Você está na página 1de 15

Aluno: Renan Fantinato Silva

Matrícula:
Disciplina: Computação Científica

Este trabalho pretende observar o comportamento do método das


diferenças finitas para resolver problemas unidimensionais de valor no contorno
considerando condições de contorno prescritas (Condição de Dirichlet), fluxo
prescrito (Condição de Neumann) e do tipo mista (Condição de Robin).

Todos os resultados apresentados foram obtidos pelo programa Octave,


instalado em um computador com sistema operacional 32 Bits, Windows 7
Professional, processador Intel® Core ™ i3-3240 CPU @3.4GHz e memória
RAM de 4,00GB (utilizável: 3,40GB).

A tarefa se subdivide em dois momentos distintos, porém interligados,


sendo o segundo uma aplicação prática do primeiro.

No primeiro momento será analisado o erro cometido assintoticamente


considerando o estudo a posteriori do erro cometido para o PVC tendo em
conta cinco tamanhos de discretização adequados e as funções polyfit e polival
para encontrar a regressão linear e identificar o fator p. Com essas informações
geradas, relatar as observações acerca do fator p e da ordem de aproximação
desse PVC pelo método das diferenças finitas em vista das aproximações
escolhidas. Por fim, elaborar um PVC cuja solução seja conhecida e diferente
de uma função polinomial, com isso, estudar o erro cometido a posteriori para
diferentes tipos de condições de contorno.

No segundo momento será apresentado um modelo matemático1


unidimensional com condições de contorno e parâmetros prescritos em uma
aleta. Com as informações ditas, adotar um valor de intervalo n adequado ao
problema, encontrar a solução aproximada para os diferentes coeficientes cref e
plotar seus gráficos.

Momento 1: Análise assintótica do erro cometido

Considerou-se um problema de valor no contorno unidimensional


definido por funções p(x), q(x) e r(x) contínuas em (a,b), sendo ela

e condições de contorno do tipo

1
R. E. White,Computational Modeling with Methods and Analysis, Department of Mathematics, North
Carolina State University, 2003.
onde ua, ub, , , , , e são constantes conhecidas do problema.

A partir de uma situação conhecida

com solução exata igual a e condições de contorno iguais a

o código que gerou os resultados foi implementado conforme às funções

conhecidas .

Para o primeiro caso, tendo dois valores prescritos, os gráficos 1 e 2


representam, respectivamente, as comparações entre as soluções
aproximadas para os conjuntos de malha n = [16, 24, 32, 48, 64] e n = [96,
128, 256, 512, 1024] e a solução exata.

Gráfico 1 - Comparação entre as soluções aproximadas e a exata (caso 1).


Gráfico 2 - Comparação entre as soluções aproximadas e a exata (caso 1).

Para o segundo caso, tendo um valor de fluxo prescrito, os gráficos 3 e 4


representam, respectivamente, as comparações entre as soluções
aproximadas para os conjuntos de malha n = [16, 24, 32, 48, 64] e n = [96,
128, 256, 512, 1024] e a solução exata.

Gráfico 3 - Comparação entre as soluções aproximadas e a exata (caso 2).


Gráfico 4 - Comparação entre as soluções aproximadas e a exata (caso 2).

Para o terceiro caso, tendo uma condição mista prescrita em a, os


gráficos 5 e 6 representam, respectivamente, as comparações entre as
soluções aproximadas para os conjuntos de malha n = [16, 24, 32, 48, 64] e n
= [96, 128, 256, 512, 1024] e a solução exata.

Gráfico 5 - Comparação entre as soluções aproximadas e a exata (caso 3).


Gráfico 6 - Comparação entre as soluções aproximadas e a exata (caso 3).

Apenas com o auxílio dos gráficos de 1 a 6, não se consegue tirar


muitas informações a cerca dos erros existentes entre as soluções
aproximadas e a exata para o método das diferenças finitas. Somente eles, a
análise pode gerar percepções errôneas sobre as aproximações e a exatidão
da solução. Por esse motivo, os gráficos de 7 a 12 auxiliam na análise
assintótica dos erros cometidos para o método.

Os gráficos 7, 8 e 9 representam a análise assintótica do erro cometido


para o conjunto de malha n = [16, 24, 32, 48, 64] para os casos 1, 2 e 3,
respectivamente.

Gráfico 7 - Análise assintótica do erro para o caso 1.


Gráfico 8 - Análise assintótica do erro para o caso 2.

Gráfico 9 - Análise assintótica do erro para o caso 3.

Por sua vez, os gráficos 10, 11 e 12 representam a análise assintótica


do erro cometido para o conjunto de malha n = [96, 128, 256, 512, 1024] para
os casos 1, 2 e 3, respectivamente.
Gráfico 10 - Análise assintótica do erro para o caso 1.

Gráfico 11 - Análise assintótica do erro para o caso 2.


Gráfico 12 - Análise assintótica do erro para o caso 3.

Fica mais claro a observação dos casos com a análise assintótica do


erro cometido. Percebeu-se que no caso 1, independentemente da malha
escolhida, a inclinação das retas se aproximou da ordem de convergência dada
como p = 2. Nos demais casos, 2 e 3, a ordem de aproximação para a
inclinação da reta foi p = 1. Isso era o esperado, uma vez que nos casos 2 e 3
as derivadas presentes nas condições de contorno foram aproximadas por
diferenças finitas adiantadas e atrasadas. No que lhe concerne o caso 1,
ocorreram apenas aproximações por diferenças finitas com valores prescritos.

Nota-se, ainda, através dos gráficos da solução aproximada, nos casos


onde o fluxo era prescrito ou havia uma condição mista, que a solução requeria
malhas mais refinadas para alcançar um resultado satisfatório mais
rapidamente, ou seja, um h muito pequeno.

Exemplo de PVC cuja solução não é uma função polinomial.

Sabendo que a solução exata do PVC


é , assumindo três casos de condições de contorno do
tipo

gerou-se os resultados gráficos para as aproximações das soluções e para os


erros assumindo uma malha n = [16,24,32,48,64].
Os gráficos 13, 14 e 15 correspondem ao comparativo entre as soluções
aproximadas e a exata para os casos 1, 2 e 3, respectivamente.

Gráfico 13 - Comparação entre as soluções aproximadas e a exata (caso 1).

Gráfico 14 - Comparação entre as soluções aproximadas e a exata (caso 2).


Gráfico 15 - Comparação entre as soluções aproximadas e a exata (caso 3).

Fica evidente que os casos escolhidos influenciaram nas aproximações


das soluções com a solução exata, ficando a melhor solução aproximada para
o caso onde os valores foram prescritos, caso 1.

Os gráficos 16, 17 e 18 mostraram a inclinação do erro numa análise


assintótica para os casos 1, 2 e 3, respectivamente, mantendo-se,
evidentemente, as malhas iniciais.

Gráfico 16 - Análise assintótica do erro para o caso 1.


Gráfico 17 - Análise assintótica do erro para o caso 2.

Gráfico 18 - Análise assintótica do erro para o caso 3.

Como esperado, as aproximações para as inclinações seguiram o


padrão anterior de que, para valores prescritos, a aproximação seria de ordem
2 e para fluxos prescritos ou condições mistas, a aproximação seria de ordem
1. Dessa forma, a solução foi satisfatória para os três casos estudados,
considerando o exemplo e o grau de refinamento dos resultados.
Momento 2: Aplicação física – Resfriador unidimensional

O modelo matemático que descreve a transferência de calor na direção


unidimensional x foi delineado pela equação

com condições de contorno do tipo

onde K é a condutividade térmica, uref é uma temperatura de referência, u0 é a


temperatura inicial da massa e cref é a habilidade da superfície do resfriador de
transmitir calor na região. A constante C e o termo fonte f são funções da
geometria do refriador dados por

A geometria do resfriador é mostrada na figura 1.

Figura 1 - Geometria do resfriado.


Foram prescritos os parâmetros da temperatura inicial da massa u 0=160,
a temperatura de referência uref = 70, K = 0,001, T = 0,1, W = 10 e L = 1, além
de considerar diferentes possibilidades para o coeficiente c ref = [0,0001; 0,001;
0,01; 0,1].

Nesse encadeamento de ideias, optando por diferentes valores de n e


utilizando o método das Diferenças Finitas, as soluções aproximadas foram
construídas para o rol de cref, cujos valores finais de temperatura e seus erros
relativos foram apresentados, respectivamente, nas tabelas 1 e 2.

Temperatura final
n T(1) T(2) T(3) T(4)
5 103,963000 71,470300 70,001800 70,000000
10 106,307000 71,443000 70,000200 70,000000
15 107,091000 71,487000 70,000100 70,000000
20 107,481000 71,518000 70,000100 70,000000
25 107,715000 71,539300 70,000100 70,000000
30 107,870000 71,554700 70,000100 70,000000
35 107,981000 71,566200 70,000100 70,000000
40 108,064000 71,575100 70,000100 70,000000
45 108,128000 71,582300 70,000100 70,000000
50 108,180000 71,588100 70,000100 70,000000
55 108,222000 71,592900 70,000100 70,000000
60 108,257000 71,597000 70,000100 70,000000
65 108,286000 71,600400 70,000100 70,000000
70 108,312000 71,603400 70,000100 70,000000
75 108,334000 71,606100 70,000100 70,000000
80 108,353000 71,608400 70,000100 70,000000
500 108,595000 71,638700 70,000100 70,000000
1000 108,618000 71,641700 70,000100 70,000000
10000 error: out of memory or dimension too large for Octave's index type
Tabela 1 - Valores relativos ao último ponto de Temperatura.

Erro relativo (%)


n T(1) T(2) T(3) T(4)
5 48,518800 2,100480 0,002584 4,003960E-07
10 51,866800 2,061490 0,000257 1,264770E-11
15 52,987000 2,124320 0,000144 4,060240E-14
20 53,544600 2,168550 0,000118 2,030120E-14
25 53,878100 2,199030 0,000108 0,000000E+00
30 54,099900 2,220970 0,000103 0,000000E+00
35 54,258100 2,237420 0,000101 0,000000E+00
40 54,376500 2,250190 0,000100 2,030120E-14
45 54,468600 2,260370 0,000099 0,000000E+00
50 54,542200 2,268660 0,000099 2,030120E-14
55 54,602300 2,275560 0,000098 0,000000E+00
60 54,652400 2,281370 0,000098 0,000000E+00
65 54,694800 2,286340 0,000098 0,000000E+00
70 54,731100 2,290640 0,000098 2,030120E-14
75 54,762500 2,294390 0,000098 0,000000E+00
80 54,790000 2,297690 0,000098 -2,030012E-14
500 55,135900 2,340950 0,000101 -4,263260E-13
1000 55,168800 2,345230 0,000101 -6,293380E-13
10000 error: out of memory or dimension too large for Octave's index type
Tabela 2 - Erros relativos ao uref = 70.

É perceptível pelas tabelas 1 e 2 que valores de n muito grandes tendem


a aumentar o valor da temperatura final, consequentemente o seu erro relativo.
Dessa forma, para esse tipo de problema, não é necessário um refinamento
maior ou uma preocupação para se escolher um valor de n. Nota-se que
valores de n de ordem muito grande, o Octave não conseguiu gerar resultados,
considerando o sistema operacional da máquina utilizado.

Por esse motivo, adotou-se um valor de n = 50 para plotar o gráfico 19


para os diferentes valores de cref.

Gráfico 19 - Comparação de Distribuição de Temperatura para diferentes c ref com n = 50 e L = 1.

É inequívoco, atentando para o gráfico 19, que o cref, diferente do valor


de n, possui um papel importantíssimo na distribuição de calor ao longo do
corpo para esse caso. Repara-se que a curva referente às temperaturas decaiu
ao longo da posição mais rapidamente em relação às outras conforme o valor
de cref aumentava. Isso é um fato plausível e o esperado que acontecesse, pois
em um resfriamento, a superfície perde calor ao longo da superfície conforme a
sua habilidade de transmissão até que se atinja a estabilidade ou a
temperatura ambiente.

Posto que o cref é uma função da geometria do corpo, então, para torná-
lo mais eficiente, mudar os parâmetros geométricos da estrutura é uma boa
pedida. Assim sendo, o gráfico 20 foi gerado para um L = 4 e n = 50.

Gráfico 20 - Comparação de Distribuição de Temperatura para diferentes cref com n = 50 e L = 4.

É sensível aos olhos a convergência dos quatro casos para o valor de


referência de temperatura estabelecido. Apesar da agilidade do decrescimento
ter se mantido, o cref conseguiu atingir a temperatura de referência com a
mudança de parâmetro geométrico, tornando, dessa forma, os quatro casos de
cref satisfatórios a depender do objetivo e grau de precisão dos dados.

Conclusão

De uma forma geral, para uma possível melhora nas aproximações,


caso fosse necessária ao estudo, uma opção mais fácil seria reduzir o tamanho
de h, ou seja, refinar mais a malha, pois , quanto maior o n, menor
será o h e vice-versa. Os efeitos deletérios advindos de outros fatores, senão
pela escolha da malha, podem ser vistos e tratados com formulações que
busquem a estabilização do problema a ser resolvido.

Você também pode gostar