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SÃO CARLOS
2021
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO.................................................................................................................... 3
2 METODOLOGIA ................................................................................................................. 3
2.1.1 Decibelímetro......................................................................................................... 3
3 RESULTADOS ................................................................................................................... 5
6 REFERÊNCIAS ................................................................................................................ 14
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1 INTRODUÇÃO
Toda atividade em área de mineração gera ruídos, os quais se propagam para o Meio
Ambiente. O controle segundo as Leis e Normas são de responsabilidade das empresas
mineradoras.
Monitorar em locais específicos tais propagações é a maneira mais efetiva, pois permite o
acompanhamento pelo setor de Segurança e/ou Meio Ambiente. O monitoramento, por sua
vez, fornece informações reais dos níveis de pressão sonora e aponta se eles causam
desconforto.
Este trabalho tem como objetivo apresentar o tratamento de dados do monitoramento de ruído
feito em comunidades próximas a uma mineração de urânio no sudoeste da Bahia, Brasil. As
minas em questão são a Mina de Cachoeira (exaurida) e a Mina do Engenho (em atividade).
Os pontos referentes às comunidades são apresentados deste trabalho.
2 METODOLOGIA
2.1.1 Decibelímetro
3
na pressão do ar causadas por ondas sonoras. É por isso que o instrumento às vezes é
chamado de medidor de nível de pressão sonora (SPL, sigla em inglês). Esse movimento do
diafragma, ou seja, o desvio da pressão sonora (Pa pascal), é convertido em um sinal elétrico
(volts V). Ao descrever o som em termos de métricas de pressão sonora, como Pascais, é
possível que uma conversão logarítmica seja geralmente aplicada e o nível de pressão sonora
seja declarado em vez disso, com 0 dB SPL igual a 20 micropascais (KANJI et al., 2019).
Um microfone é distinguido pelo valor de voltagem produzido quando uma pressão sonora
constante e conhecida é aplicada. Isso é conhecido como sensibilidade do microfone. O
instrumento precisa saber a sensibilidade do microfone específico que está sendo usado.
Usando essas informações, o instrumento é capaz de converter com precisão o sinal elétrico
de volta em pressão sonora e exibir o nível de pressão sonora resultante (decibéis dB SPL).
Medidores de nível de som são comumente usados em estudos de poluição sonora para a
quantificação de diferentes tipos de ruído, especialmente para ruído industrial, ambiental, de
mineração e de aeronaves. O padrão internacional atual que especifica a funcionalidade e
desempenho do medidor de nível de som é o IEC 61672-1: 2013. No entanto, a leitura de um
medidor de nível de som não se correlaciona bem com o volume percebido por humanos, que
é melhor medido por um medidor de volume. O volume específico é uma não linearidade
compressiva e varia em certos níveis e em certas frequências. Essas métricas também podem
ser calculadas de várias maneiras diferentes (KANJI et al., 2009).
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Existem ponderamentos do tipo A, B, C e D:
O uso da ponderação deve ser informado, especificando também seu tipo na unidade da
medida. Por exemplo, se o ponderamento do tipo A for usado, informamos na unidade como
dBA. Estudos recentes mostram que a curva de ponderamento A apresenta uma relação
aproximada de como o ser humano escuta sobre uma boa faixa de frequências. O filtro
ponderador do tipo B raramente é utilizado, pois aproxima a resposta do sistema auditivo para
sons com níveis sonoros medianos. O filtro do tipo C possui função quase plana e,
consequentemente, é utilizado para aproximar resposta de nível sonoro elevado (esse tipo de
filtro não influi muito na medição original. O filtro D só é utilizado para a função para o qual foi
especificamente criado, para ruídos de sobrevoos de aeronaves (BISTADA, 2006).
3 RESULTADOS
A Figura 3 mostra o ruído (dB) versus os pontos de monitoração durante os períodos diurno
e noturno na Mina Cachoeira. As intensidades de ruído foram medidas nos pontos de
monitoração PR006 a PR010 em novembro de 2020 e são representativas até dezembro de
2020, período em que não houve atividades desenvolvidas na Mina Cachoeira (interrompidas
desde 2014).
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Mina Cachoeira
60,0
50,0
30,0
Diurno
20,0
Noturno
10,0
0,0
PR006 PR007 PR008 PR009 PR010
Pontos de Monitoração
Nota-se que o local com maior intensidade de ruído, durante o período diurno, foi no ponto
PR008. Ele está localizado no acesso à Mina (Subterrânea) Cachoeira, local de incidência de
ventos, principalmente durante a noite, o que pode justificar os valores encontrados neste
ponto. Os demais pontos (PR006, PR007, PR009 e PR010) apresentaram intensidades de
ruído próximas entre si, condizentes com a similaridade de ambiente destes locais quanto à
presença de fontes sonoras, uma vez que todos estes locais não possuem atividades sendo
desenvolvidas neste período.
Mina do Engenho
50,0
40,0
Ruído (dB)
30,0
20,0 Diurno
Noturno
10,0
0,0
PR001 PR002 PR003 PR004 PR005
Pontos de Monitoração
Os resultados das monitorações de ruído na Mina do Engenho estão muito próximos entre si.
O único ponto que apresenta leve diferença com os demais é o PR004 no período diurno.
Nestes locais, a única fonte de ruído é a incidência de ventos, por se tratar de local aberto e
com vegetação suprimida. É válido notar a semelhança entre as intensidades de ruídos entre
as duas minas, coerente com o fato de as duas áreas estarem fora de operação durante o
período monitorado.
Valores Médios
50,0
45,0
40,0
Ruído (dB)
35,0
30,0 Diurno
25,0 Noturno
20,0
Nota-se que os locais com maiores incidências de ruído, durante o período diurno, foram nas
comunidades de Maniaçu e Buracão; durante o noturno, ficou evidente o valor elevado nas
comunidades do Limoeiro e Gameleira. Somado a elas, estão as comunidades de Buracão,
Tamanduá, Riacho das Vacas, Fazenda Colonha, Juazeiro e Espigão, que também,
apresentaram intensidade de ruído elevada no período noturno. Estes resultados podem estar
relacionados ao fato das medições terem sido realizadas em período de chuvas e, durante as
monitorações, foram percebidos no ambiente sons de sapos, gias, grilos e cigarras, que
acarretou em um aumento considerável na intensidade de ruído durante as medições
noturnas, já registrado nas monitorações de ruído da fase anterior.
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Valores Máximos
65,0
60,0
55,0
50,0
Ruído (dB)
45,0
40,0 Diurno
35,0 Noturno
30,0
NBR 10.151 - Comercial
25,0
(60dB)
20,0 NBR 10.151 - Residencial
(55dB)
Conforme Legislação Federal, para os níveis de conforto ambiental, são utilizados, para efeito
comparativo, os parâmetros constantes na NBR-10.151/2019, resultante da composição do
ruído de monitoração nos ambientes, conforme apresentado na Tabela 1.
Noturno
Tipos de Áreas Diurno (dB)
(dB)
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Noturno
Tipos de Áreas Diurno (dB)
(dB)
Com base nas características de sua vizinhança, sua localização referente à área do
empreendimento e as características de cada área, foram consideradas, de acordo com a
classificação da Tabela 1:
Os resultados obtidos no período diurno atendem aos limites estabelecidos pela norma NBR
10.151, em que se considera área mista, com vocação comercial e administrativa com limite
máximo estabelecido de 60 dB (A), nas comunidades de Maniaçu e Juazeiro e Área mista,
predominantemente residencial com limite máximo estabelecido de 55 dB(A) nas
comunidades de Buracão, Gameleira, Tamanduá, Espigão, Limoeiro, Riacho das Vacas,
Frios, Fazenda Colonha e Fazenda Videl.
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Comunidade (Diurno)
70,0
65,0
60,0
55,0
Ruído (dB)
50,0
45,0
40,0 Diurno
35,0
30,0 NBR 10.151 - Comercial (60dB)
25,0 NBR 10.151 - Residencial (55dB)
20,0
A Figura 8 mostra uma análise comparativa com a legislação vigente das avaliações de ruído
realizadas nas comunidades (resultados médios) durante a fase operacional de Lavra da Mina
do Engenho, de dezembro de 2020 e fevereiro 2021, no período noturno.
Comunidade (Noturno)
70,0
65,0
60,0
55,0
Ruído (dB)
50,0
45,0
40,0 Noturno
35,0
30,0 NBR 10.151 - Comercial (60dB)
25,0 NBR 10.151 - Residencial (55dB)
20,0
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Observa-se, na Figura 8, que os níveis de ruído apresentados no período noturno, atendem
aos limites estabelecidos pela norma NBR 10.151, em que se considera área mista, com
vocação comercial e administrativa com limite máximo estabelecido de 55 dB(A) na
comunidade Juazeiro e no Distrito de Maniaçu, entretanto apresentaram nível de ruído mais
baixos que algumas comunidades localizadas na zona rural como Gameleira, Buracão e
Limoeiro. O fato pode estar associado ao distanciamento social, medida adotada para controle
da pandemia da Covid-19, diminuindo de forma considerável o trânsito de pessoas, animais
e veículos nas vias de locomoção da comunidade, com isso, acarretou numa diminuição de
sons provocados por essa dinâmica cotidiana.
Observa-se ainda na Figura 8, que durante o período noturno, os níveis de ruído atendem aos
limites estabelecidos pela norma NBR 10.151, em que se considera área mista,
predominantemente residencial com limite máximo estabelecido de 50dB(A) nas comunidades
de Buracão, Gameleira, Tamanduá, Espigão, Limoeiro, Frios, Fazenda Colonha, Fazenda
Videl e Riacho das Vacas, conforme apontado no item 5.3.1.2. Além disso, está evidenciado,
que os níveis de ruído apresentados, de forma geral, são equivalentes àqueles descritos
anteriormente no último relatório, relacionados diretamente às condições climáticas. Na
ocasião, as medições foram realizadas no período de chuvas e durante sua realização, foram
percebidos no ambiente, a presença de sons de cigarra, grilos, gias e sapos, fauna comum
em área rural e de brejo.
50,0
40,0 Diurno
30,0
20,0 NBR 10.151 - Industrial
(60dB)
10,0
0,0
PR006 PR007 PR008 PR009 PR010
Pontos de Monitoração
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De acordo com a classificação apresentada e com base nas medições de ruído realizadas,
observa-se que os resultados obtidos na Mina Cachoeira atendem aos limites estabelecidos
pela norma NBR 10.151, em que se considera área predominantemente industrial com limite
máximo estabelecido de 70 dB(A) para o período diurno.
40,0
Noturno
30,0
20,0 NBR 10.151 - Industrial
10,0 (70dB)
0,0
PR006 PR007 PR008 PR009 PR010
Pontos de Monitoração
De acordo com a classificação apresentada e com base nas medições de ruído realizadas,
observa-se que os resultados obtidos na Mina Cachoeira atendem aos limites estabelecidos
pela norma NBR 10.151, em que se considera área predominantemente industrial com limite
máximo estabelecido de 60 dB(A) para o período noturno.
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Mina do Engenho (Diurno)
80,0
70,0
60,0
Ruído (dB) 50,0
40,0 Diurno
30,0
20,0 NBR 10.151 - Industrial
(60dB)
10,0
0,0
PR006 PR007 PR008 PR009 PR010
Pontos de Monitoração
De acordo com a classificação apresentada e com base nas medições de ruído realizadas,
observa-se que os resultados obtidos na Mina do Engenho atendem aos limites estabelecidos
pela norma NBR 10.151, em que se considera área predominantemente industrial com limite
máximo estabelecido de 70 dB(A) para o período diurno.
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De acordo com a classificação apresentada e com base nas medições de ruído realizadas,
observa-se que os resultados obtidos na Mina do Engenho atendem aos limites estabelecidos
pela norma NBR 10.151, em que se considera área predominantemente industrial com limite
máximo estabelecido de 60 dB(A) para o período noturno.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
O presente trabalho buscou tratar os dados por meio da identificação de níveis de pressão
sonora em pontos internos e externos, a partir de fontes estabelecidas durante a fase pré-
operacional de Lavra da Mina do Engenho.
A partir dos resultados obtidos, verificou-se que os níveis de ruído apresentados encontram-
se dentro dos limites estabelecidos pela legislação. Além disso, ficou evidenciado que não
houve variação significativa na pressão sonora, tanto nos pontos internos da mineradora,
quanto nas comunidades vizinhas. Ficou evidenciado que as diversas medições de ruído,
efetuadas tanto nos pontos definidos na mineradora como nas áreas adjacentes
(comunidades), revelam uma variabilidade no ambiente acústico da área envolvente, seja pela
ação do clima/tempo (ventos, chuvas etc.), pela fauna presente, entre outros.
Assim, a avaliação do ruído de forma a proteger os receptores sensíveis é, de fato, uma tarefa
complexa, sendo que a avaliação do acréscimo ou diminuição de pressão sonora induzida por
uma fonte perturbadora em cada ponto pode ter interferências de outras fontes não
pertinentes à atividade em execução. Contudo, para prosseguimento nos trabalhos futuros,
será dada continuidade às monitorações nas outras fases do empreendimento ou anualmente,
conforme mencionado em programação dos relatórios anteriores, sempre respeitando os
parâmetros estabelecidos pela NBR 10.151.
6 REFERÊNCIAS
BISTAFA, S. R.: Acústica Aplicada ao Controle do Ruído. 1.ed Edgard Blücher, Ltda., 368p,
2006.
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