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Métodos Matemáticos

Prof. Pedro Américo Jr.

Aula 03

1
Equações Diferenciais Ordinárias
Lineares de Segunda Ordem
• As equações diferenciais ordinárias (EDOs)
podem ser divididas em duas grandes classes, as
EDOs lineares e as não-lineares.
• Enquanto as EDOs não-lineares de segunda
ordem (e de ordem superior) são geralmente
difíceis de resolver, as EDOs lineares são muito
simples, porque várias propriedades de suas
soluções podem ser caracterizadas de uma
maneira geral, e existem métodos padronizados
de resolver essas equações.

2
EDOs Lineares de Segunda Ordem
• As EDOs lineares de segunda ordem são as mais
importantes, por causas de suas aplicações à
engenharia.
• Sua teoria é típica daquelas de todas as EDOs
lineares, embora suas fórmulas sejam mais
simples que no caso das equações de ordem
superior.
• Inclui aqui, a obtenção de soluções gerais e
particulares, estas últimas estando em conexão
com os problemas de valor inicial.
3
EDOs Lineares Homogêneas de
Segunda Ordem
• Essas equações têm importantes aplicações
em engenharia, especialmente em vibrações
mecânicas e elétricas, bem como no
movimento ondulatório, na condução de calor
e em outras partes da física.
• Uma EDO de segunda ordem é chamada de
linear quando ela pode ser escrita na forma
y´´+p(x)y´+q(x)y=r(x) e é não-linear caso não
possa ser escrita dessa forma.

4
EDOs Lineares Homogêneas de
Segunda Ordem
• A característica distintiva dessa equação é que
ela é linear em y e em suas derivadas,
enquanto as funções p, q e r podem ser
quaisquer funções dadas de x.
• Se a equação começar com, digamos, f(x)y´´,
devemos então dividi-la por f(x) para obtemos
a forma-padrão com y´´ como o primeiro
termo, o que é prático de se fazer.

5
EDOs Lineares Homogêneas de
Segunda Ordem
• Se r(x)0 (ou seja, r(x)=0 para todo x considerado,
dizemos que r(x) é identicamente nulo), e então a
EDO se reduz a y´´+p(x)y´+q(x)y=0 e é chamada
de homogênea.
• Caso r(x)0, então a EDO é chamada de não-
homogênea. Por exemplo, uma EDO linear não-
homogênea é y´´+25y=e-xcos(x), e uma EDO linear
homogênea é xy´´+y´+xy=0, na forma padrão
y´´+(1/x)y´+y=0.
• Um exemplo de uma EDO não-linear é y´´y+y´2=0.
6
EDOs Lineares Homogêneas de
Segunda Ordem
• As funções p e q são chamadas de coeficientes
das EDOs.
• As soluções são definidas de modo similar ao das
EDOs de primeira ordem. Uma função y=h(x) é
chamada de solução de uma EDO (linear ou não)
de segunda ordem em algum intervalo aberto I se
h for definida e duas vezes derivável ao longo de
todo o intervalo, e for tal que a EDO torna-se uma
identidade quando substituímos a incógnita y por
h, a derivada y´ por h´ e a derivada segunda y´´
por h´´.

7
EDOs Lineares Homogêneas
• As EDOs lineares possuem uma rica estrutura de
solução. Para as equações homogêneas, a
espinha dorsal dessa estrutura é o princípio da
superposição, ou princípio da linearidade, que diz
ser possível obter soluções adicionais a partir de
soluções dadas através de sua soma ou de sua
multiplicação por constantes quaisquer.
• Naturalmente, isso é uma grande vantagem das
EDOs lineares homogêneas.

8
EDOs Lineares Homogêneas. Exemplo:
• As funções y=cos(x) e y=sen(x) são soluções da
EDO linear homogênea y´´+y=0. para todo x.
Verifiquemos isso por derivação e substituição.
Fazendo (cos x)´´=-cos x; logo

• Similarmente, o mesmo ocorre para y=sen(x).


Podemos então dar um importante passo
adiante. Multipliquemos cos(x) por uma
constante qualquer – por exemplo 4,7 – e
multipliquemos sen(x) por, digamos, -2 fazendo
então a soma algébrica das resultados e
chamando isso de uma solução. Com efeito,
derivando e substituindo, temos
9
EDOs Lineares Homogêneas
• Neste exemplo, obtivemos de y1 (=cos x) e y2
(=sen x) uma função da forma y=c1y1+c2y2 (c1,
c2 constantes arbitrárias).
• Chamamos isso de uma combinação linear de
y1 e y2 . Em termos deste conceito, podemos
agora reformular o resultado sugerido pelo
nosso exemplo, e que é freqüentemente
chamado de princípio da superposição ou
princípio da linearidade

10
EDOs Lineares Homogêneas
• Teorema Fundamental das EDOs Homogêneas
• Para uma EDO linear homogênea, uma combinação linear
qualquer de duas soluções num intervalo aberto I é também
uma solução em I. Em particular, para uma dada equação, as
somas e as multiplicações por constantes dessa solução são
também soluções.

11
Problema de Valor Inicial
• Para uma EDO linear homogênea de segunda
ordem, um problema de valor inicial consiste
em y´´+p(x)y´+q(x)y=0 e em duas condições
iniciais y(x0)=K0 e y´(x0)=K1.
• Essas condições prescrevem valores dados K0
e K1 da solução e de sua derivada primeira
(correspondente à inclinação de sua curva) no
mesmo valor dado x=x0 no intervalo
considerado.

12
Problema de Valor Inicial
• As condições iniciais são usadas para
determinar as duas constantes arbitrárias c1 e
c2 de uma solução geral y=c1y1+c2y2 da EDO.
• Aqui y1 e y2 são soluções adequadas da EDO.
Isto resulta numa solução única, que passa
pelo ponto (x0,K0) com K1 sendo a direção
tangente (inclinação) nesse ponto. Esta
solução é chamada de solução particular da
EDO.
13
Problema de Valor Inicial. Exemplo:
• Resolva o problema de valor inicial:

• Solução. Etapa 1. Solução Geral. As funções cos(x) e sen(x) são


soluções da EDO, de forma que temos

• Esta última também será uma solução geral, conforme


definiremos a seguir.
• Etapa 2. Solução particular. Precisamos da derivada y´=-
c1sen(x)+c2cos(x). Disso e dos valores iniciais, obtemos, uma
vez que cos 0=1 e sen 0 =0,

• Isso fornece, como solução de nosso problema de valor inicial,


a solução particular 14
Problema de Valor Inicial. Exemplo:
• A figura mostra que, em x=0, a solução possui o valor 3,0 e a
inclinação -0,5, de modo que a sua tangente faz uma
interseção com o eixo x em x=3,0/0,5=6,0.

15
Problema de Valor Inicial. Exemplo:
• Nossa escolha de y1 e y2 foi geral o suficiente para satisfazer a
ambas as condições iniciais. Tomemos agora duas soluções
proporcionais y1=cos(x) e y2=k cos(x), de modo que
y1/y2=1/k=const. Podemos então escrever y=c1y1+c2y2 no
forma
• onde
• Assim, não conseguimos mais satisfazer as duas condições
iniciais com apenas uma constante arbitrária C.
Conseqüentemente, ao definirmos o conceito de solução
geral, precisamos excluir os casos de proporcionalidade. E, ao
mesmo tempo, vemos o motivo da importância do conceito
de solução geral em conexão com os problemas de valor
inicial.
16
Solução Geral, Base, Solução
Particular
• Uma solução geral de uma EDO
y´´+p(x)y´+q(x)y=0 num intervalo aberto I é
uma solução y=c1y1+c2y2 em que y1 e y2 são
soluções da EDO que não sejam proporcionais
entre si, e c1 e c2 são constantes arbitrárias.
Dizemos que essas funções y1 e y2 constituem
uma base (ou um sistema fundamental) de
soluções da EDO em I.
• Obtém-se uma solução particular da EDO em I
atribuindo-se valores específicos a c1 e c2 . 17
Base
• Também às vezes é preciso restringir c1 e c2 a algum
intervalo, a fim de evitar o surgimento de expressões
complexas na solução. Além disso, conforme
usualmente fazemos, dizemos que y1 e y2 são
proporcionais em I para todo x em I se (a) y1 =k y2 ou
(b) y2 = l y1 onde k e l são números, que podem ou
não ser nulos. (Note que (a) implica (b) se e somente
se k0.)
• Com efeito, podemos reformular nossa definição de
uma base utilizando um conceito de importância
geral, a saber, o de que duas funções y1 e y2 são
chamadas de linearmente independentes num
intervalo I onde elas são definidas, se
k1y1(x)+k2y2(x)=0 em todo I implica k1=0 e k2=0. 18
Base
• E y1 e y2 são chamadas de linearmente
dependentes em I se k1y1(x)+k2y2(x)=0
também se verificar para algumas constantes
k1, k2 não sendo ambas iguais a zero. Então, se
k10 ou k20, podemos fazer a divisão e ver
que y1 e y2 são proporcionais entre si, ou seja,
• ou

• Por outro lado, no caso da dependência linear,


essas funções não são proporcionais, pois não
é possível dividi-las. 19
Base
• Uma base de soluções de y´´+p(x)y´+q(x)y=0
num intervalo aberto I é um par de soluções
linearmente independentes em I.
• Se os coeficiente p e q forem contínuos em
algum intervalo aberto I, então a EDO possui
uma solução geral, que fornece a solução
única de qualquer problema de valor inicial.
Essa solução geral inclui todas as soluções da
EDO em I; logo, a EDO não possui soluções
singulares (ou seja, soluções que não podem
ser obtidas por meio da solução geral). 20
Base. Exemplo:
• As funções cos(x) e sen(x) formam uma base
de soluções da EDO y´´+y=0 para todo x,
porque seu quociente é
cotg xconst.(ou tan xconst.). Logo,
y=c1cos(x)+c2sen(x) é uma solução geral.
• A solução y=3,0cos(x)-0,5sen(x) do problema
de valor inicial é uma solução particular.

21
Base. Exemplo:
• Verifique por substituição que y1=ex e y2=e-x são soluções da
EDO y´´-y=0. Então resolva o problema de valor inicial

• Solução. (ex)´´-ex=0 e (e-x)´´-e-x=0 mostram que ex e e-x são


soluções. Estas duas últimas funções não são proporcionais
entre si, visto que ex / e-x =e2xconst. Portanto, ex e e-x formam
uma base de soluções para todo x. Podemos então escrever a
solução geral correspondente e sua derivada, bem como
calcular seus respectivos valores em x=0 conforme as
condições iniciais dadas.

• Por adição e subtração, obtemos c1=2 e c2=4, de modo que a


reposta é y=2ex+4e-x. Esta é a solução particular que satifaz as
duas condições iniciais.
22
Base Quando uma Solução É
Conhecida
• Com bastante freqüência, uma solução pode
ser encontrada por inspeção ou de algum
outro modo. Então, é possível obter uma
segunda solução linearmente independente
da primeira, resolvendo-se uma EDO de
primeira ordem.
• Este é o chamado método de redução de
ordem.

23
Redução de Ordem. Exemplo:
• Encontre uma base de soluções da EDO

• Solução. Por inspeção, vemos que y1=x é uma solução, pois


y1´=1 e y1´´=0, de modo que o primeiro termo se reduz a zero,
enquanto o segundo e o terceiro termos se cancelam. A idéia
do método é fazer a substituição

• na EDO. Isso fornece

• ux e –xu se cancelam, de modo que ficamos com a seguinte


EDO, dividimos por x, ordenando e simplificando os termos
para obter

24
Redução de Ordem. Exemplo:
• Essa EDO é de primeira ordem em v=u´, a saber (x2-x)v´+(x-
2)v=0. Separando as variáveis e integrando, temos

• Não precisamos de nenhuma constante de integração, pois


desejamos obter uma solução particular; algo similar ocorre
na próxima integração. Passando para a forma exponencial e
integrando de novo, obtemos
• logo

• Uma vez que y1=x e y2=x ln|x| + 1 são linearmente


independente (seu quociente não é igual a uma constante),
obtemos uma base de solução válida para todos os valores
positivos de x. Neste exemplo, aplicamos a redução de ordem
25
a uma EDO linear homogênea.
Redução de Ordem
• Supomos que uma solução y1 de y´´+p(x)y´+q(x)y=0 num
intervalo aberto I seja conhecida e desejamos encontrar uma
base. Para isso, necessitamos de uma segunda solução
linearmente independente y2 em I. Para obtermos y2,
substituímos

• na EDO. Isso fornece


• Agrupando os termos em u´´, u´e u, temos

• Vem agora o ponto principal. Uma vez que y1 é uma solução


da EDO, a expressão no último parênteses é zero. Portanto,
com o desaparecimento de u, ficamos com uma EDO em u´e
u´´. Dividimos então por y1 essa EDO que nos restou e
fazemos u´=U,u´´=U´.
• portanto
26
Redução de Ordem
• Essa é a EDO desejada de primeira ordem, ou seja, a EDO
reduzida. Separando as variáveis e integrando, chegamos a
• e

• Passando para a forma exponencial, obtemos finalmente

• Aqui U=u´, de modo que u=Udx. Logo, a segunda solução


desejada é

• O quociente y2/y1=u= Udx não pode ser constante (uma vez


que U>0); logo y1 e y2 constituem uma base de soluções. 27
EDOs Lineares Homogêneas com
Coeficientes Constantes
• Consideramos agora as EDOs lineares
homogêneas de segunda ordem que têm os
coeficientes a e b constantes y´´+ay´+by=0.
• Essas equações têm importantes aplicações,
especialmente em conexão com as vibrações
mecânicas e elétricas.
• A solução da EDO de primeira ordem com um
coeficiente constante k: y´+ky=0 é uma função
exponencial y=ce-kx.
28
EDOs Lineares Homogêneas com
Coeficientes Constantes
• Isso nos dá a idéia de tentarmos fazer com
que uma solução seja a função y=ex.
• Substituindo em y´´+ay´+by=0 e suas
derivadas y´=ex e y´´= 2ex obtemos
(2+a+b)ex=0.
• Logo, se  for uma solução da importante
equação característica (ou equação auxiliar)
2+a+b=0 então, a função exponencial é uma
solução da EDO.
29
EDOs Lineares Homogêneas com
Coeficientes Constantes
• Agora, usando álgebra elementar, lembrando
que as raízes dessa equação quadrática são

• Elas serão soluções constituintes de uma base,


visto que nossa derivação mostra que as
funções
• e
• são soluções da EDO. 30
EDOs Lineares Homogêneas com
Coeficientes Constantes

31
Exemplo de Raízes Complexas
• Resolva o problema de valor inicial

• Solução. Etapa 1. Solução geral. A equação característica é


2+0,4+9,04=0, que possui as raízes -0,23i,. Logo, =3 e
uma solução geral é

• Etapa 2. Solução particular. Pela primeira condição inicial,


y(0)=A=0. A expressão restante é y=Be-0,2xsen(3x). Precisamos
da derivada

• Disso e da segunda condição inicial, obtemos y´(0)=3B=3.


Portanto, B=1. Nossa solução é

32
Exemplo de Raízes Complexas
• A figura mostra y e as curvas de e-0,2x e –e-0,2x
(linha pontilhada), entre as quais oscila a
curva y. Essas vibrações amortecidas (com x=t
sendo o tempo) têm importantes aplicações
em mecânica e eletricidade.

33
Operadores Diferenciais
• O cálculo operacional refere-se à técnica e à
aplicação de operadores. Neste caso,
chamamos de operador um processo que
transforma uma função em outra. Portanto, o
cálculo diferencial envolve um operador, que é
o operador diferencial D, responsável por
transformar uma função (diferenciável) em
sua respectiva derivada. Em notação de
operadores, escrevemos
34
Operadores Diferenciais
• Similarmente, para as derivadas de ordem superior,
escrevemos D2y=D(Dy)=y´´, e assim por diante. Por exemplo, D
sen = cos, D2 sen = - sen etc.
• Para uma EDO linear homogênea y´´+ay´+by=0 com
coeficientes constantes, podemos agora apresentar o
operador diferencial de segunda ordem

• onde I é o operador identidade, definido por Iy=y. Então,


podemos escrever a EDO como

• A letra P sugere o termo polinômio. L é uma operador linear.


Por definição, isso significa que, se Ly e Lw existirem (e isso
acontece caso y e w sejam duas vezes diferenciáveis), então
L(cy+kw) existe para constantes c e k quais quer, e
L(cy+kw)=cLy+kLw. 35
Operadores Diferenciais
• Uma vez que (De)(x)=ex e (D2e)=2ex, obtemos

• Isso confirma nosso resultado, de que ex é uma solução da


EDO se e somente se  for uma solução da equação
característica P()=0.
• P() é um polinômio no sentido algébrico usual. Se
substituirmos  pelo operador D, obtemos o polinômio
operador P(D). O ponto importante desse cálculo operacional
é que P(D) pode ser tratado do mesmo modo que uma
quantidade algébrica. Em particular, é possível fatorá-lo.

36
Operadores Diferenciais
• Fatoração, Solução de uma EDO
• Fatore P(D)=D2-3D-40I e resolva P(D)y=0.
• Solução. D2-3D-40I=(D-8I)(D+5I) porque I2=I. Agora (D-8I)y=y´-
8y=0 possui a solução y1=e8x. Similarmente, a solução de
(D+5I)y=0 é y2=e-5x. Isso constitui uma base de P(D)y=0 num
intervalo qualquer. Fatorando, obtemos a EDO, conforme o
esperado,

• O método dos operadores será usado mais na frente em casos


mais complicados.

37
Oscilações Livres
Sistema Massa-Mola
• Podemos obter o movimento do corpo, seu deslocamento y(t)
como função do tempo pela segunda lei de Newton F=my´´
onde y´´=d2y/dt2 e a força (F) é a resultante de todas as forças
atuando sobre o corpo.

38
Oscilações Livres
Sistema Massa-Mola
• Escolhemos aqui como positiva a direção para baixo, o que
nos faz considerar as forças para baixo como sendo positivas e
as forças para cima como sendo negativas.
• Primeiro, a mola é deixada no seu comprimento normal, após
o que penduramos nela o corpo. Isso faz a mola se esticar de
certa distância s0. Isso provoca o surgimento de uma força F0
para baixo sobre a mola e uma reação F0 para cima sobre o
corpo.
• Experimentos nos mostram que F0 é proporcional à elongação
s0, o que pode ser escrito como F0=-ks0 (lei de Hooke), k(>0) é
chamada de constante elástica (ou de constante elástica da
mola). O sinal negativo indica que F0 aponta para cima em
nossa direção negativa. 39
Oscilações Livres
Sistema Massa-Mola
• A elongação s0 é tal que F0 na mola se equilibra com o peso
W=mg do corpo (onde g=980 cm/s2 é a aceleração da
gravidade). Portanto F0+W=-ks0+mg=0.
• Essas forças não afetam o movimento. A mola e o corpo estão
novamente em repouso. Isto é chamado de equilíbrio estático
do sistema.
• Medimos o deslocamento y(t) do corpo a partir desse ponto
de equilíbrio como sendo a origem y=0, com a direção
positiva para baixo e a negativa para cima.
• A partir da posição y=0, puxamos o corpo para baixo. Isso
provoca uma nova elongação na mola de uma certa distância
y>0. Pela lei de Hooke, isso provoca uma força para cima F1=-
ky. Força chamada de restauradora. (Tenda restaurar y=0). 40
Sistema Não-amortecido
• Caso F1 seja a única força no sistema que causa movimento,
temos: my´´+ky=0. Que tem como solução geral:

• O movimento correspondente é chamado de uma oscilação


harmônica. Como as funções trigonométricas possuem
período 2/0, o corpo executa 0/2 ciclos por segundo.
Esta é a freqüência da oscilação, também chamada de
freqüência natural do sistema, sendo medida em ciclos por
segundo (Hz).
• A soma pode ser combinada na forma de cosseno envolvendo
um desvio de fase, com uma amplitude e um
ângulo de fase =arctan(B/A),
41
Sistema Amortecido
• Acrescentamos agora uma força de amortecimento F2=-cy´ ao
nosso modelo temos my´´=-ky-cy´, ou my´´+cy´+ky=0.
• c é chamada de constante de amortecimento.
• A EDO é linear, homogênea e possui coeficientes constantes.
Sua equação característica é

42
Sistema Amortecido
• Pela fórmula usual para obtenção de raízes numa equação
quadrática chegamos aos valores:

• Um ponto de grande interesse que agora surge é que,


dependendo da intensidade de amortecimento, haverá três
tipos de movimento:
• Caso I : c2>4mk. Raízes reais distintas. (Superamortecimento)
• Caso II : c2=4mk. Uma raízes real dubla. (Amortecimento
critíco)
• Caso III : c2<4mk. Raízes complexas conjugadas.
(Subamortecimento)
43
Caso I : Superamortecimento
• Solução:

44
Caso II : Amortecimento Crítico
• Solução:

45
Caso III : Subamortecimento
• Solução:

46
Exemplo: Sistema Massa-Mola
• Estudar o movimento de um sistema massa-
mola com uma esfera de ferro de peso W=98N
que estica uma mola a distância de 1,09 m, se
puxarmos a esfera mais 16 cm e a deixamos
começar a se movimentar com uma
velocidade inicial nula. Usar
(a) c=100kg/s (b) c=60kg/s (c) c=10kg/s

47
Exemplo: Sistema Massa-Mola
• Solução: Pela lei de Hooke W=1,09k, portanto
k=98/1,09=90N/m. A massa é m=W/g=98/9,8=10 kg.
• Para o caso (a) a EDO fica

• Solução Geral

• Solução Particular

48
Exemplo: Sistema Massa-Mola
• Caso (b) c=60 ao invés de 100:
• EDO: 10y´´+60y´+90y=0, y(0)=0,16 e y´(0)=0
• Solução Geral:
• Solução Particular:

49
Exemplo: Sistema Massa-Mola
• Caso (c) c=10 ao invés de 60:
• EDO: 10y´´+10y´+90y=0, y(0)=0,16 e y´(0)=0
• Solução Geral:
• Solução Particular:

50
Equação de Euler-Cauchy
• As equações de Euler-Cauchy são EDOs da forma
x2y´´+axy´+by=0 sendo dadas as constantes a e b e a
incógnitas y(x). Substituímos y=xm e suas derivadas y´=mxm-1 e
y´´=m(m-1)xm-2. Isso nos dá

• A função y=xm foi uma escolha bastante natural, pois


obtivemos um fator comum. Omitindo-o, chegamos à
equação auxiliar m(m-1)+am+b=0 ou

• Daí, y=xm é uma solução se e somente se m for raiz da


equação acima. As raízes são

51
Equação de Euler-Cauchy
• Caso I. Se as raízes m1 e m2 são reais e
diferentes, então as soluções são
• e
• Elas são linearmente independentes, visto que
seu quociente não é constante. Logo, elas
constituem uma base de solução para todo x
para o qual elas sejam reais. A solução geral
correspondente para todos esses valores de x
é
52
Equação de Euler-Cauchy
• Exemplo: Resolva a equação de Euler-Cauchy

• Solução: EDO possui a equação auxiliar

• As raízes são 0,5 e -1. Portanto, uma base de


solução para todo valor positivo de x é y1=x0,5
e y2=1/x, e fornece a solução geral (x>0)

53
Equação de Euler-Cauchy
• Caso II. Se a equação auxiliar m2+(a-1)m+b=0 possui uma raiz
dupla m1=(1-a)/2 se somente se (1-a)2-4b=0. A equação de
Euler-Cauchy então possui a forma

• Uma solução é y1=x(1-a)/2. Para obtemos uma segunda solução


linearmente independente, aplicamos o método da redução
de ordem. Começamos com y2=uy1, obtemos para u a
expressão a saber,
• onde
• Aqui, é crucial que p seja extraída da EDO escrita em forma-
padrão, que em nosso caso é

• Isso mostra que p=a/x. Portanto, sula integral é a ln(x)=ln(xa),


a função exponencial U é 1/xa e a divisão por y12=x1-a fornece
U=1/x; logo u=ln(x) por integração. 54
Equação de Euler-Cauchy
• Caso II.
• Portanto, nesse caso crítico, uma base de
soluções para valores positivos de x é y1=xm e
onde y2=xmln(x), onde m=(1-a)/2. A
independência linear decorre do fato de que o
quociente dessas soluções não é constante.
Logo, para todo x para o qual y1 e y2 são
definidos e reais, uma solução geral é

55
Equação de Euler-Cauchy
• Caso III. O caso das raízes complexas será mostrado com um
exemplo que explica a derivação de soluções reais a partir de
soluções complexas.
• Exemplo: Resolva a equação de Euler-Cauchy

• Solução: A EDO possui a equação auxiliar m2-0,4m+16,04=0,


cujas raízes são os complexos conjugados m1=0,2+4i e m2=0,2-
4i. Usamos agora o truque de escrever x=eln(x) e obtemos

• A seguir, aplicamos a fórmula de Euler eit=cos(t)+i sen(t), com


t=4 ln(x) aplicado a essas duas fórmulas. Isso nos fornece

56
Equação de Euler-Cauchy
• Caso III:
• Somamos as duas fórmulas anteriores, de modo que o seno é
eliminado, e dividimos o resultado por 2. Então, subtraímos a
segunda fórmula da primeira, de modo que o cosseno
também é eliminado, e dividimos o resultado por 2i. Isso nos
dá, respectivamente:
• e
• Pelo princípio da superposição, estas são soluções da equação
de Euler-Cauchy. Uma vez que seu quociente, cot(4 ln x), não
é constante, essas solução são linearmente independentes.
Logo, elas constituem uma base de soluções e a solução geral
real correspondente é, para todo x positivo,

57
Equação de Euler-Cauchy
• A figura mostra curvas-solução típicas para três casos
discutidos:

58
Existência e Unicidade de Soluções
• Discutiremos a teoria geral das EDOs lineares homogêneas
y´´+p(x)y´+q(x)y=0 com coeficientes p e q contínuos, porém
arbitrários. Isso terá relação com a existência e a forma da
solução geral , bem como a unidade da solução dos
problemas de valor inicial consistindo em um conjunto
determinado por uma EDO e duas condições iniciais y(x0)=K0 e
y´(x0)=K1 com valores dados de x0, K0 e K1.
• Os dois principais resultados são:
– Estabelecer que um problema de valor inicial desse tipo tem sempre
solução que é única, e
– O qual uma solução geral y=c1y1+c2y2 inclui todas as soluções.
• Em decorrência disso, as EDOs lineares desse tipo não
possuem soluções singulares (soluções que não se podem
obter a partir de uma solução geral).
59
Existência e Unicidade de Soluções
• Teorema da Existência e Unicidade dps
Problemas de Valor Inicial
• Se p(x) e q(x) são funções contínuas de algum
intervalo aberto I e x0 pertence a I, então o
problema de valor inicial consistindo em
y´´+p(x)y´+q(x)y=0 e y(x0)=K0 e y´(x0)=K1 possui
uma solução única y(x) no Intervalo I.

60
Existência e Unicidade de Soluções
• Lembremos que uma solução geral num intervalo aberto I é
obtida a partir de uma base y1, y2 em I, ou seja, a partir de um
par de soluções linearmente independentes em I. Dizemos
que y1, y2 são linearmente independentes em I se a equação
k1y1(x)+k2y2(x)=0 em I implica k1=0 e k2=0.
• E dizemos que y1, y2 são linearmente dependentes em I se
essa equação também se verificar para constantes k1, k2, não
podendo ser ambas nulas. Nesse caso, e apenas nesse caso, y1
e y2 são proporcionais em I, ou seja (a) y1=k y2 ou (b) y2= l y1
para todo x em I.

61
Existência e Unicidade de Soluções
• Dependência e Independência Linear das Soluções
• Consideremos que a EDO y´´+p(x)y´+q(x)y=0 tenha
coeficientes contínuos p(x) e q(x) num intervalo aberto I.
Então, duas soluções y1 e y2 em I são linearmente dependente
em I se e somente se seu wronskiano

• for 0 em algum x0 pertencente a I. Além disso, se W=0 em


algum x=x0 pertencente a I, então W0 em I; logo, se e
somente se houver x1 em I para o qual W é diferente de 0,
então y1 e y2 em I são linearmente independentes em I.
62
Existência e Unicidade de Soluções
• Exemplo: Uma solução geral de y´´-2y´+y=0
num intervalo qualquer é y=(c1+c2x)ex.
• O wronskiano correspondente não é zero, o
que mostra a independência linear entre ex e
xex num intervalo qualquer. A saber,

63
Existência e Unicidade de Soluções
• Exemplo: As funções y1=cos x e y2=sen x
são soluções y´´+2y=0. Seu wronskiano é

• O teorema mostra que essas soluções são


linearmente independentes se e somente se
0. Naturalmente, pode-se ver isso
diretamente do quociente y2/y1=tan x.Para
=0, temos que y20, o que implica uma
dependência linear. 64
Existência e Unicidade de Soluções
• Existência de uma Solução Geral
Se p(x) e q(x) são contínuas num intervalo aberto I, então a
EDO y´´+p(x)y´+q(x)y=0 possui uma solução geral em I.
• Uma Solução Geral Inclui Todas as Soluções
Se a EDO tem coeficientes contínuos p(x) e q(x) em algum
intervalo aberto I, então toda solução y=Y(x) em I é da forma
Y(x)=C1y1(x)+C2y2(x) onde y1, y2 formam uma base de solução
em I e C1, C2 são constantes adequadas.
• Logo, a EDO y´´+p(x)y´+q(x)y=0 não possui soluções singulares
(ou seja, soluções impossíveis de serem obtidas a partir de
uma solução geral).

65
EDOs Não-Homogêneas
• Passamos agora as EDOs lineares não-
homogêneas y´´+p(x)y´+q(x)y=r(x) onde
r(x)0.
• Veremos que a uma solução geral é a soma de
um a solução geral da EDO homogênea
correspondente y´´+p(x)y´+q(x)y=0 com uma
solução particular de y´´+p(x)y´+q(x)y=r(x).

66
EDOs Não-Homogêneas
• Solução Geral, Solução Particular
• Uma solução geral da EDO não-homogênea
y´´+p(x)y´+q(x)y=r(x) num intervalo I é uma solução da forma
y(x)=yh(x)+yp(x);
aqui yh(x)=c1y1+c2y2 é uma solução geral da EDO homogênea
y´´+p(x)y´+q(x)y=0 em I e yp é uma solução qualquer em I sem
conter qualquer constante arbitrária.
• Uma solução particular em I é uma solução obtida a partir de
y(x)=yh(x)+yp(x), atribuindo-se valores específicos às
constantes arbitrárias c1 e c2 em yh.

67
EDOs Não-Homogêneas
• Relações entre as Soluções de y´´+p(x)y´+q(x)y=r(x) e de
y´´+p(x)y´+q(x)y=0
• Seja L(y) o lado esquerdo de y´´+p(x)y´+q(x)y=r(x) .
• (a) A soma de uma solução y de y´´+p(x)y´+q(x)y=r(x) em
algum intervalo aberto I e uma solução ŷ de
y´´+p(x)y´+q(x)y=0 em I é uma solução de y´´+p(x)y´+q(x)y=r(x)
em I. Em particular, y(x)=yh(x)+yp(x) é uma solução de
y´´+p(x)y´+q(x)y=r(x) em I.
L[y+ŷ]=L(y)+L(ŷ)=r+0=r.
• (b) A diferença entre essas duas soluções de
y´´+p(x)y´+q(x)y=r(x) em I é uma solução de
y´´+p(x)y´+q(x)y=0 em I.
Para quaisquer soluções de y e y* de y´´+p(x)y´+q(x)y=r(x) em
I, temos L[y-y*]=L[y]-L[y*]=r-r=0
68
EDOs Não-Homogêneas
• Uma Solução Geral de uma EDO Inclui Todas
as Soluções
• Se os coeficientes p(x), q(x) e a função r(x) em
y´´+p(x)y´+q(x)y=r(x) são contínuos no mesmo
intervalo aberto I, então toda solução em I é
obtida atribuindo-se valores adequados às
constantes arbitrárias c1 e c2 numa solução
geral y(x)=yh(x)+yp(x) em I.

69
EDOs Não-Homogêneas
• Método dos Coeficientes a Determinar
• Para resolvermos a EDO não homogênea ou um problema de
valor inicial, temos que resolver a EDO homogênea e
encontrar uma solução qualquer yp da não-homogênea, de
modo a obtemos uma solução geral.
• O método dos coeficientes a determinar é adequado às EDOs
lineares com coeficientes constantes a e b: y´´+ay´+by=r(x)
quando r(x) for uma função exponencial, uma potência de x,
um potência de x, um seno ou um cosseno, ou somas ou
produtos dessas funções. Essas funções possuem derivadas
similares à própria função r(x), o que nos possibilita ter uma
idéia. Escolhemos uma forma para yp que seja similar a r(x),
porém com coeficientes desconhecidos, que serão
determinados substituindo yp e suas derivadas na EDO. 70
Método dos Coeficientes a
Determinar
• A tabela mostra a escolha de yp para as formas
de r(x) de importância prática.

• Termo em R(x) Escolha para yp(x)

71
Método dos Coeficientes a
Determinar
• Regras de Escolha para o Método dos Coeficientes a
Determinar
• (a) Regra Básica. Se r(x) for uma das funções na primeira
coluna da tabela, escolha yp na mesma linha e obtenha seus
coeficientes a determinar substituindo yp e suas derivadas em
y´´+ay´+by=r(x).
• (b) Regra da Modificação. Se um termo que você escolher
para yp vier a ser uma solução da EDO homogênea
correspondente, multiplique a função que você escolheu para
yp por x (ou por x2 se essa solução corresponder a uma raiz
dupla da equação característica da EDO homogênea).
• (c) Regra da Soma. Se r(x) for uma soma de funções na
primeira coluna da tabela, faça yp ser a soma das funções nas
linhas correspondentes da segunda coluna. 72
Aplicação da Regra Básica (a)
• Exemplo: Resolva o problema de valor inicial

• Solução: Etapa 1. Solução geral da EDO homogênea. A EDO


y´´+y=0 tem a solução geral

• Etapa 2. Solução yp da EDO não homogênea. A segunda linha


na tabela sugere que façamos a escolha
• então
• Igualando os coeficientes de x2, x,x0 em ambos os lados,
temos K2=0,001, K1=0, 2K2+K0=0. Daí

73
Aplicação da Regra Básica (a)
• Etapa 3: Solução do problema de valor inicial. Fazendo x=0 e
usando a primeira condição inicial, temos y(0)=A-0,002=0,
uma vez A=0,002. Por derivação e com base na segunda
condição inicial

• Isso nos fornece a resposta

• A Figura mostra y e também a parábola quadrática yp em


torno da qual y oscila, praticamente como uma curva senóide,
visto que o termo do cosseno é menor por um fator de cerca
de 1/1000.

74
Aplicação Regra de Modificação (b)
• Exemplo: Resolva o problema de valor inicial

• Solução. Etapa 1. Solução geral da EDO homogênea. A


equação característica da EDO homogênea é
2+3+2,25=(+1,5)2=0. Logo, a EDO homogênea possui a
solução geral

• Etapa2. Solução yp da EDO não-homogênea. A função e-1,5x no


lado direito normalmente requereria a escolha Ce-1,5x. Porém,
vemos que yh que essa função é uma solução da EDO
homogênea e que corresponde a uma raiz dupla da equação
característica. Logo, de acordo com a regra de modificação,
temos que multiplicar a função escolhida por x2. Ou seja,
escolhemos
• Então, 75
Aplicação Regra de Modificação (b)
• Substituímos essas expressões na EDO dada e omitimos o
fator e-1,5x. Isso fornece

• Comparando os coeficientes de x2,x ,x0, temos que 0=0, 0=0,


2C=-10, de decorre que C=-5. Isso fornece a solução
yp=-5x2e-1,5x. Logo, a EDO dada possui a solução geral

• Etapa 3. Solução do problema de valor inicial. Fazendo x=0 em


y e usando a primeira condição inicial, obtemos y(0)=c1=1. A
diferenciação de y fornece

• Disso e da segunda condição inicial, temos y´(0)=c2-1,5c1=0.


Logo c2=1,5c1=1,5.
76
Aplicação Regra de Modificação (b)
• Isso nos fornece a resposta

• A curva começa com uma tangente horizontal, cruza o eixo x


em x=0,6217 (onde 1 +1,5x-5x2=0) e se aproxima do eixo,
vindo de baixo, à medida que x aumenta.

77
Aplicação da Regra da Soma (c)
• Exemplo: Resolva o problema de valor inicial

• Solução. Etapa 1. Solução geral da EDO homogênea. A


equação característica

• mostra que uma solução real da EDO homogênea é

• Etapa 2. Solução da EDO não-homogênea. Escrevemos


yp =yp1+yp2, onde yp1 corresponde ao termo exponencial e yp2
à soma dos dois outros termos. Fazemos então

• Fazendo a substituição na EDO dada e omitindo o fator


exponencial, temos (0,25+2.0,5+5)C=1; logo C=1/6,25=0,16, e
yp1=0,16e0,5x. 78
Aplicação da Regra da Soma (c)
• Fazendo agora yp2=Kcos(10x)+Msen(10x), indo na tabela
temos:

• Fazendo a substituição na EDO dada, chegamos aos termos de


senos e cossenos.

• Ou, por simplificação

• A solução é K=0, M=2. Logo yp2=2sen(10x). Somando as


soluções, temos,

79
Aplicação da Regra da Soma (c)
• Etapa 3. Solução do problema de valor inicial. De y na
primeira condição inicial, y(0)=A+0,16=0,16; logo A=0. A
diferenciação nos fornece

• Disso e da segunda condição inicial, temos y´(0)=-


A+2B+0,08+20=40,08; logo, B=10. Isso nos dá a solução

• O primeiro termo vai a zero relativamente rápido. Quando


x=4, ele é praticamente 0, conforme mostram as curvas
tracejadas 10e-x+0,16e0,5x. A partir daí, o último termo,
2 sen(10x), fornece uma oscilação em torno de 0,16e0,5x
correspondente á curva monotônica crescente que aparece
tracejada.

80
Estabilidade
• Se (e somente se) todas as raízes da equação
característica da EDO homogênea y´´+ay+by=0 forem
negativas ou tiverem uma parte real negativa, então
uma solução geral yh dessa EDO vai a 0 à medida que
x→, de modo que a solução transiente y=yh+yp se
aproxima da solução de regime permanente yp.
• Nesse caso, a EDO não-homogênea e o sistema de
natureza física ou outro modelado pela EDO são
chamados de estáveis; caso contrário, chamam-se
instáveis.
• Por exemplo, a EDO do exemplo (a) é instável.
81
Modelagem: Oscilação Forçadas
• No nosso sistema massa-mola até agora, tratava-se de
movimentos livres, ou seja, movimentos ocorrendo na
ausência de forças externas; portanto, eles eram causados
somente por forças internas, de dentro do sistema.
• Estenderemos agora nosso modelo, com a inclusão de uma
força externa, que chamaremos de r(t), no lado direito da
equação. Então, temos: my´´+cy´+ky=r(t).

82
Modelagem: Oscilação Forçadas
• Mecanicamente, isso significa que, a cada instante t, a
resultante das forças internas está em equilíbrio com r(t). O
movimento resultante é chamado de movimento forçado com
uma função de força r(t), que também é conhecida como
input ou força motriz, ao passo que a solução a ser obtida é
chamada de output ou resposta dos sistema à força motriz.
• De interesse especial são as forças periódicas externas, e
consideraremos uma força motriz da forma

• Então, temos a EDO não-homogênea

• Sua solução irá nos familiarizar com mais alguns fatos


fundamentais e de interesse na matemática para engenharia.
83
Modelagem: Oscilação Forçadas
• Sabemos que uma solução geral é a soma de uma solução
geral yh da EDO homogênea mais uma solução qualquer yp.
Para obtermos yp, usamos o método dos coeficientes a
determinar, começando de
• Derivando essa função (regra da cadeia) obtemos:

• Substituindo e juntando os termos de senos e cossenos,


temos:

• Os termos de cossenos em ambos os lados devem ser iguais, e


o coeficiente dos termos dos senos no lado esquerdo deve ser
zero, visto que não há termo de senos no lado direito:

84
Modelagem: Oscilação Forçadas
• Determina se então os coeficientes desconhecidos a e b:

• Se fizemos temos:

• Portanto, obtemos a solução geral da EDO não-homogênea na


forma y(t)=yh(t)+yp(t).
• Discutiremos agora o comportamento do sistema mecânico,
fazendo uma distinção entre dois casos, o de c=0 (não-
amortecido) e o de c>0 (amortecido). Esses casos
corresponderão basicamente a dois tipos diferentes de saída.
85
Caso 1: Oscilações Não-
amortecidas Forçadas. Ressonância
• Se o amortecimento do sistema físico for tão pequeno que se
pode desprezar seu efeito durante o intervalo de tempo
considerado, podemos então fazer c=0. Dessa forma:

• Aqui precisamos assumir que 202; fisicamente, a


frequencia /(2) [ciclos/s] da força motriz é diferente da
frequencia natural 0/(2) do sistema, que é a frequencia do
movimento livre não-amortecido. Temos a solução geral do
sistema não-amortecido:

• Vê-se que essa saída é uma superposição de duas oscilações


harmônicas das frequências recém-mencionadas.
86
Caso 1: Oscilações Não-
amortecidas Forçadas. Ressonância
• De yp(t) vemos que a amplitude máxima de yp é
(fazendo cos t=1)
• onde
• a0 depende de  e 0. Se →0, então  e a0 tendem ao
infinito. Essa excitação das grandes oscilações, obtida pelo
casamento da frequencia de entrada com a frequencia natural
(=0), é chamada de ressonância.  é o fator de
ressonância, vemos que /k= a0/F0 é a razão entre as
amplitudes da solução particular yp e da saída F0cost.

87
Caso 1: Oscilações Não-
amortecidas Forçadas. Ressonância
• No caso da ressonância, a EDO não-homogênea torna-se

• Então, baseados na Regra de Modificação, concluímos que


uma solução particular é da forma

• Obtemos

• Devido ao fator t, a amplitude do


sistema vibratório torna-se cada vez
maior. Falando em termos práticos,
sistemas com um amortecimento
muito pequeno podem sofrer grandes
88
vibrações, capazes de destruí-los.
Caso 1: Oscilações Não-
amortecidas Forçadas. Batimentos
• Outro tipo interessante e altamente importante de oscilação é
obtido se  estiver próximo de 0. Tomemos, por exemplo, a
solução particular

• Usando relações trigonométricas, podemos escrever essa


expressão como

• Como  está próximo de 0, a diferença 0-  é pequena.


Logo, o período da última função senoidal é longo e obtemos
uma oscilação do tipo mostrado na figura, com a curva
pontilhada resultando do primeiro fator senoidal. Isso é o que
os músicos ouvem quando afinam seus instrumentos.
89
Caso 1: Oscilações Não-
amortecidas Forçadas. Batimentos

90
Caso 2. Oscilações Amortecidas
Forçadas
• Se o amortecimento do sistema massa-mola não for
desprezivelmente pequeno, temos c>0 e um termo de
amortecimento cy´ em my´´+cy´+ky=r(t). Então, a solução
geral yh da EDO homogênea se aproxima de zero à medida
que t tende ao infinito. Na prática, ela é igual a zero após um
tempo suficientemente longo. Portanto, a solução transiente,
dada por y=yh+yp aproxima-se da solução de regime
permanente yp. Isso prova o seguinte.
• Solução de Regime Permanente. Após um tempo
suficientemente longo, a saída de um sistema vibratório
amortecido submetido a uma força motriz puramente
senoidal será praticamente igual a uma oscilação harmônica
cuja freqüência é igual à da entrada.
91
Caso 2. Oscilações Amortecidas
Forçadas
• Enquanto no caso não-amortecido a amplitude de yp tende ao
infinito à medida que  se aproxima de 0, isso não ocorrerá
quando houver amortecimento, caso em que a amplitude
será sempre infinita. Porém, ela pode ter um máximo para
algum valor de , dependendo da constante de
amortecimento c.
• Isso é o que se chama de ressonância prática, que é de grande
importância, visto que, se c não for muito grande, então uma
certa intensidade de entrada pode excitar as oscilações de
modo forte o suficiente para danificar ou mesmo destruir o
sistema. Casos assim já ocorreram, quando a ressonância era
um fenômeno menos conhecido. Máquinas e automóveis são
sistemas mecânicos vibratórios que podem sobre o efeito da
ressonância. (Cuidados devem ser tomados). 92
Caso 2. Oscilações Amortecidas
Forçadas
• Para estudar a amplitude de yp como função de w,
escrevemos yp(t)=a cost + b sen t na forma de
yp(t)=C*cos(t-). C* é chamada de amplitude de yp e  é o
ângulo de fase ou defasagem, devido ao fato de que ele mede
a defasagem da saída em relação à entrada. Logo essas
grandezas são

• Vejamos se C*() possui um máximo e, em caso afirmativo,


encontremos sua localização e seu valor. Chamemos de R o
radicando na segunda raiz em C*. Igualando a derivada C* a
zero, obtemos
93
Caso 2. Oscilações Amortecidas
Forçadas
• A expressão entre colchetes [...] é nula se

• Rearranjando os termos, temos

• O lado direito dessa equação torna-se negativo se c2>2mk, de


modo que a equação não possui solução real e C* decresce
monotonicamente à medida que  aumenta, conforme
mostra a curva inferior na figura.

94
Caso 2. Oscilações Amortecidas
Forçadas
• Se c for menor c2<2mk, então a equação tem uma solução
real =máx, onde

• Vemos que essa solução aumenta à medida que c diminui e se


aproxima de 0 à medida que c se aproxima de zero.

95
Caso 2. Oscilações Amortecidas
Forçadas
• Substituindo, obtemos

• Vemos que C*(máx) é sempre finito quanto c>0. Além disso,


o denominador diminui monotonicamente para zero nà
medida que c2(<2mk) vai a zero, a amplitude máxima
aumenta monotonicamente para o infinito. A figura mostra a
amplificação C*/F0 (a razão entre as amplitudes da saída e da
entrada) como função de  para m=1, k=1 e para diversos
valores da constante de amortecimento c.

96
Caso 2. Oscilações Amortecidas
Forçadas
• A figura mostra o ângulo de fase (a defasagem
da saída em relação à entrada), que é menor
que /2 quando <0 e maior que /2 para
>0.

97
Modelagem: Circuitos Elétricos
• Dado um circuito RLC.

• Pela Lei da Voltagem de Kirchhoff (KVL), a voltagem (a força


eletromotriz) imprimida num circuito fechado é igual à soma
da queda de tensão ao longo dos outros elementos do
circuitos, assim temos:

• ou
98
Modelagem: Circuitos Elétricos
• Resolvendo a EDO para Corrente. Uma solução geral é a soma
I=Ih+Ip. Primeiro, encontramos o valor de Ip pelo método dos
coeficientes a determinar. Substituímos

• Então, agrupamos os termos com os cossenos e os igualamos


a E0 cos t no lado direito, fazendo ao mesmo tempo os
termos com os senos serem iguais a zero, visto que não há
termo senoidal no lado direito, temos

99
Modelagem: Circuitos Elétricos
• Para resolver esse sistema para a e b, primeiro introduzimos
uma combinação de L e C, chamada de reatância

• Dividindo as duas equações anteriores por , ordenando os


termos e substituindo S , temos

• Resolvendo:

• Podemos escrever Ip em termos de grandezas fisicamente


visíveis, a saber, a amplitude I0 e a defasagem  da corrente
em relação à força eletromotriz, ou seja

• Onde: 100
Modelagem: Circuitos Elétricos
• A quantidade é chamada de impedância. Nossa
fórmula mostra que a impedância é igual à razão E0/I0. Isso é
algo análogo à razão E/I=R (lei de Ohm).
• Uma solução geral da equação homogênea corresponde é

• Onde 1 e 2 são as raízes da equação característica

• Podemos escrever essas raízes na forma 1=-+ e 2=--,


onde

• Agora, num circuito real, R nunca é zero. Disso, segue-se que


Ih se aproxima de zero, após um tempo relativamente curto.
Daí, a corrente transiente I=Ih+Ip tende a se igualar à corrente
101
permanente Ip, freqüência é a mesma da entrada.
Modelagem: Circuitos Elétricos
• Exemplo: Encontre a corrente I(t) num circuito RLC com
R=11(ohms), L=0,1H(henry) e C=0,01F(farad), que está
conectado a uma fonte de tensão E(t) = 100 sen(400t) com
I(0)=0 e Q(0)=0 onde I=Q´.
• Solução: (Verificar!)

102
Analogia entre as Grandezas
Elétricas e Mecânicas
• Sistemas inteiramente diferentes, de natureza física ou outras,
podem ter o mesmo modelo matemático. Exemplo: circuitos
RLC e o sistema massa-mola:

• Essa analogia é estritamente quantitativa, no sentido em que,


para um dado sistema mecânico, é possível construir um
circuito elétrico cuja corrente dará os mesmos valores do
deslocamento do sistema mecânico, desde que se introduzam
fatores de escala adequados.

103
Solução por Variação de
Parâmetros
• Na EDOs lineares não-homogêneas y´´+p(x)y´+q(x)y=r(x), para
obtemos yp quando r(x) não for uma função muito
complicada, freqüentemente utilizamos o método dos
coeficientes a determinar.
• Entretanto, desde que esse método se restringe a funções r(x)
cujas derivadas têm uma forma similar à própria r(x), é
desejável haver um método válido para EDOs mais gerais, que
obteremos agora, e que se chama método da variação dos
parâmetros, creditado a Lagrange. Aqui p,q,r podem ser
variáveis (funções dadas de x), porém supomos que sejam
funções contínuas em algum intervalo aberto I.

104
Solução por Variação de
Parâmetros
• O método de Lagrange fornece uma solução particular yp em I
na forma

• Onde y1, y2 formam uma base de solução da EDO homogênea


correspondente y´´+p(x)y´+q(x)y=0 em I, e W é o wronskiano
de y1, y2.

105
Solução por Variação de

Parâmetros.
Resolva a EDO não-homogênea
Exemplo:
• Solução: Uma base de soluções da EDO homogênea num
intervalo qualquer é y1=cos(x), y2=sen(x). Isso fornece o
wronskiano
• Escolhendo com zero as constantes de integração, obtemos a
solução particular da EDO dada

• A figura mostra yp e seu primeiro termo, que é pequeno, de


modo que x sen(x) essencialmente determina a forma da
curva de yp.

106
Solução por Variação de
Parâmetros. Exemplo:
• De yp
e da solução geral yh=c1y1+c2y2 da EDO
homogênea, obtemos a resposta

• Se tivéssemos incluído as constantes –c1, c2,


então se teria fornecido a equação adicional
c1cos(x)+c2sen(x)=c1y1+c2y2, ou seja, uma
solução geral da EDO dada. Isso sempre
ocorrerá.

107
Fim.

Muito Obrigado.

108

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