Você está na página 1de 22

Cálculo para

Computação
Prof. Dr. Manoel Azevedo
Aula: Introdução às
Equações Diferencias
Ordinárias
Objetivos
• Refletir sobre as Competências Específicas e
suas contribuições para a prática em sala de
aula;
• Compreender que o Letramento Matemático
e a Resolução de Problemas são pontos
centrais do Currículo Paulista;
• Compreender as mudanças no componente
de Matemática para o Ensino Fundamental.
Definição: Toda equação cujas incógnitas são funções e que contém pelo
menos uma derivada ou diferencial destas funções, denomina-se equação
diferencial.
Exemplos:
1)

2 ¿ 𝑥𝑑𝑦 − 𝑦𝑑𝑥=0
3)

4)

5)

6)
Classificação: A função “y” é denominada incógnita de uma variável
independente “x”.
Quando existe apenas uma variável independente, a equação é
denominada ordinária ( cinco primeiros exemplos); quando há mais de uma
variável livre, equação de derivadas parciais (6° exemplo).
Existem ainda as equações de diferenciais totais e equações integrais,
estas últimas transcendendo as finalidades deste estudo.
Ordem: A ordem de uma equação diferencial é determinada pela
ordem da derivada de mais alta ordem contida na equação.
Grau: Supondo-se a equação escrita sob forma racional inteira em
relação às derivadas, o grau da equação é o maior dos expoentes a que está
elevada a derivada de mais alta ordem contida na equação.

1)

3)

4)

5)

6)
Observa-se pelos seguintes que, nem sempre à primeira vista, pode-se
classificar a equação de imediato quanto à ordem e grau. Assim, as equações
(7) e (8) são, respectivamente, de 3ª ordem- 2° grau e 1ª ordem- 1° grau.

(Obs: Será omitido, daqui em


diante, o sinal de valor absoluto em
todas as operações em que
intervenham logaritmos, ficando
8) subentendido, todavia, que tal
operação só tem sentido para valores
absolutos das funções a que se aplica.)

𝑑𝑦
= 𝑥 2 ℯ 𝑦 → 1ª ordem e 1° grau
𝑑𝑥
Resolução: Resolver ou integrar uma equação diferencial é determinar
todas as funções que sob a forma finita, verificam a equação, ou seja, é obter
uma função de variáveis livres que, substituída na equação, transforme-a
numa identidade.
Exemplo:

Questão 1)

1° passo

2° passo:

3° passo:
Existem vários tipos de solução de uma equação diferencial, a saber:
a) Solução geral: é a solução da equação que contém tantas constantes
arbitrárias quantas forem as unidades da ordem da equação. Dessa
forma, uma equação de 1ª ordem apresenta apenas uma constante
arbitrária em sua solução geral. Uma de 2ª ordem apresentará duas
constantes, e assim por diante;
b) Solução particular: é a solução da equação deduzida da solução geral,
atribuindo-se valores particulares às constantes arbitrárias;
c) Solução singular: é a solução da equação, que não pode, porém, ser
deduzida da solução geral. Assim sendo, apenas alguns tipos de equações
apresentam essa solução.
Curvas Integrais
Geometricamente, a solução geral de uma equação diferencial
representa uma família de curvas que recebem o nome de curvas integrais.
Essa solução denomina-se primitiva ou integral da equação diferencial.
Exemplo: Seja a equação
d𝑦
=2 𝑥
𝑑𝑥

Sua soluçãofornece uma família de parábolas de concavidade


voltada para o eixo y positivo, como mostra a figura.
𝑦 = 𝑥2 + 𝐶
EQUAÇÕES DE 1ª ORDEM E 1° GRAU
São equações de 1ª ordem e 1° grau:
d𝑦
=𝐹 ( 𝑥 , 𝑦 ) 𝑜𝑢 𝑀𝑑𝑥+ 𝑁𝑑𝑦 =0
𝑑𝑥

em que M= M(x,y) e N= N(x,y).

Estas funções têm que ser contínuas no intervalo (-∞, ∞).


1° TIPO: Equações de Variáveis Separáveis
Uma equação do tipo , em que M e N podem ser:
a) funções de apenas uma variável;
b) produtos com fatores de uma só variável ou
c) constantes
é denominada equação de variáveis separáveis.
Exemplos: Resolver as seguintes equações:

1)

Solução:

Integrando:
2)

Solução: Dividindo ambos os termos por “xy” (denominado fator de integração, o


que não altera a equação e possibilita a separação das variáveis):

Integrando:

ou

Já que C= LgK e C é constante arbitrária,


3)

Solução: Dividindo por


2° TIPO: Equações Homogêneas
Toda função do tipo é denominada homogênea se ao substituir-se “x” por
“Kx, “y” por “Ky” e “z” por “Kz”, tem-se:

onde “m” é denominado grau de homogeneidade da função.


Assim, as equações homogêneas são as da forma , onde “M” e “N” são
funções homogêneas em ”x” e “y” e do mesmo grau.
Exemplos:
a)
(M e N são funções homogêneas do 2° grau)
b)
(M e N são funções homogêneas do 1° grau)
Resolução: Seja a equação homogênea
Tem-se:

Dividindo-se o numerador e o denominador do segundo membro por “x”


elevado à potência igual ao grau de homogeneidade da equação, resultará uma
função de
Assim:
(1)
Dessa forma, substitui-se por “t”.

Derivando (2) em relação a “x”, tem-se:


𝑑𝑦 𝑑𝑡
=𝑡 +
𝑑𝑥 𝑑𝑥
A equação (1) será transformada em:

𝑑𝑡 𝑑𝑡
𝑡+𝑥 = 𝐹 (𝑡 ) . . 𝑥 = 𝐹 ( 𝑡 ) −𝑡
𝑑𝑥 𝑑𝑥
𝑑𝑡 𝑑𝑥
=
𝐹 (𝑡) −𝑡 𝑥
que é uma equação de variáveis separadas.
Exemplo: .

Substituindo .´.

A equação transformada:

Separando as variáveis:

Integrando:

Eliminando o denominador:
Faz-se:
𝐶3 = 𝐾
Assim:
𝑥
3
( 1 − 3 𝑡 2) = 𝐾
Retornando à relação a

( )
2
3 𝑦
𝑥 1 −3 2
=𝐾
𝑥
3° TIPO: Equações de Bernoulli
A equação de Bernoulli é aquela da forma , onde “P” e “Q” são constantes ou
funções de “x”, e “n” é diferente de zero e um (n≠0 e n≠1), pois se assim não fosse
se cairia no caso de uma equação linear.
A equação de Bernoulli se resolve através da sua redução a uma linear, a
saber:
(1)
onde n≠0 e n≠1.
Dividindo ambos os membros por , tem-se:
(2)
Faça-se agora a substituição
(3)
sendo “t” uma função de “x”.
Derivando (3) em relação a “x”, tem-se:

Levando em (2):

Multiplicando por :

que é uma equação linear.

Você também pode gostar