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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO SEMIÁRIDO - UFERSA


CURSO DE BACHARELADO EM CIÊNCIA E TECNOLOGIA
Trabalho de Conclusão de Curso (2018).
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ESTUDO E APLICAÇÃO DE EQUAÇÕES DIFERENCIAIS


ORDINARIAS EM UM SISTEMA MASSA MOLA AMORTECIDO

Sadrack Lacerda Brito Felipe¹, Matheus da S. Menezes² (Orientador)

RESUMO: Este artigo tem como finalidade analisar um modelo diferencial de segunda ordem em
um sistema massa mola amortecido, com enfoque no estudo do movimento das oscilações. A teoria
envolvida foi verificada também na pratica, com estudo de caso e sua respectiva resolução analítica,
bem como através de experimentos práticos. Com isso, propôs-se a montagem de um sistema oscilador
que nos permitisse visualizar o comportamento do sistema massa mola e compará-lo com o teórico. Ao
fim dos trabalhos, verificamos que existe uma grande relação do modelo com a prática. Utiliza-se de
equações homogêneas de ordem superior que descrevem o movimento oscilatório de forma teórica e
análise dos resultados experimentais. De modo que, primeiramente foi feita a análise matemática, a fim
de encontrar os valores da constante elástica da mola, período de oscilação e logo após essa análise
introduzimos os fatores no software Microsoft Excel e no programa Trracker a fim de obter os gráficos
do comportamento da mola em função do tempo.

Palavras chave: Sistema Massa Mola; Equação diferencial; Lei de Hooke; Sistema
Subamortecido

1. INTRODUÇÃO

No campo da ciência e da tecnologia muitos problemas surgem e para solucionar alguns desses
problemas a parte de equação diferencial é utilizada. Existem inúmeras aplicações para as EDO’s [3], entre
elas existem: capitalização de juros, decaimento radioativo, crescimento populacional e etc.

Neste artigo abordaremos sua utilização na parte de analise do movimento ondulatório, mais
precisamente, no sistema massa mola. Iremos aplicar baseado em nossos conhecimentos, a teoria e a partir
disto desenvolver métodos de analise, contando com a utilização de gráficos. E com isso podermos
encontrar funções de comportamento do sistema.

A partir do exposto, traçamos objetivos que iremos expor no presente artigo, entre eles estão:
descrever a equação diferencial do sistema, classifica-la e expor a matemática envolvida nesses passos.
Logo após, demonstrar a resolução do modelo do sistema massa mola amortecido e apresentar simulação
com o uso de programas para verificar o comportamento graficamente.

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2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Algumas demonstrações de teoremas mais gerais fogem do escopo do presente trabalho e por este
motivo serão omitidas do texto. Contudo, as mesmas podem ser encontradas na bibliografia referente às
equações diferenciais, especialmente [1], [2], e [3].

2.1 Equações diferenciais

Por definição as equações diferenciais são ditas como uma equação que contém as derivadas ou
diferenciais de uma ou mais funções não conhecidas ou variáveis dependentes, em relação a uma ou mais
variáveis independentes [1]. Trataremos as equações diferenciais aplicadas em análises de problemas da
engenharia, especificamente o sistema massa mola.

As equações diferenciais podem ser classificadas por tipo, ordem e linearidade. É possível
classificá-las pois, cada uma possui características que as distinguem.

Quanto ao tipo, elas podem ser classificadas como: ordinárias, quando possui apenas uma variável
independente ou parcial, quando possui duas ou mais variáveis independentes.

Quanto a ordem, que se baseia no grau da maior derivada presente na equação diferencial.

Quanto a linearidade. Dada uma equação na forma:

𝑎𝑛 (𝑥)𝑦 𝑛 + 𝑎𝑛−1 (𝑥 )𝑦 𝑛−1 + ⋯ + 𝑎1 (𝑥 )𝑦 ′ +𝑎0 (𝑥 )𝑦 = 𝑔(𝑥 ) (1)

A equação é linear se: a variável dependente e suas derivadas são do primeiro grau e os coeficientes
𝑎𝑘 (𝑥), 0≤k≤n são constantes ou funções da variável x.

2.1.1 Solução geral de uma equação diferencial

O nosso trabalho tem por objetivo encontrar soluções para sistemas massa mola, que são
modelados via equações diferenciais. Soluções para problemas deste tipo, podem ser definidas de acordo
com [1], como:

Definição 2.1 Toda função φ, definida em um intervalo I que tem pelo menos n derivadas contínuas em I,
as quais quando substituídas em uma equação diferencial ordinária de ordem n reduzem a equação a uma
identidade, é denominada uma solução da equação diferencial no intervalo.

Para a solução de problemas físicos buscamos encontrar uma solução particular a fim de que a
condição y(𝑥0 ) = 𝑦0 seja satisfeita. Essa condição é chamada de P.V.I, que significa Problema de Valor
Inicial. Um P.V.I de primeira ordem possui a forma: y'=f(x,y) além disso, para que este problema possua
solução única, é necessário que as condições descritas no Teorema 2.1 sejam satisfeitas.

Teorema 2.1 (Existência e unicidade da solução do PVI de primeira ordem). Seja R uma região retangular
no plano xy definida por a ≤ x ≤ b e c ≤ y ≤ d que contém o ponto (𝑥0 , 𝑦0 ). Se f(x,y) e y' são contínuas em
R, então existe algum intervalo 𝐼0 , 𝑐𝑜𝑚 𝐼0 : 𝑥0 − ℎ < 𝑥0 < 𝑥0 + ℎ ; ℎ > 0, contido em [a,b] e uma única
função y(x) definida em 𝐼0 que é uma solução para o PVI.

2.1.2 Equações diferenciais de ordem superior

Por definição, uma equação de ordem superior é uma equação que pode ser escrita da seguinte
forma:

𝑎0 (𝑥 )𝑦 𝑛 + 𝑎1 (𝑥 )𝑦 𝑛−1 + ⋯ + 𝑎𝑛−1 (𝑥 )𝑦 ′ + 𝑎𝑛 (𝑥)𝑦 = 𝑔(𝑥) (2)

Se g(x)= 0, denomina-se que a equação é homogênea.

O problema em estudo no presente trabalho é modelado como uma EDO de segunda


ordem. Por este motivo, daremos enfoque a este tipo de equação. Como as equações são de segunda ordem,
temos que n=2. Então a equação se reduzirá à seguinte forma:
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𝑎2 (𝑥 )𝑦 ′′ + 𝑎1 (𝑥 )𝑦 ′ + 𝑎0 (𝑥 )𝑦 = 𝑔(𝑥) (3)

Para as equações lineares homogêneas, vale o princípio de superposição. O princípio da


superposição afirma que quaisquer duas soluções de uma equação homogênea irão gerar uma terceira
solução para a equação.

Teorema 2.2 (Superposição homogênea) Se 𝑦1 e 𝑦2 são soluções da equação diferencial em um intervalo


I, então a combinação linear:

y=𝐶1 𝑦1 + 𝐶2 𝑦2 (4)

em que 𝐶1 e 𝐶2 são constantes arbitrárias, também é solução da Equação Diferencial.

Destaca-se os seguintes corolários:

1) Se y=𝑦1 é uma solução da equação diferencial linear homogênea, então y=𝐶1 𝑦1 também
é solução. (𝐶1 𝑢𝑚𝑎 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑡𝑎𝑡𝑛𝑒 𝑞𝑢𝑎𝑙𝑞𝑢𝑒𝑟)

2) A função identicamente nula, y=0, é sempre solução de uma equação linear homogênea.

2.2 Dependência e Independência Linear

É importante verificar se o conjunto de soluções é linearmente dependente ou independente. Na


equação (5) temos o formato da equação para o caso de ser linearmente dependente, pelo fato dessa
dependência não seria possível inverter a matriz dos coeficientes para achar as soluções. Como a matriz
formada teria determinante nulo, não existiria inversa. Logo existem infinitas soluções diferentes para x
pois elas são linearmente dependentes. Ou seja, quando linearmente dependente, uma simplesmente é um
múltiplo da outra.

O conjunto fundamental de soluções é dado por 𝑦(𝑥 ) = 𝑦𝑐 (𝑥) + 𝑦𝑝 (𝑥), sabendo-se que 𝑦𝑐 (𝑥) =
𝑐1 𝑦1 + 𝑐2 𝑦2 é a solução geral e 𝑦𝑝 é a solução particular.

Definição 2.2 Um conjunto de funções 𝑓1 (𝑥 ), 𝑓2 (𝑥 ), … , 𝑓𝑛 (𝑥) será chamado de linearmente independente


em um intervalo I, se houver constantes 𝑐1 , 𝑐2 , … , 𝑐𝑛 , não todas nulas, de forma que

𝑐1 𝑓1 (𝑥)+ 𝑐2 𝑓2 (𝑥)+ ...+𝑐𝑛 𝑓𝑛 (𝑥) =0 (5)

para todo x no intervalo. Se o conjunto de funções não for linearmente independente no intervalo, será
chamado de linearmente dependente.

Um método conhecido para determinar se a função é linearmente independente consiste na


utilização do Wronskiano. O Wronskiano consiste na aplicação de matrizes a fim de obter um determinante,
se esse determinante for diferente de zero, então é linearmente independente. Se for igual a zero, é
linearmente dependente. Na primeira linha do Wronskiano se encontram as funções, na segunda linha estão
suas respectivas derivadas.

Sejam 𝑦1 = 𝑦1 (𝑥) e 𝑦2 = 𝑦2 (𝑥) funções diferenciáveis em um intervalo I→R, o determinante


𝑦1 𝑦2
𝑊(𝑦1 , 𝑦2 ) = |𝑦′ |
1 𝑦′2

Após a obtenção desse resultado podemos dizer se as soluções 𝑦1 e 𝑦2 da equação

𝑎2 (𝑥)𝑦 ′′ + 𝑎1 (𝑥)𝑦 ′ + 𝑎0 (𝑥)𝑦 = 0 (6)

São L.I ou L.D.

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2.3 Equações diferenciais com coeficientes constantes

Um caso particular da equação definida em (3) ocorre quando os coeficientes da equação são
constantes. Aplicando-se essa ideia na equação (3), obtemos:

𝑎𝑦 ′′ + 𝑏𝑦 ′ + 𝑐𝑦 = 0 (7)

Temos que a, b e c são consideradas constantes reais. Tendo por principio essa equação, e a consideração
de que a constante 𝑘 = −𝑏⁄𝑎·, temos que:
−𝑏
𝑦′ = 𝑦 → 𝑦 ′ = 𝑘𝑦
𝑎

Logo, 𝑦 = 𝑒 𝑚𝑥 . Derivando essa equação, temos que: 𝑦 ′ = 𝑚𝑒 𝑚𝑥 e 𝑦 ′′ = 𝑚²𝑒 𝑚𝑥

Então, após essas considerações, chegamos a equação:


𝑚𝑥
𝑎(𝑚2𝑒 ) + 𝑏(𝑚𝑒 𝑚𝑥 ) + 𝑐𝑒 𝑚𝑥 = 0 (8)

Podemos colocar termos em evidência e com isso temos:

𝑒 𝑚𝑥 (𝑎𝑚2 + 𝑏𝑚 + 𝑐 ) = 0 (9)

Após esse embasamento, temos algumas possibilidades. Como a equação é de segundo grau, ela
possui duas raízes como solução da equação. Então devemos analisar o valor do delta da equação. Existem
três possibilidades possíveis, o delta ser maior, menor ou igual a zero.

Como 𝑒 𝑚𝑥 ≠ 0 então 𝑎𝑚² + 𝑏𝑚 + 𝑐 = 0, vamos agora fazer as considerações:

1) Quando 𝛥 > 0, temos que 𝑚1 e 𝑚2 são distintas e ambas pertencem aos números reais.
A solução particular será dada por:
𝑦 = 𝑐1 𝑒 𝑚1𝑥 + 𝑐2 𝑒 𝑚2𝑥 (10)
2) Quando 𝛥 = 0, temos que 𝑚1 𝑒 𝑚2 são raízes iguais e pertencentes aos números reais. A
solução particular será dada por:
𝑦 = 𝑐1 𝑒 𝑚1𝑥 + 𝑐2 𝑒 𝑚1𝑥 (11)

3) Quando 𝛥 < 0, teremos duas raízes complexas. Temos que 𝛼 ± 𝛽𝑖. A solução particular
será dada por:

𝑦 = 𝑐1 𝑒 (𝛼+𝛽𝑖)𝑥 + 𝑐2 𝑒 (𝛼−𝛽𝑖)𝑥 (12)

2.4 Sistema massa mola

O sistema massa mola em síntese é composto por uma mola que possa ser deformada sem que
perca suas capacidades elásticas e um corpo com uma certa massa presa a esta mola.

2.4.1 Sistema massa mola sem amortecimento

A figura 1 a seguir representa o esquema de comportamento básico de um sistema massa mola:

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Figura 1 - Sistema massa mola


Fonte: (Introdução às Equações Diferenciais Ordinárias, 2011, p. 309)

Tendo-se em mente que ocorre a variação de uma partícula com o tempo, utilizamos a segunda lei
de Newton para encontrarmos o resultado da força resultante sobre esta partícula. Sabe-se que a aceleração
angular num MHS é dada por 𝑎(𝑡) = −𝜔²𝑥. A equação final é dada por:

𝐹 = −𝑚 𝜔²𝑥 (13)

Na equação (13), o x se refere ao deslocamento da mola. A mola sofre a chamada Lei de Hooke,
que é expressa pela equação:

𝐹 = −𝑘𝑥

Ou seja, ao igualarmos as forças, temos que a constante elástica da mola é dada por 𝑘 = −𝑚𝜔² e ao
isolarmos a aceleração, temos que 𝜔² = 𝑘⁄𝑚

Utilizando manipulações nas equações, podemos chegar a seguinte equação:


𝑑²𝑥
+ 𝜔²𝑥 = 0 (14)
𝑑𝑡²

Como se trata de uma equação linear de coeficientes constantes, resolvemos da seguinte forma:

𝑥 = 𝑒 𝑚𝑡
𝑑𝑥
= 𝑚𝑒 𝑚𝑡
𝑑𝑡

𝑑²𝑥
= 𝑚²𝑒 𝑚𝑡
𝑑𝑡²

Agora aplicamos essas derivadas na equação (13) e obtemos:

𝑚²𝑒 𝑚𝑡 + 𝜔²𝑒 𝑚𝑡 = 0

𝑒 𝑚𝑡 (𝑚2 + 𝜔2 ) = 0

(𝑚2 + 𝜔2 ) = 0 ∴ 𝑚2 = −𝜔2 ∴ 𝑚 = ±𝜔𝑖

A fórmula de Euler nos diz que 𝑒 𝑖𝜃 = 𝑐𝑜𝑠𝜃 + 𝑖𝑠𝑒𝑛𝜃, então podemos simplificar a equação e encontramos
a solução geral como:
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𝑥 (𝑡) = 𝐶1 cos(𝜔𝑡) + 𝐶2 𝑠𝑒𝑛(𝜔𝑡) (15)

Outras equações:

• Período: por definição, é o tempo necessário para o sistema completar uma oscilação
completa. Sua equação é dada por: T=2𝜋⁄𝜔
• Frequência: por definição, é o número de oscilações completas realizadas por segundo.
Sua equação é dada por: 𝑓 = 𝑇 −1

2.4.2 Sistema massa mola amortecido

Durante essa discussão, vamos supor que as forças sejam proporcionais a uma potência da
velocidade instantânea e que sejam dadas por um múltiplo constante de 𝑑𝑥/𝑑𝑡 [1]. Quando não houverem
forças de atuação, a segunda lei de Newton pode ser escrita como:
𝑑²𝑥 𝑑𝑥
𝑚 𝑑𝑡² = −𝑘𝑥 − 𝛽 𝑑𝑡 , (16)

Onde 𝛽 é chamada de constante de amortecimento e é positiva. O sinal negativo ocorre em função que a
força amortecedora é sempre contrária ao movimento.

Dividindo-se a equação (16) pela massa m, obtém-se:


𝑑²𝑥 𝛽 𝑑𝑥 𝑘
𝑑𝑡²
+ 𝑚 𝑑𝑡 + 𝑚 𝑥 = 0,

𝛽 𝑘
Onde 2𝜆 = , 𝜔² = .
𝑚 𝑚

A equação auxiliar resultante é 2𝑚² + 2𝜆𝑚 + 𝜔² = 0, portanto:

𝑚1 = −𝜆 + √𝜆² − 𝜔² , 𝑚2 = −𝜆 − √𝜆² − 𝜔²

Após essas considerações temos os casos específicos do sistema massa mola com amortecimento,
que são:

I. Superamortecido: Nesse caso, temos que 𝜆² − 𝜔² > 0, pois o coeficiente de amortecimento é


maior em comparação a constante da mola k. A solução corresponde a 𝑥(𝑡) = 𝑐1 𝑒 𝑚1𝑡 + 𝑐2 𝑒 𝑚2𝑡 .
Essa equação corresponde a um movimento suave e não oscilatório [1].
II. Subamortecido: Nesse caso, temos que 𝜆² − 𝜔² < 0, pois o coeficiente de amortecimento é
pequeno comparado a constante da mola. As raízes 𝑚1 𝑒 𝑚2 são complexas [1].

𝑚1 = −𝜆 + √−𝑖𝜆² + 𝜔² , 𝑚2 = −𝜆 − √−𝑖𝜆² + 𝜔²

III. Criticamente amortecido: Nesse caso, temos que 𝜆² − 𝜔² = 0, pois qualquer decréscimo da
força resulta num movimento oscilatório. A solução corresponde a 𝑥(𝑡) = 𝑐1 𝑒 𝑚1𝑡 + 𝑐2 𝑡𝑒 𝑚2𝑡 .

3. METODOLOGIA

Para poder analisarmos os resultados e com isso comprovarmos o que foi explanado anteriormente,
iremos utilizar dois métodos de análise: experimental e teórico. No caso do teórico iremos solucionar um
problema teórico e posteriormente, com a ajuda de softwares como o Excel, iremos expor seus respectivos
gráficos.

A análise experimental foi realizada em laboratório para poder compararmos com a análise teórica.
Para a realização do experimento foi utilizado: uma mola; régua; uma massa de 50 g; um Becker contendo
cerca de 200 ml de água; suporte universal; gancho para prender a massa; um gancho. Primeiramente a
mola é presa ao gancho que está ligado ao suporte universal. Após verificar que está bem fixado,
conectamos o gancho com o peso à mola. Com o alongamento da mola, após inserir os pesos, conseguimos
achar o valor da constante elástica da mola, utilizando a Lei de Hooke.
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A execução do experimento se dá a distensão da mola até o peso entrar em contato com a água,
para amortecer o sistema oscilatório, e isso é tudo gravado para posterior análise utilizando o software
Tracker para obtermos o gráfico comportamental do sistema. O gráfico é de variação da posição em relação
a variação do tempo.

3.1 Problemas

Neste tópico iremos abordar um problema que aborda a parte de sistema massa-mola
subamortecido. Primeiramente solucionaremos pelo método teórico, com o uso de EDO’s, posteriormente
iremos solucionar de forma experimental. Vejamos o enunciado:

Problema: Um peso de 0,056927 kg é atado a uma mola de 16,8 cm de comprimento. Na posição


de equilíbrio, o comprimento da mola é de 20,4 cm. Se o peso for tensionado e solto a partir do repouso de
um ponto 6 cm abaixo da posição de equilíbrio, encontre o deslocamento x(t) se é sabido ainda que o meio
ambiente oferece resistência numericamente igual a velocidade instantânea. Admita que a constante de
amortecimento é igual a 0,1. (adaptado) [3]

3.2 Estratégias de resolução

Para a resolução do problema dado, iremos aplicar nossa metodologia já abordada e iremos
apresentar os resultados da seguinte forma:

• Resolução analítica diferencial;


• Simulação pelo Excel;
• Simulação experimental;

4 RESULTADOS E DISCUSSÕES

A seguir apresentaremos os resultados e as discussões ao problema dado e em seguida


apresentaremos os dados experimentais e seu respectivo gráfico no sistema massa mola subamortecido:

4.1 Problema

Para solucionar o problema dado é necessário analisarmos qual tipo de sistema é dado. A partir
disso, poderemos usar a equação equivalente a esse sistema. Primeiramente calculamos o fator de
amortecimento e a constante elástica da mola. Primeiro buscamos encontrar o valor da constante da mola.
O alongamento da mola após o peso ser preso é de 20,4 𝑐𝑚 – 16,8 𝑐𝑚 = 3,6 𝑐𝑚; e agora aplicando a Lei
de Hooke, temos que 0,056927 𝑥 9,81 = 𝑘(0,036), logo k=15,51 N/m.

Agora, aplicando a Equação (16), montamos a equação diferencial, que fica da seguinte maneira:
𝑑²𝑥 𝑑𝑥 𝑑²𝑥 𝑑𝑥
0,056927 𝑑𝑡² = −15,51261𝑥 − 0,1 𝑑𝑡 ⇒ 0,056927 𝑑𝑡² + 0,1 𝑑𝑡 + 15,51261𝑥 = 0

Para fins de cálculos, utilizamos a equação auxiliar resultante 𝑚2 + 1,7566𝑚 + 272,5 = 0 ; onde
𝑚1 = −0,878317 + 16,484191𝑖 e 𝑚2 = −0,878317 − 16,484191𝑖.

Com isso, confirmamos que o sistema que estamos estudando se trata de um sistema
𝛽 𝑘
subamortecido, pois apresenta as características dele, que é 𝜆² − 𝜔² < 0, sabendo que 2𝜆 = , 𝜔² = .
𝑚 𝑚

Agora para encontramos x(t) aplicamos o que achamos na equação 𝑥(𝑡) = 𝑒 −𝑡 (𝑐1 cos(𝑚1 𝑡) +
𝑐2 𝑠𝑒𝑛(𝑚2 𝑡)). Como mostrado no tópico 2.4.2 e substituindo os valores que já possuímos, chegamos a
equação final:

𝑥(𝑡) = 𝑒 −0,878318𝑡 [(𝑐1 cos(16,484191𝑡) + 𝑐2 𝑠𝑒𝑛(16,484191𝑡)]

Agora iremos realizar a substituição dos dados que possuímos. Primeiramente é necessário obter
os valores das constantes 𝑐1 e 𝑐2 . Ao realizar os procedimentos necessários para a resolução da equação
obtida anteriormente e partindo da distensão inicial de 0,096 m, temos que 𝑐1 = 𝑦(0) = 0,096 𝑚. E ao
obtermos a velocidade inicial, que foi obtida a partir de parâmetros fornecidos, de movimento, que é de
0,074, chegamos a uma equação para o valor de 𝑐2 :
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𝑦 ′ (0)+𝜆𝑐1
𝑐2 = , onde 𝑦 ′ (0) é a velocidade inicial do objeto.
√𝜔𝟐 −𝜆𝟐

Então chegamos a equação do movimento do sistema, que é dado por:

𝑥(𝑡) = 𝑒 −0,878318𝑡 [(0,096 cos(16,4841𝑡) − 0,0096𝑠𝑒𝑛(16,4841𝑡)]

E o gráfico da função está representado na Figura 2.

Fonte: Autoria própria


Figura 2: Comportamento gráfico do movimento subamortecido obtido no Excel.

4.2 Comportamento experimental

Para verificarmos o comportamento experimental utilizamos de um software gratuito chamado


Tracker. Ele utiliza de análise do experimento, em vídeo, que a partir disso é obtido vários dados que são
utilizados para traçar o gráfico comportamental realizado. A análise é realizada frame por frame, que são
os quadros congelados do vídeo.

Para a realização do experimento, utilizamos agua como forma de amortecer o movimento


oscilatório realizado pelo peso preso a mola.

Fonte: Autoria própria


Figura 3: Comportamento gráfico do sistema massa mola com água amortecendo.

Esse é o gráfico obtido pelo software Tracker. Cada ponto marcado neste gráfico foi um ponto
marcado em cada frame do vídeo. Os dados de amortecimento foram estimados visualmente, por
consequencia disto estão sujeitos a diferenças em relação ao teorico. Porem, é notorio que o comportamento
grafico entre o modelo teorico e experimental, ou seja, isso indica a aplicabilidade do modelo à situação.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este artigo abordou uma análise matemática e física em relação ao sistema massa mola. Foi
utilizado equações diferenciais e princípios físicos de movimento harmônico. Foi demonstrado todo o
necessário para entendermos como poderíamos solucionar problemas envolvendo sistema massa mola
aplicando o uso de equações diferenciais. Focamos no estudo do sistema subamortecido e a partir desse

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enfoque solucionamos um problema de forma teórica e experimental a fim de verificar o comportamento


gráfico e compará-los.

Após a conclusão das análises experimentais e teóricas, os resultados devem ser semelhantes já
que se trata do mesmo experimento. Como foi possível observar, o gráfico obtido experimentalmente e o
gráfico obtido teoricamente possuem o comportamento muito semelhante. Ambos, em cerca de 3 segundos
decorridos de oscilação, já apresentam o comportamento de parada da massa acoplada.A área de estudo de
amortecimento para a engenharia é bastante ampla. Por exemplo, as vibrações. Quando ocorre vibração em
uma estrutura, é necessário o engenheiro gerar uma vibração contrária para amenizar e assim dissipar a
energia gerada.

6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

[1] ZILL, D. G. Equações Diferenciais com aplicações em Modelagem, 10a. ed, Cengage Learning.

[2] SANTOS, R. J. Introdução às Equações Diferenciais Ordinárias, UFMG.

[3] ZILL, D. G; CULLEN, M. R; Equações Diferenciais, volume 1. São Paulo. Pearson Education do
Brasil. 2001.

[4] HALLIDAY, D.; RESNICK, R.; WALKER, J. Fundamentos de Física. 8. ed. Rio de Janeiro: Ltc,
2009.

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