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1. Seja a transformação z
𝑥 = 𝑟 sen 𝜃 cos 𝜑 , (r, θ, φ)
𝑦 = 𝑟 sen 𝜃 sen 𝜑 ,
𝑧 = 𝑟 cos 𝜃, r
onde θ
0 ≤ 𝑟 ≤ ∞, y
0 ≤ 𝜃 ≤ 𝜋, φ
0 ≤ 𝜑 ≤ 2𝜋,
x
mostre que:
Solução
(a) Por definição, velocidade 𝑣 é dada pela razão da variação espacial d𝑠 pela temporal d𝑡, ou seja,
d𝑠
𝑣≜ ,
d𝑡
onde a variação espacial é definida como
d𝑠 ≜ √d𝑥𝑖 d𝑥𝑖 .
e 𝑥𝑖 são as coordenadas de um sistema qualquer no espaço. Isso pode ser percebido pela equação de Pitágoras
convencional em um espaço tridimensional
onde
𝑥𝑖 = 𝑥𝑖 (𝑡)
𝑥𝑖′ = 𝑥𝑖 (𝑡 + d𝑡) ,
tal que a variação infinitesimal em uma coordenada é
d𝑥𝑖 = 𝑥𝑖′ − 𝑥𝑖 .
Definindo tais coordenadas nos sistemas retangulares e esféricos utilizando notação tensorial (vide anexo) como
(𝑥, 𝑦, 𝑧) ≡ (𝑥1 , 𝑥2 , 𝑥3 ) ≜ 𝑥𝑖
(𝑟, 𝜃, 𝜙) ≡ (𝑥1 , 𝑥 2 , 𝑥 3 ) ≜ 𝑥 𝑖 , para 𝑖 = 1, 2 e 3,
temos que
∂𝑥𝑖 𝑗
d𝑥𝑖 = d𝑥 .
∂𝑥 𝑗
Assim, reescrevemos a variação espacial como
(b) Por definição, variação de energia cinética infinitesimal d𝐾 de uma partícula é dada pelo produto escalar de
sua velocidade 𝑣 com a variação infinitesimal do seu momento d𝑝, ou seja,
d𝐾 ≜ 𝑣d𝑝,
onde a variação do momento, para movimentos lineares de uma partícula de massa 𝑚, é definida como
d𝑝 = d(𝑚𝑣) = 𝑣d𝑚 + 𝑚d𝑣.
Quando a massa dessa partícula não varia, a variação de seu momento linear é simplificada a
d𝑝 = 𝑚d𝑣,
o que leva à energia cinética partindo do repouso (𝑣(0) = 0) ser
𝑣
𝑚𝑣 2
𝐾 = 𝑚 ∫ 𝓋d𝓋 =
0 2
Assim, nesse caso, utilizando a velocidade encontrada no item (a) em coordenadas esféricas, temos que
𝑚(𝑣𝑟2 + 𝑟 2 𝑣𝜃2 + 𝑟 2 sen2 𝜃 𝑣𝜑2 )
𝐾= .
2
Definindo os momentos em cada direção esférica como
𝑝 𝑖 = 𝑚𝑣 𝑖
temos que
1
𝐾= (𝑝 2 + 𝑟 2 𝑝𝜃2 + 𝑟 2 sen2 𝜃 𝑝𝜑2 ) █
2𝑚 𝑟
(c) A variação de um elemento volumétrico se relaciona, de uma base a outra, através do jacobiano 𝐽 dado pela
determinante da matriz jacobiana como segue
∂𝑥 ⁄∂𝑟 ∂𝑥 ⁄∂𝜃 ∂𝑥 ⁄∂𝜑
∂𝑥𝑖
𝐽 ≜ |𝐽𝑖𝑗 | = | 𝑗 | = |∂𝑦⁄∂𝑟 ∂𝑦⁄∂𝜃 ∂𝑦⁄∂𝜑|
∂𝑥
∂𝑧⁄∂𝑟 ∂𝑧⁄∂𝜃 ∂𝑧⁄∂𝜑
sen 𝜃 cos 𝜑 𝑟 cos 𝜃 cos 𝜑 −𝑟 sen 𝜃 sen 𝜑
= |sen 𝜃 sen 𝜑 𝑟 cos 𝜃 sen 𝜑 𝑟 sen 𝜃 cos 𝜑 |
cos 𝜃 −𝑟 sen 𝜃 0
= 𝑟 2 sen 𝜃 cos2 𝜃 cos2 𝜑 + 𝑟 2 sen3 𝜃 sen2 𝜑 + 𝑟 2 sen 𝜃 cos2 𝜃 sen2 𝜑 + 𝑟 2 sen3 𝜃 cos2 𝜑
= 𝑟 2 (sen 𝜃 cos2 𝜃 + sen3 𝜃)
= 𝑟 2 [sen 𝜃 cos2 𝜃 + sen 𝜃 (1 − cos2 𝜃)]
= 𝑟 2 sen 𝜃
Perceba que, da definição de mudança de variável analisada anteriormente,
∂𝑥𝑖 𝑗
d𝑥𝑖 = d𝑥 .
∂𝑥 𝑗
escrevemos a variação espacial
2. Conclua que, quando uma massa pontual 𝑚 estiver dentro de uma distribuição de massa 𝑀, a parte dessa
distribuição que tiver raio maior que a distância de 𝑚 ao centro de 𝑀 não influenciará nenhuma força em 𝑚 se a
densidade da distribuição da massa 𝑀 depender apenas do raio.
Solução
α
R
F
dM
b
φ
r
θ
a
V, M O
é possível perceber que a força resultante é formada apenas pelas partes das forças de cada 𝑑𝑉 na direção ao centro
da esfera, pois as outras componentes se cancelarão (supondo uma distribuição homogênea de densidade). Tal
resultante é então dada por
𝐹 = ∭ d𝐹𝑅 cos 𝛼 ,
𝑉
Por outro lado, mantendo 𝜌 ≡ 𝜌(𝑟), porém agora analisando 𝑚 no interior de 𝑀, ou seja, 𝑏 < 𝑟 tal que
𝑟 − 𝑏 ≤ 𝑅 ≤ 𝑟 + 𝑏, então a força resultante de atração será nula, pois
𝑟+𝑏
𝜋𝑚𝐺 𝑎 𝑟 2 − 𝑏2
𝐹𝑖𝑛𝑡 = − ∫ 𝑟𝜌(𝑟) (𝑅 + ) d𝑟 = 0 .
𝑏2 0 ⏟ 𝑅 𝑟−𝑏
0
3. ̂ e um
Seja uma partícula de massa 𝑚 e carga 𝑞 inicialmente em repouso e sujeita a um campo elétrico 𝐄 = 𝐸0 𝐤
campo magnético 𝐁 = 𝐵0 𝐢̂:
z
E = E0k̂
y
q, m
B = B0ı̂
Solução
Integrando ambos os lados das equações, inclusive da equação da aceleração em 𝑥, obtemos a seguinte solução
genérica das equações de movimento
𝑥(𝑡) = 𝒦𝑡 + 𝑥0
𝛽
𝑦(𝑡) = 𝒜 cos(𝛼𝑡) + ℬ sen(𝛼𝑡) + 𝑡 + 𝑦0
𝛼
e 𝑧(𝑡) = 𝒞 cos(𝛼𝑡) + 𝒟 sen(𝛼𝑡) + 𝑧0 ,
ou
𝑥(𝑡) = 𝒦𝑡 + 𝑥0
𝐸0
𝑦(𝑡) = 𝒜 cos(𝛼𝑡) + ℬ sen(𝛼𝑡) + 𝑡 + 𝑦0
𝐵0
e 𝑧(𝑡) = 𝒞 cos(𝛼𝑡) + 𝒟 sen(𝛼𝑡) + 𝑧0 ,
onde 𝒜 = 𝛼𝒸1∗ , ℬ = −𝛼𝒸1 , 𝒞 = 𝛼𝒸2∗ , 𝒟 = −𝛼𝒸2 e 𝒦 são constantes a serem determinadas pelas condições iniciais
𝑥0 ≜ 𝑥(0), 𝑥̇ 0 ≜ 𝑥̇ (0),
𝑦0 ≜ 𝑦(0), 𝑦̇ 0 ≜ 𝑦̇ (0),
𝑧0 ≜ 𝑧(0) e 𝑧̇0 ≜ 𝑧̇ (0).
(b) Para se determinar que tipo de movimento é esse, devemos determinar a equação do caminho que relaciona
todas as variáveis. Como a solução para 𝑥(𝑡) é trivial, podemos relacionar apenas a parte homogênea de 𝑦(𝑡) e
𝑧(𝑡) como segue
𝑑𝑦ℎ 𝑦̇ (𝑡) 𝒞1 𝑒 𝑖(𝛼𝑡+𝜙1 )
= =
𝑑𝑧ℎ 𝑧̇ (𝑡) 𝒞2 𝑒 𝑖(𝛼𝑡+𝜙2 )
= 𝒞𝑒 𝑖𝜙 ,
onde 𝒞 = 𝒞1 ⁄𝒞2 e 𝜙 = 𝜙1 − 𝜙2 . Consequentemente, integrando a equação, temos que
𝑦ℎ (𝑧ℎ ) = 𝑦ℎ0 + (𝑧ℎ − 𝑧ℎ0 )𝒞𝑒 𝑖𝜙 ,
o que indica que, como a posição em 𝑧 é periódica, a posição em 𝑦 vai ser periódica também, porém de amplitude
ampliada/reduzida em 𝒞 e defasada em 𝜙, mostrando que a partícula faz um caminho circular no 𝑦𝑧 no estado
homogêneo. Com a resposta particular, é possível ver que a posição em 𝑦 possui uma componente linear com o
tempo, ou seja, a partícula irá caminhar de modo a aumentar a média da sua coordenada 𝑦 com o passar do tempo.
Similarmente, a solução em 𝑥 é totalmente linear. Tudo isso indica que a partícula movimentará na direção (𝑥, 𝑦, 0)
além de fazer um movimento circular no plano 𝑦𝑧, demonstrando um movimento cicloidal, como ilustrado abaixo.
𝑥
𝑦