Você está na página 1de 9

Universidade Federal de Catalão

Curso de Engenharia de Minas

Cálculo Numérico

Equações Diferenciais Ordinárias

Aluna: Laiane Caixeta

Professor: Claudio Lemos De Souza

Turma: IBT0184 - B
SUMÁRIO

1.0 - Introdução 2
2.0 - Método de Euler 3
3.0 - Série de Taylor 4
4.0 - Aplicação em exercícios 5
5.0 - Considerações Finais 7
6.0 - Referências Bibliográficas 8

1
1.0 - Introdução

O estudo das Equações Diferenciais Ordinárias (EDO) teve início por volta do século
XVII, com os métodos de cálculo diferencial e integral desenvolvido por Newton. Ao final
deste mesmo século as equações diferenciais já eram consideradas de grande importância no
ramo da pesquisa científica, tornando-se uma maneira independente na disciplina de
Matemática.
As equações diferenciais são equações que incluem a função e a derivada desta
função. Na equação 1 temos uma função, onde podemos observar a presença da derivada da
função representada por 𝑓'(𝑥 ) e a própria função dentro da equação representada por 𝑓(𝑥 ).

𝑓'(𝑥 ) = (𝑓(𝑥 ))² − 𝑒


𝑥 (Eq.1)

De acordo com as regras da matemática, ao substituirmos/igualarmos a função 𝑓(𝑥 )


por “y”, temos como resultado uma nova equação.

𝑦' = 𝑦² − 𝑒
𝑥 (Eq.2)

Na nova equação temos que a incógnita é o “y”, lembrando que ela está em função de
“x”. Deste modo, temos que basicamente ao resolver uma equação diferencial não iremos
obter um valor e sim uma função.
A EDO possui duas especificações. Sendo a primeira em relação a sua definição, onde
existem as equações diferenciais ordinárias (EDO) e as equações ordinárias parciais (EDP). A
diferença delas é que a ordinária possui uma única variável independente depois da igualdade
e a parcial possui mais de uma, abaixo possui um exemplo de cada.

EDO → 𝑥 ² 𝑦' + 𝑥𝑦 = 𝑠𝑒𝑛(𝑥 ) + 𝑥 → Variável independente “x”.

EDP → 𝑦'(𝑇) + (2𝑇 + 1)𝑦'(𝑥) + 𝑥𝑦 = 3 → Variável independente “T” e “x”.

Outra especificação que a EDO é associada a ordem da equação, ou seja, associada a


derivada de mais grau presente na equação. EDO de primeira ordem possui como derivada
mais alta a de primeiro grau, EDO de segunda ordem possui derivada de segundo grau sendo
a mais alta, e assim por diante.
Este trabalho tem como intuito a explicação dos métodos de Euler e do método da
série de Taylor para a resolução de equações diferenciais ordinárias.

2
2.0 - Método de Euler

O método de Euler nos diz que a inclinação da função é constante durante todo o
intervalo, deste modo é possível aproximar a inclinação média da função no intervalo como
sendo a mesma do início, a figura 1 nos dá um exemplo de como isto pode ocorrer. O cálculo
da inclinação é feito da seguinte maneira:
𝑦𝑖 + 1 = 𝑦𝑖 + ℎ * 𝑓(𝑥 𝑖, 𝑦𝑖) (Eq.3)

Figura 1: Aproximação da inclinação média pelo método de Euler

Fonte: https://cn.ect.ufrn.br/

Mas para chegar naquela equação vamos partir de uma função inicial igual a equação
4.
(Eq.4)

Uma forma de realizar esta aproximação no ponto x1 é do seguinte modo:


𝑦(𝑥0+ℎ)−𝑦(𝑥0) 𝑦(𝑥0+ℎ)−𝑦(𝑥0) (Eq.5)
𝑦'(𝑥 0) = lim ℎ
𝑦'(𝑥 0) = ℎ
ℎ→0

Faremos “x1 = x0 + h” então substituindo temos:


𝑦1−𝑦0

= 𝑓(𝑥 0, 𝑦0) ⇒ 𝑦1 = 𝑦0 + ℎ𝑓(𝑥 0, 𝑦0)

Desta forma iremos obter uma aproximação de 𝑦(𝑥 1) ≈ 𝑦1, e chegar na equação 3.

3
3.0 - Série de Taylor

Nesta série vamos supor que uma função f(x) possua todas as suas derivadas num
determinado ponto 𝑥 = 𝑥 0. Então, o teorema de Taylor afirma que é possível escrever a

função f(x) como série de potência infinita que possui a forma da seguinte equação 6 :
(𝑛)
𝑓'(𝑥0) 𝑓"(𝑥0) 2 𝑓 (𝑥0) 𝑛
𝑓(𝑥 ) = 𝑓(𝑥 0) + 1!
(𝑥 − 𝑥 0) + 2!
(𝑥 − 𝑥 0) +... + 𝑛!
(𝑥 − 𝑥 0) (Eq.6)

Observe que para um 𝑥 0 em particular, os primeiros 𝑛 + 1 termos da série formam

um polinômio de grau 𝑛 representado na equação 7 :


(𝑛)
𝑓'(𝑥0) 𝑓"(𝑥0) 2 𝑓 (𝑥0) 𝑛
𝑃𝑛(𝑥 ) = 𝑓(𝑥 0) + 1!
(𝑥 − 𝑥 0) + 2!
(𝑥 − 𝑥 0) +... + 𝑛!
(𝑥 − 𝑥 0) (Eq.7)

O polinômio 𝑃𝑛(𝑥 ) é chamado de polinômio de Taylor de grau n, que é obtido a partir

do truncamento da série de Taylor no termo de ordem n. Se considerarmos a definição do


polinômio de Taylor, então podemos escrever a equação 8 da seguinte forma:
(Eq.8)
𝑓(𝑥 ) = 𝑃𝑛(𝑥 ) + 𝑅𝑛(𝑥 )

Onde temos que o 𝑅𝑛(𝑥 ) é descrito na equação 8.1:


(𝑛+1) (𝑛+2)
𝑓 (𝑥0) (𝑛+1) 𝑓 (𝑥0) (𝑛+2)
𝑅𝑛(𝑥) = (𝑛+1)!
(𝑥 − 𝑥0) +... + (𝑛+2)!
(𝑥 − 𝑥0) +... (Eq.8.1)

Taylor também mostrou que o somatório da equação 8.1 é infinito para algum valor
de 𝑥 0 ≤ τ ≤ 𝑥 :
(𝑛+1)
𝑓 (τ) (𝑛+1)
𝑅𝑛(𝑥) = (𝑛+1)!
(𝑥 − 𝑥0)

O 𝑅𝑛(𝑥 ) é chamado de resto da série de Taylor de ordem n ou resto de Lagrange de

ordem n. Note que o polinômio de Taylor tem uma quantidade finita de termos e por isso nem
sempre irá representar a função de maneira adequada. Porém, quanto mais termos forem
utilizados, maior será o grau de 𝑃𝑛(𝑥 ) e melhor será a aproximação desejada.

O resto de Lagrange representa o que faltou para que o polinômio de Taylor fosse
igual à função original. Sendo assim, quando o número de termos tende ao infinito, 𝑅𝑛(𝑥 )

4
tende a zero. De maneira análoga, se forem utilizados poucos termos para montar o
polinômio de Taylor o resto tende a aumentar.

4.0 - Aplicação em exercícios

Para obter uma maior noção sobre os assuntos abordados, a seguir são apresentados
dois exercícios resolvidos sobre os métodos abordados no trabalho.

Exercício 1: Use o método de Euler para resolver o problema de valor inicial. Estime
o valor de 𝑦(1), aplicando passo ℎ = 0, 5.
2𝑡
𝑦' − 𝑦 = 2𝑡𝑒
𝑦( 0 ) = 1

Resolvendo: Primeiramente iremos isolar o (𝑦').


2𝑡
𝑦' = 𝑦 + 2 𝑡 * 𝑒
Agora aplicando a equação 3 e resolvendo para 𝑦𝑖 = 0, 5 e 𝑓(𝑥 𝑖, 𝑦𝑖) = (0, 1), temos o

seguinte resultado para o 𝑦1:

𝑦1 + 1 = 𝑦𝑖 + ℎ * 𝑓(𝑥 𝑖, 𝑦𝑖)

𝑦1 = 1 + 0 , 5 * 𝑓 ( 0 , 1 )

𝑦1 = 1 + 0 , 5 * 1

𝑦1 = 1 , 5

Para calcular o 𝑦2, temos:

𝑦2 = 𝑦(𝑡2)

𝑡2 = 𝑡1 + ℎ −−> 𝑡2 = 0, 5 + 0, 5 −−> 𝑡2 = 1

𝑦2 = 1 , 5 + 0 , 5 * 𝑓 ( 0 , 5 ; 1 , 5 )

𝑦2 = 1, 5 + 0, 5 * 4, 218

𝑦2 = 3, 609

5
Desse modo temos que o resultado é 3,609.

Exercício 2: Encontre o polinômio de Taylor de segunda ordem 𝑃2(𝑥 ) em torno de

𝑥 0 = 1, para a seguinte função.

𝑓 ( 𝑥 ) = 5𝑥 ³ + 𝑥 + 2
Resolvendo: Primeiro devemos fazer uma expansão em série de Taylor truncada no terceiro
termo, ou seja, vamos encontrar um polinômio de Taylor de ordem 2. Sendo assim,
precisamos calcular até a segunda derivada de f(x).
𝑓' (𝑥 ) = 15𝑥 ² + 1
𝑓" (𝑥 ) = 30𝑥
Feito isso, agora vamos calcular a função e suas derivadas aplicadas em 𝑥 = 𝑥 0 = 1.

𝑓 ( 1) = 8
𝑓' (1) = 16
𝑓" (1) = 30
Agora já podemos escrever o nosso polinômio de Taylor de segunda ordem de acordo com a
equação 7 e substituindo os 𝑓(𝑥 0),𝑓'(𝑥 0) e 𝑓"(𝑥 0):
𝑓'(𝑥0) 𝑓"(𝑥0) 2
𝑃𝑛(𝑥 ) = 𝑓(𝑥 0) + 1!
(𝑥 − 𝑥 0) + 2!
( 𝑥 − 𝑥 0) (Eq.7)

16 30 2
𝑃2(𝑥 ) = 8 + 1!
( 𝑥 − 1) + 2!
( 𝑥 − 1)

𝑃2(𝑥 ) = 8 + 16(𝑥 − 1) + 15(𝑥 ² − 2𝑥 + 1)

𝑃2(𝑥 ) = 8 + 16𝑥 − 16 + 15𝑥 ² − 30𝑥 + 15

𝑃2(𝑥 ) = 15𝑥 ² − 14𝑥 + 7

6
5.0 - Considerações Finais

Podemos concluir com este trabalho que ambos os métodos são importantes,
entretanto mesmo que eles consigam resolver EDO's a série de Taylor acaba sendo mais
eficiente que o método de euler.
O método de Euler por sua vez, apesar de ser simples, não apresenta uma boa
conclusão. Deste modo além do erro local provocado pela aproximação da inclinação de cada
interação, acaba tendo também o erro acumulado destas interações, pois sempre utiliza os
valores anteriores para os cálculos que já possuíam erros. Uma solução para diminuir esses
erros é a redução dos valores de “h”, ou então utilizar outro método de melhor precisão.
Em geral, a expansão em série de Taylor de ordem n será exata para um polinômio de
grau n. Isto deve-se ao fato de que a derivada de ordem n+1 de um polinômio de ordem n é
nula e, consequentemente, o termo 𝑅𝑛(𝑥 ) também é igual a zero.

7
6.0 - Referências Bibliográficas

DENNIS, G. Zill. Equações Diferenciais. terceira. ed. [S. l.]: Pearson Education,
2007. 488 p. v. 1. ISBN 85-346-1291-9. Disponível em:
file:///C:/Users/Wesley/Desktop/Equa%C3%A7%C3%B5es%20Diferenciais%20(Denni
s%20G.%20Zill,%20Michael%20R.%20Cullen)%20(z-lib.org).pdf. Acesso em: 7 set.
2022.

EQUAÇÃO Diferencial Ordinária, 2021. Disponível em:


https://www.fisica.ufjf.br/~sjfsato/fiscomp1/FisComp_01.html. Acesso em: 7 set.
2022.

FONSECA, A. Método de Euler, 2021. Bacharelado em Ciências e Tecnologia


ECT/UFRN.Disponível em: https://cn.ect.ufrn.br/index.php?r=conteudo%2Fedo-euler.
Acesso em: 7 set. 2022.

MAGALHÃES, R. Série de Taylor, 2020. Docente ECT/UFRN. Disponível em:


https://cn.ect.ufrn.br/index.php?r=conteudo%2Fserie-taylor. Acesso em: 7 set. 2022.

Você também pode gostar