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Universidade Rovuma – Niassa

Disciplinaː Cálculo Integral em ℝ𝑛


Discentesː
Felisberto Lázaro Mussala Vireque
Sande João Chicote
Trindade João Matos
Docenteː Msc. Abubacar Nurdin

APLICAÇÃO DO INTEGRAL DE LINHA


Centro de massa e de momento de inércia
A integral de linha, relativa a comprimento de arco, pode ser aplicada no cálculo da massa de
um fio delgado cuja densidade linear (massa por unidade de comprimento) seja conhecida. O
centro de massa e o momento de inércia de um fio delgado podem ser calculadas usando-se
integrais de superfície.
Suponhamos que S represente o fio e se a densidade (massa por unidade de área) no ponto
(x,y,z) for 𝜌(𝑥, 𝑦, 𝑧), então o total da massa 𝑚 da fio é dado por

𝑚 = ∬ 𝜌(𝑥, 𝑦, 𝑧)𝑑𝑆.
𝑆

O centro de massa (𝑥,


̅ 𝑦̅, 𝑧̅) é dado por

1
𝑥̅ = ∬ 𝑥𝜌(𝑥, 𝑦, 𝑧)𝑑𝑆
𝑚
𝑆

1
𝑦̅ = ∬ 𝑦𝜌(𝑥, 𝑦, 𝑧)𝑑𝑆
𝑚
𝑆

1
𝑧̅ = ∬ 𝑧𝜌(𝑥, 𝑦, 𝑧)𝑑𝑆
𝑚
𝑆

O momento de inércia 𝐼𝐿 de S em relação a um eixo 𝐿 é dado por

𝐼𝐿 = ∬[𝛿(𝑥, 𝑦, 𝑧)]2 𝜌(𝑥, 𝑦, 𝑧)𝑑𝑆,


𝑆

onde 𝛿(𝑥, 𝑦, 𝑧) é a distância do ponto (x,y,z) de S até o eixo 𝐿.


𝐼𝑥 = ∫ (𝑦 2 + 𝑧 2 )𝜌(𝑥, 𝑦, 𝑧) 𝑑𝑠
𝑐

𝐼𝑦 = ∫ (𝑥 2 + 𝑧 2 )𝜌(𝑥, 𝑦, 𝑧) 𝑑𝑠
𝑐

𝐼𝑧 = ∫ (𝑥 2 + 𝑦 2 )𝜌(𝑥, 𝑦, 𝑧) 𝑑𝑠
𝑐

Exemplos
1. Uma lâmina tem a forma da parte do plano 𝑧 = 𝑦 recortada pelo cilindro
𝑥 2 + (𝑦 − 1)2 = 1. Determinar a massa dessa lâmina se a densidade no ponto
(𝑥, 𝑦, 𝑧) é proporcional à distância desse ponto ao plano 𝑥𝑦.

Solução

Como a densidade no ponto (𝑥, 𝑦, 𝑧) é proporcional à distância desse ponto ao plano 𝑥𝑦,
temos 𝑓(𝑥, 𝑦, 𝑧) = 𝑘𝑧, onde 𝑘 é uma constante de proporcionalidade.

𝑚 = ∬ 𝜌(𝑥, 𝑦, 𝑧)𝑑𝑆 = ∬ 𝑘𝑧𝑑𝑆 = 𝑘 ∬ 𝑦√1 + 0 + 1 𝑑𝑥𝑑𝑦 = √2𝑘 ∬ 𝑦𝑑𝑥𝑑𝑦.


𝑆 𝑆 𝑅 𝑅

Passando para coordenadas polares, temos


𝜋 2𝑠𝑒𝑛𝜃 𝜋 𝑟3 2𝑠𝑒𝑛𝜃 8√2 𝜋
𝑚 = √2𝑘 ∫0 ∫0 𝑟 2 𝑠𝑒𝑛𝜃𝑑𝑟𝑑𝜃 = √2𝑘 ∫0 𝑠𝑒𝑛𝜃 | 𝑑𝜃 = 𝑘 ∫0 𝑠𝑒𝑛4 𝜃𝑑𝜃 = √2k𝜋
3 0 3

unidades de massa.

2. Uma lâmina tem a forma de um hemisfério unitário. Encontrar o momento de inércia


dessa lâmina em relação a um pólo e é perpendicular ao plano que delimita o
hemisfério. Considerar a densidade no ponto P da lâmina proporcional à distância
desse ponto ao plano que delimita o hemisfério.

Solução
Nesse caso, o eixo que passa pelo pólo e é perpendicular ao plano que delimita o
hemisfério é o eixo dos z.

A densidade 𝑓 (𝑥, 𝑦, 𝑧) = 𝑘𝑧.

𝐼𝑧 = ∬𝑆 (𝑥 2 + 𝑦 2 )𝑘𝑧𝑑𝑆. Da figura acima, tem-se 𝛿 2 (𝑥, 𝑦, 𝑧) = 𝑥 2 + 𝑦 2 .

2 2
𝑥2 𝑦2
𝐼𝑧 = 𝑘 ∬(𝑥 + 𝑦 ) √1 − 𝑥 2 − 𝑦 2 √1 + + 𝑑𝑥𝑑𝑦
1 − 𝑥2 − 𝑦2 1 − 𝑥2 − 𝑦2
𝑅
Passando para coordenadas polares, temos

𝑟 2 𝑐𝑜𝑠2 𝜃 𝑟 2 𝑠𝑒𝑛2 𝜃
𝐼𝑧 = ∬𝑅´ 𝑟 2 √1 − 𝑟 2 √1 + + 𝑟𝑑𝑟𝑑𝜃, 𝑅 ´ = {(𝑟, 𝜃)|0 ≤ 𝑟 ≤ 1, 0 ≤ 𝜃 ≤ 2𝜋}.
1−𝑟 2 1−𝑟 2

Resolvendo essa integral imprópria, obtemos


1 2𝜋 𝑘𝜋
𝐼𝑧 = lim ∫0 ∫0 𝑟 3 𝑑𝜃𝑑𝑟 = unidades de momento de inércia.
𝑡→1 2

3. Calcule o centro de massa de uma curva parametrizada por 𝑅(𝑡) = (𝑐𝑜𝑠𝑡, 𝑠𝑒𝑛𝑡, 𝑡) ; 0 ≤
𝜋
≤ 𝑡 ≤ 2.

Solução

m = ∫ δ(x, y, z) 𝑑𝑆
𝑪

R´ (t) = (−set, cost, 1)

𝑑𝑆 =∥ 𝑅 ´ ∥ 𝑑𝑡 = √𝑠𝑒𝑛2 𝑡 + 𝑐𝑜𝑠 2 𝑡 + 1𝑑𝑡 = √2𝑑𝑡


𝜋
2 𝑘√2
𝑚 = 𝑘 ∫ √2 𝑑𝑡 = 𝜋
0 2
𝜋
𝑘 𝑘 2 2
𝑥̅ = ∫ 𝑥𝑑𝑠 = ∫ 𝑐𝑜𝑠𝑡𝑑𝑡 =
𝑚 𝐶 𝑘√2 0 𝜋
𝜋
2
𝜋
2 2 2
𝑦̅ = ∫ 𝑠𝑒𝑛𝑡𝑑𝑡 =
𝜋 0 𝜋
𝜋 𝜋
2 2 2 𝑡2 𝜋
𝑧̅ = ∫ 𝑡𝑑𝑡 = |2 =
𝜋 0 𝜋2 0 2
𝜋 𝜋 𝜋
(𝑥̅ , 𝑦̅, 𝑧̅) = ( , , )
2 2 4
Referências bibliográficas

FLEMMING, Diva Marília; GONÇALVES, Mirian Buss (2007). Funções de várias variáveis,
integrais múltiplas, integrais curvilíneas e de superfície. (2ª ed.). Makron Books. São Paulo.

GUIDORIZZI, Hamilton Luiz. (2002). Um Curso de Cálculo – Vol. 3. (5ª ed.). Editora gen.
Brasil.

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