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Classificação de EDO’s

1. EDO linear: 𝑝(𝑡)𝑦´´ + 𝑞(𝑡)𝑦 ′ + 𝑟(𝑡)𝑦 = 𝑠(𝑡) é um exemplo de segunda ordem,


mas uma EDO linear pode ser de qualquer ordem. A EDO é linear se as funções
que multiplicam y e suas derivadas dependerem apenas de x.
1. 1 : EDO de primeira ordem com coeficientes constantes e não
homogênea: 𝑦´ − 5𝑦 = 1
Os coeficientes são constantes porque 5 e 1, as funções que multiplicam y e sua
derivada, são funções constantes. É não homogênea porque há um termo que é
independente de y, o termo 1 do lado direito da equação, já que ele não está
envolvido com nenhuma função de y. Dizemos também que esse termo só
depende de x. Nesse caso, 𝑠(𝑡) = 1.
Método de resolução: fator integrante ou separação de variáveis, pois todas as
EDO´s desse tipo são separáveis. OBS.: se os coeficientes não forem constantes,
não podemos garantir que será separável, ficamos então com o fator integrante
ou outro tipo de resolução.
1. 2: EDO de primeiro ordem com coeficientes constantes e homogênea:
𝑦´ − 5𝑦 = 0

É dita homogênea por não ter nenhum termo independente de y, ou seja, só há


na edo termos que multiplicam y. O termo que só depende de x é 0, 𝑠(𝑡) = 0.
Resolução: separação de variáveis ou método do fator integrante. No segundo
caso, é importante notar que a fórmula de método do fator integrante passada
em aula não poderia ser usada, pois 𝑠(𝑡) = 0, então chegaríamos à solução 𝑦 = 0 ,
que não necessariamente seria verdadeira. A solução seria multiplicar cada um
dos termos da equação pelo fator integrante e separar as variáveis, mas isso
seria redundância. Você chegaria ao mesmo resultado se separasse as variáveis
logo de uma vez, e pouparia tempo.
1. 3: EDO de primeira ordem cujos coeficientes não são constantes e não
homogênea: 𝑦´ + 5𝑥 𝑦 = 4𝑥
Continua sendo linear, pois os termos que multiplicam y e y´ são funções que
dependem só de x. Solução: dividir tudo pelo termo que multiplica y´, pois o
coeficiente dele precisa ser 1 para a aplicação do fator integrante. Essa dica vale
sempre que o fator integrante for usado. OBS.: não são separáveis, porque 𝑠(𝑡)
não é igual a zero.
1. 4: EDO de primeira ordem cujos coeficientes não são constantes, e
homogênea: 𝑦´ + 5𝑥 𝑦 = 0
Solução: fator integrante ou separação de variáveis. O mesmo que acontece no
subitem 1.2 aconteceria aqui se a fórmula fosse aplicada, então você deve
simplesmente multiplicar tudo pelo fator integrante, caso opte por ele. Depois,
separe as variáveis e integre. Para entender por que este tipo é separável e a 1.3
não, tente resolver as duas só tentando separar variáveis (1), depois tente
resolver as duas multiplicando tudo pelo fator integrante e separando variáveis
em seguida (2).
Você chegará à conclusão de que as EDOs do tipo 1.3 não são separáveis, mas
as de tipo 1.4 sempre o são.
1. 5: EDO de segunda ordem com coeficientes constantes e homogênea:
𝑦´´ − 𝑦´ − 2𝑦 = 0

Solução: aplicação da equação característica, cujos coeficientes são os


coeficientes da EDO. Neste caso, 𝑟 2 − 𝑟 − 2 = 0, da qual encontraríamos 𝑦1 =
𝑒 −𝑥 𝑒 𝑦2 = 𝑒 2𝑥 . A solução da EDO homogênea é 𝑦ℎ = 𝐴𝑒 −𝑥 + 𝐵𝑒 2𝑥 , em que A e B
são constantes arbitrárias.
1. 6: EDO de segunda ordem com coeficientes constantes e não homogênea:
𝑦´´ − 𝑦´ − 2𝑦 = cos 𝑥

Nesse caso, a solução é dada pela soma da solução homogênea e da solução


particular. Para encontrar a particular, é usado o método dos coeficientes a
determinar (ou indeterminados) ou a variação de parâmetros.

2. EDO não linear: na LINEAR, o grau de y e suas derivadas é sempre 1. Na


NÂO LINEAR, o grau de pelo menos uma derivada de y ou da própria função y
é diferente de um. Nestas EDOs, podem aparecer termos como:
1
𝑒𝑦, 𝑦2, , (𝑦´)2 , cos(𝑦) , 𝑦 3 , 𝑒𝑡𝑐.
𝑦

2. 1: EDO não linear de primeira ordem não separável a ser resolvida por
substituição:
𝑑𝑥 −2𝑥
𝑦 = 𝑥 + 4𝑦𝑒 𝑦
𝑑𝑦
𝑑𝑥
Resolução: queremos isolar a derivada 𝑑𝑦 , então dividimos tudo por y, obtendo
−2𝑥
𝑑𝑥 𝑥
𝑑𝑦
= + 4𝑒
𝑦
𝑦 . Em seguida, supomos uma função 𝑣 = 𝑥𝑦 , e como a função y que
queremos encontrar foi derivada em relação a y, nós colocamos o y em
𝑑𝑥 𝑑𝑣
evidência: 𝑥 = 𝑣𝑦 𝑒 𝑑𝑦 = 𝑣 + 𝑦 𝑑𝑦 . Depois nós substituímos 𝑣 e o valor encontrado
𝑑𝑥
para 𝑑𝑦 na EDO, e podemos notar que com isso ela se transforma em uma EDO
separável. Após encontrarmos v, reverter a substituição para encontrar a função
realmente desejada.
2. 2: EDO de primeira ordem não separável e não linear a ser resolvida por
Bernoulli:
𝑦´ − 𝑦 = 𝑥𝑦 5

Em primeiro lugar, para saber se deve usar Bernoulli ou substituição, é só ver se


há na EDO uma razão entre x e y ou uma função y com um grau muito elevado.
Se for o primeiro caso, usamos substituição. No segundo caso, usamos
Bernoulli.
Em Bernoulli, procuramos uma função v que seja 𝑣 = 𝑦1−𝑛, em que n é o maior
−5
−1
grau de y. Nesse caso, 𝑣 = 𝑦1−5 = 𝑦 −4 . Então, 𝑦 = 𝑣 4 𝑒 𝑑𝑦 𝑣 𝑑𝑣 4
= − 4 𝑑𝑥. Substituímos
𝑑𝑥
𝑑𝑦
𝑣 𝑒 𝑑𝑥 na EDO e encontraremos uma EDO linear de primeira ordem, não
separável, a ser resolvida por fator integrante. Depois de encontrar v, devemos
reverter a substituição para encontrar y.
2. 3: EDO não linear de primeira ordem, separável:
(𝑦 2 + 1)𝑑𝑥 = 𝑦 sec 2 𝑥𝑑𝑦

Se dá para pôr tudo o que tem “x” para um lado e tudo o que tem “y” para o
outro, é só separar e integrar. Note: toda EDO separável é também homogênea.
2. 4: EDO não linear de primeira ordem exata:
(𝑦 cos 𝑥 + 2𝑥𝑒 𝑦 ) + (𝑠𝑒𝑛𝑥 + 𝑥 2 𝑒 𝑦 − 1)𝑦´ = 0

Note que a diferença desta EDO para a anterior é que a exata não é homogênea,
por isso ela não é separável. Você sempre verá funções 𝑓(𝑥, 𝑦) nessas EDOS,
lembre-se disso para diferenciá-las. Para resolver, note que a equação é 𝜑𝑥 +
𝜑𝑦𝑦´ = 0 , em que 𝜑𝑥 𝑒 𝜑𝑦 são derivadas parciais de uma mesma 𝜑(𝑥, 𝑦).

Então, integre 𝜑𝑥 em relação a x e derive em relação a y. Na hora de integrar,


vai aparecer uma função ℎ(𝑦), que nós supomos existir e só depender de y pois,
ao derivá-la, o resultado disso seria zero. Ao igualar a derivada parcial
(relacionada a y) dessa integral com 𝜑𝑦 , encontraremos ℎ(𝑦). A função 𝜑(𝑥, 𝑦)
será igual à integral de 𝜑𝑥 somada com ℎ(𝑦).

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