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Equações de Cauchy-Euler
Qualquer equação diferencial da forma:
𝑑𝑛 𝑦 𝑑𝑛−1 𝑦 𝑑2 𝑦 𝑑𝑦
𝑎𝑛 𝑥 𝑛 𝑛
+ 𝑎𝑛−1 𝑥 𝑛−1
𝑛−1
+ ⋯ + 𝑎2 𝑥 2
2
+ 𝑎1 𝑥 + 𝑎0 𝑦 = 𝑔(𝑥)
𝑑𝑥 𝑑𝑥 𝑑𝑥 𝑑𝑥
Em que 𝑎𝑛 , 𝑎𝑛−1 , … , 𝑎2 , 𝑎1 , 𝑎0 são constantes, é chamada de equação de Cauchy-Euler ou equação
equidimensional. A característica desse tipo de equação diferencial é que o grau de cada coeficiente
monomial coincide com a ordem de derivação:
𝑦 = 𝑥𝑚
𝑑𝑦
= 𝑚𝑥 𝑚−1
𝑑𝑥
𝑑2 𝑦
= 𝑚(𝑚 − 1)𝑥 𝑚−2
𝑑𝑥 2
Consequentemente, para uma equação diferencial de ordem dois homogênea, tem-se:
𝑑2 𝑦 𝑑𝑦
𝑎2 𝑥 2 2
+ 𝑎1 𝑥 + 𝑎0 𝑦 = 0
𝑑𝑥 𝑑𝑥
Assim:
𝑎2 𝑚(𝑚 − 1) + 𝑎1 𝑚 + 𝑎0 = 0
Existem três casos a serem considerados, dependendo das raízes dessa equação: raízes reais e distintas,
raízes reais e iguais, raízes complexas conjugadas.
6
Sejam 𝑚1 e 𝑚2 as raízes reais e distintas da equação auxiliar, então, o conjunto fundamental de soluções é:
𝑦1 = 𝑥 𝑚1
𝑦2 = 𝑥 𝑚2
E a solução geral é:
𝑦 = 𝑐1 𝑥 𝑚1 + 𝑐2 𝑥 𝑚2
Sejam 𝑚1 = 𝑚2 as raízes reais e iguais da equação auxiliar, então, o conjunto fundamental de soluções é:
𝑦1 = 𝑦2 = 𝑥 𝑚1
Para obter duas soluções linearmente independentes deve-se obter a segunda solução da equação
diferencial 1 𝑦 ′′ + 𝑝(𝑥)𝑦 ′ + 𝑞(𝑥)𝑦 = 0 baseado em uma solução conhecida 𝑦1 (𝑥) é dada por:
𝑒 − ∫ 𝑝(𝑥)𝑑𝑥
𝑦2 (𝑥) = 𝑦1 (𝑥). ∫ 2 𝑑𝑥
(𝑦1 (𝑥))
𝑦 = 𝑐1 𝑥 𝑚1 + 𝑐2 𝑥 𝑚1 ln 𝑥
7
𝑑2 𝑦 𝑑𝑦
𝑎2 𝑥 2 + 𝑎1 𝑥 + 𝑎0 𝑦 = 𝑔(𝑥)
𝑑𝑥 2 𝑑𝑥
A solução é dada por:
𝑦𝑔 = 𝑦ℎ + 𝑦𝑝
Nesse caso, é necessário usar o método de variação de parâmetros para encontrar a solução particular 𝑦𝑝 .
Observação: O método de coeficientes indeterminados não pode ser utilizado em equações de Cauchy-Euler
pois não tem coeficientes constantes na equação.
𝑑2 𝑦 𝑎1 𝑥 𝑑𝑦 𝑎0 𝑔(𝑥)
𝟏 + + 𝑦=
𝑑𝑥2 𝑎2 𝑥2 𝑑𝑥 𝑎2 𝑥2 𝑎2 𝑥2
Tem-se:
𝑑2 𝑦 𝑑𝑦
2
+ 𝑃(𝑥) + 𝑄(𝑥)𝑦 = 𝑓(𝑥)
𝑑𝑥 𝑑𝑥
Note que o termo não homogêneo a ser considerado é 𝑓(𝑥). A solução particular é dada por:
𝑦𝑝 = 𝑢1 𝑦1 + 𝑢2 𝑦2
𝑊1 𝑊2
Onde 𝑢1′ = e 𝑢2′ =
𝑊 𝑊
Onde:
𝑦1 𝑦2 0 𝑦2 𝑦 0
𝑊 = |𝑦 ′ 𝑦2 ′| 𝑊1 = | | 𝑊2 = | 1 |
1 𝑓(𝑥) 𝑦2 ′ 𝑦1 ′ 𝑓(𝑥)
𝑑2 𝑦 𝑑2 𝑦 𝑑𝑦
𝑥2. = −
𝑑𝑥 2 𝑑𝑡 2 𝑑𝑡
𝑑𝑦 𝑑𝑦
𝑥. =
𝑑𝑥 𝑑𝑡
Assim, obtém-se uma equação diferencial com coeficientes constantes que pode ser resolvida usando a
solução 𝑦 = 𝑒 𝑚𝑥 .
𝑥 2 𝑦 ′′ − 2𝑥𝑦 ′ + 2𝑦 = 𝑥 3
Exemplo 9: Transformar a equação diferencial dada em uma equação diferencial linear fazendo 𝑧 = 𝑥 − 3:
1
(𝑥 − 3)2 𝑦 ′′ + (𝑥 − 3)𝑦 ′ =
ln(𝑥 − 3)
11
Exercícios:
b) 𝑥 2 𝑦 ′′ − 3𝑥𝑦 ′ − 4𝑦 = 0
5 5
c) 𝑥 2 𝑦 ′′ + 2 𝑥𝑦 ′ − 2 𝑦 = 0
a) 𝑥 2 𝑦 ′′ + 𝑥𝑦 ′ + 4𝑦 = 0, 𝑥 > 0
c) 𝑥 2 𝑦 ′′ + 2𝑥𝑦 ′ + 𝑦 = 𝑥 ln 𝑥, 𝑥 > 0
d) (𝑥 + 1)𝑦 ′′ + 2𝑦 ′ = 𝑥, 𝑥 > 0
Respostas:
1.
1 3
a) 𝑦 = 𝐶1 𝑥 2 + 𝐶2 𝑥 2
b) 𝑦 = 𝐶1 𝑥 2+2√2 + 𝐶2 𝑥 2−2√2 𝑦 =
5
c) 𝑦 = 𝐶1 𝑥 + 𝐶2 𝑥 −2
2.
a) 𝑦 = 𝐶1 cos(2 ln 𝑥) + 𝐶2 sen(2 ln 𝑥)
b) 𝑦 = 𝐶1 (1 − 𝑥) + 𝐶2 (1 − 𝑥) ln(1 − 𝑥) + (1 − 𝑥 2 ) + 1 − (1 − 𝑥) ln2 (1 − 𝑥)
1
1 √3 √3
c) 𝑦 = 3 𝑥(1 − ln 𝑥) + 𝑥 −2 (𝐶1 cos ( 2 ln 𝑥) + 𝐶2 sen ( 2 ln 𝑥))
−1 1
d) 𝑦 = 𝑥+1 (𝐶1 + 𝐶2 − 6 𝑥 3 )
15 1 1
e) 𝑦 = 16 𝑥 2 + 16 𝑥 −2 + 4 𝑥 2 ln 𝑥
13
Sequências
Definição: Uma sequência infinita de números reais é uma função dos naturais nos reais que associa a
cada número natural 𝑛 um único real 𝑥𝑛 através da relação (𝑛) = 𝑥𝑛 .
∶ℕ⟶ℝ
Em símbolos: {
𝑛 ↦ 𝑥𝑛 = (𝑛)
Representa-se uma sequência através de (𝑥1 , 𝑥2 , 𝑥3 , . . . , 𝑥𝑛 , … ) ou (𝑥𝑛 )𝑛ℕ ou (𝑥𝑛 ). O termo 𝑥𝑛 é chamado
de termo geral da sequência.
Atenção para não confundir a sequência (𝑥𝑛 )𝑛ℕ com o conjunto dos elementos da sequência: 𝑋 = (𝑛) =
{𝑥𝑛 /𝑛 ∈ ℕ}, por exemplo, o conjunto dos elementos da sequência infinita ((−1)𝑛 )𝑛ℕ =
(−1,1, −1,1, −1,1, … ) é o conjunto finito 𝑋 = {−1,1}.
Definição: Duas sequências (𝑥𝑛 ) e (𝑦𝑛 ) de números reais são iguais se 𝑥𝑛 = 𝑦𝑛 , para todo 𝑛.
Definição: Dada uma sequência (𝑥𝑛 ) com 𝑥𝑛 = (𝑛), uma subsequência de (𝑥𝑛 ) é uma restrição da função
(𝑛) a um subconjunto ℕ’ = {𝑛1 , 𝑛2 , 𝑛3 , … } ordenado e infinito de ℕ. Representa-se por (𝑥𝑛 )𝑛∈ℕ′ ou
(𝑥𝑛1 , 𝑥𝑛2 , 𝑥𝑛3 , … ).
Observação: Formalmente, uma subsequência não é uma sequência, pois seu domínio não é o conjunto dos
naturais. Mas, pode-se redefinir cada subsequência como sendo uma nova sequência, pois o conjunto dos
naturais é ilimitado superiormente.
1 1 1 1 1
Exemplo 3: Dada a sequência (1, 3, 2 , 3, 3 , 3, 4 , 3, 5 , 3, 6 , … ), pode-se destacar duas de suas subsequências.
1 1 1 1 1
A sequência constante (3, 3, 3, … )𝑛 é 𝑝𝑎𝑟 e (1, 2 , 3 , 4 , 5 , 6 , … ) .
𝑛 é 𝑖𝑚𝑝𝑎𝑟
1
Tais subsequências também podem ser interpretadas como sendo as sequências (3)𝑛∈ℕ e (𝑛) .
𝑛∈ℕ
14
Definição: Diz-se que uma sequência (𝑥𝑛 ) é limitada se o conjunto de seus termos for limitado. Isto é, quando
existem dois números reais 𝑚 e 𝑀 tais que 𝑚 𝑥𝑛 𝑀 para todo 𝑛 ∈ ℕ.
Uma sequência (𝑥𝑛 ) é limitada inferiormente se existir um número real 𝑚 tal que 𝑚 𝑥𝑛 para todo 𝑛 ∈ ℕ.
Analogamente, (𝑥𝑛 ) é limitada superiormente se existir um número real 𝑀 tal que 𝑥𝑛 𝑀 para todo 𝑛 ∈ ℕ.
𝑛 𝑛
Exemplo 4: A sequência (𝑛+1) é limitada pois vale que 0 𝑛+1
1 para todo 𝑛 ∈ ℕ.
1 2 3 𝑛
Ou seja, 𝑋 = {2 , 3 , 4 , … , 𝑛+1 , … } ⊂ [0,1].
Proposição: A sequência (𝑥𝑛 ) é limitada se, e só se, existe um número real 𝑀 > 0 tal que |𝑥𝑛 | ≤ 𝑀 para
todo 𝑛 ∈ ℕ.
1
Exemplo 5: A sequência (𝑛) é monótona e decrescente. De fato, para todo 𝑛 ∈ ℕ, tem-se que 𝑛 < 𝑛 + 1.
Logo, para todo 𝑛 ∈ ℕ, tem-se:
1 1
𝑥𝑛 = > = 𝑥𝑛+1
𝑛 𝑛+1
𝑛
Exemplo 6: A sequência (𝑛+1) é monótona e crescente pois, para todo 𝑛 ∈ ℕ, tem-se que:
𝑛 𝑛+1
𝑥𝑛 = < = 𝑥𝑛+1
𝑛+1 𝑛+2
Definição: Diz-se que uma sequência (𝑥𝑛 ) é convergente se dado um número real > 0, existe em
correspondência um número natural 𝑛0 tal que se 𝑛 > 𝑛0 , todos os demais termos 𝑥𝑛 da sequência
pertencem a uma vizinhança de raio do ponto 𝑎.
Definição: Diz-se que o número real 𝑎 é o limite da sequência (𝑥𝑛 ), quando 𝑛 tende ao infinito, e denota-se
por 𝑙𝑖𝑚 𝑥𝑛 = 𝑎 se, para todo número real > 0 for possível encontrar um número natural 𝑛0 tal que
𝑛→∞
|𝑥𝑛 − 𝑎| < , sempre que 𝑛 > 𝑛0 . Em símbolos:
Teorema: A sequência (𝑥𝑛 ) converge para o número real 𝑎 se, e só se, 𝑙𝑖𝑚 𝑥𝑛 = 𝑎.
𝑛→∞
Corolário: Se a sequência (𝑥𝑛 ) converge para 𝑎, então toda subsequência de (𝑥𝑛 ) converge para 𝑎.
Observação: A recíproca não é verdadeira. Ou seja, a sequência ((−1)𝑛 ) = (−1,1−1,1, −1, … ) é limitada, mas
não é convergente.
1−𝑎𝑛+1
Exemplo 10: Seja 𝑠𝑛 = 1 + 𝑎 + 𝑎2 + 𝑎3 + ⋯ + 𝑎𝑛 = 1−𝑎
, para todo 𝑛ℕ, a sucessão de somas parciais
de uma PG de razão 𝑎.
Considere 𝑎 > 1, para 𝑎 = 2, tem-se (3,7,15,31, … , 𝑠𝑛 ). Nesse caso, a sequência (𝑠𝑛 ) é diverge, pois é
crescente e ilimitada.
1 3 7 15 31
Considere 0 < 𝑎 < 1, para 𝑎 = 2 tem-se (𝑠𝑛 ) = (2 , 4 , , , ⋯ , 𝑠𝑛 , ⋯ ).
8 16
Nesse caso, a sequência (𝑠𝑛 ) é
1 1
crescente e limitada, pois 0 < 𝑠𝑛 < 1−𝑎
para todo 𝑛. Logo, é convergente e converge para 1−𝑎.
Teorema: Se lim 𝑥𝑛 = 0 e (𝑦𝑛 ) é uma sequência limitada, então lim 𝑥𝑛 . 𝑦𝑛 = 0, mesmo que lim 𝑦𝑛 = ∄.
EXERCÍCIOS
1) Construa uma sequência que contenha uma subsequência convergente e outra divergente.
2) Leonardo Fibonacci ou Leonardo de Pisa (1170-1230) ao estudar o número de descendentes que um casal
de coelho poderia gerar até a geração n, chegou à seguinte sucessão: 𝑥1 = 1, 𝑥2 = 1 e, indutivamente:
𝑥𝑛+2 = 𝑥𝑛+1 + 𝑥𝑛
a) Descreva os oito primeiros termos dessa sequência.
(𝑎 𝑛 −𝑏𝑛 ) (1+√5) (1−√5)
b) Mostre que o enésimo termo é dado por 𝑥𝑛 = , em que 𝑎 = e𝑏 = .
√5 2 2
𝑥𝑛+1
c) Defina a nova sequência (𝑦𝑛 ) em que 𝑦𝑛 = 𝑥𝑛
.
𝑒) 𝑎𝑛 → 0, 𝑠𝑒 0 < 𝑎 < 1
𝑛 + (−1)𝑛
𝑐) 𝑥𝑛 =
𝑛 − (−1)𝑛
1
𝑑) 𝑥𝑛 =
𝑛2
1
𝑒) 𝑥𝑛 =
2𝑛
𝑓) 𝑥𝑛 = √𝑛 + 1 − √𝑛
𝑔) 𝑥𝑛 = √𝑛2 + 1 − √𝑛 + 1
18
ℎ) 𝑥𝑛 = 𝑛
1 1 1 (−1)𝑛+1
𝑖) (1, − , , − , … ,…)
2 3 4 𝑛
𝑛
𝑗) 𝑥𝑛 = √𝑎
3𝑛2 − 4𝑛
𝑙) 𝑥𝑛 =
5𝑛2 + 6𝑛 + 7
2𝑛 − 3 4
𝑚) 𝑥𝑛 = ( )
3𝑛 − 7
4 − 2𝑛 − 3𝑛2
𝑚) 𝑥𝑛 =
2𝑛2 + 𝑛
1 + 2𝑛
𝑛) 𝑥𝑛 =
1 + 3𝑛
1 1 1 1
𝑜) 𝑥𝑛 = + + + ⋯+ 𝑛
2 4 8 2
𝑛2 𝑛2 1
𝑎) lim ( − )=
2𝑛 − 1 2𝑛 + 1 2
1⁄
𝑏) lim (2𝑛 + 3𝑛 ) 𝑛 =3
𝑛(𝑛 + 2) 𝑛3
𝑐) lim ( − 2 )=1
3𝑛 + 7 𝑛 +1
√3𝑛2 + 5𝑛 + 4 √3
𝑑) lim =
2𝑛 − 7 2
1
e) lim (√𝑛2 + 𝑛 − 𝑛) =
2
3
(3 − √𝑛)(√𝑛 + 2) 1
𝑓) lim √ =−
8𝑛 − 4 2
1 + 2.10𝑛 2
g) lim =
5 + 3.10𝑛 3
3 𝑛
ℎ) lim ( ) = 0
4
1⁄
i) lim 3 𝑛
1⁄
2 𝑛
𝑗) lim ( ) =1
3
19
Séries
Definição: Dada uma sequência 𝑎1 , 𝑎2 , 𝑎3 , … , 𝑎𝑛 , … , de infinitos números reais, chama-se série a soma
desses infinitos números, indicado por:
∞
∑ 𝑎𝑛 = 𝑎1 + 𝑎2 + 𝑎3 + ⋯ + 𝑎𝑛 + ⋯
𝑛=1
Observações:
i. A soma não precisa começar com 𝑛 = 1, pode começar com qualquer número 𝑘 ∈ ℕ.
ii. O termo representado por 𝑎𝑛 é chamado de termo geral da série.
iii. A série é sempre uma soma de infinitas parcelas.
∞
1 1 1 1 1 1 1
𝑏) ∑ = 1 + + + + + + +⋯
2𝑛 2 4 8 16 32 64
𝑛=0
𝑐) ∑ 𝑛 = 1 + 2 + 3 + 4 + 5 + 6 + ⋯
𝑛=1
∞
1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1
𝑑) ∑ = + + + + + +⋯=1+1+ + + + +⋯
𝑛! 0! 1! 2! 3! 4! 5! 2 6 24 120
𝑛=0
∞
1 1 1 1 1
𝑒) ∑ =1+ + + + +⋯
𝑛 2 3 4 5
𝑛=1
𝑓) ∑ 𝑎𝑛 = 1 + 𝑎 + 𝑎2 + 𝑎3 + 𝑎4 + 𝑎5 + ⋯
𝑛=0
Exemplo 2: Determine o termo geral das seguintes somas infinitas e descreva a série na notação de
somatório:
∞
1 2 3 4 5 6 7 8 𝑛
𝑎) + + + + + + + + ⋯ = ∑
2 3 4 5 6 7 8 9 𝑛+1
𝑛=1
∞ ∞
𝑏) 1 + 3 + 5 + 7 + 9 + 11 + 13 + 15 + ⋯ = ∑(2𝑛 − 1) = ∑(2𝑛 + 1)
𝑛=1 𝑛=0
20
Definição: Chamam-se somas parciais de uma série an a uma sequência de números reais, indicada por
n =1
(𝑆𝑛 ), cujos termos são formados do seguinte modo:
𝑆1 = 𝑎1 ,
𝑆2 = 𝑎1 + 𝑎2 ,
𝑆3 = 𝑎1 + 𝑎2 + 𝑎3 ,
𝑆4 = 𝑎1 + 𝑎2 + 𝑎3 + 𝑎4 ,
…
𝑆𝑛 = 𝑎1 + 𝑎2 + 𝑎3 + 𝑎4 + ⋯ + 𝑎𝑛 .
𝑏) ∑(2𝑛 − 1) = 1 + 3 + 5 + 7 + 9 + 11 + 13 + 15 + ⋯
𝑛=1
𝑆1 = 1
𝑆2 = 1 + 3 = 4 = 22
𝑆3 = 1 + 3 + 5 = 9 = 32
𝑆4 = 1 + 3 + 5 + 7 = 16 = 42
𝑆5 = 1 + 3 + 5 + 7 + 9 = 25 = 52
…
𝑆𝑛 = 𝑛2
21
Definição: Seja ∑∞
𝑛=1 𝑎𝑛 uma série com a sequência de somas parciais (𝑆𝑛 ). Se existir o limite:
e for finito, diz-se que a série é convergente e o limite 𝑆 é a soma da série. Escreve-se:
∞
𝑆 = ∑ 𝑎𝑛 = 𝑎1 + 𝑎2 + 𝑎3 + ⋯ + 𝑎𝑛 + ⋯
𝑛=1
Se o limite da sequência de somas parciais for infinito ou não existir, a série é divergente.
Determinando o limite:
𝑛
𝑙𝑖𝑚 𝑆𝑛 = 𝑙𝑖𝑚 =1
𝑛→∞ 𝑛→∞ 𝑛 + 1
𝑏) ∑(2𝑛 − 1) = 1 + 3 + 5 + 7 + 9 + 11 + 13 + 15 + ⋯
𝑛=1
𝑆1 = 1
𝑆2 = 1 + 3 = 4 = 22
𝑆3 = 1 + 3 + 5 = 9 = 32
𝑆4 = 1 + 3 + 5 + 7 = 16 = 42
𝑆5 = 1 + 3 + 5 + 7 + 9 = 25 = 52
… 𝑆𝑛 = 𝑛2
A sequência de somas parciais é dada por 𝑆𝑛 = 𝑛2 .
Logo, diverge.
𝑐) ∑ 𝑎𝑛 = 1 + 𝑎 + 𝑎2 + 𝑎3 + 𝑎4 + 𝑎5 + ⋯
𝑛=0
Solução: A série geométrica tem esse nome devido aos seus termos formarem um Progressão Geométrica
1−𝑎 𝑛+1
de razão 𝑎. A sequência de somas parciais é dada pela fórmula da soma de uma PG, isto é, 𝑆𝑛 = .
1−𝑎
1−𝑎𝑛+1 1 1
Logo, 𝑙𝑖𝑚 𝑆𝑛 = 𝑙𝑖𝑚 = 1−𝑎 e, converge, pode-se escrever que ∑∞ 𝑛
𝑛=0 𝑎 = 1−𝑎 para |𝑎| < 1.
𝑛→∞ 𝑛→∞ 1−𝑎
23
𝑎) ∑(𝑎𝑛 ± 𝑏𝑛 ) = ∑ 𝑎𝑛 ± ∑ 𝑏𝑛 = 𝐴 ± 𝐵
𝑛=1 𝑛=1 𝑛=1
∞ ∞
𝑏) ∑ 𝐾𝑎𝑛 = 𝐾 ∑ 𝑎𝑛 = 𝐾𝐴
𝑛=1 𝑛=1
∞ ∞
𝑐) ∑ 𝑎𝑛 = 𝑎1 + 𝑎2 + ⋯ + 𝑎𝑘 + ∑ 𝑎𝑛
𝑛=1 𝑛=𝑘
Prova: Supondo que a série seja convergente com soma 𝑆, ∑ 𝑎𝑛 = 𝑎1 + ⋯ + 𝑎𝑛−1 + 𝑎𝑛 + ⋯ = 𝑆. Então,
𝑆 = 𝑙𝑖𝑚 𝑆𝑛 e, evidentemente, 𝑆 = 𝑙𝑖𝑚 𝑆𝑛−1 .
𝑛→∞ 𝑛→∞
CRITÉRIOS DE CONVERGÊNCIA/DIVERGÊNCIA
Nem todas as séries admitem uma expressão simples para o termo geral de suas somas parciais. Para essas
séries, deve-se usar outros critérios.
Dada a série ∑∞
𝑛=1 𝑎𝑛 , cujo termo geral é 𝑎𝑛 . Se 𝑙𝑖𝑚 𝑎𝑛 ≠ 0 então a série diverge.
𝑛→∞
Se 𝑙𝑖𝑚 𝑎𝑛 = 0, nada pode se concluir pois existem séries convergentes e séries divergentes com 𝑙𝑖𝑚 𝑎𝑛 = 0.
𝑛→∞ 𝑛→∞
Exemplo 5: Usando o critério do termo geral, avalie a convergência das seguintes séries:
∞
𝑛
𝑎) ∑
𝑛+1
𝑛=1
∞
1
𝑏) ∑
2𝑛
𝑛=0
24
Dada a série ∑∞
𝑛=1 𝑎𝑛 de termos positivos. Se existir uma função 𝑓(𝑥) tal que:
i. 𝑓(𝑛) = 𝑎𝑛
ii. 𝑓(𝑥) é contínua e decrescente no intervalo [1, ∞)
∞
Então, a série ∑∞
𝑛=1 𝑎𝑛 converge ou diverge conforme a integral indefinida ∫1 𝑓(𝑥)𝑑𝑥 seja convergente ou
divergente.
Exemplo 6: Usando o critério da integral, avalie a convergência / divergência das seguintes séries:
∞
1
𝑎) ∑
𝑛2
𝑛=1
∞
1
𝑏) ∑
𝑛
𝑛=1
∞
1
𝑐) ∑
𝑛𝑝
𝑛=1
Solução:
1 1
i. A função escolhida é 𝑓(𝑥) = 𝑥 𝑝 pois 𝑓(𝑛) = 𝑛𝑝.
𝑝
ii. A derivada é 𝑓′(𝑥) = − 𝑥 𝑝+1 que existe (é contínua) e é negativa (decrescente) em [1, ∞).
𝑏
∞ ∞ 𝑑𝑥 𝑏 𝑥 −𝑝+1 1 1
Integrando, tem-se: ∫1 𝑓(𝑥)𝑑𝑥 = ∫1 𝑥𝑝
𝑑𝑥 = 𝑙𝑖𝑚 ∫1 𝑥 −𝑝 𝑑𝑥 = 𝑙𝑖𝑚 [ −𝑝+1 ] = 𝑙𝑖𝑚 [1−𝑝 − (1−𝑝)𝑏𝑝−1 ] = 𝐿
𝑏→∞ 𝑏→∞ 1 𝑏→∞
1
se 𝑝 > 1
𝐿 = {1 − 𝑝
∞ se 𝑝 ≤ 1
CRITÉRIO DA COMPARAÇÃO
𝑛=1 𝑎𝑛 e ∑𝑛=1 𝑏𝑛 , duas séries de termos positivos e tais que 𝑎𝑛 𝑏𝑛 para todo 𝑛 1.
Dadas as séries ∑∞ ∞
Então,
i. Se ∑∞ ∞
𝑛=1 𝑏𝑛 for convergente então ∑𝑛=1 𝑎𝑛 também é convergente.
A escolha da série comparável é baseada sempre em relação ao termo dominante da série dada e tal que
verifique a relação:
1 1
𝑎𝑛 𝑏𝑛 ⇔ ≤
𝑏𝑛 𝑎𝑛
Exemplo 7: Usando o critério da comparação, avaliar a convergência (divergência) das seguintes séries:
∞
1
𝑎) ∑
𝑛2 − 1
𝑛=2
1 2
Solução: O termo dominante do denominador é n2. Tomando n2 − 1 n2/2 ⇔ 𝑎𝑛 = 2 ≤ 2 = 𝑏𝑛 , para
𝑛 −1 𝑛
2 2
todo n 2. Como a série ∑∞ ∞
𝑛=1 𝑛2 = 2 + ∑𝑛=2 𝑛2 converge, a série do segundo membro também converge.
1
Logo, por (i). pode-se concluir que n 2 − 1 também converge.
n=2
∞
1
𝑏) ∑
𝑛=0
√𝑛2 +1
∞
1
𝑐) ∑
𝑛2 +1
𝑛=1
26
O critério da comparação para limites segue as mesmas normas do critério da comparação simples. A
diferença é que em lugar de provar a desigualdade, utiliza-se o limite.
Exemplo 8: Usando o critério da comparação para limites, avaliar a convergência das seguintes séries:
∞
1
𝑎) ∑
𝑛2 −1
𝑛=2
1
Solução: O termo majorante do denominador é 𝑛2 e ∑∞
𝑛=1 𝑛2 é convergente. Então,
𝑎𝑛 1/(𝑛2 − 1) 𝑛2
𝑙𝑖𝑚 = 𝑙𝑖𝑚 = 𝑙𝑖𝑚 =1
𝑛→∞ 𝑏𝑛 𝑛→∞ 1/𝑛2 𝑛→∞ 𝑛 2 − 1
∞
1
𝑏) ∑
2𝑛 − 1
𝑛=1
27
O critério da razão é muito útil para séries que apresentam fatoriais, exponenciais ou potências em 𝑛.
∞
2𝑛 − 1
𝑏) ∑
2𝑛
𝑛=1
∞
1
𝑐) ∑
𝑛2 +1
𝑛=1
28
Dada a série ∑∞ 𝑛
𝑛=1 𝑎𝑛 de termos positivos e tal que existe o 𝑙𝑖𝑚 √𝑎𝑛 = 𝐿. Então, a série:
𝑛→∞
O critério da raiz é em critério a ser usado quando o termo geral apresenta potência ou exponencial n.
Exemplo 10: Usando o critério de Cauchy, investigue a convergência das seguintes séries:
∞ 𝑛2
𝑛
𝑎) ∑ ( )
𝑛+1
𝑛=1
∞
3𝑛 − 1 𝑛
𝑏) ∑ ( )
2𝑛 + 4
𝑛=1
29
SÉRIES ALTERNADAS
∑(−1)𝑎𝑛 = (−1) ∑ 𝑎𝑛
𝑛=1 𝑛=1
∑(−1)𝑛+1 𝑎𝑛 = 𝑎1 − 𝑎2 + 𝑎3 − 𝑎4 + 𝑎5 ± ⋯ 𝑜𝑢 ∑(−1)𝑛 𝑎𝑛 = − 𝑎1 + 𝑎2 − 𝑎3 + 𝑎4 − 𝑎5 ± ⋯
𝑛=1 𝑛=1
b) 𝑙𝑖𝑚 𝑎𝑛 = 0
𝑛→∞
(−1)𝑛+1
Exemplo 11: Verifique que a série ∑∞
𝑛=1 converge.
𝑛
CONVERGÊNCIA ABSOLUTA
(−1)𝑛+1 1
Exemplo 12: A série ∑∞
𝑛=0 𝑛2 +1
é absolutamente convergente pois ∑∞
𝑛=0 𝑛2 +1 é convergente.
(−1)𝑛+1 1
Exemplo 13: A série ∑∞
𝑛=1 𝑛
é condicionalmente convergente pois ∑∞
𝑛=1 𝑛 é divergente.
EXERCÍCIOS
3
𝑖) ∑
4𝑛−1
∞
𝑛−1
𝑗) ∑
𝑛!
𝑛=2
3) Chama-se série harmônica, em geral, toda série cujos inversos de seus termos formam uma progressão
1
aritmética, isto é, toda série da forma: ∑∞
𝑛=1 , 𝑟 0. Demonstre que uma tal série é divergente.
𝑎+𝑛𝑟
31
4) Mostre que
∞
1 1
∑ =
(𝑎 + 𝑛)(𝑎 + 𝑛 + 1) 𝑎
𝑛=0
𝑎) ∑ 𝑒 −𝑛
2
𝑏) ∑ 𝑛𝑒 −𝑛
𝑐) ∑ 𝑛𝑒 −𝑛
𝑑) ∑ 𝑛𝑘 𝑒 −𝑛
1
𝑐) ∑
√𝑛3 +1
1
𝑑) ∑ 3
2
√𝑛 + 1
(𝑛!)2
𝑒) ∑
(2𝑛)!
𝑎𝑛
𝑓) ∑ 2 , 𝑎 > 0
2𝑛
∞
1
𝑔) ∑
(𝑙𝑛 𝑛)2
𝑛=2
ℎ) ∑ 𝑛𝑘 𝑎𝑛 , 0 < 𝑎 < 1
√𝑛
𝑖) ∑
2𝑛
1
𝑗) ∑
𝑛√𝑛
√𝑛 + 1 − √𝑛
𝑘) ∑
√𝑛
32
7) Verifique, em cada um dos seguintes exercícios, se a série dada é convergente. Em caso afirmativo, se
absoluta ou condicionalmente.
𝑐𝑜𝑠 3 𝑛
𝑎) ∑
𝑛2 + 1
(−1)𝑛 𝑛
𝑏) ∑
𝑛2 + 1
(−1)𝑛 √𝑛
𝑐) ∑
𝑛+1
𝑐𝑜𝑠 𝑘 − sen𝑘
𝑑) ∑
𝑘√𝑘
∞
(−1)𝑛
𝑒) ∑
𝑙𝑛 𝑛
𝑛=2
[2𝑛 − (−3)𝑛 ]
𝑓) ∑
(2𝑛)! − 𝑛!
∞
𝑛+1
𝑔) ∑(−1)𝑛
𝑛=1
(𝑛 + 1)√𝑛 + 1 − 1
(𝑛!)2
ℎ) ∑ 𝑐𝑜𝑠 𝑛
(2𝑛)!
1+𝑛 (−1)𝑛 −𝑛
9) Formar a soma das séries ∑∞
𝑛=1 e ∑∞
𝑛=1 . Será ela convergente?
3𝑛 3𝑛
1 1
10) Formar a diferença das séries divergentes ∑∞ ∞
𝑛=1 2𝑛−1 e ∑𝑛=1 2𝑛 e, analisar sua convergência.
33
∑(𝑎𝑖 + 𝑏𝑖 ) = ∑ 𝑎𝑖 + ∑ 𝑏𝑖
𝑖=𝑚 𝑖=𝑚 𝑖=𝑚
𝑛 𝑛
∑(𝑘𝑎𝑖 ) = 𝑘 ∑ 𝑎𝑖
𝑖=𝑚 𝑖=𝑚
PROPRIEDADES:
Sejam 𝑚 𝑒 𝑛 ∈ ℕ, e 𝑎𝑖 ∈ ℝ, para 𝑖 = 𝑚, 𝑚 + 1, … , 𝑛 tem-se:
𝑛 𝑛+𝑝
∑ 𝑎𝑘 = ∑ 𝑎𝑘−𝑝
𝑘=𝑚 𝑘=𝑚+𝑝
𝑛 −𝑚
∑ 𝑎𝑘 = ∑ 𝑎−𝑘
𝑘=𝑚 𝑘=−𝑛
NOTAÇÃO PI MAIÚSCULO
O produtório é denotado por Π (pi maiúsculo), sendo essa a décima sexta letra do alfabeto grego.
A notação utilizada para representar o produtório de termos similares é o pi maiúsculo. Dada uma sequência,
o produtório é definido como:
𝑘
∏ 𝑎𝑛 = 𝑎𝑖 . 𝑎𝑖+1 . … . 𝑎𝑘
𝑛=𝑖
Onde 𝑛 é o índice do produtório; 𝑎𝑛 é uma variável indexada que representa cada termo do produtório; 𝑖 é
o índice inicial (ou limite inferior), e 𝑘 é o índice final (ou limite superior).
34
EXERCÍCIOS:
1) Some as séries, formando uma única série, deixando uma única potência de t:
∞ ∞
𝑡𝑛 𝑡𝑛
𝑎) ∑ +∑
(2𝑛)! (𝑛)!
𝑛=0 𝑛=1
∞ ∞
𝑡 2𝑛 𝑡𝑛
𝑏) ∑ +∑
2𝑛 𝑛
𝑛=1 𝑛=1
∞ ∞
𝑡 𝑛−1 𝑡𝑛
𝑐) ∑ + ∑(−1)𝑛
𝑛−1 𝑛(𝑛 − 1)
𝑛=2 𝑛=1
2) Resolvas a multiplicação, deixando todos os elementos dentro da série e uma única potência de t:
∞
𝑡𝑛
𝑎)𝑡. ∑
𝑛!
𝑛=0
∞
2
2𝑛 𝑡 𝑛
𝑏)𝑡 . ∑
(𝑛 + 1)(𝑛 + 2)
𝑛=0
∞
2 ).
(−1)𝑛 𝑡 2𝑛
𝑐)(1 + 𝑡 + 𝑡 ∑
(2𝑛)!
𝑛=0
𝑎) ∑ 𝑛 = ∑ 𝑛33
𝑛=0 𝑛=1
100 100
𝑏) ∑(3 + 𝑛) = 3 + ∑ 𝑛
𝑛=0 𝑛=0
200 200
𝑐) ∑(3𝑛) = 3 ∑ 𝑛
𝑛=1 𝑛=1
12 12 3
𝑑) ∑ 𝑛3 = (∑ 𝑛)
𝑛=0 𝑛=1
100 100
𝑒) ∑(3 + 𝑛) = 300 + ∑ 𝑛
𝑛=1 𝑛=1
Respostas:
3. V F V F V
35
Séries de Potência
Uma série de potências com centro em 𝑥0 é uma expressão da forma:
∞
∑ 𝑎𝑛 (𝑥 − 𝑥0 )𝑛 = 𝑎0 + 𝑎1 (𝑥 − 𝑥0 ) + 𝑎2 (𝑥 − 𝑥0 )2 + 𝑎3 (𝑥 − 𝑥0 )3 + 𝑎4 (𝑥 − 𝑥0 )4 + ⋯
𝑛=0
∑ 𝑛𝑥 𝑛
𝑛=0
Considere a função 𝑓 definida pela série de potências em (𝑥– 𝑥0 ), 𝑓(𝑥) = ∑0 𝑎𝑛 (𝑥 − 𝑥0 )𝑛 com raio de
convergência 𝑅 > 0. A função 𝑓 tem todas as derivadas em ]𝑥0 – 𝑅, 𝑥0 + 𝑅 [. Assim, tem-se que:
𝑓′′′(𝑥) = ∑ 𝑛(𝑛 − 1)(𝑛 − 2)𝑎𝑛 (𝑥 − 𝑥0 )𝑛−3 = 3.2𝑎3 + 4.3.2𝑎4 . (𝑥 − 𝑥0 )... ⇒ 𝑓′′′(𝑥0 ) = 3.2𝑎3
3
𝑓 (𝑛) (𝑥0 )
𝑎𝑛 =
𝑛!
Desta maneira a série de potências de 𝑓 pode ser escrita na forma:
∞
𝑓 (𝑛) (𝑥0 )
𝑓(𝑥) = ∑ (𝑥 − 𝑥0 )𝑛
𝑛!
𝑛=0
onde 𝑓 (0) (𝑥0 ) = 𝑓(𝑥0 ) = 𝑎0 . Esta série é chamada de Série de Taylor da função 𝑓 no ponto 𝑥0 . No caso
particular em que 𝑥0 = 0, a série é chamada de Série de Maclaurin.
Observação: As séries de Taylor e Maclaurin são importantes pois servem para aproximar funções por
polinômios numa vizinhança do ponto 𝑥0 .
Teorema de Taylor: Uma função 𝑓 pode ser aproximada por uma série de potência de grau n com centro em
𝑥0 desde que a função 𝑓 seja n vezes derivável. Assim:
-3 -2 -1 1 2 3
-1
y = 1+x+(x^2)/2+(x^3)/6
-2
-3
• 𝑃𝑜 (𝑥) = 1 y = 1-(x^2)/2+(x^4)/24-(x^6)/720
3
𝑥2
• 𝑃1 (𝑥) = 1 − 2 2
𝑥2 𝑥4 y = 1
• 𝑃2 (𝑥) = 1 − 2 + 24
1
𝑥2 𝑥4 𝑥6
• 𝑃3 (𝑥) = 1 − 2 + 24
− 720 -4 -3 -2 -1 1 2 3 4 5
-1
-2
-3
y = 1-x^2/2
-4
38
𝑥3 𝑥5 2
• 𝑃2 (𝑥) = 𝑥 − 6 + 120
1
𝑥3 𝑥5 𝑥7
• 𝑃3 (𝑥) = 𝑥 − 6 + 120
− 5040
-4 -3 -2 -1 1 2 3 4 5
-1
-2
-3
-4
Analiticidade em um ponto
Uma função 𝑓 é analítica no ponto 𝑥0 quando ela pode ser representada como uma série de potência em
(𝑥 − 𝑥0 ) com um raio de convergência 𝑅 positivo.
∑ 𝑎𝑛 (𝑥 − 𝑥0 )𝑛 = 𝑎0 + 𝑎1 (𝑥 − 𝑥0 ) + 𝑎2 (𝑥 − 𝑥0 )2 + 𝑎3 (𝑥 − 𝑥0 )3 + 𝑎4 (𝑥 − 𝑥0 )4 + ⋯
𝑛=0
𝑓(𝑥) = ∑ 𝑎𝑛 (𝑥 − 𝑥0 )𝑛
𝑛=0
Então:
• 𝑓 é contínua em ] 𝑥0 − 𝑅, 𝑥0 + 𝑅 [;
• Existe para todo 𝑥] 𝑥0 − 𝑅, 𝑥0 + 𝑅 [ a função derivada:
∞
• Se 𝑥] 𝑥0 − 𝑅, 𝑥0 + 𝑅 [, então:
∞ ∞
1
∫ 𝑓(𝑥) 𝑑𝑥 = ∫ ∑ 𝑎𝑛 (𝑥 − 𝑥0 )𝑛 𝑑𝑥 = ∑ 𝑎𝑛 (𝑥 − 𝑥0 )𝑛+1 + 𝐶
𝑛+1
𝑛=0 𝑛=0
𝑦 = ∑ 𝑎𝑛 (𝑥 − 𝑥0 )𝑛 = 𝑎0 + 𝑎1 (𝑥 − 𝑥0 ) + 𝑎2 (𝑥 − 𝑥0 )2 + 𝑎3 (𝑥 − 𝑥0 )3 + 𝑎4 (𝑥 − 𝑥0 )4 + ⋯
𝑛=0
41
∑ 𝑎𝑛 (𝑥 − 𝑥0 )𝑛 = 0
𝑛=0
Exemplo 10: Avalie a série ser identicamente nula, quais são as condições necessárias:
∞
𝑦 = ∑(𝑎𝑛+1 − 2𝑎𝑛 )𝑥 𝑛 = 0
𝑛=0
Se uma função pode ser escrita como uma série de potência, pode-se propor soluções de equações
diferenciais na forma de séries de potência:
∞
𝑦 = ∑ 𝑎𝑛 (𝑥 − 𝑥0 )𝑛
𝑛=0
∞
𝑦′ = ∑ 𝑛 𝑎𝑛 (𝑥 − 𝑥0 )𝑛−1
𝑛=1
∞
𝑦 = ∑ 𝑎𝑛 𝑥 𝑛
𝑛=0
∞
𝑦′ = ∑ 𝑛 𝑎𝑛 𝑥 𝑛−1
𝑛=1
∞
Exemplo 11: Resolva a equação diferencial 𝑦 ′ = 2𝑦, utilize a solução na forma de série de potência.
43
Exemplo 12: Resolva a equação diferencial 𝑦 ′ + 𝑥 3 𝑦 = 0, utilize a solução na forma de série de potência.
44
Exemplo 13: Resolva a equação diferencial (1 + 𝑥)𝑦 ′ − 2𝑦 = 0, utilize a solução na forma de série de
potência.
45
3º) Substituir na 𝑦, 𝑦’ 𝑒 𝑦’’ na equação diferencial por solução em forma de série de potência:
∞
𝑦 = ∑ 𝑎𝑛 𝑥 𝑛
𝑛=0
∞
𝑦′ = ∑ 𝑛 𝑎𝑛 𝑥 𝑛−1
𝑛=1
∞
4º) As constantes e potências de 𝑥 que multiplicam a função e suas derivadas, se houver, devem ser levadas
para dentro do somatório.
5º) Desenvolver cada um dos somatórios, em média, uns três termos. Em seguida, verificar se os termos
iniciam com a mesma potência de 𝑥.
i. Caso sim, faz uma mudança de variável para que todas as potencias de x tenham o mesmo valor,
consequentemente os contadores iniciarão nos mesmos valores.
ii. Caso contrário, desenvolver os termos das series (retirar os elementos de dentro do somatório) para
que todas iniciem com a mesma potência. Os termos retirados dos somatórios devem gerar um
polinômio nulo.
6º) Juntar todos os termos em um único somatório (desde que a potência de x seja a mesma e os contadores
iniciem no mesmo valor). Avaliar a serie identicamente nula.
𝑦 = ∑ 𝑎𝑛 𝑥 𝑛 = 𝑎0 + 𝑎1 𝑥 1 + 𝑎2 𝑥 2 + 𝑎3 𝑥 3 + 𝑎4 𝑥 4 + ⋯
𝑛=0
Exercícios
𝑎) ∑(𝑥 − 1)𝑛
𝑛=0
∞
1
𝑏) ∑ (𝑥 + 1)𝑛
𝑛2
𝑛=1
∞
(−1)𝑛 𝑛3
𝑐) ∑ (𝑥 − 2)𝑛
2𝑛
𝑛=0
∞
𝑛! 𝑛
𝑑) ∑ 𝑥
𝑛𝑛
𝑛=0
∞
(−1)𝑛+1 𝑛
𝑒) ∑ 𝑥
𝑛
𝑛=1
Respostas:
1. a) 𝑅 = 1 b) 𝑅 = 1 c) 𝑅 = 2 d) 𝑅 = 𝑒 e) 𝑅 = 1
(−1)𝑛 𝜋 2𝑛+1 (−1)𝑛 (−1)𝑛+1
2. a) 𝑓(𝑥) = ∑∞
𝑛=0 (2𝑛+1)! (𝑥 − 2 ) b) 𝑓(𝑥) = ∑∞
𝑛=0 2𝑛 𝑛!
𝑥𝑛 c) 𝑓(𝑥) = ∑∞
𝑛=1 𝑛
𝑥 2𝑛
1 (𝑥−4) (−1)𝑛 ∏𝑛
𝑘=0(3+2𝑘) 𝑥 2𝑛+1
d) 𝑓(𝑥) = 2 − 16
+ ∑∞
𝑛=0 27+3𝑛 𝑛!
(𝑥 − 4 )𝑛+2 e) 𝑓(𝑥) = ∑∞
𝑛=0(−1)
𝑛
2𝑛+1
47
𝑦 ′′ + 𝑃(𝑥)𝑦 ′ + 𝑄(𝑥)𝑦 = 0
Se 𝑃(𝑥) e 𝑄(𝑥) forem analíticas em 𝑥0 .
Uma função f é analítica no ponto 𝑥0 quando ela pode ser representada como uma série de potência em
(𝑥 − 𝑥0 ) com um raio de convergência 𝑅 positivo.
Um ponto que não é um ponto ordinário é considerado um ponto singular da equação diferencial.
𝑦 ′′ + 𝑃(𝑥)𝑦 ′ + 𝑄(𝑥)𝑦 = 0
Podemos sempre encontrar duas soluções linearmente independentes na forma de série de potência
centrada em 𝑥0 :
∞
𝑦 = ∑ 𝑎𝑛 (𝑥 − 𝑥0 )𝑛
𝑛=0
A série converge para uma solução em |𝑥 − 𝑥0 | < 𝑅, em que R é a distância do ponto 𝑥0 ao ponto singular
mais próximo (real ou complexo)
Ponto singular regular: O ponto 𝑥0 é um singular regular (ou possui singularidade regular) da equação diferencial:
𝑦 ′′ + 𝑃(𝑥)𝑦 ′ + 𝑄(𝑥)𝑦 = 0
Se (𝑥 − 𝑥0 )𝑃(𝑥) e (𝑥 − 𝑥0 )²𝑄(𝑥) são analíticas em 𝑥0 .
Uma função f é analítica no ponto 𝑥0 quando ela pode ser representada como uma série de potência em (𝑥 − 𝑥0 ) com
um raio de convergência 𝑅 positivo.
Um ponto singular que não é um ponto singular regular é considerado um ponto singular irregular da equação diferencial.
𝑎2 𝑥 2 𝒚′′ + 𝑎1 𝑥𝒚′ + 𝑎0 𝒚 = 0
Pode ser reescrita como:
𝑎1 ′ 𝑎0
𝒚′′ + 𝒚 + 𝒚=𝟎
𝑎2 𝑥 𝑎2 𝑥²
Assim, o ponto 𝑥0 = 0 é um ponto singular regular, então, ao usar a série de potência:
∞
𝑦 = ∑ 𝑐𝑛 𝒙𝑛
𝑛=0
Exemplo 2: A equação diferencial dada por 𝑥²𝑦 ′′ − 3𝑥𝑦 ′ + 4𝑦 = 0 resolvendo por série de potência obtem apenas a
solução 𝑦 = 𝑥².
53
Teorema de Frobenius
𝑦 ′′ + 𝑃(𝑥)𝑦 ′ + 𝑄(𝑥)𝑦 = 0
Então, existe pelo menos uma solução em série na forma:
∞ ∞
𝑦 = (𝑥 − 𝑥0 )𝑟 ∑ 𝑎𝑛 (𝑥 − 𝑥0 )𝑛 = ∑ 𝑎𝑛 (𝑥 − 𝑥0 )𝑛+𝑟
𝑛=0 𝑛=0
A solução:
∞
𝑦 = ∑ 𝑎𝑛 (𝑥 − 𝑥0 )𝑛+𝑟
𝑛=0
∞
Equação indicial
▪ Quando substituir as soluções na equação diferencial e expandir os termos para achar as potências comuns,
alguns termos em função do r implicarão em uma igualdade com zero, para garantir que a série seja
identicamente nula.
▪ Essa equação com as incógnitas r é denominada de equação indicial e suas raízes são denominadas raízes
indiciais, da singularidade.
▪ Essas determinam a solução, mas para garantir soluções linearmente independentes precisamos considerar três
possibilidades de relação numérica entre essas soluções.
𝑦1 = ∑ 𝑎𝑛 (𝑥 − 𝑥0 )𝑛+𝑟1
𝑛=0
∞
𝑦2 = ∑ 𝑏𝑛 (𝑥 − 𝑥0 )𝑛+𝑟2
𝑛=0
3𝑥𝑦 ′′ + (2 − 𝑥)𝑦 ′ − 𝑦 = 0
55
56
𝑦1 = ∑ 𝑎𝑛 (𝑥 − 𝑥0 )𝑛+𝑟1
𝑛=0
∞
𝑦2 = 𝐶𝑦1 ln 𝑥 + ∑ 𝑏𝑛 (𝑥 − 𝑥0 )𝑛+𝑟2
𝑛=0
𝑦1 = ∑ 𝑎𝑛 (𝒙 − 𝒙𝟎 )𝑛+𝑟1
𝑛=0
∞
𝑦2 = 𝑦1 ln 𝑥 + ∑ 𝑏𝑛 (𝒙 − 𝒙𝟎 )𝑛+𝑟1
𝑛=0
𝑦 = ∑ 𝑎𝑛 𝑥 𝑛+𝑟
𝑛=0
∞
Observação: Algumas equações diferenciais ocorrem com frequência em estudos avançados de matemática aplicada,
física e engenharia. Esse é o caso da equação de Bessel, considerando 𝜈 ≥ 0, dada por:
𝑥 2 𝑦 ′′ + 𝑥𝑦 ′ + (𝑥 2 − 𝜈 2 )𝑦 = 0
E da equação de Legendre, considerando 𝑛 inteiro e não negativo, dada por:
As soluções para ambas as equações são na forma de série infinita em torno de 𝑥0 = 0. Nesse caso, 𝑥0 = 0 é ponto
singular regular para a equação de Bessel e é ponto ordinário para a equação de Legendre.
57
Exercícios:
a) (1 + 𝑥)𝑦 ′′ + 𝑦 = 0
b) 𝑦 ′′ + 𝑥𝑦 ′ − 2𝑦 = 0
d) 𝑦 ′′ − 𝑥 3 𝑦 = 0
e) 𝑦 ′′ − 𝑥𝑦 ′ − (𝑥 + 2)𝑦 = 0
2. Resolva as equações diferenciais usando o método de Frobenius para obter duas soluções linearmente
independente em torno do ponto 𝑥 = 0.
a) 2𝑥 2 𝑦 ′′ + 𝑥(𝑥 − 1)𝑦 ′ + 𝑦 = 0
b) 3𝑥𝑦 ′′ + (2 − 𝑥)𝑦 ′ + 2𝑦 = 0
58
Respostas:
𝑥2 𝑥3 𝑥4 𝑥3 𝑥4
1. a) 𝑦 = 𝑎0 (1 − + − + ⋯ ) + 𝑎1 (𝑥 − + + ⋯)
2 6 24 6 12
𝑥3 𝑥5 3𝑥 7 15𝑥 9
b) 𝑦 = 𝑎0 (1 + 𝑥 2 ) + 𝑎1 (𝑥 + − + − + ⋯)
3! 5! 7! 9!
𝑥3 𝑥4 𝑥5
c) 𝑦 = 2 (𝑥 + 𝑥 2 + + + + ⋯)
3 4 5
𝑥5 𝑥 10 𝑥6 𝑥 11
d) 𝑦 = 𝑎0 (1 + 5.4 + 10.9.5.4 + ⋯ ) + 𝑎1 (𝑥 + 6.5 + 11.10.6.5 + ⋯ )
𝑥3 𝑥4 𝑥3 𝑥4
e) 𝑦 = 𝑎0 (1 + 𝑥 2 + + + ⋯ ) + 𝑎1 (𝑥 + + + ⋯)
6 3 2 12
1
(−1)𝑛 (−1)𝑛
2. a) 𝑦 = 𝑎0 ∑∞
𝑛=0 ∏𝑛 𝑥 𝑛+1 + 𝑎1 ∑∞
𝑛=0 2𝑛 𝑛!
𝑥 𝑛+2
𝑘=0(2𝑘+1)
1
𝑥2 ∏𝑛𝑘=0(3𝑘−5)
b) 𝑦 = 𝑎0 (1 − 𝑥 + 10) + 𝑎1 𝑥 3 (1 + ∑∞
𝑛=0 ∏𝑛 (3𝑘+4)(3𝑘+3)
𝑥 𝑛+1 )
𝑘=0
59
Série de Fourier
Existem muitos elementos que geram vibrações. A seguir, algumas formas de onda da nota sol (396 Hz) via
gerador de sinais, violino e piano (Fonte: Parker, 2009)
O monitoramento da condição de máquinas rotativas e alternativas pode ser feito via análise de vibrações,
pois defeitos típicos apresentam padrões espectrais próprios
60
Exemplo: Considere uma válvula hidráulica e sua haste elástica modeladas como um sistema massa-mola-
amortecedor viscoso, como mostra a figura a seguir. Além das forças da mola e do amortecedor, existe a
força de pressão do fluido, que é exercida sobre o corpo da válvula e muda com o seu grau de abertura.
Considerando, para o sistema em questão, os seguintes parâmetros: 𝑚 = 0,25 𝑘𝑔, 𝑐 = 10 𝑘𝑔/𝑠 e 𝑘 =
2500 𝑁/𝑚. Nesse caso, a pressão varia na forma de onda triangular dada pelo gráfico a seguir.
Uma prensa de estampagem, de 500 kg, e submetida à forca periódica 𝑓(𝑡) ilustrada na figura a seguir. A
prensa opera a 120 𝑟𝑝𝑚 e se encontra sobre uma fundação elástica de rigidez igual a 1,25𝑥106 𝑁/𝑚, com
𝜁 = 0,1.
61
Produto interno entre funções: O produto interno das funções 𝑓 e 𝑔 em um intervalo [𝑎, 𝑏] é o número dado
por:
𝑏
Duas funções 𝑓 e 𝑔 são ortogonais em um intervalo [𝑎, 𝑏] se o produto interno entre f e g for nulo, ou seja:
𝑏
Exemplo 1: Verifique que as funções 𝑓(𝑥) = 𝑥² e 𝑔(𝑥) = 𝑥³ são ortogonais no intervalo [−1,1]
Conjuntos ortogonais: Diz-se que um conjunto de funções com valores reais {𝜙0 , 𝜙1 , 𝜙2 , … , } é um conjunto
ortogonal em um intervalo [𝑎, 𝑏] se, para 𝑚 ≠ 𝑛, tem-se:
𝑏
3 1 5 3
Exemplo 3: O conjunto {1, 𝑥, 2 𝑥 2 − 2 , 2 𝑥 3 − 2 𝑥, … } é um conjunto ortogonal em [−1,1]
Os polinômios de Legendre são um conjunto ortogonal, esse nome é homenagem a Adrien-Marie Legendre,
formam as soluções polinomiais da equação diferencial de Legendre:
(1 − 𝑥 2 )𝑃′′ − 2𝑥𝑃′ + 𝑛2 𝑃 = 0
1 𝑑𝑛
Cada polinômio de Legendre 𝑃𝑛 (𝑥) é um polinômio de n-ésimo grau: 𝑃𝑛 (𝑥) = 2𝑛 .𝑛! 𝑑𝑥 𝑛 [(𝑥 2 − 1)𝑛 ]
62
Conjunto ortonormal: Se o módulo ou norma2 da função denotado por ‖𝜙𝑚 (𝑥)‖ = 1, para qualquer 𝑚,
então o conjunto {𝜙0 , 𝜙1 , 𝜙2 , … , } é um conjunto ortonormal, onde:
Considerando os vetores 𝑣⃗1 , 𝑣⃗2 𝑒 𝑣⃗3 , vetores não nulos, mutuamente ortogonais no espaço ℝ³. Um vetor 𝑢
⃗⃗
pode ser escrito como combinação linear desses vetores:
𝑢
⃗⃗ = 𝑐1 𝑣⃗1 + 𝑐2 𝑣⃗2 + 𝑐3 𝑣⃗3
Onde 𝑐1 , 𝑐2 e 𝑐3 são escalares chamados de componentes do vetor.
(𝑢
⃗⃗, 𝑣⃗1 ) = 𝑐1 (𝑣⃗1 , 𝑣⃗1 ) + 𝑐2 (𝑣⃗2 , 𝑣⃗1 ) + 𝑐3 (𝑣⃗3 , 𝑣⃗1 )
Assim,
(𝑢
⃗⃗, 𝑣⃗1 )
𝑐1 =
‖𝑣⃗1 ‖2
Além disso:
(𝑢
⃗⃗, 𝑣⃗2 )
𝑐2 =
‖𝑣⃗2 ‖2
(𝑢
⃗⃗, 𝑣⃗3 )
𝑐3 =
‖𝑣⃗3 ‖2
𝑢
⃗⃗ = 𝑐1 𝑣⃗1 + 𝑐2 𝑣⃗2 + 𝑐3 𝑣⃗3
Tem-se:
(𝑢
⃗⃗, 𝑣⃗1 ) (𝑢
⃗⃗, 𝑣⃗2 ) (𝑢
⃗⃗, 𝑣⃗3 )
𝑢
⃗⃗ = 𝑣⃗1 + 𝑣⃗2 + 𝑣⃗
‖𝑣⃗1 ‖ 2 ‖𝑣⃗2 ‖ 2 ‖𝑣⃗3 ‖2 3
Considerando {𝜙0 , 𝜙1 , 𝜙2 , … , } um conjunto ortogonal infinito de funções em um intervalo [𝑎, 𝑏], pode-se
escrever uma função 𝑓(𝑥) como uma combinação linear das funções:
𝑓(𝑥) = 𝑐0 𝜙0 + 𝑐1 𝜙1 + ⋯ + 𝑐𝑛 𝜙𝑛 + ⋯
Utilizamos o mesmo procedimento para obter os coeficientes
Assim,
Logo,
𝑏 𝑏
Portanto, a função pode ser escrita como uma série de Fourier generalizada:
𝑓(𝑥) = 𝑐0 𝜙0 + 𝑐1 𝜙1 + ⋯ + 𝑐𝑛 𝜙𝑛 + ⋯
Assim:
∞ 𝑏
∫𝑎 𝜙𝑘 (𝑥). 𝑓(𝑥)𝑑𝑥
𝑓(𝑥) = ∑ 𝑏
. 𝜙𝑘 (𝑥)
𝑘=1 ∫𝑎 𝜙𝑘 (𝑥). 𝜙𝑘 (𝑥)𝑑𝑥
Diz-se que um conjunto de funções com valores reais {𝜙0 , 𝜙1 , 𝜙2 , … , } é ortogonal em relação a uma função
peso 𝑤(𝑥) em um intervalo [𝑎, 𝑏] se para 𝑚 ≠ 𝑛:
𝑏
1 2
Exemplo 5: {1, −𝑥 + 1, 2
𝑥 − 2𝑥 + 1, … } com 𝑤(𝑥) = 𝑒 −𝑥 em [0, ∞[
Os polinômios de Laguerre são uma família de polinômios ortogonais em homenagem a Edmond Laguerre, e
aparecem na análise de soluções para a equação diferencial
𝑥𝑦 ′′ + (1 − 𝑥)𝑦 ′ + 𝑛𝑦 = 0
Desenvolvendo em série de potências 𝑦(𝑥) = ∑∞ 𝑘
𝑘=0 𝑎𝑘 𝑥 , obtemos uma relação de recorrência entre
coeficientes consecutivos,
𝑘−𝑛
𝑎𝑘+1 = 𝑎 , 𝑘 = 0,1,2,3 ….
(𝑘 + 1)2 𝑘
Pode-se ver que quando 𝑛 é natural o coeficiente da potência de grau maior e diferente de n se anula. Ou
seja, uma solução linearmente independente é um polinômio de grau 𝑛 (polinômio de Laguerre de ordem 𝑛,
denotados por 𝐿𝑛 (𝑥)).
A equação diferencial de segunda ordem com coeficientes específicos como 𝑦 ′′ − 2𝑥𝑦 ′ + 2𝑛𝑦 = 0 é
conhecida como equação de Hermite, ao resolver esta equação diferencial obteremos o polinômio que
é Polinômio de Hermite.
2 𝑑𝑛 2
Os polinômios de Hermite são dados por: 𝐻𝑛 (𝑥) = (−1)𝑛 𝑒 𝑥 𝑑𝑥 𝑛
(𝑒 −𝑥 )
Portanto, a função pode ser escrita como uma série de Fourier generalizada com função peso:
𝑓(𝑥) = 𝑐0 𝜙0 + 𝑐1 𝜙1 + ⋯ + 𝑐𝑛 𝜙𝑛 + ⋯
∞ 𝑏
∫𝑎 𝑤(𝑥). 𝜙𝑘 (𝑥). 𝑓(𝑥)𝑑𝑥
𝑓(𝑥) = ∑ 𝑏
. 𝜙𝑘 (𝑥)
𝑘=1 ∫𝑎 𝑤(𝑥). 𝜙𝑘 (𝑥). 𝜙𝑘 (𝑥)𝑑𝑥
65
Série de Fourier
Teorema da convergência
Sejam 𝑓 e 𝑓′ parcialmente contínuas no intervalo (−𝑝, 𝑝), isto é, sejam 𝑓 e 𝑓′ contínuas exceto em um
número finito de pontos do intervalo e tendo apenas descontinuidades finitas nesses pontos. Então, a série
de Fourier no intervalo (−𝑝, 𝑝) converge para 𝑓(𝑥) em um ponto de continuidade.
y
Exemplo 9: Encontre a série de Fourier para
−1, −𝜋 < 𝑥 < 0
𝑓(𝑥) = {
2, 0 ≤ 𝑥 < 𝜋
− − −
−
−
−
−
68
0, −1 < 𝑥 < 0
𝑓(𝑥) = {
𝑥, 0 ≤ 𝑥 < 1
− − − − −
−
−
−
−
69
Gráficos no Winplot
Comando no Winplot:
Paridade de funções:
Se uma função é par: 𝑓(−𝑥) = 𝑓(𝑥), a função é simétrica em relação ao eixo 𝑦. E a integral pode ser
expressa:
𝑝 𝑝
∫ 𝑓(𝑥)𝑑𝑥 = 2 ∫ 𝑓(𝑥)𝑑𝑥
−𝑝 0
Se uma função é ímpar: 𝑓(−𝑥) = −𝑓(𝑥), a função é simétrica em relação a origem. E a integral pode ser
expressa:
𝑝
∫ 𝑓(𝑥)𝑑𝑥 = 0
−𝑝
Propriedades de paridade
▪ O produto (divisão) de uma função par e uma função ímpar é uma função ímpar;
▪ Se f é par, então:
𝑝 𝑝
∫ 𝑓(𝑥)𝑑𝑥 = 2 ∫ 𝑓(𝑥)𝑑𝑥
−𝑝 0
▪ Se f é ímpar, então:
𝑝
∫ 𝑓(𝑥)𝑑𝑥 = 0
−𝑝
70
A série de Fourier de uma função f par definida no intervalo (−𝑝, 𝑝) é dada por:
∞
𝑎0 𝑛𝜋𝑥
𝑓(𝑥) = + ∑ 𝑎𝑛 𝑐𝑜𝑠 ( )
2 𝑝
𝑛=1
Onde:
𝑝
2
𝑎0 = ∫ 𝑓(𝑥)𝑑𝑥
𝑝
0
𝑝
2 𝑛𝜋𝑥
𝑎𝑛 = ∫ 𝑓(𝑥). 𝑐𝑜𝑠 ( ) 𝑑𝑥
𝑝 𝑝
0
𝑏𝑛 = 0
y
− − − − −
−
−
−
−
71
A série de Fourier de uma função f ímpar definida no intervalo (−𝑝, 𝑝) é dada por:
∞
𝑛𝜋𝑥
𝑓(𝑥) = ∑ 𝑏𝑛 𝑠𝑒𝑛 ( )
𝑝
𝑛=1
Onde:
𝑝
2 𝑛𝜋𝑥
𝑏𝑛 = ∫ 𝑓(𝑥). 𝑠𝑒𝑛 ( ) 𝑑𝑥
𝑝 𝑝
0
𝑎0 = 0
𝑎𝑛 = 0
y
𝑥 + 1, −1 < 𝑥 < 0
Exemplo 12: Encontre a série de Fourier de 𝑓(𝑥) = {
𝑥 − 1, 0 < 𝑥 < 1
− − − − −
−
−
−
−
72
Se 𝑦 = 𝑓(𝑥) é definida no intervalo 0 < 𝑥 < 𝐿, podemos representar o intervalo (−𝑝, 𝑝) com as seguintes
opções:
▪ Refletir o gráfico da função em relação ao eixo y sobre −𝐿 < 𝑥 < 0, fazendo a função se tornar par;
▪ Refletir o gráfico da função em relação à origem sobre −𝐿 < 𝑥 < 0, fazendo a função se tornar ímpar;
𝑓(𝑥) = 2 − 𝑥, 0 < 𝑥 < 2
− − − − −
−
−
y y
−
−
−
x x
− − − − − − − − − −
− −
− −
− y −
− −
−
−
− − − − −
−
−
−
−
−
73
Exercícios:
a) b)
3. Identifique se a função apresenta paridade e obtenha a série de Fourier para as funções definidas a seguir:
Respostas:
4
1. a) 𝑓(𝑥) = ∑∞
𝑛=1 sen(2𝑛𝑥)
𝜋𝑛
16 𝑛𝜋 𝑛𝑥
b) 𝑓(𝑥) = −1 + ∑∞ 𝑛
𝑛=1 𝜋2 𝑛2 ((−1) − cos ( 2 )) cos ( 2 )
𝜋2 4(−1)𝑛 4(−1)𝑛
2. a) 𝑓(𝑥) = 1 + 3
+ ∑∞
𝑛=1 ( 𝑛 2 cos(𝑛𝑥) + 𝑛
sen(𝑛𝑥))
1 2(−1)𝑛
3. a) Função par, 𝑓(𝑥) = 1 − 2 cos(𝑥) + ∑∞
𝑛=2 1−𝑛2
cos(𝑛𝑥)
3 4 𝑛𝜋 𝑛𝜋𝑥
4. Desenvolvimento par: 𝑓(𝑥) = 4 + ∑∞ 𝑛
𝑛=1 𝜋2 𝑛2 (cos ( 2 ) − (−1) ) cos ( 2
)
2 4 𝑛𝜋 𝑛𝜋𝑥
Desenvolvimento ímpar: 𝑓(𝑥) = ∑∞
𝑛=1 (𝑛𝜋 + 𝜋2 𝑛2 sen ( 2 )) sen ( 2
)
Problemas de Sturm-Liouville
Revisão de algumas EDO utilizando um parâmetro 𝜆
As funções ortogonais surgem na resolução de problemas de valores de contorno de dois pontos que envolva
uma equação diferencial linear de segunda ordem contendo um parâmetro 𝜆.
▪ 𝑘=0
▪ 𝑘 = −𝜆2 < 0
▪ 𝑘 = 𝜆2 > 0
77
Autofunção e autovetores
Uma autofunção de um operador linear D definida em algum espaço de função é qualquer função diferente
de zero f naquele espaço que, quando acionada por D, é apenas multiplicada por algum escalar
denominado autovalor.
No caso em que D é definido em um espaço de funções, os autovetores são referidos como autofunções. Ou
seja, uma função f é uma autofunção de D se ela satisfizer a equação:
𝐷𝑓 = 𝜆𝑓
para algum autovalor escalar λ.
As soluções para esta equação também podem estar sujeitas a condições de contorno que limitam os
autovalores e autofunções permitidos.
Por causa das condições de contorno, os valores possíveis de λ são geralmente limitados, por exemplo, a um
conjunto discreto 𝜆1 , 𝜆2 , 𝜆3 , … ou a um conjunto contínuo ao longo de algum intervalo. O conjunto de todos
os autovalores possíveis de 𝐷 é chamado de espectro, que pode ser discreto, contínuo ou uma combinação
de ambos.
Cada valor de λ corresponde a uma ou mais autofunções. Se várias autofunções linearmente independentes
têm o mesmo autovalor, o autovalor é dito degenerado e o número máximo de autofunções linearmente
independentes associadas ao mesmo autovalor é o grau de degeneração ou multiplicidade geométrica do
autovalor.
Sejam 𝑝, 𝑞, 𝑟 e 𝑟′ funções contínuas com valores reais no intervalo [𝑎, 𝑏], 𝑟(𝑥) > 0 e 𝑝(𝑥) > 0 para todo 𝑥
no intervalo. O problema de contorno de dois pontos:
𝑑
[𝑟(𝑥)𝑦′] + (𝑞(𝑥) + 𝜆𝑝(𝑥))𝑦 = 0
𝑑𝑥
Sujeito às condições de contorno homogêneas:
𝛼1 𝑦(𝑎) + β1 𝑦 ′ (𝑎) = 0
𝛼2 𝑦(𝑏) + β2 𝑦 ′ (𝑏) = 0
É chamado de problema regular de Sturm-Liouville. Ressalta-se que os coeficientes 𝛼1 , 𝛼2 , 𝛽1 e 𝛽2
independem de 𝜆, e 𝛼1 e 𝛽1 não são simultaneamente nulos, assim como 𝛼2 e 𝛽2 .
Note que o problema de Sturm-Liouville sempre admite a solução trivial 𝑦(𝑥) = 0, mas, buscar-se as soluções
não triviais 𝑦 que dependam de valores de 𝜆, ou seja, autofunções.
i. Existe um número infinito de autovalores reais que podem ser dispostos em ordem crescente
𝜆1 < 𝜆2 < 𝜆3 < ⋯ tais que 𝜆𝑛 → ∞ quando 𝑛 → ∞.
ii. Para cada autovalor há apenas uma autofunção (exceto para múltiplos não-zeros)
iii. As autofunções correspondentes a diferentes autovalores são linearmente independentes.
iv. O conjunto de autofunções correspondente ao conjunto de autovalores é ortogonal em relação
à função peso 𝑤(𝑥) no intervalo [𝑎, 𝑏].
Sejam 𝑝, 𝑞, 𝑟 e 𝑟′ funções contínuas com valores reais no intervalo [𝑎, 𝑏], 𝑟(𝑥) ≥ 0 e 𝑝(𝑥) > 0 para todo 𝑥
no intervalo, o problema:
𝑑
[𝑟(𝑥)𝑦′] + (𝑞(𝑥) + 𝜆𝑝(𝑥))𝑦 = 0
𝑑𝑥
Supondo que as soluções desse problema sejam limitadas no intervalo fechado [𝑎, 𝑏], pode-se afirmar que:
𝑦 ′′ + 𝑘𝑦 = 0
Sujeito às condições de contorno:
𝑦(0) = 0
𝑦(1) + 𝑦 ′ (1) = 0
80
Exercícios
a. 𝑦 ′′ + 𝜆𝑦 = 0, 𝑦′(0) = 0, 𝑦(𝐿) = 0
b. 𝑦 ′′ + 𝜆𝑦 = 0, 𝑦′(0) = 0, 𝑦′(𝜋) = 0
𝜕2𝜙 𝜕2𝜙
(1 − 𝑀2 ) + =0
𝜕𝑥 2 𝜕𝑦 2
Analisando:
𝜕 2 𝑢 𝜕𝑢
𝑎) 3 =
𝜕𝑥² 𝜕𝑦
𝜕 2 𝑢 𝜕²𝑢
𝑏) =
𝜕𝑥² 𝜕𝑦²
𝜕 2 𝑢 𝜕²𝑢
𝑐) + =0
𝜕𝑥² 𝜕𝑦²
83
A solução de uma equação de derivadas parciais em duas variáveis independentes 𝑥 e 𝑦 é uma função 𝑢(𝑥, 𝑦)
que satisfaz a equação em alguma região do plano 𝑥𝑦.
Infelizmente, a maioria das EDP’s lineares de segunda ordem, mesmo com coeficientes constantes, não são
fáceis de obter prontamente uma solução geral. No entanto, geralmente, é fácil encontrar soluções
particulares das EDP lineares que surgem de aplicações importantes.
Os métodos que serão abordados para a resolução de EDP’s: método de separação de variáveis,
Transformada de Laplace e Transformada de Fourier.
Em EDPs, é possível propor uma solução particular na forma de produto de duas funções, uma de 𝑥 e uma
de 𝑦:
𝜕2 𝑢
▪ 𝜕𝑥²
= 𝐹 ′′ 𝐺
𝜕2 𝑢
▪ = 𝐹𝐺′′
𝜕𝑦²
𝜕2 𝑢
▪ 𝜕𝑥 𝜕𝑦
= 𝐹 ′ 𝐺′
𝜕𝑢 𝜕²𝑢
+4 =0
𝜕𝑥 𝜕𝑦²
85
𝜕²𝑢
𝑦 +𝑢 =0
𝜕𝑥𝜕𝑦
86
Princípio da Superposição
Se 𝑢1 , 𝑢2 , … , 𝑢𝑘 são soluções de uma equação de derivadas parciais linear homogênea, então a combinação
linear:
𝑢 = 𝑐1 𝑢1 + 𝑐2 𝑢2 + … + 𝑐𝑘 𝑢𝑘
Onde 𝑐1 , 𝑐2 , ... , 𝑐𝑘 são constantes. Então, 𝑢 também é solução da EDP.
Um problema de valor de contorno contém condições iniciais e condições de contorno, que permitem que
as soluções da EDP sejam descritas como uma solução única, não sendo apenas solução genérica.
O processo para resolver um problema de valor de contorno pode ser realizado com os seguintes passos:
iv. Aplicar o princípio da superposição para formar uma série infinita da função 𝑢(𝑥, 𝑦)
v. Aplicar as condições iniciais (CI) para obter os coeficientes da série mediante identificação adequada
com os desenvolvimentos de meio intervalor do seno ou do cosseno, com série de Fourier ou série
de Fourier generalizada.
Condições iniciais:
▪ Se 𝑓(𝑥) denota a distribuição inicial de temperatura através de uma haste, então uma solução para
a temperatura 𝑢(𝑥, 𝑡), deve satisfazer a condição inicial:
𝑢(𝑥, 0) = 𝑓(𝑥)
▪ Considerando uma corda vibrante pode ser especificado o deslocamento inicial 𝑓(𝑥 ) e a velocidade
inicial 𝑔(𝑥). Consideram-se duas condições iniciais:
𝑢(𝑥, 0) = 𝑓(𝑥)
𝑢𝑡 (𝑥, 0) = 𝑔(𝑥)
▪ Considerando uma corda vibrante pode ser especificado o deslocamento inicial 𝑓(𝑥 ), puxada e
liberada a partir do repouso. Considera-se duas condições iniciais:
𝑢(𝑥, 0) = 𝑓(𝑥)
𝑢𝑡 (𝑥, 0) = 0
87
Condições de contorno:
Se as condições apresentadas a um problema estão prefixando o que acontece em uma coordenada, que não
seja coordenada temporal, tem-se condições de contorno (CC).
𝑢(0, 𝑡) = 0
𝑢(𝐿, 𝑡) = 0
▪ Condição de Dirichlet
Condição de contorno de Dirichlet é nomeada em homenagem ao matemático
alemão Peter Gustav Lejeune Dirichlet (1805 – 1859). Essa condição especifica os
valores que uma solução precisa assumir ao longo dos limites do domínio.
▪ Condição de Newman
A condição de contorno de Neumann é nomeada em homenagem ao
matemático alemão Carl Neumann (1832 – 1925). Essa condição especifica
valores nos quais a derivada de uma solução é aplicada dentro dos limites do
domínio.
▪ Condição de Robin
A condição de Robin é nomeada em homenagem ao matemático francês
Victor Gustave Robin (1855 – 1897), que trabalhou no campo da
termodinâmica. Também é conhecida como condição de contorno de
Fourier.
Exemplo 7: Classifique as condições apresentadas a seguir para a função 𝑢(𝑥, 𝑡), onde 𝑥 é a variável espacial
para 𝑎 ≤ 𝑥 ≤ 𝑏 e 𝑡 é a variável temporal e 𝑡 ≥ 0:
𝑢(𝑎, 𝑡) = 0
a) {
𝑢(𝑏, 𝑡) = 0
𝜕𝑢
𝜕𝑥
| =0
b) {𝜕𝑢 𝑥=𝑎
|
𝜕𝑥 𝑥=𝑏
=0
𝑢(𝑥, 0) = 𝑓(𝑥)
c) { 𝜕𝑢
𝜕𝑡
| = 𝑔(𝑥)
𝑡=0
𝜕𝑢
𝜕𝑥
| = 𝑢(𝑎, 𝑡)
d) {𝜕𝑢 𝑥=𝑎
| = −𝑢(𝑏, 𝑡)
𝜕𝑥 𝑥=𝑏
89
Exercícios:
1. Utilize a separação de variáveis para achar, se possível, soluções em forma de produto para a equação de
derivadas parciais dada:
a. 𝑢𝑥 + 𝑢𝑦 = 𝑢
b. 𝑥 𝑢𝑥 = 𝑦 𝑢𝑦
c. 𝑢𝑥𝑥 − 𝑢 = 𝑢𝑡
2. Utilize o método de separação de variáveis para obter a solução em forma de produto para a equação de
derivadas parciais:
𝑥 2 𝑢𝑥𝑥 − 𝑢𝑦𝑦 = 0
Respostas:
1. a) 𝑢(𝑥, 𝑦) = 𝑐1 𝑒 𝑘𝑥+(1−𝑘)𝑦
b) 𝑢(𝑥, 𝑦) = 𝑐1 𝑥 𝑘 𝑦 𝑘
2 −1)𝑡
c) 𝑢(𝑥, 𝑡) = 𝑒 (𝜆 (𝑐1 senh(𝜆𝑥) + 𝑐2 cosh(𝜆𝑥))
d) Não é separável
2. Constante nula
Constante negativa
1 √1−4𝜆2 −√1−4𝜆2
1
𝑢(𝑥, 𝑦) = 𝑥 2 (𝑐1 𝑥 2 + 𝑐2 𝑥 2 ) (𝑐3 sen(𝜆𝑦) + 𝑐4 cos(𝜆𝑦)), se − 2 < 𝜆 < 0
1
√1−4𝜆2 √1−4𝜆2 1
𝑢(𝑥, 𝑦) = 𝑥 2 (𝑐1 cos ( ln 𝑥) + 𝑐2 sen ( ln 𝑥)) (𝑐3 sen(𝜆𝑦) + 𝑐4 cos(𝜆𝑦)), se 𝜆 < −
2 2 2
1
1
𝑢(𝑥, 𝑦) = 𝑥 2 (𝑐1 + 𝑐2 ln 𝑥)(𝑐3 sen(𝜆𝑦) + 𝑐4 cos(𝜆𝑦)), se 𝜆 = − 2
91
Nesse capítulo, as EDP’s serão resolvidas pelo método analítico de separação de variáveis.
Equação do calor:
Uma das EDP´s clássica da Física-Matemática é a equação diferencial parcial que descreve o fluxo de calor
𝜕2 𝑢 𝜕𝑢
em um corpo sólido. A equação unidimensional do calor é dada por: 𝑘 =
𝜕𝑥² 𝜕𝑡
Essa equação aparece na teoria do fluxo de calor, ou seja, o calor transferido por condução em uma haste ou
fio delgado. A função 𝑢(𝑥, 𝑡) é a temperatura na posição 𝑥 e no tempo 𝑡.
Considere uma haste circular delgada, de comprimento 𝐿, tenha área 𝐴 de seção transversal e coincida com
o eixo 𝑥 no intervalo [0, 𝐿].
Supondo que:
▪ A superfície lateral, ou curva, da haste é isolada, isto é, nenhum calor escapa dessa superfície.
ii. A taxa 𝑄𝑡 de fluxo de calor através da seção transversal é proporcional à área 𝐴 da seção transversal
e à derivada parcial da temperatura em relação a 𝑥:
𝑄𝑡 = −𝐾𝐴𝑢𝑥
Como o calor flui na direção da temperatura decrescente, usa-se o sinal negativo para garantir que:
Se a fatia circular da haste entre 𝑥 e 𝑥 + ∆𝑥 é muito delgada, então 𝑢(𝑥, 𝑡) pode ser considerada como a
temperatura aproximada em cada ponto do intervalo.
𝑄 = 𝛾𝜌𝐴∆𝑥𝑢
Derivando em relação ao tempo, tem-se: 𝑄𝑡 = 𝛾𝜌𝐴∆𝑥𝑢𝑡 .
𝑘 𝑢𝑥𝑥 = 𝑢𝑡
93
Exemplo 1: Supondo que uma haste circular delgada, de comprimento L e temperatura inicial 𝑓(𝑥) em toda
ela com as extremidades mantidas à temperatura zero pata todo o tempo 𝑡 > 0.
𝜕 2 𝑢 𝜕𝑢
𝑘 =
𝜕𝑥² 𝜕𝑡
Com condições:
▪ 𝑢(0, 𝑡) = 0
▪ 𝑢(𝐿, 𝑡) = 0
▪ 𝑢(𝑥, 0) = 𝑓(𝑥)
94
Exemplo 2: Supondo que uma haste circular delgada, de comprimento 50 cm e temperatura inicial de 20 ℃
em toda ela com as extremidades mantidas à temperatura zero pata todo o tempo 𝑡 > 0.
𝜕 2 𝑢 𝜕𝑢
𝛼2 =
𝜕𝑥² 𝜕𝑡
Com condições:
▪ 𝑢(0, 𝑡) = 0 = 𝑢(50, 𝑡)
▪ 𝑢(𝑥, 0) = 20
Considerando 𝑡 em segundos e 𝛼 2 em 𝑐𝑚2 /𝑠, além disso, 𝛼 2 = 1 que corresponde a uma barra feita de
material cujas propriedades térmicas estão entre o cobre e o alumínio.
O gráfico à esquerda, mostra a distribuição de temperatura em diversos intentes de tempo, percebe-se que a
temperatura vai diminuindo sempre, à medida que a barra perde calor nas extremidades.
O gráfico à direita, apresenta a temperatura decaindo para 3 pontos da barra, nota-se que a temperatura no
centro da barra levará mais tempo para decair do que nos outros pontos.
Ao determinar a função 𝑢(𝑥, 𝑡) é possível determinar, por exemplo, em qual tempo 𝑡 a temperatura será de
2500 80
1 ℃ no centro da barra, ou seja, em 𝑥 = 25 𝑐𝑚, nesse caso, 𝑡 = 𝜋2
ln ( 𝜋 ) ≅ 820 𝑠.
95
Equação da onda:
A equação da onda é uma equação diferencial parcial linear de segunda ordem importante que descreve a
propagação das ondas – tais como ocorrem na física – tais como ondas sonoras, luminosas ou aquáticas. É
aplicada em áreas como a acústica, eletromagnetismo, e dinâmica dos fluidos.
Historicamente, o problema de uma corda vibrante como as de um instrumento musical foi estudado
por Jean le Rond d'Alembert, Leonhard Euler, Daniel Bernoulli, e Joseph-Louis Lagrange
Cordas vibrantes:
As frequências com que as ondas estacionárias são produzidas são as frequências naturais ou frequências ressonantes
da corda, e as diferentes ondas estacionárias que poderão se estabelecer nessa corda correspondem aos modos
ressonantes de vibração. s
Em um instrumento musical de corda, por exemplo, a vibração da corda provoca o surgimento de uma onda sonora que
se propaga pelo ar até atingir nossos ouvidos. A frequência do som ouvido será igual à frequência de vibração dos pontos
da corda. A vibração da corda, e consequentemente a emissão de um som pode ser obtida de várias maneiras,
dependendo do instrumento. A corda do instrumento pode ser tangida (como no violão), friccionada (como no violino)
ou percutida (como no piano). As cordas do piano são percutidas por pequenos martelos, que são acionados pelas teclas.
Considerando uma corda esticada entre dois suportes, como a corda de um violão ou de um violino. As ondas que se
propagam ao longo dessa corda, e que podem ter uma grande variedade de frequências, sofrem reflexão nas
extremidades — e muitas delas interferem de modo aleatório com cada uma das outras e rapidamente se extinguem.
Entretanto, as ondas correspondentes às frequências ressonantes da corda persistem e ondas estacionárias se
estabelecem nessa corda.
A onda estacionária de frequência mais baixa é chamada frequência fundamental. Ela corresponde a uma onda
estacionaria com um único ventre, o harmônico fundamental ou primeiro harmônico.
As demais frequências naturais são chamadas sobretons ou harmônicos superiores, visto que as frequências
correspondentes são múltiplos inteiros da frequência fundamental.
Considere as extremidades da corda estão fixas, nesses pontos tem-se nós da onda estacionária e os possíveis modos
ressonantes de vibração da corda. Considere a corda de comprimento 𝐿 e o comprimento da onda 𝜆𝑖 :
𝜆𝑛
Generalizando, para o enésimo harmônico será dado por: 𝐿 = 𝑛. em que 𝑛 = 1,2,3, … define o número do harmônico.
2
2𝐿
Dessa expressão tem-se: 𝜆𝑛 = .
𝑛
Para determinar as frequências correspondentes aplica-se a relação 𝑣 = 𝜆. 𝑓, onde 𝑣 é a velocidade de propagação das
𝑣 𝑣
ondas transversais na corda, assim 𝑓𝑛 = . 𝑛 . Portanto, o harmônico fundamental é 𝑓1 = e os demais podem ser
2𝐿 2𝐿
𝑣
escritos em função dele, ou seja, 𝑓𝑛 = . 𝑓1 .
2𝐿
𝑇
As ondas transversais, que se propagam ao longo da corda, podem ser descritas pela equação de Taylor: 𝑣 = √ , onde
𝜇
𝑇 é a tensão aplicada sobre a corda, 𝜇 é a densidade linear da corda, medida em kg/m e v é a velocidade de propagação
das ondas transversais na corda, medida em m/s.
Pode-se calcular as frequências ressonantes de uma corda, para 𝑛 = 1,2,3, … , por meio pela expressão:
𝑛 𝑇
𝑓𝑛 = √
2𝐿 𝜇
Ao afinar um instrumento musical de corda (um violão, por exemplo), pode-se alterar a força tensora 𝑇 através de uma
cravelha: aumentando-se 𝑇, a frequência fundamental aumenta — e o som provocado pela vibração da corda soará
mais agudo; diminuindo-se a tensão, a frequência fundamental diminui — e o som torna-se mais grave.
Observe que para uma determinada corda, sob certa tensão, a diminuição do comprimento 𝐿 provoca um aumento na
frequência fundamental — e o som torna-se mais agudo. Esse fato permite a um músico obter diferentes notas musicais
em uma mesma corda à medida que altera a posição dos dedos e aperta a corda em pontos diferentes ao longo do braço
do instrumento.
Além disso, as cordas que emitem os sons mais graves são as de maior densidade linear 𝜇, ou seja, as mais "grossas".1
Curiosidades:
1 Referência: http://www.if.ufrgs.br/~dschulz/cordas_vibrantes.pdf
97
Considere uma corda de comprimento 𝐿, mantida tensa e fixada em dois pontos do eixo 𝑥, ou seja, em 𝑥 = 0
e 𝑥 = 𝐿.
Quando a corda começa a vibrar, supõe-se que o movimento se verifique apenas no plano 𝑥𝑦 de tal maneira
que cada ponto se move em uma direção perpendicular ao eixo 𝑥, ou seja, vibrações transversais.
Denota-se 𝑢(𝑥, 𝑡) o deslocamento vertical de um ponto arbitrário da corda medido a partir do eixo 𝑥 para
𝑡 > 0.
Supondo que:
Analisando a figura, percebe-se que as tensões são tangentes às extremidades da curva no intervalo
[𝑥, 𝑥 + Δ𝑥].
Para pequenos valores de 𝜃1 e 𝜃2 , a força vertical resultante que atua no elemento correspondente Δ𝑠 da
corda é dado por:
𝐹 = 𝑚. 𝑎 = 𝜌 Δ𝑥 𝑢𝑡𝑡
Igualando as expressões, tem-se:
𝑎2 𝑢𝑥𝑥 = 𝑢𝑡𝑡
99
Exemplo 3: Considere uma corda de comprimento 𝐿, mantida tensa e fixada em dois pontos do eixo 𝑥, ou
seja, em 𝑥 = 0 e 𝑥 = 𝐿.
𝜕 2 𝑢 𝜕²𝑢
𝑎² =
𝜕𝑥² 𝜕𝑡 2
Sujeito as condições:
▪ 𝑢(0, 𝑡) = 0
▪ 𝑢(𝐿, 𝑡) = 0
▪ 𝑢(𝑥, 0) = 𝑓(𝑥)
▪ 𝑢𝑡 (𝑥, 0) = 𝑔(𝑥)
100
Equação de Laplace:
A equação de Laplace surge em problemas independentes de tempo, que envolvem potencial como o
potencial eletrostático, gravitacional e a velocidade em mecânica dos fluidos.
Pode-se interpretar a equação de Laplace como a distribuição de temperatura em uma chapa, na qual 𝑢(𝑥, 𝑦)
representa a temperatura em cada ponto da chapa.
A equação de Laplace pode ser escrita de forma abreviada pelo operador laplaciano:
∇2 𝑢 = 0
A equação de Laplace bidimensional é dada por:
𝜕2𝑢 𝜕2𝑢
∇2 𝑢 = + =0
𝜕𝑥 2 𝜕𝑦 2
A equação de Laplace tridimensional é dada por:
Exemplo 4: Considere o problema de temperatura de estado estacionário 𝑢(𝑥, 𝑦) em uma placa de bordas
isoladas, quando não há escapamento de calor pelas bordas laterais, resolve-se:
𝜕2𝑢 𝜕2𝑢
+ =0
𝜕𝑥² 𝜕𝑦²
Sujeito as condições:
▪ 𝑢𝑥 (0, 𝑦) = 0
▪ 𝑢𝑥 (𝑎, 𝑦) = 0
▪ 𝑢(𝑥, 0) = 0
▪ 𝑢(𝑥, 𝑏) = 𝑓(𝑥)
101
102
Exemplo 5: Considere o problema de temperatura de estado estacionário 𝑢(𝑥, 𝑦) em uma placa definida a
seguir. Encontre a função temperatura 𝑢(𝑥, 𝑦)
103
104
Exercícios:
1. Resolva a equação do calor 𝑘 2 𝑢𝑥𝑥 = 𝑢𝑡 , para uma haste de comprimento 𝐿 = 2, sujeita as condições:
1, 0 < 𝑥 < 1
𝑢(0, 𝑡) = 0, 𝑢(2, 𝑡) = 0, 𝑢(𝑥, 0) = {
0,1 < 𝑥 < 2
2. Resolva a equação da onda 𝑎² 𝑢𝑥𝑥 = 𝑢𝑡𝑡 , para uma corda de comprimento 𝐿 = 1, sujeita as condições:
1
𝑢(0, 𝑡) = 0, 𝑢(1, 𝑡) = 0, 𝑢(𝑥, 0) = 𝑥(1 − 𝑥), 𝑢𝑡 (𝑥, 0) = 0
4
3. Resolva a equação da onda 𝑎² 𝑢𝑥𝑥 = 𝑢𝑡𝑡 , para uma corda de comprimento 𝜋, sujeita as condições:
Respostas:
𝑛2 𝜋2 𝑘2 𝑡
2 𝑛𝜋 − 𝑛𝜋𝑥
1. 𝑢(𝑥, 𝑡) = ∑∞
𝑛=1 𝑛𝜋 (1 − cos ( 2 )) 𝑒 4 sen (2
)
2
2. 𝑢(𝑥, 𝑡) = ∑∞
𝑛=1 (1 − (−1)𝑛 ) sen(𝑛𝜋𝑥) cos(𝑛𝜋𝑎𝑡)
𝑛 3 𝜋3
1
3. 𝑢(𝑥, 𝑡) = 𝑎 sen(𝑥) sen(𝑎𝑡) – somente 𝑛 = 1
105
Importante: É possível resolver um PVC usando separação de variáveis somente quando apresenta a equação
homogênea e devido o formato das condições de contorno ressaltadas.
O método de separação de variáveis pode não ser aplicável a um problema de contorno quando a equação
de derivadas parciais ou as condições de contorno não são homogêneas.
Por exemplo, considerando a equação clássica do calor quando se tem calor sendo gerado a uma taxa
constante r no interior da haste, a equação do calor passa a ser descrita como:
𝜕2𝑢 𝜕𝑢
𝑘 +𝑟 =
𝜕𝑥² 𝜕𝑡
Uma maneira de resolver problemas não homogêneos ou condições de contorno não homogêneas é fazendo
a mudança de variáveis dependente:
Exemplo 1: Reescreva esse problema para obter uma EDP homogênea para o problema:
𝜕2𝑢 𝜕𝑢
𝑘 +𝑟 =
𝜕𝑥² 𝜕𝑡
Sujeito as condições:
▪ 𝑢(0, 𝑡) = 0, 𝑡 > 0
▪ 𝑢(1, 𝑡) = 𝑢0 , 𝑡 > 0
▪ 𝑢(𝑥, 0) = 𝑔(𝑥), 0 < 𝑥 < 1
Observe que esse problema apresenta não homogeneidade na condição de contorno 𝑢(1, 𝑡) = 𝑢0 , então,
usa-se a mudança: 𝑢(𝑥, 𝑡) = 𝑣(𝑥, 𝑡) + 𝜓(𝑥)
Exemplo 2: Reescreva esse problema para obter uma EDP homogênea que determina a temperatura de
estado estacionário 𝑢(𝑥, 𝑦) em uma chapa semi-infinita.
𝜕2𝑢 𝜕2𝑢
+ =0
𝜕𝑥² 𝜕𝑦²
Sujeito as condições:
Observe que esse problema apresenta a não homogeneidade na condição de contorno dada no contorno 𝑦 =
0 e 𝑦 = 1, então, usa-se a mudança: 𝑢(𝑥, 𝑦) = 𝑣(𝑥, 𝑦) + 𝜓(𝑦)
Às vezes, a série obtida após o uso das CC e CI é uma série trigonométrica que não é uma série de Fourier.
Para isso é necessário utilizar a série de Fourier Generalizada:
𝜕 2 𝑢 𝜕𝑢
𝑘 = , 0<𝑥 <1𝑒𝑡 > 0
𝜕𝑥² 𝜕𝑡
Sujeito as condições:
▪ 𝑢(0, 𝑡) = 0, 𝑡 > 0
▪ 𝑢𝑥 (1, 𝑡) = −ℎ𝑢(1, 𝑡), ℎ > 0 𝑒 𝑡 > 0
▪ 𝑢(𝑥, 0) = 1, 0 < 𝑥 < 1
109
Quando a EDP depende de mais de duas variáveis, aplica-se a separação de variáveis mais de uma vez. Por
exemplo:
Onde:
𝛽 𝛼
4 𝑚𝜋 𝑛𝜋
𝐵𝑚𝑛 = ∫ ∫ 𝑓(𝑥, 𝑦) . 𝑠𝑒𝑛 ( 𝑥) . 𝑠𝑒𝑛 ( 𝑦) 𝑑𝑥 𝑑𝑦
𝛼𝛽 𝛼 𝛽
0 0
Onde:
𝛽 𝛼
1
𝐴00 = ∫ ∫ 𝑓(𝑥, 𝑦) 𝑑𝑥 𝑑𝑦
𝛼𝛽
0 0
𝛽 𝛼
2 𝑚𝜋
𝐴𝑚0 = ∫ ∫ 𝑓(𝑥, 𝑦) . cos ( 𝑥) 𝑑𝑥 𝑑𝑦
𝛼𝛽 𝛼
0 0
𝛽 𝛼
2 𝑛𝜋
𝐴0𝑛 = ∫ ∫ 𝑓(𝑥, 𝑦) . cos ( 𝑦) 𝑑𝑥 𝑑𝑦
𝛼𝛽 𝛽
0 0
𝛽 𝛼
4 𝑚𝜋 𝑛𝜋
𝐴𝑚𝑛 = ∫ ∫ 𝑓(𝑥, 𝑦) . cos ( 𝑥) . cos ( 𝑦) 𝑑𝑥 𝑑𝑦
𝛼𝛽 𝛼 𝛽
0 0
110
Exemplo 4: Suponha que a região retangular no plano 𝑥𝑦 seja uma placa delgada em que a temperatura 𝑢 é
função do tempo 𝑡 e da posição (𝑥, 𝑦), satisfazendo a equação do calor bidimensional:
𝜕2𝑢 𝜕2𝑢 𝜕𝑢
𝑘( + )=
𝜕𝑥² 𝜕𝑦² 𝜕𝑡
▪ 𝑢(0, 𝑦, 𝑡) = 0
▪ 𝑢(𝑏, 𝑦, 𝑡) = 0
▪ 𝑢(𝑥, 0, 𝑡) = 0
▪ 𝑢(𝑥, 𝑐, 𝑡) = 0
▪ 𝑢(𝑥, 𝑦, 0) = 𝑓(𝑥)
111
112
Exercício
𝜕 2 𝑢 𝜕𝑢
𝑘 =
𝜕𝑥² 𝜕𝑡
Sujeito as condições: 𝑢(0, 𝑡) = 𝑢0 , 𝑢(1, 𝑡) = 𝑢1 , 𝑡 > 0 e 𝑢(𝑥, 0) = 𝑓(𝑥), 0 < 𝑥 < 1
Resposta:
2 𝜋2 𝑡
1. 𝑢(𝑥, 𝑡) = (𝑢1 − 𝑢0 )𝑥 + 𝑢0 + ∑∞
𝑛=1(𝐵𝑛 𝑒
−𝑘𝑛
sen(𝑛𝜋𝑥))
1
onde 𝐵𝑛 = 2 ∫0 (𝑓(𝑥) + (𝑢1 − 𝑢0 )𝑥 − 𝑢0 ) sen(𝑛𝜋𝑥)𝑑𝑥
113
Pares de transformadas
ℒ −1 {𝐹(𝑠)} = 𝑓(𝑡)
Na realidade, a transformada é uma integral, assim:
∞
E a sua inversa:
𝛾+𝑖∞
−1 {𝐹(𝑠)}
1
ℒ = ∫ 𝑒 𝑠𝑡 𝐹(𝑠)𝑑𝑠 = 𝑓(𝑡)
2𝜋𝑖
𝛾−𝑖∞
As transformadas integrais ocorrem em pares de transformadas, ou seja, tem uma integral que transforma
𝑓(𝑥) em 𝐹(𝛼):
𝑏
𝑓(𝑥) = ∫ 𝐹(𝛼)𝐻(𝛼, 𝑥) 𝑑𝑥
𝑐
114
▪ 𝐾(𝑠, 𝑡) = 𝑒 −𝑠𝑡
∞
𝑒 𝑠𝑡
▪ 𝐻(𝑠, 𝑡) = 2𝜋𝑖
𝛾+𝑖∞
−1 {𝐹(𝑠)}
1
ℒ = ∫ 𝑒 𝑠𝑡 𝐹(𝑠)𝑑𝑠 = 𝑓(𝑡)
2𝜋𝑖
𝛾−𝑖∞
115
Transformadas de Laplace
A transformada de Laplace é associada a variável temporal 𝑡.
Quando associada a uma função que depende apenas de 𝑡, a transformada de Laplace é definida como:
∞
▪ ℒ{𝑓 (𝑛) (𝑡)} = 𝑠 𝑛 𝐹(𝑠)−𝑠 𝑛−1 𝑓(0)−𝑠 𝑛−2 𝑓 ′ (0) − ⋯ −𝑓 (𝑛−1) (0)
1 𝑎2
𝑒 −𝑎√𝑠
𝑒 − 4𝑡
√𝜋𝑡 √𝑠
𝑎 𝑎2
𝑒 −𝑎√𝑠
𝑒 − 4𝑡
2√𝜋𝑡 3
𝑎
erfc ( ) 𝑒 −𝑎√𝑠
2√𝑡 𝑠
𝑡 𝑎2 𝑎 𝑒 −𝑎√𝑠
2√ 𝑒 − 4𝑡 − 𝑎 erfc ( ) 𝑠√𝑠
𝜋 2√𝑡
𝑎
2
𝑒 𝑎𝑏 𝑒 𝑏 𝑡 erfc (𝑏√𝑡 + ) 𝑒 −𝑎√𝑠
2√𝑡
√𝑠(√𝑠 + 𝑏)
𝑎 𝑎
2
𝑒 𝑎𝑏 𝑒 𝑏 𝑡 erfc (𝑏√𝑡 + ) + erfc ( ) 𝑏𝑒 −𝑎√𝑠
2√𝑡 2√𝑡
𝑠(√𝑠 + 𝑏)
117
Onde 𝑥 é um parâmetro.
Associando as transformadas de Laplace de uma variável, tem-se as regras das derivadas parciais para
funções de duas variáveis. Usando ℒ{𝑓′(𝑡)} = 𝑠 𝐹(𝑠) − 𝑓(0), tem-se:
𝜕𝑢
ℒ{ (𝑥, 𝑡)} = 𝑠 𝑈(𝑥, 𝑠) − 𝑢(𝑥, 0)
𝜕𝑡
Usando ℒ{𝑓′′(𝑡)} = 𝑠 2 𝐹(𝑠) − 𝑠𝑓(0) − 𝑓′(0), tem-se:
𝜕²𝑢
ℒ{ (𝑥, 𝑡)} = 𝑠 2 𝑈(𝑥, 𝑠) − 𝑠 𝑢(𝑥, 0) − 𝑢𝑡 (𝑥, 0)
𝜕𝑡²
𝜕𝑢
ℒ{ (𝑥, 𝑡)} = 𝑠 𝑈(𝑥, 𝑠) − 𝑢(𝑥, 0)
𝜕𝑡
𝜕²𝑢
ℒ{ (𝑥, 𝑡)} = 𝑠 2 𝑈(𝑥, 𝑠) − 𝑠 𝑢(𝑥, 0) − 𝑢𝑡 (𝑥, 0)
𝜕𝑡²
𝜕𝑢 𝜕𝑈
ℒ{ (𝑥, 𝑡)} = (𝑥, 𝑠)
𝜕𝑥 𝜕𝑥
𝜕²𝑢 𝜕²𝑈
ℒ{ (𝑥, 𝑡)} = (𝑥, 𝑠)
𝜕𝑥² 𝜕𝑥²
118
𝜕2𝑢 𝜕2𝑢
=
𝜕𝑥² 𝜕𝑡²
Sujeita as condições para 𝑡 > 0 e 0 < 𝑥 < 1
▪ 𝑢(0, 𝑡) = 0
▪ 𝑢(1, 𝑡) = 0
▪ 𝑢(𝑥, 0) = 0
𝜕𝑢
▪ 𝜕𝑡
(𝑥, 0) = 𝑠𝑒𝑛 (𝜋𝑥)
119
Exemplo 3: Uma corda muito longa está inicialmente em repouso sobre a parte não-negativa do eixo 𝑥. A
corda está fixa em 𝑥 = 0 e sua distante extremidade direita desliza sem atrito ao longo do suporte vertical.
A corda é posta em movimento quando a deixamos cair sob seu próprio peso. Determine o deslocamento
𝑢(𝑥, 𝑡).
𝜕2𝑢 𝜕2𝑢
𝑎2 − 𝑔 =
𝜕𝑥 2 𝜕𝑡²
Sujeita as condições para 𝑡 > 0 e 𝑥 > 0
▪ 𝑢(0, 𝑡) = 0
𝜕𝑢
▪ lim =0
𝑥→∞ 𝜕𝑥
▪ 𝑢(𝑥, 0) = 0
𝜕𝑢
▪ (𝑥, 0) = 0
𝜕𝑡
120
Exemplo 4: Determine o deslocamento 𝑢(𝑥, 𝑡) de uma corda de comprimento 𝐿 = 1, sobre o qual atua uma
força externa, é determinado por:
𝜕²𝑢 𝜕²𝑢
+ 𝑠𝑒𝑛 (𝜋𝑥) 𝑠𝑒𝑛 (𝜔𝑡) =
𝜕𝑥² 𝜕𝑡²
Considere as condições:
▪ 𝑢(0, 𝑡) = 0
▪ 𝑢(1, 𝑡) = 0
▪ 𝑢(𝑥, 0) = 0
𝜕𝑢
▪ | =0
𝜕𝑡 𝑡=0
121
122
Exercícios
Respostas
𝑥
1. 𝑢(𝑥, 𝑡) = 𝑢0 . erfc ( )
2√𝑘𝑡
123
Integral de Fourier
As séries de Fourier:
▪ Representam funções 𝑓 definidas em um intervalo finito (−𝑝, 𝑝) ou (0, 𝐿).
▪ Quando 𝑓 e 𝑓′ são parcialmente contínuas no intervalo, a série de Fourier representa a função no
intervalo e converge para um prolongamento periódico de 𝑓 fora do intervalo.
As integrais de Fourier:
▪ Representam funções não periódicas 𝑓 definidas em um intervalo infinito (−∞, ∞) ou (0, ∞).
Onde:
𝑝 ∞ 𝑝 ∞ 𝑝
1 1 𝑛𝜋𝑡 𝑛𝜋𝑥 1 𝑛𝜋𝑡 𝑛𝜋𝑥
𝑓(𝑥) = ∫ 𝑓(𝑡)𝑑𝑡 + ∑ ( ∫ 𝑓(𝑡). 𝑐𝑜𝑠 ( ) 𝑑𝑡) 𝑐𝑜𝑠 ( ) + ∑ ( ∫ 𝑓(𝑡). 𝑠𝑒𝑛 ( ) 𝑑𝑡 ) 𝑠𝑒𝑛 ( )
2𝑝 𝑝 𝑝 𝑝 𝑝 𝑝 𝑝
−𝑝 𝑛=1 −𝑝 𝑛=1 −𝑝
𝑛𝜋 𝜋
Fazendo 𝛼𝑛 = 𝑝
e 𝛼𝑛+1 − 𝛼𝑛 = ∆𝛼 = 𝑝 , tem-se:
𝑝 ∞ 𝑝 ∞ 𝑝
1 1 1
𝑓(𝑥) = ( ∫ 𝑓(𝑡)𝑑𝑡) ∆𝛼 + ∑ ( ∫ 𝑓(𝑡). 𝑐𝑜𝑠(𝛼𝑡)𝑑𝑡) 𝑐𝑜𝑠(𝛼𝑥) ∆𝛼 + ∑ ( ∫ 𝑓(𝑡). 𝑠𝑒𝑛(𝛼𝑡)𝑑𝑡) 𝑠𝑒𝑛(𝛼𝑥)∆𝛼
2𝜋 𝜋 𝜋
−𝑝 𝑛=1 −𝑝 𝑛=1 −𝑝
𝜋
Fazendo 𝑝 → ∞, implica que ∆𝛼 = 𝑝 → 0 e usando a integral de Riemann, tem-se:
∞ ∞ ∞ ∞
1 1
𝑓(𝑥) = ∫ ( ∫ 𝑓(𝑡). 𝑐𝑜𝑠(𝛼𝑡)𝑑𝑡) 𝑐𝑜𝑠(𝛼𝑥) 𝑑𝛼 + ∫ ( ∫ 𝑓(𝑡). 𝑠𝑒𝑛(𝛼𝑡)𝑑𝑡) 𝑠𝑒𝑛(𝛼𝑥)𝑑𝛼
𝜋 𝜋
0 −∞ 0 −∞
Onde:
∞
Onde:
∞
Onde:
∞
Exemplo 3: Determine a representação, por uma integral de Fourier, supondo que o prolongamento é par:
𝑓(𝑥) = {𝑒 −𝑥 , 𝑥 > 0
128
Exercícios
Respostas
1 ∞ sen(𝛼) 3
1. a) 𝑓(𝑥) = 𝜋 ∫0 ( 𝛼
cos(𝛼𝑥) + 𝛼 (1 − cos(𝛼)) sen(𝛼𝑥))
Transformadas de Fourier
Forma complexa da integral de Fourier
Assim:
∞ ∞
1
𝑓(𝑥) = ∫ ∫ 𝑓(𝑡). [𝑐𝑜𝑠(𝛼𝑡) 𝑐𝑜𝑠(𝛼𝑥) + 𝑠𝑒𝑛(𝛼𝑡)𝑠𝑒𝑛(𝛼𝑥)] 𝑑𝑡 𝑑𝛼
𝜋
0 −∞
Ampliando o intervalo:
∞ ∞
1
𝑓(𝑥) = ∫ ∫ 𝑓(𝑡). 𝑐𝑜𝑠[(𝑡 − 𝑥)𝛼] 𝑑𝑡 𝑑𝛼
2𝜋
−∞ −∞
Pode-se expressar:
∞ ∞
1
𝑓(𝑥) = ∫ ∫ 𝑓(𝑡). {𝑐𝑜𝑠[(𝑡 − 𝑥)𝛼] + 𝑖𝑠𝑒𝑛[(𝑡 − 𝑥)𝛼]} 𝑑𝑡 𝑑𝛼
2𝜋
−∞ −∞
E a sua inversa:
∞
−1 {𝐹(𝛼)}
1
𝔉 = ∫ 𝐹(𝛼) 𝑒 −𝑖𝛼𝑥 𝑑𝛼 = 𝑓(𝑥)
2𝜋
−∞
As condições suficientes para a existência são que 𝑓 seja absolutamente integrável no intervalo apropriado
e que 𝑓 e 𝑓’ sejam parcialmente contínuas em qualquer intervalo finito.
As condições para a existência para as transformadas de Fourier são mais restritivas, comparando com as
transformadas de Laplace, vale ressaltar que não existe:
▪ 𝔉{1}
▪ 𝔉𝑠 {1}
▪ 𝔉𝑐 {1}
De forma análoga,
𝔉{𝑓′′(𝑥)} = −𝛼²𝐹(𝛼)
𝔉𝑠 {𝑓′(𝑥)} = −𝛼 𝔉𝑐 {𝑓(𝑥)}
𝔉𝑐 {𝑓′(𝑥)} = 𝛼 𝔉𝑠 {𝑓(𝑥)} − 𝑓(0)
Sejam 𝑓 e 𝑓’ contínuas e f absolutamente integrável em [0, ∞) e 𝑓’’ parcialmente contínua em qualquer
intervalo finito. Se 𝑓(𝑥) → 0 quando 𝑥 → +∞, então, usando a integração por partes tem-se:
∞ ∞
= −𝛼 𝑓 (𝑥)𝑐𝑜𝑠(𝛼𝑥)|∞
0 − 𝛼 ∫ 𝑓(𝑥) s𝑒𝑛(𝛼𝑥) 𝑑𝑥 = 𝛼𝑓(0) − 𝛼 2 𝔉𝑠 {𝑓(𝑥)}
0
Assim,
▪ Para utilizar a transformada de Fourier, o domínio da variável a ser eliminada deve ser (−∞, ∞).
▪ Para utilizar a transformada seno ou cosseno de Fourier, o domínio da variável a ser eliminada deve
ser [0, ∞) e a condição de contorno deve ser especificada em zero.
132
∞
1
𝔉−1 {𝑈(𝛼, 𝑡)} = ∫ 𝑈(𝛼, 𝑡) 𝑒 −𝑖𝛼𝑥 𝑑𝛼 = 𝑢(𝑥, 𝑡)
2𝜋
−∞
∞
2
𝔉𝑠 −1 {𝑈(𝛼, 𝑡)} = ∫ 𝑈(𝛼, 𝑡) 𝑠𝑒𝑛(𝛼𝑥)𝑑𝛼 = 𝑢(𝑥, 𝑡)
𝜋
0
∞
2
𝔉𝑐 −1 {𝑈(𝛼, 𝑡)} = ∫ 𝑈(𝛼, 𝑡) 𝑐𝑜𝑠(𝛼𝑥)𝑑𝛼 = 𝑢(𝑥, 𝑡)
𝜋
0
𝑘 𝑢𝑥𝑥 = 𝑢𝑡
−∞ < 𝑥 < ∞
𝑡>0
Sujeita a condição:
0, 𝑥 < −1
▪ 𝑢(𝑥, 0) = 𝑓(𝑥) = {1, − 1 < 𝑥 < 1
0, 𝑥 > 1
134
Exemplo 2: Determine a temperatura de estado estacionário em uma chapa semi-infinita dada por:
𝑢𝑥𝑥 + 𝑢𝑦𝑦 = 0
0<𝑥<𝜋
𝑦>0
Sujeita as condições:
▪ 𝑢(0, 𝑦) = 0
▪ 𝑢(𝜋, 𝑦) = 𝑒 −𝑦
▪ 𝑢𝑦 (𝑥, 0) = 0
135
𝜕²𝑢 𝜕𝑢
=
𝜕𝑥² 𝜕𝑡
Sujeita as condições:
▪ 𝑢(0, 𝑡) = 0, 𝑡 > 0
1, 0 < 𝑥 < 1
▪ 𝑢(𝑥, 0) = {
0 , 𝑥>1
136
Exercícios
𝑢(0, 𝑡) = 𝑢0 , 𝑡 > 0
𝑢(𝑥, 0) = 0, 𝑥 > 0
Respostas
4 ∞ 𝛼
1. 𝑢(𝑥, 𝑡) = 𝜋 ∫0 (1+𝛼2 )
cos(𝛼𝑡) sen(𝛼𝑥) 𝑑𝛼
2 ∞ 𝑢0 2
2. 𝑢(𝑥, 𝑡) = ∫0
𝜋 𝛼
(1 − 𝑒 −𝑘𝛼 𝑡 ) sen(𝛼𝑥) 𝑑𝛼