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Métodos Matemáticos

Prof. Pedro Américo Jr.


Aula 10
Métodos das Diferenças Finitas
• O método das diferenças finitas pode ser
utilizado para resolver problemas de valor de
contorno ou valor inicial, envolvendo
equações diferenciais ordinárias ou parciais.
• A técnica consiste em substituir cada derivada
ou diferencial das equações diferenciais por
aproximação de diferenças finitas ou
acréscimo finitos das variáveis.
Métodos das Diferenças Finitas

 dx  x, dy  y


 dy  y d y y
2 2
d y y
3 3
  ,  2,  3
 dx x dx 2
x dx 3
x


 u u  2
u  2
u  3
u 3
u  2
u 2
u
,  2,  3, 
 x x x 2
x x 3
x xy xy
Métodos das Diferenças Finitas

 dx  x, dy  y


 dy  y d y  y d y  y
2 2 3 3
  ,  , 
 dx  x dx 2
x 2
dx 3
x 3



 u  u  2
u  2
u  3
u  3
u  2
u  2
u
,  ,  3, 
 x x x 2
x 2
x 3
x xy xy
Métodos das Diferenças Finitas

 dx  x  x, dy  y  y




 dy  y d y  y d y  y
2 2 3 3
  ,  2, 
 dx  x dx 2
x dx 3
x 3



 u u  2
u  2
u  3
u  3
u  2
u  2
u
,  2,  , 
 x x x 2
x x 3
x 3
xy xy
Métodos das Diferenças Finitas
• Um dos passo necessários na solução de
equações diferenciais por diferenças finitas é a
aproximação das derivadas presentes nestas
equações, aplicadas a um dado ponto
arbitrário, xj ou tj.
• Uma maneira simples de se obter estas
aproximações, é por meio do uso da expansão
de uma função em série de Taylor, em torno
de um dado ponto.
Métodos das Diferenças Finitas
• Podemos escrever o valor de y( xj+1 )= yj+1, pela
seguinte série infinita: [Chamada de (1)]
yj( x j 1  x j )2 yj( x j 1  x j )3 yj( x j 1  x j ) 4
y j 1  y j  yj ( x j 1  x j )     ...
2! 3! 4!

• Enquanto que o valor de y(xj-1)=yj-1 é dado por:


[Chamada de (2)]
y j ( x j  x j 1 ) 2 y j( x j  x j 1 ) 3 y j( x j  x j 1 ) 4
y j 1  y j  y j ( x j  x j 1 )     ...
2! 3! 4!
Métodos das Diferenças Finitas
• De (1), temos: y j 1  y j
y j   O ( h)
h

• De (2), temos: y j  y j 1
y j   O ( h)
h

• De (1)-(2), temos: y j 1  y j 1
y j   O( h 2 )
2h

• De (1)+(2), temos: y j 1  2 y j  y j 1
y j   O( h 2 )
h2
Problema de Valor de Contorno
• Como exemplo, considere o problema de valor
de contorno abaixo:
• y´´+y´-2y=x2
• com x=0, y(0)=0 e
• para x=1, y(1)=1
• h=x=0,25 e
• Malha x  [0; 1,5].
Problema de Valor de Contorno
 y´´ y´2 y  x 2

 y (0)  0 com h  x  0,25 e malha x  [0; 1,5]
 y (1)  1

Solução :
y i 1  2 y i  y i 1 y i 1  y i 1
  2 y i  x 2
i
h2 2h
16 y i 1  32 y i  16 y i 1  2 y i 1  2 y i 1  2 y i  x i2
18 y i 1  34 y i  14 y i 1  x i2 Equação Diferença
I 0 1 2 3 4 5 6
Xi 0,00 0,25 0,50 0,75 1,00 1,25 1,50
Yi 0 Y1 Y2 Y3 1 Y5 Y6
Problema de Valor de Contorno
M étodo Implícito
18 y i 1  34 y i  14 y i 1  x i2 Equação Diferença
 i  1  18 y 2  34 y1  14 y 0  x12

i  2  18 y 3  34 y 2  14 y 1  x 2
2
i  3  18 y  34 y  14 y  x 2
 4 3 2 3

 18 y 2  34 y1  0,0625

18 y 3  34 y 2  14 y1  0,25
 34 y  14 y  17,4375
 3 2

y1  0,2454 y 2  0,4670 y 3  0,7052


Problema de Valor de Contorno
Método Explícito
18 y i 1  34 y i  14 y i 1  x i2 Equação Diferença
x i2  34 y i  14 y i 1
y i 1 
18
12  34.1  14.0,7052
i  4  y 5   1,3960
18
1,25 2  34.1,3960  14.1
i  5  y 6   1,9459
18
i 0 1 2 3 4 5 6
Xi 0,00 0,25 0,50 0,75 1,00 1,25 1,50
Yi 0,0000 0,2454 0,4670 0,7052 1,0000 1,3960 1,9459
Método das Diferenças Finitas
• A discretização de problemas, em mais de uma
variável dependente, segue um procedimento
similar ao visto para problemas unidimensionais.
• O primeiro passo, aqui, é, como antes, a
discretização do domínio de cálculo.
• Serão considerados, neste estudo, problemas
com, no máximo, duas coordenadas espaciais, já
que estes apresentam todas as características dos
problemas multidimensionais.
• A extensão do procedimento para problemas
tridimensionais é facilmente obtida.
Método das Diferenças Finitas
• Malha de diferenças finitas em problemas
com duas dimensões espaciais x e y. Note-se,
que, em geral, as malhas são quadradas, e se
adota um índice para cada variável i para x e j
para y.
i-1, j+1 i, j+1 i+1, j+1
y

i-1, j i, j i+1, j

i-1, j-1 i, j-1 i+1, j-1

x
Método das Diferenças Finitas
• O segundo passo é, também, a aproximação
por diferenças finitas das derivadas, que
aparecem na equação diferencial parcial, e
que podem ser obtidas das expansões da
variável dependente, em série de Taylor, em
relação a uma ou mais variáveis
independentes.
Método das Diferenças Finitas
• Dada a expansão de Taylor para u(x,y), em um
formato clássico:
  1   2
u ( x  h, y  k )  u ( x, y )  (h  k )u ( x, y )  (h  k ) u ( x, y )
x y 2! x y
1   3 1   n
 (h  k ) u ( x, y )  ...  (h  k ) u ( x, y )  ....
3! x y n! x y

• Ou fazendo a expansão até a derivada


segunda : u( x  h, y  k )  u( x, y)  h u( x, y)  k u( x, y)
x y
1 2  2 u ( x, y )  2 u ( x, y ) 1 2  2 u ( x, y )
 h  hk  k  ...
2 x 2
xy 2 y 2
Método das Diferenças Finitas
• Assumindo-se o índice i para x e j para y, tem-
se: u(x,y)=ui,j , u(x+h,y)=ui+1,j, u(x,y+k)=ui,j+1, e
assim por diante, onde cada espaçamento de
h em x corresponde a somar ou subtrair 1 no
índice i, e cada espaçamento de k em y
corresponde a somar ou subtrair 1 no índice j.
• Com isso, faz-se a expansão em série, de
Taylor, até a derivada segunda de u(x+h,y) e
u(x-h,y).
Método das Diferenças Finitas
• Chama de (1):
u ( x, y ) 1 2  2 u ( x, y )
u ( x  h, y )  u ( x, y )  h  h  ....
x 2 x 2

 1 2 2
u i 1, j  u i , j  h u i , j  h u  ...
x 2 x 2 i, j

• Chama de (2):
u ( x, y ) 1 2  2u ( x, y )
u ( x  h, y )  u ( x, y )  h  h  ....
x 2 x 2

 1 2 2
ui 1, j  ui , j  h ui , j  h u  ...
x 2 x 2 i, j
Método das Diferenças Finitas
• De (1): ui , j ui 1, j  ui , j u i 1, j  u i , j
 
x h x

• De (2): ui , j  ui , j  ui 1, j  ui , j  ui 1, j


x h x

• De (1)-(2): ui , j ui 1, j  ui 1, j u i 1, j  ui 1, j


 
x 2h 2x

• De (1)+(2):
 2 ui , j ui 1, j  2u i , j  u i 1, j u i 1, j  2ui , j  u i 1, j
 
x 2
h 2
(x) 2
Método das Diferenças Finitas
• A última etapa para a solução de uma
equação diferencial parcial por diferenças
finitas, é substituir as aproximações das
derivadas na equação e nas suas condições de
contorno, gerando um sistema algébrico, cuja
solução fornece a solução aproximada do
problema original.
Exemplo Explícito:
• Dado o exemplo abaixo, considere uma barra fina
metálica de 1 metro de comprimento, e estude a
condução de calor, segundo a equação:
u  2 u
 2
t x
• u(x,t) é a temperatura da barra na posição x e
instante t.
• Condição Inicial: u(x,0)=0oC
• Condições de Contorno: u(0,t)=u(1,t)=100oC
• Passos: x=0,2metros e t=0,01segundos
Exemplo Explícito:
• Solução:
• Substituindo, na equação diferencial, as
aproximações de diferenças finitas das
equações e trocando o índice i por j para a
derivada em relação a t, tem-se:
u i , j 1  u i , j u i 1, j  2u i , j  u i 1, j

t (x) 2
• Isolando o termo ui,j+1 , que corresponde ao
tempo seguinte, e substituindo os valores de
x e t, tem-se : u i 1, j  2u i , j  ui 1, j
u i , j 1 
4
Exemplo Explícito:
• A equação acima fornece a temperatura do
tempo j+1 em função do tempo anterior j.
• Quando se tem uma equação deste tipo, onde
o novo valor é calculado em função de valores
conhecidos, dá-se o nome de método
explícito, pois pode-se explicitar um valor
desconhecido em função de outros já
conhecidos.
Exemplo Explícito:
• Em seguida, pode-se chegar na tabela abaixo:
I 0 1 2 3 4 5
J t \ x 0,0 m 0,2 m 0,4 m 0,6 m 0,8 m 1,0 m
0 0,00 0 0 0 0 0 0
1 0,01 100 0 0 0 0 100
2 0,02 100 25 0 0 25 100
3 0,03 100 37,5 6,25 6,25 37,5 100
4 0,04 100 45,3 14,0 14,0 45,3 100
5 0,05 100 51,1 21,8 21,8 51,1 100
6 0,06 100 56,0 29,1 29,1 56,0 100
Exemplo Implícito:
• Veja-se, agora, um outro exemplo: considere uma placa
quadrada fina metálica de 1 metro de comprimento, e
encontre a temperatura de equilíbrio (após um tempo muito
grande), segundo a equação de Laplace:  2 u  2 u
 2 0
• x 2
y
• u(x,y) é a temperatura
y
da barra na posição x e y como na
figura abaixo:
1

• x
0 1
• Condições de Contorno: u(0,y)=u(x,0)=100oC e
u(1,y)=u(x,1)=0oC
• Passos: x=y=0,25 metros
Exemplo Implícito: Solução:
• Substituindo, na equação diferencial, as
aproximações de diferenças finitas da equação
e trocando o índice i por j para a derivada em
relação a y, tem-se:
u i 1, j  2ui , j  ui 1, j u i , j 1  2u i , j  u i , j 1
 0
(x) 2
(y) 2

• Lembrando que x = y, corta os


denominadores e isolando o termo ui,j , tem-
se : ui 1, j  ui 1, j  ui , j 1  ui , j 1
ui, j 
4
Exemplo Implícito: Solução:
• A equação acima fornece a temperatura na
posição i, j , em função da média aritmética
das temperatura de cima, de baixo, da direita
e da esquerda.
• Quando se tem uma equação deste tipo, onde
o novo valor é calculado em função de valores
desconhecidos, dá-se o nome de método
implícito.
Exemplo Implícito: Solução:
• Em seguida, pode-se chegar a um sistema
linear, onde a equação é expandida para cada
ponto do interior da placa, seguindo a
numeração dada na figura abaixo:
y
100 0 0 0 0
100 u7 u8 u9 0

100 u4 u5 u6 0

100 u1 u2 u3 0

100 100 100 100 100

0 0,25 0,5 0,75 1 x


Exemplo Implícito: Solução:
• Expandindo a equação para cada ponto do
interior, de u1 a u9, chega-se às equações:
 u 2  100  u 4  100
u
 1 
4
 u  u1  u 5  100
 u2  3
 4  4u1  u 2  u 4  200
 0  u  u  100   u  4u  u  u  100
 u  2 6
3
4  1 2 3 5
 u 5  100  u 7  u1   u 2  4u 3  u 6  100
 u4  
 4   u1  4u 4  u 5  u 7  100
 u 6  u 4  u8  u 2 
 u5    u 2  u 4  4u 5  u 6  u8  0
 4   u  u  4u  u  0
 u  0  u 5  u 9  u 3  3 5 6 9

 6 4   u 4  4u 7  u 8  100
 u8  100  0  u 4   u  u  4u  u  0
 7
u   5 7 8 9
 4   u 6  u8  4u 9  0
 u  u 9  u 7  0  u 5
 8 4
 0  u8  0  u 6
 9 u 
 4
Exemplo Implícito: Solução:
• Resolvendo o sistema linear da equação, chega-
se à solução abaixo:
u 7  50,000 u8  28,571 u 9  14,285
u 4  71,428 u 5  50,000 u 6  28,571
u1  85,714 u 2  71,428 u 3  50,000
• Observa-se a simetria em relação à diagonal
principal da placa, e constata-se que os valores da
temperatura, nos vértices da placa, não entraram
no cálculo.
Outras fórmulas de diferenças Finitas
Outras fórmulas de diferenças Finitas
Outras fórmulas de diferenças Finitas
Exemplo
• Obter a fórmula de diferenças finitas de:

u 2
para u ( x, y)
xy

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