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Unidade I

CÁLCULO DE FUNÇÕES DE VÁRIAS VARIÁVEIS

Profa. Isabel Espinosa


Função de várias variáveis

IR x IR IR
(x, y) z = f(x,y)

x e y são variáveis
Exemplo:
A área de um terreno retangular é uma função de 2
variáveis.
x
A (x, y) = área do retângulo. y
A(x, y) = x . y
Domínio

Domínio: IR x IR IR
(x, y) z = f(x,y)
Df ⊂ IR2 (plano)
Exemplos:
x+y
1) g (x, y) = x–2y

x – 2y ≠ 0, isto é, x ≠ 2y
Df = { (x,y) ∈ IR2 | x ≠ 2y } y

Graficamente: 1/2
x
1
Domínio

2) h (x, y) = - x2 - y2 + 4
- x2 - y2 + 4 ≥ 0
Df = { (x,y) ∈ IR2 | - x2 - y2 + 4 ≥ 0}

Graficamente, temos:
- x2 - y2 + 4 = 0 equação da circunferência 2
centro (0,0) e raio r = 2

-2 2

-2
Gráficos

Gráfico
f: IR x IR → IR
Df ⊂ IR2
“A” ponto do gráfico de f, então:
z
A = (x, y, f(x,y))

IR3
Gráficos

Gráficos gerados no computador.

z = sin(xx+yy)/(xx+yy)
(winplot)
Gráficos

Gráficos gerados por computador.

z = sen(x)+sen(y)
Gráficos

Exemplo:
h (x, y) = - x2 - y2 + 4 , isto é,
z2 = - x2 - y2 + 4 , (z ≥ 0)
1º passo: Df = { (x,y) ∈ IR2 | - x2 - y2 + 4 ≥ 0}
2º passo: corte nos eixos
corte em x (y = z = 0)
x2 + y2 + z2 = 4, daí, x = ± 2

corte em y (x = z = 0)
x2 + y2 + z2 = 4, daí, y = ± 2
Gráficos

corte em z (x = y = 0)
x2 + y2 + z2 = 4
z = + 2, ( z ≥ 0)
3º passo: corte nos planos
plano y0z (x = 0)
y2 + z2 = 4 (semicircunferência)
plano x0y (z = 0)
x2 + y2 = 4 (circunferência)
plano x0z (y = 0)
x2 + z2 = 4 (semicircunferência)
Gráficos

gráfico
z

2
corte x0y
corte y0z

2 y
2
corte x0z
x
Gráficos

Semiesfera
z
(z ≥ 0)

y
2 2

x
Curvas de nível

Curvas de nível ou mapa de contorno:


Cortes paralelos ao plano x0y e f(x,y) = z,
z indicam a altura da curva no gráfico.

Exemplos:
Mapas topográficos de regiões montanhosas (f(x,y) = z,
mesma elevação em relação ao nível do mar).

Curvas isotermas ou isotérmicas.


(pontos com mesma temperatura)
Curvas de nível

Exemplo:
Representar as curvas de nível da função
para z = 0, 2, 4, 5
h (x, y) = - x2 - y2 + 16 (semiesfera de raio 4)

(z ≥ 0) x2 + y2 + z2 = 16
z = 0: x2 + y2 = 16
z = 2: x2 + y2 = 12
z = 4: x2 + y2 = 0
z = 5: x2 + y2 = - 9 (não é possível)
Curvas de nível

z = 0: x2 + y2 = 16 (eq. Circunf.)
z = 2: x2 + y2 = 12
z = 4: x2 + y2 = 0
y
4
z=2
3,4 z=0

- 4 -3,4 3,4 4 x

- 3,4
z=4
-4
Curvas de nível

No gráfico de f, temos:
z

4 4 y

x
Interatividade

O gerente de uma rede de supermercados determina que x


unidades de um produto podem ser vendidas nas lojas do
centro por R$ 85,00 a unidade e y unidades do mesmo produto
podem ser vendidas nas lojas da periferia por R$ 60,00 a
unidade. A expressão que indica a receita obtida é:
a) R(x,y) = 85 x + 60 y
b) R(x,y) = 60 x + 85 y
c) R(x,y) = 85 x - 60 y
d) R(x,y) = 60 x - 85 y
e) R(x,y) = 85 x + 85 y
Resposta

a) R(x,y) = 85 x + 60 y

Centro: 85,00, x unidades.


Periferia: 60,00, y unidades.
Assim:
R(x,y) = 85x + 60 y
Limites

Limites:

Função de 1 variável:
Lim f(x) = L ⇔ Lim f(x) = Lim f(x) = L
x→ a x →a+ x →a-

Função de 2 variáveis:
Lim f(x,y) = L ⇔ o limite é L para todas
(x,y) → (a,b)

trajetórias passando por (a,b)


Limites

Exemplos:
1) Calcular o limite de f em (0,0) ao longo das trajetórias
x = 0; x = y e y = 2x.
x.y
F(x,y) = 2
x + y2
y = 2x
y y=x

(0,0)
x

x=0
Limites

x=0:
x.y 0.y
Lim x2 + y2 = Lim =0
0 + y2
(x,y) → (0,0) (x,y) → (0,0)

x = y:
x.y y2 1
Lim x2 + y2 = Lim =
2 y2 2
(x,y)→ (0,0) (x,y)→(0,0)
Limites

y=2x:
x.y 2 x2 2
Lim x2 + y2 = Lim =
5 x2 5
(x,y)→ (0,0) (x,y)→(0,0)

Lim f(x,y),
Não existe
(x,y)→ (0,0)
(Trajetórias diferentes com resultados diferentes)
Limites

2) Calcular o limite de f em (1,1) ao longo das trajetórias


x = 1; x = y e y = 1, e sendo f(x,y) = x2 y – 3 x y3 + 4 x
Limites

f(x,y) = x2 y – 3 x y3 + 4 x

x=1
Lim f(x,y)= Lim (12 y – 3.1. y3+ 4.1) = 2
(x,y)→ (1,1) (x,y)→ (1,1)

y=1
Lim f(x,y) = Lim (x2 1–3.x.13+4.x) = 2
(x,y)→ (1,1) (x,y)→ (1,1)
Limites

f(x,y) = x2 y – 3 x y3 + 4 x

x=y

Lim f(x,y) = Lim (x3 – 3.x4 + 4.x) = 2


(x,y)→ (1,1) (x,y)→ (1,1)

Conclusão:

Lim f(x,y) = Lim (x2 y – 3xy3+4x) = 2


(x,y)→ (1,1) (x,y)→ (1,1)
Continuidade

Função de 1 variável:
f é contínua em a ⇔ Lim f(x) = f(a)
x→ a

Função de 2 variáveis:
f é contínua em (a,b) ⇔ Lim f(x,y) = f(a,b)
(x,y)→ (a,b)
Continuidade

São exemplos de funções contínuas:


 Funções Polinomiais
(contínuas em IR2);

 Funções Racionais (quociente de polinômios)


(contínuas em seu domínio).
Continuidade

Exemplo:
1) f(x,y) = 3 x2 y – x y + 4 x y2
é uma função polinomial, logo é contínua no IR2

Lim f(x,y) = Lim (3x2 y – xy + 4 xy2 ) =


(x,y)→ (a,b) (x,y)→ (a,b)

= 3a2 b – a b + 4 a b2 = f(a,b)
Continuidade

2) f(x,y) = x.y
x+y

é contínua em Df = {(x,y) ∈ IR2 | x ≠ - y}


(função racional)
Interatividade

A função f(x,y) = x+y é contínua em:


2x - y

a){(x,y) ∈ IR2 | x = 2 y}
b){(x,y) ∈ IR2 | y ≠ 2x}
c){(x,y) ∈ IR2 | x ≠ 2 y}
d){(x,y) ∈ IR2 | y = 2x}
e){(x,y) ∈ IR2 | x ≠ y}
Resposta

b) {(x,y) ∈ IR2 | y ≠ 2x}

De fato:
x+y
f(x,y) =
2x - y

é contínua em seu domínio, isto é,


2x – y ≠ 0
y ≠ 2x
Derivadas parciais

Derivadas parciais.
uma variável:
f’(a) = lim f(a+h) – f(a)
h→0 h

duas variáveis:
fx (x,y)= lim f(x+h, y) – f(x,y)
h→0 h

derivada parcial de f em relação x.


Derivadas parciais

fy (x,y)= lim f(x, y + h) – f(x,y)


h→0 h
derivada parcial de f em relação y
fx : consideramos y = constante
fy : consideramos x = constante

∂ f(a,b) ∂f
fx (a,b) = fx = f1 = Dx f = =
∂x ∂x

∂ f(a,b) = ∂f
fy (a,b) = fy = f2 = Dy f =
∂y ∂y
Derivadas parciais

Exemplos:
1) Calcule pela definição as derivadas parciais fx fy
da função f(x,y) = x2 y.

lim f(x+h, y) – f(x,y)


fx =h→0 h
Derivadas parciais

f(x,y) = x2 y
fx = lim f(x+h, y) – f(x,y) =
h→0 h
= lim (x+h) 2 . y – x2 y =
h→0 h

= lim 2.x.h.y + h 2. y =
h→0 h

= lim 2.x. y + h. y = 2 x.y


h→0

Assim, fx = 2 x.y
Derivadas parciais

f(x,y) = x2 y

fy = lim f(x, y+h) – f(x,y) =


h→0 h
= lim x2 . (y+h) – x2. y =
h→0 h
= lim x .y + x .h - x . y
2 2 2
=
h→0 h

= lim x2 = x2
h→0

Assim, fy = x2
Derivadas parciais

2) Calcule pela definição as derivadas parciais fx fy


da função f(x,y) = 2x + y

fx = lim f(x+h, y) – f(x,y)


h→0 h
Derivadas parciais

f(x,y) = 2x + y
fx = lim f(x+h, y) – f(x,y) =
h→0 h
= lim 2(x+h) + y – (2x + y) =
h→0 h

= lim 2.x + 2h + y – 2x – y =
h→0 h

= lim 2 = 2
h→0

Assim, fx = 2
Derivadas parciais

f(x,y) = 2x + y
fy = lim f(x, y+h) – f(x,y) =
h→0 h

= lim 2x + y + h – (2x + y) =
h→0 h

= lim 2.x + y + h – 2x – y =
h→0 h
= lim 1 = 1
h→0

Assim, fy = 1
Derivadas parciais

Taxas de variação

∂z taxa de variação de z em relação a x


∂x
(y é constante)

∂z
taxa de variação de z em relação a y
∂y
(x é constante)
Derivadas parciais

Regras – mesmas da função de 1 variável


(outra variável é constante)

Exemplos:
1) Determinar fx, isto é, a derivada de f em relação a x, sendo
f(x,y) = x2 – x . y

Devemos considerar y constante.


Derivadas parciais

f(x,y) = x2 – x . y

∂f
fx = ∂x

f x = 2 . x2 - 1 – 1 . y

Logo fx = 2 . x – y
Derivadas parciais

2) Determinar fy, isto é, derivada de f em relação a y, sendo


f(x,y) = x2 – x . y

Devemos considerar x constante.


∂f
fy = ∂y

fy = 0 – x . 1

Logo fy = – x
Derivadas parciais

3) Determinar as derivadas parciais fx e fy das funções:


a) f(x,y) = x2 + y2
fx = ∂ f (y constante)
∂x

fx = 2 x2-1 + 0 ⇒ fx = 2x

∂f
fy = (x constante)
∂y

fy = 0 + 2 y2-1 ⇒ fy = 2y
Derivadas parciais

b) f(x,y) = x – 5 x e y

fx = ∂f
(y constante)
∂x

fx = 1 - 5 e y

∂f
fy = (x constante)
∂y

fy = 0 - 5 x e y = - 5 x e y

fy = - 5 x e y
Derivadas parciais

c) f(x,y) = x3 y - 3x
5y
∂f
fx = (y constante)
∂x
fx = 3 x 3 - 1 y - 1 .3
5y
fx = 3 x2 y - 3
5y
∂f
fy = (x constante)
∂y

fy = x3 . 1+ 3x . y-1 - 1
5
fy = x 3 + 3x
5y2
Interatividade

A derivada em relação a y da função


f(x, y) = x- 4 y2 - cos x é dada por:

a) fy = 2 x- 4 y
b) fy = x- 4 y
c) fy = 2 x- 4 y – sen x
d) fy = - 4 x- 5 y2 – sen x
e) fy = 2 x- 4 y + cos x
Resposta

a) fy = 2 x- 4 y

f(x,y) = x- 4 y2 - cos x

∂f
fy = (x constante)
∂y

fy = x- 4 . 2. y2 - 1 – 0

fy = 2 x- 4 y
Derivadas parciais

Função composta

z = f(v) e v = g(x,y), isto é, z = f(g(x,y))

∂z ∂v
= dz .
∂x dv ∂x

∂z ∂v
= dz .
∂y dv ∂y
Derivadas parciais

Exemplos:
Calcule as derivadas parciais das funções:
a) z = sen (3x + 2y) z = f(v) e (3x + 2y) = v
∂z dz ∂v
∂x = .
dv ∂x
∂z
= (cos (3x + 2y)) . 3
∂x

∂z ∂v
= dz .
∂y dv ∂y
∂z
= (cos (3x + 2y)) . 2
∂y
Derivadas parciais

b) z = 3x . ex . y

fx = 3 . ex . y + 3x . ex.y . y = 3 . ex . y + 3x y. ex.y

fy = 3x . ex . y . x = 3x2 . ex . y
Regra da cadeia

z = f(x, y) com x = g(t) e y = h(t)

dz = ∂z . dx + ∂z . dy
dt ∂x dt ∂y dt
Regra da cadeia

Exemplos:
1) Se z = x y3 + 2 x y, com x = - t e y = 2 t; determine a derivada
de z em relação a t.
Devemos utilizar a regra da cadeia
d z = ∂ z . dx + ∂ z . dy
dt ∂x dt ∂y dt

∂z
= y3 + 2 y
∂x

∂z
= x. 3. y2 + 2 x
∂y
Regra da cadeia

x=-tey=2t
dx
= -1
dt
dy
=2
dt

Assim, temos:
d z = ∂ z . dx + ∂z . dy
dt ∂x dt ∂y dt

dz = (y3 + 2y) (3xy2 + 2x)


(-1)+ (2)
dt
Regra da cadeia

2. Se z = x y + ex y, com x = cos t e y = sen t; determine a


derivada de z em relação a t.

Devemos utilizar a regra da cadeia


dz ∂z dx ∂z dy
= . + .
dt ∂x dt ∂y dt

∂z
= y + ex y
∂x

∂z
= x + ex
∂y
Regra da cadeia

x = cos t e y = sen t
dx
= - sen t
dt

dy
= cos t
dt
dz ∂z dx ∂z dy
= . + .
dt ∂x dt ∂y dt

dz
= (y + ex y) . (- sen t) + (x + ex) . (cos t)
dt
Regra da cadeia

3) Determinar a taxa de variação de z em relação a t quando


t = 0, sendo z = ln (x + y), x = sen t e y = cos t

dz ∂z dx ∂z dy
= . + .
dt ∂x dt ∂y dt
∂z 1
=
∂x x+y
∂z 1
=
∂y x+y
Regra da cadeia

x = sen t e y = cos t

dx
= cos t
dt
dy
= - sen t
dt
dz = ∂z . dx + ∂z . dy
dt ∂x dt ∂y dt

dz 1 . (cos t) + 1 . (-sen t)
= x+y x+y
dt
Regra da cadeia

Para t = 0
x = sen t e y = cos t
x = sen0 = 0 e y = cos 0 = 1

dx ∂z 1
= cos 0 = 1 = =1
dt ∂x x+y

dy ∂z 1
= - sen 0 = 0 = =1
dt ∂y x+y

dz = 1. 1 + 1.0 = 1
dt
Interatividade

A derivada parcial de z= x2 y3 + 3y em relação a x é:

a) fx = ½ ( x2 y3 + 3y) - ½

b) fx = ½ ( x2 y3 + 3y) ½ (2x)

c) fx = ½ ( x2 y3 + 3y) -½ (2x y3)


d) fx = ( x2 y3 + 3y) -½ (2x y3)

e) fx = ½ ( x2 y3 + 3y) -½ (x2 3y2 +3)


Resposta

c) fx = ½ ( x2 y3 + 3y) -½ (2x y3)

De fato:
fx = ½ ( x2 y3 + 3y) ½ -1 . (2x . y3 + 0)

fx = ½ ( x2 y3 + 3y) -½ (2x y3)


ATÉ A PRÓXIMA!

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