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INTRODUÇÃO À DISCIPLINA DE FUNÇÕES

ESPACIAIS PARA ENGENHARIA

O que são as funções especiais?


Onde podem ser utilizadas?
INTRODUÇÃO

O que são as funções especiais?


 São funções que atendem às soluções de um grupo
limitado de modelos matemáticos.

 Isto é, não são funções que podem com seno e


cosseno que podem ser utilizadas em incontáveis
modelagens.

 Em muitos casos servem para resolver problemas


específicos de cada engenharia.
INTRODUÇÃO
 Onde podem ser
utilizadas?
 Podem ser utilizadas em
problemas cujas soluções são
desconhecidas ou muito
complicadas de se alcançar.
 Por exemplo:
 A transferência de calor;
 Propagação de Onda
Eletromagnética;
 Hidrodinâmica e Aerodinâmica.
INTRODUÇÃO
 Imagine que desejamos saber como se comporta a temperatura ao longo de
uma barra delgada.

 Somente a temperatura ao longo da barra importa e EDO’s lineares muitas


vezes resolvem o problema.

 Mas se é interessante conhecer a temperatura em mais de uma direção, as


EDP’s devem ser utilizada para aproximar o problema.

 Mas o que fazer se um fluido escoa e arrasta calor da estrutura?


SOLUÇÕES EM SÉRIE DE EQUAÇÕES
DIFERENCIAIS
Séries de Potência;
Soluções em Pontos Ordinários e Singulares;
Funções de Bessel e Polinômio de Legendre;
SÉRIES DE POTÊNCIA
 Em Calculo III vimos que muitos sistema podem ser
modelados por EDO lineares e de coeficientes constantes.

 Desta forma, a maioria das soluções utilizavam as


funções:

 Embora o método da variação dos parâmetros nos permita


resolver algumas equação do tipo 𝑎𝑎1 𝑥𝑥 𝑦𝑦𝑦 + 𝑎𝑎2 (𝑥𝑥)𝑦𝑦′ +
𝑎𝑎3 (𝑥𝑥)𝑦𝑦 = 𝑓𝑓(𝑥𝑥) , muita soluções paravam em integrais
muito complicadas de resolver. (Seno_integral: MATLAB)
SÉRIES DE POTÊNCIA
 A solução para alguns tipos de EDO’s só pode se
sintetizada por séries infinitas de funções conhecidas.

 Uma série de potência em 𝑥𝑥 − 𝑎𝑎 é um somatório infinito


na forma:

 Dizemos que a série é centrada em 𝑎𝑎. A série a seguir é


centrada em 𝑎𝑎 = 0. Este tipo de série será muito abordada
na disciplina.
SÉRIES DE POTÊNCIA

 Alguns fatos Importantes sobre as séries:


1. Convergência: Uma série é convergente se para
determinado valor de 𝑥𝑥 o limite a seguir existe. Se não
existe, a série é dita divergente.

2. Intervalo de Convergência: Conjunto de todos os


números reais 𝑥𝑥 para os quais a série é convergente. O
centro do intervalo é o centro da série 𝑎𝑎. Toda série
possui um intervalo de convergência.
SÉRIES DE POTÊNCIA
3. Raio de Convergência 𝑹𝑹: É o raio do intervalo de
convergência. Se 𝑅𝑅 > 0 , então a série converge para
𝑥𝑥 − 𝑎𝑎 < 𝑅𝑅 e diverge para 𝑥𝑥 − 𝑎𝑎 > 𝑅𝑅 . Se a série
converge apenas no centro 𝑎𝑎, então 𝑅𝑅 = 0, já no caso da
série convergir para todo 𝑥𝑥, escreve-se 𝑅𝑅 = ∞.

4. Convergência Absoluta: Dentro do intervalo de


convergência, a série converge absolutamente para todo
valor de 𝑥𝑥.
SÉRIES DE POTÊNCIA
5. Razão de Teste: Ajuda a avaliar a convergência da
série. Sopondo 𝑐𝑐𝑛𝑛 ≠ 0 para todo 𝑛𝑛, temos:

 Se 𝐿𝐿 < 1 a série converge absolutamente.

 Se 𝐿𝐿 > 1 a série diverge. E se 𝐿𝐿 = 1 a razão de teste é


inconclusiva, inclusive nos extremos do intervalo.

 Exemplo 1: Encontre o intervalo e o raio de convergência


para a série:
SÉRIES DE POTÊNCIA
 As funções diferenciáveis 𝑛𝑛 vezes podem ser expandidas em
série de 𝑛𝑛 por Série de Taylor ou Maclaurin.

 Quando o centro da série é um ponto 𝑎𝑎 qualquer, expande-se a


função em série de Taylor:

 Quando o centro da série é zero, expande-se a função em série


de Maclaurin:

 Pode-se dizer que a série de Maclaurin é um caso particular da


série de Taylor.
SÉRIES DE POTÊNCIA
 Alguns Exemplos de séries de Maclaurin e seus intervalos
de Convergência.
SÉRIES DE POTÊNCIA
 Alguns Exemplos de séries de potência e seus intervalos
de Convergência.
SÉRIES DE POTÊNCIA
 Exemplo 2: Determine a série de potência de 𝑒𝑒 𝑥𝑥 sin(𝑥𝑥).

 Este problema também pode ser resolvido utilizando a


expansão direta em série de Maclaurin. Use o MATLAB.

 Exemplo 3: Escreva a seguinte expressão através de um


único somatório.
SÉRIES DE POTÊNCIA
 Exemplo 3: Solução:

 Exemplo 4: Determine a Solução da EDO 𝑦𝑦 ′ + 𝑦𝑦 = 0 por


meio de uma série na forma:
SÉRIES DE POTÊNCIA
 Exemplo 4: Solução:

 Esta última relação apresenta a lei que os coeficientes da


solução devem obedecer.
SÉRIES DE POTÊNCIA
 Exemplo 4: Solução:
SÉRIES DE POTÊNCIA
 Exercício 1: Encontre o intervalo e o raio de convergência
para as séries apresentadas a seguir.

 Exercício 2: Encontre uma expansão em série de


Maclaurin para as seguintes funções.

 Exercício 3: Encontre uma expansão em série de Taylor


com centro no ponto 𝑎𝑎 indicado para as seguintes funções.
SÉRIES DE POTÊNCIA
 Exercício 4: Escreva as seguintes expressões através de
um único somatório.

 Exercício 5: Para os problemas a seguir, encontre uma


solução em série para as equações diferenciais na forma
do somatório 𝑦𝑦 indicado.
SOLUÇÕES EM PONTOS ORDINÁRIOS
 A solução de uma EDO em pontos ordinários é realizada
por uma série cujo centro é um ponto ordinário 𝑥𝑥0 .

 Definição de ponto Ordinário:

 Para uma EDO linear homogênea de 2° ordem definida na


forma:

 No ponto 𝒙𝒙𝟎𝟎 dito ordinário para a EDO, as funções 𝑃𝑃(𝑥𝑥)


e 𝑄𝑄(𝑥𝑥) são analíticas.

 Isto é, não apresentam descontinuidades, “Cantos”, retas


tangentes verticais, valores indefinidos, etc.
SOLUÇÕES EM PONTOS ORDINÁRIOS
 Todo ponto 𝑥𝑥0 não ordinário é um ponto singular.

 Exemplo de EDO sem ponto singular:

 Exemplo de EDO com pontos singulares:

 A solução em série para uma EDO em um ponto ordinário


é dada na seguinte forma:

 A convergência da série pode ser garantida analisando o


mínimo raio de convergência 𝑅𝑅.
SOLUÇÕES EM PONTOS ORDINÁRIOS
 Exemplo 5: Determinar o mínimo raio de convergência para
garantir a convergência da solução para a seguinte EDO. Tome
os possíveis centros da série solução.

 Para esta EDO os pontos singulares são 1 ± 2𝑖𝑖.

 Tomando 𝑥𝑥0 = 0, 𝑅𝑅 < 5 e y = ∑∞


𝑛𝑛=0 𝑐𝑐𝑛𝑛 𝑥𝑥
𝑛𝑛

 Tomando 𝑥𝑥0 = −1, 𝑅𝑅 < 8 e y = ∑∞


𝑛𝑛=0 𝑐𝑐𝑛𝑛 (𝑥𝑥 + 1) .
𝑛𝑛

 Tomando 𝑥𝑥0 = 1, 𝑅𝑅 < 2 e y = ∑∞


𝑛𝑛=0 𝑐𝑐𝑛𝑛 (𝑥𝑥 − 1) .
𝑛𝑛

 Se 𝑥𝑥 ∈ ℝ, o intervalo de convergência é (−∞, +∞).

 Assim o centro da série é qualquer 𝑥𝑥 real.


SOLUÇÕES EM PONTOS ORDINÁRIOS
 Para determinar a solução de EDO de primeira ordem, a série
deve possuir um termo indeterminado.
𝑦𝑦 = 𝑐𝑐1 𝑦𝑦1 (𝑥𝑥)
 Para determinar a solução de EDO de segunda ordem, a série
deve possuir dois termos indeterminados.
𝑦𝑦 = 𝑐𝑐1 𝑦𝑦1 𝑥𝑥 + 𝑐𝑐2 𝑦𝑦2 (𝑥𝑥)
 Ao tomar uma série do tipo y = ∑∞
𝑛𝑛=0 𝑐𝑐𝑛𝑛 (𝑥𝑥 − 𝑥𝑥0 ) como solução da
𝑛𝑛

EDO, deve-se encontrar uma forma de calcular os 𝑛𝑛 coeficientes


em função de apenas um ou dois termos indeterminados.

 Exemplo 6: Encontre a solução da EDO:

 Não há pontos singulares. ∞

y = � 𝑐𝑐𝑛𝑛 𝑥𝑥 𝑛𝑛
 Tomando o centro mais simples 𝑥𝑥0 = 0 𝑛𝑛=0
SOLUÇÕES EM PONTOS ORDINÁRIOS
 Exemplo 6: Solução: Tomando a segunda derivada, temos:

 Igualando os índices dós somatórios e os expoentes de 𝑥𝑥, temos:

 Adotando 𝑐𝑐2 = 0 e gualando a zero o termo evidência, temos:


SOLUÇÕES EM PONTOS ORDINÁRIOS
 Exemplo 6: Solução: Variando os valores de 𝑘𝑘

 Expandindo a série solução, temos:

 Substituindo a relação de recorrência, temos:


SOLUÇÕES EM PONTOS ORDINÁRIOS
 Exemplo 6: Solução: Colocando em evidência termos com 𝑐𝑐1 𝑒𝑒 𝑐𝑐2 ,
podemos escrever a solução na forma 𝑦𝑦 = 𝑐𝑐1 𝑦𝑦1 𝑥𝑥 + 𝑐𝑐2 𝑦𝑦2 (𝑥𝑥):

 O intervalo de convergência da série é (−∞, +∞).

 Para obter a resposta na forma gráfico, temos que usar as


condições iniciais. A seguir dois casos de PVI.

 É simples mostrar que


SOLUÇÕES EM PONTOS ORDINÁRIOS
 Desta forma
podemos construir
a solução gráfica
no MATLAB ou
MAPLE, por
exemplo.

 Exemplo 7: Encontre a solução da EDO:



 Pontos singulares: 𝑥𝑥 = ±𝑖𝑖. Para o centro 𝑥𝑥0 = 0, 𝑅𝑅 > 1. 𝑦𝑦 = � 𝑐𝑐𝑛𝑛 𝑥𝑥 𝑛𝑛
𝑛𝑛=0
 Tomando a 1° e a 2° derivada, temos:
SOLUÇÕES EM PONTOS ORDINÁRIOS
 Exemplo 7: Solução: Multiplicando os somatórios pelos
coeficiente da EDO, temos:

 Igualando os índices dós somatórios e os expoentes de 𝑥𝑥, temos:

 Fazendo , temos:

 Tomando alguns valores de 𝑘𝑘:


SOLUÇÕES EM PONTOS ORDINÁRIOS
 Exemplo 7: Solução;

 Expandindo a série solução, temos:

 Assim temos:
SOLUÇÕES EM PONTOS ORDINÁRIOS
 Exemplo 8: Resolva a seguinte EDO:

 Solução: Tomando os mesmos procedimento dos exemplos


anteriores, pode-se obter:

 Neste fórmula de recorrência, as expressões ficaram em função


de 𝑐𝑐0 𝑒𝑒 𝑐𝑐1 .

 Para obter as funções 𝑦𝑦1 (𝑥𝑥) e 𝑦𝑦2 (𝑥𝑥), vamos zerar uma das
constante e calcular os termos da série.
SOLUÇÕES EM PONTOS ORDINÁRIOS
 Exemplo 8: Solução.

 Sendo assim as funções solução para a EDO são:


SOLUÇÕES EM PONTOS ORDINÁRIOS
 Exemplo 9: Resolva por série a EDO a seguir cujo coeficiente
não é polinomial.

 Neste caso devemos expandir o coeficiente em série de


Maclaurin.

 Por igualdade de polinômio, todos os coeficientes deve ser nulos:


SOLUÇÕES EM PONTOS ORDINÁRIOS
 Exemplo 9: Solução: Assim temos como solução:

 Exercício 6: Determine o mínimo raio de convergência para as


EDO’s a seguir sem resolvê-las.

 Exercício 7: Encontre duas séries de potência (𝑦𝑦1 (𝑥𝑥) e 𝑦𝑦2 (𝑥𝑥))


para as seguintes EDO’s. Tente explicar qualquer diferença
entre as soluções. Use 𝑥𝑥0 = 0 como centro da série.
SOLUÇÕES EM PONTOS ORDINÁRIOS
 Exercício 8: Encontre a solução particular para os PVI’s a
seguir.

 Exercício 9: Encontre duas séries de potência (𝑦𝑦1 (𝑥𝑥) e 𝑦𝑦2 (𝑥𝑥))


para as seguintes EDO’s com coeficientes não polinomiais. Use
𝑥𝑥0 = 0 como centro da série.
SOLUÇÕES EM PONTOS ORDINÁRIOS
 Problemas para debate:

1. Determine o raio de convergência para a EDO cos(𝑥𝑥)𝑦𝑦𝑦 + 𝑦𝑦′ + 5𝑦𝑦 = 0


para o ponto ordinário 𝑥𝑥 = 1 e para o ponto ordinário 𝑥𝑥 = 0.

2. Como a solução em série de potência pode ajudar a encontrar a


solução da EDO não homogênea 𝑦𝑦𝑦 − 4𝑥𝑥𝑥𝑥′ − 4𝑦𝑦 = 𝑒𝑒 𝑥𝑥 ? Tente organizar
uma forma de obter esta solução se possível for.

3. O ponto 𝑥𝑥 = 0 é um ponto ordinário ou um ponto singular para a


EDO 𝑥𝑥𝑥𝑥𝑥 + sin(𝑥𝑥)𝑦𝑦′ − 4𝑦𝑦 = 0? Defenda sua resposta com argumentos
matemáticos.

4. O ponto 𝑥𝑥 = 0 é um ponto ordinário ou um ponto singular para a


EDO 𝑦𝑦𝑦 + 5𝑥𝑥𝑥𝑥′ + 𝑥𝑥𝑦𝑦 = 0 ? Defenda sua resposta com argumentos
matemáticos.
SOLUÇÕES EM PONTOS SINGULARES
 Pontos singulares 𝑥𝑥0 são pontos em que as funções 𝑃𝑃(𝑥𝑥) e 𝑄𝑄(𝑥𝑥)
não são analíticas, dada a forma padrão para uma EDO de 2°
ordem a seguir.

 Um ponto 𝑥𝑥0 é dito singular regular quando as funções


𝑝𝑝 𝑥𝑥 = 𝑥𝑥 − 𝑥𝑥0 𝑃𝑃(𝑥𝑥) e 𝑞𝑞 𝑥𝑥 = 𝑥𝑥 − 𝑥𝑥0 2 𝑄𝑄(𝑥𝑥) são analíticas em 𝑥𝑥0 .

 Caso contrário, o ponto 𝑥𝑥0 é dito singular irregular.

 Em função dos coeficientes 𝑝𝑝 𝑥𝑥 𝑒𝑒 𝑞𝑞(𝑥𝑥) a EDO de 2° pode ser


reescrita na seguinte forma.
SOLUÇÕES EM PONTOS SINGULARES
 Exemplo 10: Classifique os pontos singulares da seguinte EDO.

 Os pontos singulares são:

 A forma padrão da EDO nos permite identificar 𝑃𝑃(𝑥𝑥) e 𝑄𝑄(𝑥𝑥):

 Também nos permite encontrar as funções 𝑝𝑝(𝑥𝑥) e 𝑞𝑞(𝑥𝑥) para cada


ponto singular. Vamos testar inicialmente 𝑥𝑥 = 2:

 Podemos verificar que em 𝑥𝑥 = 2, 𝑝𝑝(𝑥𝑥) é analítica e 𝑞𝑞(𝑥𝑥) também.

 Assim, 𝑥𝑥 = 2 é um ponto singular regular.


SOLUÇÕES EM PONTOS SINGULARES
 Exemplo 10: Solução: Agora vamos testar o ponto 𝑥𝑥 = −2:

 Podemos verificar que em 𝑥𝑥 = −2, 𝑝𝑝(𝑥𝑥) não é analítica, que é


suficiente para classificar 𝑥𝑥 = −2 como um ponto singular
irregular.

 Método de Frobenius: Nos permite determinar a solução em


série para uma EDO em 𝑥𝑥 = 𝑥𝑥0 é um ponto singular regular.

 Sendo 𝑟𝑟 um parâmetros a determinar.

 Por este método existe pelo menos uma solução para a EDO.
SOLUÇÕES EM PONTOS SINGULARES
 Exemplo 11: Determine a solução em série com centro em um
ponto singular regular para a seguinte EDO.

 Pode-se mostrar que 𝑥𝑥 = 0 é um ponto singular regular para a


EDO. Assim sua solução é dada na forma: ∞

𝑦𝑦 = � 𝑐𝑐𝑛𝑛 𝑥𝑥 𝑛𝑛
 Calculando a 1° e a 2° derivada: 𝑛𝑛=0

 Substituindo na EDO:
SOLUÇÕES EM PONTOS SINGULARES
 Exemplo 11: Solução:

 Sendo assim podemos escrever:

 Os valores possíveis de 𝑟𝑟 são 𝑟𝑟1 = 2/3 e 𝑟𝑟2 = 0, cada um desse


valores gera uma série, um solução diferente.
SOLUÇÕES EM PONTOS SINGULARES
 Exemplo 11: Solução: Para cada valor de 𝑟𝑟, temos:

Para 𝒓𝒓𝟏𝟏 = 𝟐𝟐/𝟑𝟑 Para 𝒓𝒓𝟐𝟐 = 𝟎𝟎


SOLUÇÕES EM PONTOS SINGULARES
 Exemplo 11: Solução: Desta forma as soluções são:

 O intervalo de convergência de 𝑥𝑥 é infinito, para todo valor de 𝑥𝑥


finito.

 Exemplo 12: Determine a solução em série com centro em um


ponto singular regular para a seguinte EDO.

 Solução: Usando o centro em 𝑥𝑥 = 0 𝑦𝑦 = � 𝑐𝑐𝑛𝑛 𝑥𝑥 𝑛𝑛


𝑛𝑛=0
SOLUÇÕES EM PONTOS SINGULARES
 Exemplo 12: Solução: Substituindo as derivadas da série na
EDO:
SOLUÇÕES EM PONTOS SINGULARES
 Exemplo 12: Solução: Desta forma obtemos:

 Valores de 𝑟𝑟:
Para 𝒓𝒓𝟏𝟏 = 𝟏𝟏/𝟐𝟐 Para 𝒓𝒓𝟐𝟐 = 𝟎𝟎
SOLUÇÕES EM PONTOS SINGULARES
 Exemplo 12: Solução: Desta forma as soluções são:

 Sendo que esta converge para valores positivos de 𝑥𝑥.

 Exemplo 13: Resolva a seguinte EDO.

 Usando a expansão em série com centro em 𝑥𝑥 = 0 (ponto


singular regular), podemos mostrar que os valores possíveis de 𝑟𝑟
são:

 E isso permite encontrar exatamente o mesmo conjunto de


coeficientes.
SOLUÇÕES EM PONTOS SINGULARES
 Exemplo 13: Solução: Assim a única solução que pode ser
determinada é:

 Existem basicamente três casos em que os valores de 𝑟𝑟1 𝑒𝑒 𝑟𝑟2 se


combinam e geram soluções distintas.

 Caso 1: Se 𝑟𝑟1 𝑒𝑒 𝑟𝑟2 são diferentes e 𝑟𝑟1 − 𝑟𝑟2 gera qualquer número
real não inteiro positivo, então existem duas soluções
linearmente independentes na forma:

 Esta situação foi encontrada nos exemplos anteriores.


SOLUÇÕES EM PONTOS SINGULARES
 Exemplo 13: Solução:

 Caso 2: Se 𝑟𝑟1 𝑒𝑒 𝑟𝑟2 são diferentes e 𝑟𝑟1 − 𝑟𝑟2 gera um inteiro


positivo, então existem duas soluções linearmente
independentes na forma:

 Sendo C uma constante que pode ser igual a zero.

 Caso 3: Se 𝑟𝑟1 = 𝑟𝑟2 , então existem duas soluções linearmente


independentes na forma:
SOLUÇÕES EM PONTOS SINGULARES
 Exemplo 13: Solução:

 Revisitando o Calculo III: Uma forma de se obter a segunda


solução a partir de uma conhecida é fórmula apresentada a
seguir:

 Cada a realização desta formula com séries infinitas deve-se


utilizar uma calculadora algébrica com o MAPLE.

 Tomando a solução do exemplo 13, e sabendo que os valores de 𝑟𝑟


são tal que 𝑟𝑟1 − 𝑟𝑟2 = 1 (inteiro positivo: Caso 2), a segunda
solução é dada na forma:
SOLUÇÕES EM PONTOS SINGULARES
 Exemplo 13: Solução:

 Para encontrar esta solução vamos utilizar a fórmula integral


apresentada, a solução pode ser obtida no MAPLE:
SOLUÇÕES EM PONTOS SINGULARES
 Exercício 10: Determine e classifique os pontos singulares das
seguintes EDO’s.

 Exercício 11: Determine os valores de 𝑟𝑟 (raízes de


singularidade) para as seguintes EDO’s.
SOLUÇÕES EM PONTOS SINGULARES
 Exercício 12: Verifique as raízes de singularidade e se possível
obtenha as duas soluções em série com centro nos pontos
singulares regulares das seguintes EDO’s.
FUNÇÃO GAMMA
 A função Gamma Γ(𝑥𝑥) é definida pela seguinte integral:

 Para convergência da integral é necessário que 𝑥𝑥 > 0.

 Forma gráfica a função Gamma e alguns valores particulares:


FUNÇÃO GAMMA
 Uma importante relação de recorrência é dada por:

 Tomando o valor de Γ 1 = 1, podemos escrever:

 Desta forma, podemos generalizar o fatorial como uma função na


seguinte forma:

 Este relação é muito utilizada na definição de várias expressões, como


por exemplo as funções de Bessel.

 A função Gamma nos permite determinar o valor de algumas integrais


complicadas de se resolver.

 Outras propriedades da função Gamma:

1 𝜋𝜋 𝑥𝑥
Γ = 𝜋𝜋 Γ 𝑥𝑥 Γ 1 − 𝑥𝑥 = 22𝑥𝑥−1 Γ 𝑥𝑥 Γ
𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠(𝜋𝜋𝜋𝜋) Γ 2𝑥𝑥 = 2
2
𝜋𝜋
FUNÇÃO GAMMA
 Exemplo 1: Avaliar as seguintes expressões.
5 8
Γ 6 Γ Γ 3 Γ 2,5 6Γ
2 3
𝑎𝑎) 𝑏𝑏) 𝑐𝑐) 𝑑𝑑)
2Γ 3 1 Γ 5,5 2
Γ Γ
2 3
 Solução:
5 3 1 1
Γ 6 5! Γ ∙ ∙ Γ
𝑎𝑎) = = 30 𝑏𝑏)
2
=2 2 2 =3
2Γ 3 2 ∙ 2! 1 1 4
Γ Γ
2 2
Γ 3 Γ 2,5 2! ∙ Γ 2,5 16
𝑐𝑐) = =
Γ 5,5 4,5 ∙ 3,5 ∙ 2,5 ∙ Γ 2,5 315
 Exemplo 2: Avalie as seguintes integrais por meio da função Gamma.
∞ ∞ ∞ ∞ ∞
3 −𝑥𝑥 6 −2𝑥𝑥 −𝑦𝑦 3 −4𝑧𝑧 2
𝑑𝑑𝑑𝑑
𝑎𝑎) � 𝑥𝑥 𝑒𝑒 𝑑𝑑𝑑𝑑 𝑏𝑏) � 𝑥𝑥 𝑒𝑒 𝑑𝑑𝑑𝑑 𝑐𝑐) � 𝑦𝑦𝑒𝑒 𝑑𝑑𝑑𝑑 𝑑𝑑) � 3 𝑑𝑑𝑑𝑑 𝑒𝑒) �
0 0 0 0 0 − ln 𝑥𝑥
 Solução:

𝑎𝑎) � 𝑥𝑥 3 𝑒𝑒 −𝑥𝑥 𝑑𝑑𝑑𝑑 = Γ 4 = 3! = 6
0
FUNÇÃO GAMMA
 Exemplo 2: Solução: 𝑏𝑏) Fazendo 2𝑥𝑥 = 𝑦𝑦 a integral pode ser reescrita:
∞ ∞
1 Γ 7 45
� 𝑥𝑥 6 𝑒𝑒 −2𝑥𝑥 𝑑𝑑𝑑𝑑 = 7 � 𝑦𝑦 6 𝑒𝑒 −𝑦𝑦 𝑑𝑑𝑦𝑦 = 7 =
0 2 0 2 8
 𝑐𝑐) Fazendo 𝑦𝑦 3 = 𝑥𝑥 a integral pode ser reescrita:
1

1 ∞ 1 Γ 𝜋𝜋
� 𝑦𝑦𝑒𝑒 −𝑦𝑦 𝑑𝑑𝑑𝑑 = � 𝑥𝑥 −2 𝑒𝑒 −𝑥𝑥 𝑑𝑑𝑥𝑥 = 2 =
3

0 3 0 3 3
2 2 ln(3)
 𝑑𝑑) Reescrevendo a potência na forma de logaritmo: 3−4𝑧𝑧 = 𝑒𝑒 −4𝑧𝑧 .

 Fazendo 4𝑧𝑧 2 ln 3 = 𝑥𝑥 a integral pode ser reescrita:


1

1 ∞ 1 Γ 𝜋𝜋
� 𝑒𝑒 −4𝑧𝑧 2 ln(3)
𝑑𝑑𝑑𝑑 = − −𝑥𝑥
� 𝑥𝑥 𝑒𝑒 𝑑𝑑𝑥𝑥 =
2 2 =
0 2 4ln(3) 0 2 4ln(3) 4 ln(3)

 e) 𝑅𝑅𝑅𝑅𝑅𝑅𝑅𝑅𝑅𝑅𝑅𝑅𝑅𝑅𝑅𝑅: 𝜋𝜋

 Exercícios em: Murray R. Spiegel, Análise de Fourier, Cap. 4, Pag. 106.


FUNÇÃO BETA
 A função Beta 𝐵𝐵(𝑥𝑥, 𝑦𝑦) é definida da seguinte forma:

 E converge para 𝑥𝑥 > 0, 𝑦𝑦 > 0.

 A função Beta está relacionada com a função Gamma:

 Alguns resultados e propriedades da Função Beta:


FUNÇÃO BETA
 Visão gráfica da função BETA.
FUNÇÃO BETA
 Exemplo 1: Resolva as seguinte integrais por meio das funções Beta e
Gamma.
1 2 2 𝑎𝑎 𝜋𝜋/2
4 3 𝑥𝑥 𝑑𝑑𝑥𝑥 𝑐𝑐) � 𝑦𝑦 4 𝑎𝑎2 − 𝑦𝑦 2 𝑑𝑑𝑑𝑑
𝑎𝑎) � 𝑥𝑥 1 − 𝑥𝑥 𝑑𝑑𝑑𝑑 𝑏𝑏) � 𝑑𝑑) � cos 6 (𝜃𝜃) 𝑑𝑑𝜃𝜃
0 0 2 − 𝑥𝑥 0 0
 Solução:
1
Γ 5 Γ 4 4! 3! 1
𝑎𝑎) � 𝑥𝑥 4 1 − 𝑥𝑥 3 𝑑𝑑𝑑𝑑 = 𝐵𝐵 5,4 = = =
0 Γ(9) 8! 280
 𝑏𝑏) Fazendo 𝑥𝑥 = 2𝑣𝑣, podemos reescrever a integral na forma:
1
1
𝑣𝑣 2 𝑑𝑑𝑑𝑑 1
1 Γ 3 Γ 64 2
𝑏𝑏)4 2 � 2
= 4 2 � 𝑣𝑣 1 − 𝑣𝑣 −1/2
𝑑𝑑𝑑𝑑 = 4 2B 3, =4 2 2 =
0 1 − 𝑣𝑣 0 2 Γ(9) 15

 𝑐𝑐) Resposta: 𝜋𝜋𝑎𝑎6 /32


FUNÇÃO BETA
 Exemplo 1: Solução: 𝑑𝑑) Utilizando a propriedade da integral
trigonométrica da função Beta, podemos identificar: 2𝑚𝑚 − 1 = 0 → 𝑚𝑚 =
1/2 e 2𝑛𝑛 − 1 = 6 → 𝑛𝑛 = 7/2.

 Sendo assim podemos escrever a integral:


𝜋𝜋/2 𝜋𝜋/2
1 Γ m Γ n
𝑑𝑑) � cos 6 (𝜃𝜃) 𝑑𝑑𝜃𝜃 = � sen2𝑚𝑚−1 (𝜃𝜃) cos 2𝑛𝑛−1 (𝜃𝜃) 𝑑𝑑𝑑𝑑 = 𝐵𝐵 𝑚𝑚, 𝑛𝑛 =
0 0 2 2Γ(m + n)
 Substituindo os valores de m e n, temos:
1 7 5 3 1
𝜋𝜋/2
1 1 7 Γ Γ 𝜋𝜋 ∙ ∙ ∙ ∙ 𝜋𝜋 5𝜋𝜋
6
𝑑𝑑) � cos (𝜃𝜃) 𝑑𝑑𝜃𝜃 = 𝐵𝐵 , = 2 2 = 2 2 2 =
0 2 2 2 2Γ 4 2 ∙ 3! 32

 Exercícios em: Murray R. Spiegel, Análise de Fourier, Cap. 4, Pag. 106.


FUNÇÕES DE BESSEL E LEGENDRE
 As funções de Bessel são função definidas por série infinitas.

 São a solução para problemas de Física e Engenharia as quais podem


ser modeladas pela equação diferencial de Bessel:

 Esta é dita a equação de Bessel de ordem 𝑣𝑣.

 Uma das principais aplicações desta equações diferencial é o


tratamento de problemas de eletromagnetismo em coordenadas
cilíndricas.

 Mas também é utilizada para explicar fenômenos de vibrações e


propagação do calor.

 Entre outras aplicações.


FUNÇÕES DE BESSEL E LEGENDRE
 Para encontrar a solução, vamos reescrever a equação de Bessel na
forma padrão:
2 2
1 𝑥𝑥 − 𝑣𝑣
𝑦𝑦 ′′ + 𝑦𝑦 ′ + 𝑦𝑦 = 0
𝑥𝑥 𝑥𝑥 2
 Assim fica claro que 𝑥𝑥 = 0 é um ponto singular da EDO e é simples
mostrar que 𝑥𝑥 = 0 é um ponto singular regular da EDO.

 Sendo assim podemos usar o método de Frebenius para expandir a


EDO de Bessel em série na forma:

𝑦𝑦 𝑥𝑥 = � 𝑐𝑐𝑛𝑛 𝑥𝑥 𝑛𝑛+𝑟𝑟
𝑛𝑛=0
FUNÇÕES DE BESSEL E LEGENDRE
 Expandindo a primeira componente dos somatórios com o termo 𝑥𝑥 𝑛𝑛+𝑟𝑟

 Como todos os coeficiente de 𝑥𝑥 𝑎𝑎 , 𝑎𝑎 = 0, ±1, ±2, ±3, ⋯, devem ser nulos,


os valores de 𝑟𝑟 para esta condição são 𝑟𝑟1 = 𝑣𝑣 e 𝑟𝑟2 = −𝑣𝑣.

 Para o caso em que 𝑟𝑟 = 𝑣𝑣, temos:


FUNÇÕES DE BESSEL E LEGENDRE
 Novamente aplicando a igualdade polinomial com o polinômio nulo,
temos: 1 + 2𝑣𝑣 𝐶𝐶1 = 0 e 𝑘𝑘 + 2 𝑘𝑘 + 2 + 𝑣𝑣 𝑐𝑐𝑘𝑘+2 + 𝑐𝑐𝑘𝑘 = 0

 Para não limitar os valores de 𝑣𝑣, vamos escolher 𝑐𝑐1 = 0.

 Esta escolha tornará nulos todos os coeficientes ímpares.

 Tendo somente os coeficientes pares de 𝑘𝑘 + 2, vamos fazer 𝑘𝑘 + 2 = 2𝑛𝑛,


𝑛𝑛 = 1,2,3,4 ⋯.

 Os coeficientes são:
FUNÇÕES DE BESSEL E LEGENDRE
 Os coeficientes são:

 É comum fazer a escolha para 𝑐𝑐0 utilizando a função Gamma Γ:

 Visto que a propriedade 𝛤𝛤 1 + 𝑎𝑎 = 𝑎𝑎𝛤𝛤(𝑎𝑎), nos permite escrever a seguinte


relação:

 Extrapolando, podemos escrever o denominador de 𝐶𝐶2𝑛𝑛 usando 𝛤𝛤 𝑛𝑛 + 𝑣𝑣 + 1 .


FUNÇÕES DE BESSEL E LEGENDRE
 Assim temos:

 Definidos os coeficientes, vamos voltar a definição de solução para a ED de


Bessel, sendo neste caso apenas coeficientes pares são diferentes de zero:
∞ ∞
2𝑛𝑛+𝑣𝑣
−1 𝑛𝑛 𝑥𝑥 2𝑛𝑛+𝑣𝑣
𝑦𝑦1 𝑥𝑥 = � 𝑐𝑐2𝑛𝑛 𝑥𝑥 =�
𝑛𝑛! Γ(1 + 𝑣𝑣 + 𝑛𝑛) 2
𝑛𝑛=1 𝑛𝑛=1

Esta função é conhecida com função de Bessel do primeiro tipo e de ordem


𝑣𝑣, simbolizada por 𝐽𝐽𝑣𝑣 (𝑥𝑥):

 No MATLAB, esta função é definida com o comando “𝑏𝑏𝑏𝑏𝑏𝑏𝑏𝑏𝑏𝑏𝑏𝑏𝑏𝑏(𝑣𝑣, 𝑥𝑥)”, sendo 𝑣𝑣


a ordem e 𝑥𝑥 a variável.
FUNÇÕES DE BESSEL E LEGENDRE
 De forma semelhante, podemos encontrar a solução da EDO de Bessel
fazendo 𝑟𝑟 = −𝑣𝑣, segunda raiz do problema, gerando a seguinte solução:

Esta função é conhecida como função de Bessel do primeiro tipo de ordem


− 𝑣𝑣. O intervalo de convergência das funções 𝐽𝐽𝑣𝑣 (𝑥𝑥) e 𝐽𝐽−𝑣𝑣 (𝑥𝑥) são [0, ∞).

De forma gráfica, temos:


1

0.5

-0.5
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
FUNÇÕES DE BESSEL E LEGENDRE
 A solução da EDO de Bessel deve apresentar duas funções linearmente
independentes, pois é de segunda ordem.

 As funções 𝐽𝐽𝑣𝑣 (𝑥𝑥) e 𝐽𝐽−𝑣𝑣 (𝑥𝑥) podem atender este requisito apenas em alguns
casos particulares.

 Se 𝑣𝑣 = 0, então estas são iguais e não podem conferir as duas funções


necessárias.

Se 𝑣𝑣 > 0 e 𝑟𝑟1 − 𝑟𝑟2 = 𝑣𝑣 − −𝑣𝑣 = 2𝑣𝑣 não é um positivo inteiro, então as


funções 𝐽𝐽𝑣𝑣 (𝑥𝑥) e 𝐽𝐽−𝑣𝑣 (𝑥𝑥) são linearmente independentes.

 O valor de 2𝑣𝑣 pode ser inteiro positivo, desde que seja ímpar.

 Um caso clássico é quando 𝑣𝑣 = 1/2, o que implica em 2𝑣𝑣 = 1 (inteiro positivo


ímpar).
FUNÇÕES DE BESSEL E LEGENDRE
 Exemplo 1: Determine a solução da seguinte EDO de Bessel.

 Solução: Comparando com a forma padrão podemos identificar: 𝑣𝑣 2 = 1/4 e


𝑣𝑣 = 1/2.

Sendo assim 2𝑣𝑣 = 1, um inteiro positivo impar. Então a EDO de Bessel


admite como solução as funções 𝐽𝐽𝑣𝑣 (𝑥𝑥) e 𝐽𝐽−𝑣𝑣 (𝑥𝑥) que, neste caso, são

linearmente independentes.

 Assim a solução da EDO é dada na forma:

Ainda para o caso em que 𝑣𝑣 é não inteiro, é possível mostrar que a função a
seguir é linearmente independente de 𝐽𝐽𝑣𝑣 (𝑥𝑥)

FUNÇÕES DE BESSEL E LEGENDRE
 A função 𝑌𝑌𝑣𝑣 (𝑥𝑥) é conhecida como função de Bessel do segundo tipo de ordem
𝑣𝑣.

 Com esta, a solução da EDO de Bessel fica na forma:

 É possível mostrar que as funções 𝐽𝐽𝑣𝑣 (𝑥𝑥) e 𝑌𝑌𝑣𝑣 (𝑥𝑥) são linearmente
independentes para qualquer valor de 𝑣𝑣.

 Portanto esta é uma solução geral para a EDO de Bessel.

 No MATLAB a função 𝑌𝑌𝑣𝑣 (𝑥𝑥) é definida pelo comando “𝑏𝑏𝑏𝑏𝑏𝑏𝑏𝑏𝑏𝑏𝑏𝑏𝑦𝑦(𝑣𝑣, 𝑥𝑥)”, sendo 𝑣𝑣
a ordem e 𝑥𝑥 a variável.
1

0.5

-0.5

-1

-1.5

-2
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
FUNÇÕES DE BESSEL E LEGENDRE
 Exemplo 2: Determine a solução da seguinte EDO de Bessel.

 Solução: Comparando com a forma padrão podemos identificar: 𝑣𝑣 = 3.

 Sendo assim 2𝑣𝑣 = 6, um inteiro positivo.

 Como solução as funções 𝐽𝐽𝑣𝑣 (𝑥𝑥) e 𝑌𝑌𝑣𝑣 (𝑥𝑥) são linearmente independentes para
qualquer valor de 𝑣𝑣, a solução para a EDO de Bessel é dada na forma:

 A solução particular deste problema depende das condições de contorno.

 Exemplo 3: Resolva EDO a seguir por meio das funções de Bessel.

 Solução: Vamos fazer a mudança de variável 𝑡𝑡 = 𝛼𝛼𝛼𝛼, sendo 𝛼𝛼 > 0.


FUNÇÕES DE BESSEL E LEGENDRE
 Exemplo 3: Solução: Pela regra da cadeia temos:

 Substituindo na EDO, temos:

 A qual resulta em uma EDO de Bessel de ordem 𝑣𝑣. A solução é dada por:

 Voltando com a substituição 𝑡𝑡 = 𝛼𝛼𝛼𝛼, temos:

 Esta funções são conhecidas como as funções paramétricas de Bessel de


ordem 𝑣𝑣.
FUNÇÕES DE BESSEL E LEGENDRE
 Funções de Bessel Modificadas.
Quando a parametrização das funções de Bessel é feita na forma 𝑡𝑡 = 𝑖𝑖𝑖𝑖,
então as funções 𝐽𝐽𝑣𝑣 (𝑖𝑖𝑥𝑥) e 𝑌𝑌𝑣𝑣 (𝑖𝑖𝑥𝑥) apresentam valores complexos.

 Uma solução de valores reais é dada na forma:

 A qual é conhecida como função de Bessel modificada de primeiro tipo.

 A função de Bessel modificada de segundo tipo 𝐾𝐾𝑣𝑣 𝑥𝑥 é dada por:

 Sendo assim, a solução geral para a EDO de Bessel é dada na forma:

5
5

4 4

3 3

2 2

1 1

0 0
0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 3.5 4 4.5 5 0 1 2 3 4 5
FUNÇÕES DE BESSEL E LEGENDRE
 Outra EDO que pode solucionada por meio das funções de Bessel:

 Por meio da substituição de variáveis:

 A solução da EDO fica na forma:

 Exemplo 4: Encontre a solução geral da EDO:

 Solução: Comparando com a EDO anterior, temos:

 Assim temos: 𝑎𝑎 = −1, 𝑐𝑐 = 1/2, 𝑏𝑏 = 6 𝑒𝑒 𝑝𝑝 = 2. Portanto a solução é:


FUNÇÕES DE BESSEL E LEGENDRE
 Exemplo 5: O modelo do movimento de uma massa em um sistema com uma
mola que sofre depreciação exponencial no tempo é dado pela seguinte
EDO:

 Encontre a solução desta EDO em termos das Funções de Bessel.

 Solução: Fazendo a mudança de variável:

 Podemos reescrever a EDO na forma:

 A qual é uma EDO de Bessel de ordem zero. A solução é dada na forma:

 Voltando com a variável 𝑡𝑡, temos na forma:


FUNÇÕES DE BESSEL E LEGENDRE
 Algumas propriedades das Funções de Bessel:

 Sendo 𝑚𝑚 um número inteiro positivo:

 Relação de recorrência diferencial:

 Funções de Bessel de ordem ½ em termos de seno e cosseno:


FUNÇÕES DE BESSEL E LEGENDRE
 Funções de Bessel Esféricas:

 Funções de Bessel do Terceiro Tipo: Funções de Hankel.


FUNÇÕES DE BESSEL E LEGENDRE
 Equação diferencial de Legendre:

 O ponto 𝑥𝑥 = 0 é um ponto ordinário da EDO de Legendre, a solução é dada


na forma:

𝑦𝑦 𝑥𝑥 = � 𝑐𝑐𝑛𝑛 𝑥𝑥 𝑛𝑛
𝑛𝑛=0

 Substituindo na EDO, temos:


FUNÇÕES DE BESSEL E LEGENDRE
 Igualando a zero, temos:

 Ou então:

 Tomando alguns valores de 𝑗𝑗, temos:


FUNÇÕES DE BESSEL E LEGENDRE
 Tomando alguns valores de 𝑗𝑗, temos:

 Para 𝑥𝑥 < 1 (Raio de convergência), temos duas soluções linearmente


independentes:
FUNÇÕES DE BESSEL E LEGENDRE
 Nesta sequência, os coeficientes ímpares dependem dos ímpares (com dois
números atrasados) e pares dependem dos pares.

 Por isso se um dos coeficientes zerar, a sequência é interrompida.

 Os coeficientes pares (sequência par) definem a função 𝑦𝑦1 (𝑥𝑥).

 Os coeficientes ímpares (sequência ímpar) definem a função 𝑦𝑦2 (𝑥𝑥).

 Se 𝑛𝑛 é impar, a sequência 𝑦𝑦2 (𝑥𝑥) encerra quando 𝑘𝑘 = 𝑛𝑛.

 Se 𝑛𝑛 é par, a sequência 𝑦𝑦1 (𝑥𝑥) encerra quando 𝑘𝑘 = 𝑛𝑛.

 Por exemplo se 𝑛𝑛 = 4: 𝑦𝑦1 (𝑥𝑥) é finito e 𝑦𝑦2 (𝑥𝑥) é infinito. Ver problema do
Maple:
FUNÇÕES DE BESSEL E LEGENDRE
 Cada um dos polinômios finitos de ordem 𝑛𝑛 gerados são chamados de
Polinômios de Legendre.

 Para Valores pares de n:

 Para valores ímpares de n:

 Assim, para 𝑛𝑛 = 4, temos:

 De uma forma geral, os polinômios são de ordem n e identificados por 𝑃𝑃𝑛𝑛 (𝑥𝑥):
FUNÇÕES DE BESSEL E LEGENDRE
 Os polinômios de Legendre de forma gráfica, no intervalo de −1 < 𝑥𝑥 < 1.

 No MATLAB utilizamos a função “𝑙𝑙𝑙𝑙𝑙𝑙𝑙𝑙𝑙𝑙𝑙𝑙𝑙𝑙𝑙𝑙(𝑛𝑛, 𝑥𝑥)”, onde 𝑛𝑛 é a ordem do


polinômio e 𝑥𝑥 é o vetor de −1 < 𝑥𝑥 < 1.

 Apenas o primeiro resultado da função “ 𝑙𝑙𝑙𝑙𝑙𝑙𝑙𝑙𝑙𝑙𝑙𝑙𝑙𝑙𝑙𝑙(𝑛𝑛, 𝑥𝑥) ” mostra os


polinômios.
1

0.8

0.6

0.4

0.2

-0.2

-0.4

-0.6

-0.8

-1
-1 -0.8 -0.6 -0.4 -0.2 0 0.2 0.4 0.6 0.8 1
FUNÇÕES DE BESSEL E LEGENDRE
 Algumas propriedades dos polinômios de Legendre:

 Relação de recorrência:

 Definição dos polinômios de Legendre pela fórmula de Rodrigues:


FUNÇÕES DE BESSEL E LEGENDRE
 Exercício 1: Encontre a solução geral das EDO’s no intervalo [0, ∞).

 Exercício 2: Encontre a solução geral das EDO’s no intervalo 0, ∞


associando-as com a EDO do slide 79.

 Exercício 3: Utilize a mudança de variável indicada para encontrar a


solução geral das EDO’s no intervalo 0, ∞ .
FUNÇÕES DE BESSEL E LEGENDRE
 Exercício 4: Encontre a solução geral das EDO’s no intervalo 0, ∞
associando-as com a EDO do slide 82.

 Exercício 5: Encontre a solução geral das EDO’s no intervalo 0, ∞


associando-as com a EDO do slide 82. Utilizes as fórmulas para escrever
uma solução na forma fechada.
FUNÇÕES DE BESSEL E LEGENDRE
 Exercício 6:

 Exercício 7:

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