Soluções de EDO

homogêneas por sistemas

de equações diferenciais

Cálculo IV - Equações Diferenciais Ordinárias – Parte 2 Prof. Valdson v2020.X - UPE/Poli

1. Sistema de equações lineares

Seja o sistema de equações lineares:

a11 𝑥1 + a12 𝑥2 + a13 𝑥3 +. . . +a1n 𝑥𝑛 = 𝑏1
a21 𝑥1 + a22 𝑥2 + a23 𝑥3 +. . . +a2n 𝑥𝑛 = 𝑏2
:
an1 𝑥1 + an2 𝑥2 + an3 𝑥3 +. . . +ann 𝑥𝑛 = 𝑏𝑛

Ou simplesmente (utilizando notação matricial)

𝐴𝑥 = 𝑏
Este sistema linear pode ser definido por:
𝐴𝑥 = 𝑏 = 𝜆𝑥
𝐴𝑥 − 𝜆𝑥 = 0
𝐴 − 𝜆𝐼 𝑋 = 0
 são autovalores (constantes) e X os correspondentes autovetores (vetores).
Para calcular os autovalores, faz-se:
det 𝐴 − 𝜆𝐼 = 0
𝐴 − 𝜆𝐼 𝑋 = 0

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Exemplo: Calculando autovetores para cada
autovalor:
3𝑥1 − 𝑥2 = 0 3 −1
ቊ 𝐴= 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝜆1 = 2
4𝑥1 − 2𝑥2 = 0 4 −2
1 −1 𝑥1 𝑥1 − 𝑥2 0
= =
Então 𝐴 − 𝜆𝐼 𝑋 = 0 4 −4 𝑥2 4𝑥1 − 4𝑥2 0
𝑥1 − 𝑥2 = 0 ⇒ 𝑥1 = 𝑥2
Ou
𝑥1 𝑥1 1
𝑋1 = 𝑥 = 𝑥 = 𝑥1
3 −1 𝜆 0 𝑥1 0 2 1 1
− 𝑥2 = 0 1
4 −2 0 𝜆 = , 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑥1 = 1
1
3−𝜆 −1 𝑥1 0
= 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝜆2 = −1
4 −2 − 𝜆 𝑥2 0
4 −1 𝑥1 4𝑥1 − 𝑥2 0
= =
3−𝜆 −1 4 −1 𝑥2 4𝑥1 − 𝑥2 0
det = 𝜆2 − 𝜆 − 2 = 0
4 −2 − 𝜆 4𝑥1 − 𝑥2 = 0 ⇒ 4𝑥1 = 𝑥2
1 1
𝜆1 = 2 𝑒 𝜆2 = −1 𝑋2 = 𝑥1 = , 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑥1 = 1
4 4
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 EDO linear homogênea com coeficientes
constantes.

Solução por sistema de equações diferenciais

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a) EDO de primeira ordem b) EDO linear de segunda ordem
Considere a EDO de primeira ordem y" + ay′ + by = 0 ⇒ 𝑦 = 𝑐1 y1 + 𝑐2 y2
y′ − ay = 0 𝑢1
Solução para y1 : Fazendo 𝑈1 = 𝑢
A solução desta EDO é 2
y = c1 y1 = c1 eax 𝑢1 = 𝑦1 ⇒ 𝑢1 ´ = 𝑦1 ´ = 𝑢2 ⇒ 𝑢2 ´ = 𝑦1 "
Através de substituições Substituindo na EDO, obtêm-se
𝑢1 = 𝑦 ⇒ 𝑢1 ′ = 𝑦´ u2 ´ + au2 + bu1 = 0
u1 ′ − au1 = 0 Pode-se montar o sistema de equações
𝑑 u1 ´ = 0u1 + 𝑢2
𝑢1 ′ = 𝑎 𝑢1 = 𝑢1 ൝ 𝑈′ = 𝐴𝑈 = 𝜆𝑈
𝑑𝑥 u2 ´ = − bu1 − au2 𝐴𝑈 − 𝜆𝑈 = 0
𝑈′ = 𝐴𝑈 = 𝜆𝑈 𝐴 − 𝜆𝐼 𝑈 = 0
𝐴𝑈 − 𝜆𝑈 = 0 Matricialmente, tem-se
𝑑 𝑎 − 𝜆 𝑢1 = 0
𝐴 − 𝜆𝐼 𝑈 = 0 𝑈1 ′ = 𝐴𝑈1 = 𝑈 𝑎−𝜆 =0
𝑎 − 𝜆 𝑢1 = 0 𝑑𝑥 1
𝑢1 ´ 0 1 𝑢1 ⇒ 𝜆1 = 𝑎
𝑎 − 𝜆 = 0 ⇒ 𝜆1 = 𝑎 =
𝑢2 ´ −𝑏 −𝑎 𝑢2
Comparando com y = c1 eax 𝑢1
O mesmo se aplica para 𝑦2 . Fazer 𝑈2 = 𝑢
𝜆 x 2
Obtêm-se: y = u1 = c1 e 1 𝑢1 = 𝑦2 ⇒ 𝑢1 ´ = 𝑦2 ´ = 𝑢2
⇒ 𝑢2 ´ = 𝑦2 "

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c) Sistema de EDO de ordem n Assim, obtêm-se cada autovalor/autovetor
que estão relacionados a um vetor U, e que
Generalizando para uma EDO de correspondem a cada uma das soluções da
ordem “n” EDO, 𝑦1 𝑎 yn .
𝑑
𝑈 = 𝑈′ = 𝐴𝑈 𝑢1 𝑦𝑗
𝑑𝑥
⇒ U = e𝜆x𝑣Ԧ 𝑢2 𝑦𝑗 ′
𝑈𝑗 = ⋮ =
e ⋮
U′ = 𝜆e𝜆x𝑣Ԧ 𝑢𝑛 𝑦𝑗𝑛−1

Substituindo em ⇒ y = ∑ci yi = ∑ci Ui

𝑈′ = 𝐴𝑈
Obtem-se:
𝜆e𝜆x 𝑣Ԧ = 𝐴e𝜆x 𝑣Ԧ
Usando propriedade de matrizes:
𝜆𝑣Ԧ = 𝐴𝑣Ԧ
Ou seja:
𝐴 − 𝜆𝐼 𝑣Ԧ = 0
𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑣Ԧ ≠ 0
𝐴 − 𝜆𝐼 = 0
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3.3 Sistema de EDO 3.4 Resolução do sistema de equações

Seja o sistema de duas equações em a) Sistema de segunda ordem

termos de 𝑥1 𝑡 𝑒 𝑥2 (𝑡)
𝑥1 ′ = 𝑎11 𝑥1 + 𝑎12 𝑥2 y" + ay′ + by = 0
ቊ 𝑢1 = 𝑦 ⇒ 𝑢1 ´ = 𝑦´ = 𝑢2
𝑥2 ′ = 𝑎21 𝑥1 − 𝑎22 𝑥2
⇒ 𝑢2 ´ = 𝑦"
Resolvendo matricialmente
𝑋′ = 𝐴𝑋 = 𝜆𝑋 ⇒ 𝐴 − 𝜆𝐼 𝑋 = 0 u1 ´ = 0u1 + 𝑢2
൝
𝑎11 𝑎12 𝜆 0 𝑥1 0 u2 ´ = − bu1 − au2
𝑎21 𝑎22 − 0 𝜆 𝑥2 = 0
𝐴 − 𝜆𝐼 𝑋 = 0
𝑎11 − 𝜆 𝑎12 𝑥1 0
= 𝐴 − 𝜆𝐼 = 𝜆2 + 𝑎𝜆 + 𝑏 = 0
𝑎21 𝑎22 − 𝜆 𝑥2 0
𝑎11 − 𝜆 𝑎12 1) 𝜆1 ≠ 𝜆2 (reais)
𝑑𝑒𝑡
𝑎21 𝑎22 − 𝜆
= 𝜆2 + 𝑎𝜆 + 𝑏 = 0 𝐴 − 𝜆1 𝐼 𝑉1 = 0 e 𝐴 − 𝜆2 𝐼 𝑉2 = 0
Solução: 𝑢1 𝑦
𝑥1 𝑈= 𝑢 = c1 U1 + 𝑐2 U2 = 𝑦′
𝑋 = 𝑥 = c1 𝑋1 + c2 𝑋2 2
2
𝑈 = c1 e𝜆1 x 𝑉1 + 𝑐2 e𝜆2 x 𝑉2
= c1 e𝜆1 𝑡 𝑉1 + c2 e𝜆2 𝑡 𝑉2
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Exercício: y" − 2y´ − 3y = 0 Matricialmente, tem-se
 Solução usando operador diferencial 𝑢1 ′ 0 1 𝑢1
=
L = D2 − 2𝐷 − 3 = 0 𝑢2 ′ 3 2 𝑢2
A solução para esta EDO, a partir do
operador diferencial com raízes da equação 𝑈′ = 𝐴𝑈 = 𝜆𝑈
característica, m1 = 3 e m2 = -1, cuja
solução é definida por: A solução para U será
y = c1 e3x + c2 e−x U𝑖 = e𝜆𝑖 x 𝑣𝑖
𝐴 − 𝜆𝐼 𝑈 = 0
 Solução usando sistema de equações
0 1 𝜆 0 𝑢1 0
− =
𝑢1 = 𝑦 ⇒ 𝑢1 ′ = 𝑦′ = 𝑢2 3 2 0 𝜆 𝑢2 0
⇒ 𝑢2 ′ = 𝑦" −𝜆 1 𝑢1 0
=
3 2 − 𝜆 𝑢2 0
Assim u2 ′ −2u2 −3u1 = 0
−𝜆 1
Pode-se montar o seguinte sistema de EDO det = 𝜆2 − 2𝜆 − 3 = 0
3 2−𝜆
u′1 = 0𝑢1 + 𝑢2
൝
u2 ′ = 3u1 + 2u2 𝜆1 = −1 𝑒 𝜆2 = 3
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 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝜆2 = 3
Calculando autovetores para cada
autovalor:
𝐴 − 𝜆𝐼 𝑉 = 0 −3 1 𝑣1 −3𝑣1 + 𝑣2 0
= =
3 −1 𝑣2 3𝑣1 − 𝑣2 0
𝑝𝑎𝑟𝑎 𝜆1 = −1 𝑣1
⇒ 𝑣2 = 3𝑣1 e 𝑉2 = 3𝑣
1
−𝜆 1 𝜈1 0
= 1 1
3 2 − 𝜆 𝜈2 0 𝑉2 = 𝑣1 = , 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑣1 = 1
3 3
1 1 𝑣1 𝑣1 + 𝑣2 0
= = A solução U então será obtida por
3 3 𝑣2 3𝑣1 + 3𝑣2 0
𝑈 = c1 𝑈1 + c2 𝑈2
⇒ 𝑣1 = −𝑣2
−𝑣2 = c1 e𝜆1 𝑥 𝑉1 + c2 e𝜆2 𝑥 𝑉2
𝑉1 = 𝑣
2
−1 −1 𝑢1 −𝑥 −1 + c e3𝑥 1
𝑉1 = 𝑣2 = , 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑣2 = 1 𝑈 = 𝑢2 = c 1 e 2
1 1 1 3

u1 = −c1 e−x + c2 e3x = 𝑦

൝
u2 = 𝑐1 e−x + 3c2 e3x = 𝑦´
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 𝑥1 (𝑡)′ = 4𝑥1 (𝑡) − 3𝑥2 (𝑡) 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝜆1 = 0 𝐴 − 𝜆𝐼 𝑉 = 0
Exercício: ቊ
𝑥2 (𝑡)′ = 8𝑥1 (𝑡) − 6𝑥2 (𝑡) 4𝑣1 − 3𝑣2 = 0
4 −3 𝜈1 0
= ⇒൝
8 −6 𝜈2 0 𝑣1 = 3ൗ4 𝑣2
𝑥1 ′ 4 −3 𝑥1
= 3ൗ
𝑥2 ′ 8 −6 𝑥2 𝑉1 = 𝑣2 4 = 3 , 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑣2 = 4
𝑋′ = 𝐴𝑋 = 𝜆𝑋 1 4
𝑝𝑎𝑟𝑎 𝜆2 = −2
A solução para U será
X𝑖 = e𝜆𝑖 t 𝑣𝑖 6 −3 𝜈1 0 6𝑣1 − 3𝑣2 = 0
= ⇒ቊ
𝐴 − 𝜆𝐼 𝑋 = 0 8 −4 𝜈2 0 𝑣2 = 2𝑣1
1 1
4 −3 𝜆 0 𝑥1 0 𝑉2 = 𝑣1
2
=
2
, 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑣1 = 1
− =
8 −6 0 𝜆 𝑥2 0
4−𝜆 −3 𝑿 = c1 𝑿𝟏 + c2 𝑿𝟐 = c1 e𝜆1𝑡 𝑉1 + c2 e𝜆2𝑡 𝑉2
𝑑𝑒𝑡
8 −6 − 𝜆 𝑥1 3 1
= − 4 − 𝜆 6 + 𝜆 + 24 𝑋 = 𝑥 = c1 e0𝑡 + c2 e−2𝑡
2 4 2
= 𝜆2 + 2𝜆 = 0 x1 = 3c1 + c2 e−2𝑡
⇒ 𝜆1 = 0 𝑒 𝜆2 = −2 ⇒൝
x2 = 4𝑐1 + 2c2 e−2𝑡
Prova:
x′1 = −2c2 e−2𝑡 4𝑥1 (𝑡) − 3𝑥2 (𝑡) = 12c1 + 4c2 e−2𝑡 − 12c1 − 6c2 e−2𝑡 = −2c2 e−2𝑡
൝ ൝
x′2 = −4c2 e−2𝑡 8𝑥1 (𝑡) − 6𝑥2 (𝑡) = 24c1 + 8c2 e−2𝑡 − 24c1 − 12c2 e−2𝑡 = −4c2 e−2𝑡
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