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Definição1: Uma função f de duas variáveis é uma regra que associa, a cada par ordenado de
números reais (x, y) de um conjunto D, um único valor real denotado por f(x, y). O conjunto D é
o domínio de f, e sua imagem, o conjunto de valores possíveis de f, ou seja {f(x, y) | (x, y) D}.
Exemplo1: Considere a função f (x, y) = 3x + x2y3 . Calcule f (0, 0), f (1, 0), f (-2, 1).
Resolução:
f (0, 0) = 30 + 0203 = 0; f (1, 0) = 31 + 1203 = 3; f (-2, 1) = 3(-2) + (-2)213 = -4
Exemplo 2: Em 1928, Charles Cobb e Paul Douglas publicaram um estudo no qual modelavam
o cerscimento da economia norte americana durante o periódo 1899-1922. Eles consideraram
uma visão simplificada onde a produção é determinada pela quantidade de trabalho e pela
quantidade de capital investido. Apesar de existir muitos outros factores afectando o
desempenho da economia, o modelo provou-se impressionantemente razoável. A função
utilizada para modelar a produção foi
P(L, K) = bLK1-
Exemplo 3: Determine o
domínio da função
f ( x, y) x 1 y
Resolução:
x 1 0 x 1
y0 y0
g ( x, y )
2
9 x2 y2
1
x2 y2 4 2
Resolução:
x y 4 0
2 2
x y 2
2 2 2
2
9 ( x y 0
2 2
x y 3
2 2
Ou seja 22 < x2 + y2 32
1
Gráfico
Se f é uma função de duas variáveis com domínio D, então o gráfico de f é o conjunto de todos
os pontos (x, y ,z) em IR3 tal que z = f(x, y) e (x, y) pertençam a D.
Exemplos
a) z = f(x, y) b)
1.1.Curvas de níveis
Definição 2. As curvas de níveis de uma função f de duas variáveis são aquelas com a equação
f(x, y) = k, onde k é constante.
1.2.Derivadas Parciais
z
Se z = f(x, y), então denota a derivada de f(x, y) em ordem a x quando y mantém-se
x
z
constante, e denota a derivada de f(x, y) em ordem a y quando x mantém-se constante. Isto
x
z f ( x x, y) f ( x, y) z f ( x, y y) f ( x, y)
é: lim e lim .
x x 0 x y y 0 y
2
Notação para derivadas parciais se z = f(x, y), escrevemos
z
f x x, y f x f ( x, y) Dx f
x x
z
f y x, y f y f x, y) Dy f
y y
f y x 2 y 2 2 xxy
y3 x2 y f
x3 y 2 x
b)
x x2 y2
2
x2 y2
2
y x 2 y 2 2
f
Se z = f(x1, x2 , … xn), então para i = 1, 2,…, n significa a derivada parcial de f(x1, x2 ,
xi
… xn) em ordem a xi quando todas outras variáveis xj (j ≠ i) mantêm-se constantes,
Assim existem n derivadas parciais derivadas parciais de primeira ordem, uma para cada
variável xi , i = 1, 2,…, n
Resolução:
w w w
10 x y ; x z2 ; 2 zy
x y z
Se f é uma função de duas variáveis, suas derivadas parciais fx e fy são funções que podemos
considerar novamente suas derivadas parciais (fx)x , (fx)y , (fy)x e (fy)y , chamadas derivadas
parciais de segunda ordem de f. Se z = f(x, y), usamos
f 2 f 2 z
f x x f xx
x x x 2 x 2
f 2 f 2 z
f x y f xy
y x yx yx
f 2 f 2z
f f yx
x y xy xy
y x
f 2 f 2 z
f f yy
y y x 2 x 2
y y
3
Resolução:
2 z z
3x 2 2 xy 3 6 x 2 y 3
x 2
x x x
2 z z
3x 2 y 2 4 y 6 x 2 y 4
y 2
y y y
2z z
3x 2 y 2 4 y 6 xy 2
xy x y x
2 z z
3x 2 2 xy 3 6 xy 2
yx y x y
Teorema de Clairaut: Seja f definida em uma bola aberta D que contenha o ponto (a, b) . Se
as funções fxy e fyx forem ambas contínuas em D então fxy (a, b)= fyx (a, b).
EXERCÍCIOS:
y x2 y2
1. Achar f (2,3) e f (1, ) , se f ( x, y ) .
x 2 xy
1 x
2. Achar f ( ,3) e f (1,1) , se f ( x, y ) xy .
2 y
1 1 1 x2 y2
3. f ( y, x) ; f ( x, y) ; f ( , ) e , se f ( x , y ) .
x y f ( x, y ) 2 xy
x4 2x2 y 2 y 4
5. Achar o valor da função z nos pontos da circunferência x 2 y 2 R 2 .
1 x y
2 2
b) z ln( x y) ; D f {( x, y) : 0 y x}
c) D f {( x, y) : ( y x) ( y x 1)}
d) D f {( x, y) : ( y x) ( y x 1) ( x 1) ( x 3)}
4
8. Ache o campo de existência da função z 1 x 2 y 2 .
11. Avaliar para que valores de (x,y) as funções dadas pelas fórmulas seguintes são definidas e
represente gráficamente os domínios dessas funções no plano XOY:
a) 2 (x2 y 2 ) .
b) (4 x 2 y 2 ).( x 2 y 2 1) .
c) u e x y z .
2 2 2
d) u x y z .
2 2 2
e) z arc tg ( xy ) .
f f
13. Calcular e para cada uma das seguintes funções:
x y
a) f ( x , y ) ( 4 x 3 y 5 )8 .
f ( x , y ) e xy .
2
b)
y
c) f ( x, y ) .
x 3y
14. Achar as derivadas parciais de primeira e segunda ordem das seguintes funções e, para cada
2 z 2 z
uma dessas alíneas mostre que é válida a igualdade: :
xy yx
5
a) z 3 x 2 4 xy y 2 .
b) z x 3 x 2 y 2 y 2 x 2 y 3
ax
c) z
y2
1
d) z .
xy
f f
15. Seja f ( x , y ) x 2 2 xy y 2 3 x 5 y . Calcule ( 2 ,3 ) e ( 2 ,3 ) .
x y
f
16. Seja f ( x , y , z ) xy 2 z 5 . Calcule ( 2 ,1,3 ) .
y
2 f 2 f 2 f 2 f
17. Seja f ( x , y ) x 3 y 2 xy 2 . Determine ; ; ; .
x 2 y 2 xy yx
1 2u 2u 2u
18. Mostre que se u , então 0.
x2 y2 z2 x 2 y 2 z 2
x2 y2 2 z 2 z z
19. Mostre que se z , então x 2 y 2 .
x y x xy x
21. Num certo distrito os passageiros podem escolher viajar para a cidade por comboio ou por
autocarro. A procura para estes tipos de transporte varia com o seu custo. Seja f ( p1 , p2 ) o
número de pessoas que viajam de autocarro quando p1 é o preço da passagem do autocarro
f f
e p2 é o preço da passagem de comboio. Explique porquê 0 e 0.
p1 p 2
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2. Crescimento total, diferencial total e extremos das funções de duas
variáveis
2.1.Crescimento total e diferencial total
Definição 1: O crescimento total da função z = f(x ,y) é igual a z = f(x+ x , y +y) - f(x , y).
Definição 2: Seja z = f(x ,y) uma função de duas variáveis que admite derivadas parciais contínuas até
f f
uma ordem determinada n > 1. O deferencial da função é dz dx dy e depende tanto das
x y
varáveis x e y como dos parâmetros dx e dy.
Se dx e dy são pequenos em valor absoluto, então z pode ser aproxamado por dz;
f f
z dz dx dy .
x y
De modo análogo, o deferencial duma função z = f(x1 ,x2 ,…, xn) de n variáveis define-se como
f f f
dz dx1 dx2 dxn
x1 x2 xn
Exemplo 1. Calcular o diferencial total e o crescimento total da função z = xy. No ponto (2; 3), se x =
0,1 e y = 0,2.
Resolução:
z = f(x+ x , y +y) - f(x , y) = (x+ x )( y +y) - x y = xy + xy + y x + xy - xy =
f f
dz dx dy = ydx + xdy = y x + xy = 3 0,1 + 2 0,2 = 0,7
x y
Resolução:
z z
As derivadas parciais de de z são: 3x 2 ; 3y 2 . Portanto a derivada total será:
x y
z z
dz dx dy 3x dx 3 y dy
2 2
x y
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2.2.Máximo e mínimo duma função de várias variáveis
ponto.
f (x, y) possui máximo em P, o ponto mais elevado na
superfície z =ƒ(x, y)
Definição 4: Diz-se que a função z =ƒ(x, y) tem um mínimo no ponto Mo = (xo, yo) (isto é, quando x =xo
e y = yo,), seƒ (xo, yo) < f (x, y) para todos os pontos (x, y) suficientemente vizinhos do ponto (xo, yo) mas
P é o ponto máximo;
Q é um máximo local ;
E R é um ponto sela.
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Teorema 1 (Condição necessária para a existência dum extremo). Se a função z =ƒ(x, y) adimite um
extremo para os valores x = xo e y = yo, então, cada derivada parcial de z anula-se para esses valores das
Com efeito, fixemos o valor de y, y = yo. A função ƒ(x, y) será, então, uma função duma só variavel x.
Esta função adimite, por hipótese, um extremo (máximo ou mínimo) no ponto x = xo, por conseguinte
z z
anula-se ou não exite neste ponto. Analogamente demonstra-se que anula-se ou
x xy xy00 y xy xy00
Teorema 2: Seja ƒ(x, y) uma função definida num domínio que contém o ponto Po = (xo, yo) e cujas
derivadas parcias são contínuas até a terceira ordem inclusivé: suponhamos, além disso, que o ponto Po
f ( x0 ; y0 ) f ( x0 , y0 )
= (xo, yo) seja um ponto crítico da função ƒ(x, y), isto é 0; 0
x y
Então x = xo e y = yo
2
2 f ( x0 , y 0 ) 2 f ( x0 , y 0 ) 2 f ( x0 , y 0 ) 2 f ( x0 , y 0 ) 2 f ( x0 , y 0 )
0 ; 0 e 0 2)
x 2 y 2 xy x 2 y 2
2
2 f ( x0 , y 0 ) 2 f ( x0 , y 0 ) 2 f ( x0 , y 0 ) 2 f ( x0 , y 0 ) 2 f ( x0 , y 0 )
0 ; 0 e 0
x 2 y 2 xy x 2 y 2
3) ƒ(x, y) não tem nem mínimo nem máximo (ponto de sela), se
2
2 f ( x0 , y 0 ) 2 f ( x0 , y 0 ) 2 f ( x0 , y 0 )
0
x 2 y 2 xy
2
2 f ( x0 , y 0 ) 2 f ( x0 , y 0 ) 2 f ( x0 , y 0 )
4) Se 0
x 2 y 2 xy
Pode ou não existir extremo neste caso, isto é pode ser máximom local, um mínimo local ou um ponto
sela. O estudo deve ser mais detalhado.
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Resolução:
Determinemos os pontos crίticos :
z z
2 x y 3; 2 x 2 y 2.
x y
Resolvendo o sistema de equações:
4
x
2 x y 3 0. 3
x 2 y 2 0 y 1
3
4 1
Calculemos os valores das derivadas parciais de segunda ordem, no ponto crítico P ; e
3 3
estabeleçamos a natureza deste ponto crítico:
AC B 2 2 2 (1) 2 3 0; A 0 e B 0.
4 1
Por conseguinte, no ponto ; a função tem um mίnimo que é igual a
3 3
4 4 1
Z X Y
3 3 3
Resolução:
z z
4 x 3 4 y; 4 y 3 4 x.
x y
4 x 3 4 y 0 x 3 y 0
3 3
4 y 4 x 0 y x 0
10
x
3 3
x 0 x 9 x 0 x( x 8 1) 0 x 0 x 8 1 x 1 x 0 x 1
AC B 0 0 (4) 16 0;
2 2
EXERCÍCIOS:
c) z y cos xy
d) u e y sen z
2
x 2 2
b) f(x; y) = - x2 - 2y2 + 6x + 8y + 5
c) f(x; y) = x3 + y3 - 3xy
11
26. Determine todos os pontos ( x; y) onde f ( x; y) tem um possível máximo ou mínimo.
Depois, use o teste da derivada de segunda para determinar, se possível, a natureza de
f ( x; y) em cada um destes pontos.
a) f ( x, y) x 2 2 xy 4 y 2 ;
b) f ( x, y) 2 x 2 2 xy y 2 4 x 6 y 5 ;
c) f ( x, y) x 2 2 xy 5 y 2 2 x 10 y 3 ;
d) f ( x, y) x 3 y 2 3x 4 y ;
e) f ( x, y) 2 x 2 y 3 x 12 y 7 ;
a) z x3 y 2 ( a x y ) .
1 1
b) z x 2 xy y 2 .
x y
c) z sen x sen y sen ( x y ), 0 x ; 0 y .
2 2
d) z sen x sen y sen ( x y ), 0 x ; 0 y .
2 f
onde f ( x , y ) 60 x 4 y 4 , uma função produção (onde x corresponde a
3 1
28. Calcule
x 2
2 f
unidades de trabalho). Interprete porquê é sempre negativo.
x 2
29. (Discriminação de preços). Um monopolista negoceia o seu produto em dois países e pode
cobrar diferentes quantias em cada país. Seja x o número de unidades a serem vendidas no
primeiro país e y o número de unidades a serem vendidas no segundo. Devido às leis de
x
procura, o monopolista precisou de fixar o preço em 97 dólares no primeiro país e
10
y
83 dólares no segundo para vender todas as unidades. O custo de produção destas
20
unidades é 20 000 3( x y ) . Determine os valores de x e y que maximizam o lucro.
30. Suponha que desejamos fazer o projecto de uma construção rectangular de 147 840 pés
cúbicos de volume. Considerando que a perda diária de calor é dada por
11xy 14 yz 15 xz , onde x, y e z são, respectivamente, o comprimento, a largura e a altura
da construção, determine as dimensões da construção nas quais a perda diária de calor é
mínima. {sol.: x 56 e y 60 ; z 44 }.
Seja f ( x , y ) y 3 x 2 6 x 12 y 5 . Determine todos os pontos máximo e mínimos de
f ( x , y ) . Use o segundo teste da derivada para determinar a natureza de cada ponto.
2
Determine os valores de x e y onde esta situação ocorre.
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32. Uma companhia fabrica e vende dois tipos de produtos, denominados de A e B, vendidos a
$10 e $9 por unidade, respectivamente. O custo de produção de x unidades do produto A e y
unidades do produto B é dada pela fórmula 400 2 x 3 y 0,01(3 x 2 xy 3 y 2 ).
Determine os valores de x e y que maximizam o lucro da companhia. [Nota:
Lucro ( ren dim ento ) ( custo ) ].
33. Um revendedor de uma certa marca de calculadoras electrônicas acha que (dentro de certos
limites) o número de calculadoras electrônicas que ele pode vender é dado por
f ( p ,t ) p 6 t 0 ,02 pt , onde p é o preço da calculculadora e t é a quantia gasta em
f f
propaganda. Calcule ( 25 ; 10 000 ) e ( 25 ; 10 000 ) e dê a interpretação destes
p t
números.
34. Uma firma produz dois produtos que vende em dois mercados separados, cujas equações de
demanda são: p1 = 600 – 0,3q1 e p2 = 500 – 0,2q2 .
Sabendo que a equação do custo total da firma é a seguinte:
TC = 16 + 1,2 q1 + 1,5 q2 + 0.2 q1 q2
Quanto deve vender de cada produto para maximizar os lucros?
35. Uma companhia monopolista opera em duas fábricas com as seguintes equações de custo
total:
CT1 8,5 0,03q12 e CT2 5,2 0,04q22 . Sabendo que p = 60 – 0,04q é a equação
da demanda e q = q1 + q2 .
Quanto é que a companhia deve produzir em cada fábrica para maximizar os lucros?
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