca de calor
1 (°C) 2 (°C)
(°C) (cal/min) (cal/min) (cal/min.m²)
28,8 26,7 27,7368 -36860 53200  6261,0018
28,5 26,8 27,6413 -37240 48600  5988,2362
27,1 27 27,05 -36100 47000  5923,8184
26,5 28,3 27,3901 -35340 44400  5613,7028
24,1 29,4 26,6623 -33060 42000  5428,4902
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Fonte: Autores, 2022

Tabela 4: Operação contracorrente


Diferença de Calor cedido Calor Coeficiente
Diferença de Diferença de
temperatura pela água absorvido global de
temperatura temperatura
logarítmica quente pela água fria troca de calor
1 (°C) 2 (°C)
(°C) (cal/min) (cal/min) (cal/min.m²)
30,9 25,7 28,2201969 -49780 55300  7180,0507
29,9 26 27,90459215 -48260 52800  6983,4673
28,3 26,4 27,33899707 -45220 50000  6716,0371
25,8 27,1 26,44467463 -42560 50000 6749,2048 
23 28,5 25,65180402 -37620 46200  6300,8223

Fonte: Autores, 2022

A partir dos resultados calculados acima, foi possível representar graficamente alguns
dados, que estão sendo apresentados na Figura 6, 7 e 8.

Figura 6: Coeficiente global de troca de calor em função da vazão da água fria

Fonte: Autores, 2022


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Figura 7: Quantidade de calor médio em função da vazão de água fria

Fonte: Autores, 2022

Figura 8: Calor cedido pela água quente x calor absorvido pela água fria

Fonte: Autores, 2022

5. CONCLUSÃO
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Por meio dos procedimentos experimentais contidos no presente relatório, foi possível
concluir os objetivos inicialmente estabelecidos de entender o funcionamento de de um
trocador de calor de casco tubos, sendo possível realizar uma análise qualitativa de um
trocador de calor com sistema de válvulas ao calcular os coeficientes globais de troca de
calor, as cargas térmicas e identificar as diferenças entre trocadores de calor em fluxo co-
corrente e contracorrente.

Esperava-se que os valores de calor cedido e calor recebido fossem iguais, entretanto
não foi o caso, esse fato é possivelmente resultado de erros grosseiros, oriundos da imperícia
do operador que geram erros de leitura, de erros sistemáticos, em decorrência de problemas
nos aparelhos utilizados e/ou de erros aleatórios incontroláveis, como a flutuação ambiental,
que alteram as condições do processo de medida. Além disso, deve-se levar em conta a perda
de calor para o meio ambiente.

Por fim, em síntese, constata-se que houve a aplicação dos conceitos teóricos e
fórmulas abordadas na introdução e na fundamentação teórica e os resultados obtidos estão de
acordo com os esperados, tendo sido possível, portanto, alcançar os objetivos iniciais
traçados.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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GOMES DE OLIVEIRA, Rogério; FERNANDO, Henrique; MILANESE; et al. [s.l.: s.n.,


s.d.]. Disponível em: <https://repositorio.ufsc.br/bitstream/handle/123456789/127502/TCC-
%20Trocador%20de%20Calor%20Casco%20e%20tubo.pdf?sequence=2&isAllowed=y>.

‌BALBUENO BICCA, Gerson; SECCHI, Argimiro ; WADA, Keiko.


UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL Seminário do
Programa de Pós -Graduação em Engenharia Química Oktober Fórum
2005 − PPGEQ MODELAGEM DE TROCADORES DE CALOR CASCO E TUBOS.
[s.l.: s.n., s.d.]. Disponível em:
<https://lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/8840/000589776.pdf?
sequence=1&isAllowed=y>. Acesso em: 1 jul. 2022.

INCROPERA, Frank P.; DE WITT, David P. Fundamentos de transferência de calor e de


massa. 5. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2002.

RIBEIRO, Celina Maria Cunha. Comparação de métodos de cálculo termo-hidráulico para


trocadores de calor casco e tubo, sem mudança de fase. 1984. 220 p. Tese (Mestrado em
Engenharia Mecânica) – Unicamp, Campinas, 1984.

SILVA, A. C. LOQ4062 - Laboratório de Engenharia Química III - Roteiro trocadores de


calor; 2022.

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