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Espaço n-dimensional .

Definição de espaço n-dimensional.


Espaço cartesiano real de dimensão n.
Mudança de base. Subespaços
complementares. Subespaços afins.
Espaço n-dimensional

◼ Um espaço vetorial E sobre um corpo 


é um espaço n-dimensional quando nele
existem n , não mais de n , vetores
linearmente independentes, e escreve-se
Dim(E ) = n .

◼ As suas todas bases têm n vetores.

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Natália Furtado, Ph.D.

◼ Um espaço vetorial n-dimensional sobre o corpo 


verifica, evidentemente, a axiomática já conhecida de
espaço vetorial, mais o seguinte axioma:
Axioma de dimensão:
No espaço E, existem n, não mais de n, vetores
linearmente independentes.
Por exemplo, no espaço ordinário é verdadeiro o
axioma da dimensão 3; no espaço M das matrizes de
tipo m n sobre  verifica-se o axioma da
dimensão m n .
◼ Os espaços onde não é verdadeiro o axioma da
dimensão n, com qualquer n, chamam-se espaços de
dimensão infinita.
3
◼ Qualquer espaço vetorial E n-dimensional sobre o
corpo  é isomorfo do espaço  n , pois fixada uma
base em E existe, como já se viu, uma
correspondência biunívoca entre os vetores x  E e
as matrizes-colunas de n elementos de  , que
agrupam as coordenadas de x naquela base.
◼ Pode-se verificar sem dificuldade, que:
Dois espaços vetoriais sobre  , de dimensão finita,
são isomorfos se e só se têm a mesma dimensão.
◼ A relação de isomorfía estabelecida é uma relação
de equivalência. Cada classe de equivalência abrange
todos os espaços com a mesma dimensão n e
representa-se por  n . Pode escolher-se para
representante da classe  n o espaço  n .
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◼ Nota-se também que:
Dado um espaço da classe  n (espaço vetorial
E n-dimensional sobre  ), os seus
subespaço de dimensão finita p  n ( p = 1, 2,, n )
são da classe  p .

Exemplo. Considere-se o espaço vetorial P3 dos


polinómios inteiros em x de grau  3 , sobre R. A
dimensão deste espaço é quatro. Suponha-se que a base
deste espaço é 1, x, x 2 , x 3  . São subespaços de
dimensão 3 os seguintes conjuntos de polinómios:

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◼ Os polinómios a0 + a1 x + a2 x 2 , gerados, por exemplo,
pela base 1, x, x 2  . As coordenadas destes polinómios
na base 1, x, x 2  do espaço da forma a  . 0

a1 
a2 

Contudo, as coordenadas dos mesmos polinómios na


base 1, x, x , x  do espaço 3 são da forma a  .
a 
2 3 P 1
0

 a2 
 
0 
Os polinómios c0 + c1 x + c3 x , gerados, por exemplo,
3

pela base 1, x, x 3  . As coordenadas destes polinómios
na base 1, x, x 3  do espaço são da forma c  . 0

c1 
c3 
Contudo, as coordenadas dos mesmos polinómios na
base 1, x, x , x  do espaço 3 são da forma c  .
2 3 P c  0

0 
 
Natália Furtado, Ph.D. c3  6
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◼ Dado um espaço vetorial E sobre  de dimensão n


(um  n ) e fixada uma base  u1 , u 2 ,  , u n  tem-se
para qualquer x  E :  x1 
x 
x = x1u1 + x2u 2 +  + xn u n  x =  2    n .

 
 xn 
Como os vetores u i (i = 1, 2,, n) pertencem a E tem-se
0 

 
u i = 0u1 +  + 1u i +  + 0u n  e .i = 1   n .
 

0
isto é, as coordenadas do vetor da base ui na própria
base são sempre dadas pela coluna i da matriz
identidade de ordem n sobre  .
7
Considere-se que E =  n . Os vetores
1 0  0 
0  1 0 
e1 =   , e2 =   ,  , en =  
  
     
0  0  1
constituem uma base de  , que se chama base natural
n

ou canónica e que se represente por  e1 , e2 ,  , en  . Os


escalares da coluna  x1 
x 
x =  2

 
 xn 
são as coordenadas naturais ou canónicas de x na
base  e1 , e2 ,  , en .

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◼ Os vetores do espaço  n são matrizes-colunas
x (letra latina minúscula com uma barra
superior); as coordenadas dos vetores x de um
espaço vetorial E sobre  de dimensão n,
representam-se por matrizes-colunas x   n

(letra latina minúscula sem barra superior).

Deste modo, não se deve confundir e .i enquanto


coluna das coordenadas do vetor ui na base
 u1 , u2 ,, un  de um espaço n-dimensional sobre 
com e .i enquanto elemento de  n, fazendo parte da
base natural de  . n

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◼ Um espaço vetorial E , de dimensão finita n ,


sobre o corpo R dos números reais, chama-se
espaço cartesiano real de dimensão n e a classe
de equivalência de todos esses espaços
representa-se por Rn .
◼ Qualquer classe de equivalência R n pode ser
n
representada pelo espaço R das matrizes-colunas
com n números reais.
Exemplo.
a) Espaços R 1: - o espaço dos vetores ordinários que
podem ser representados por segmentos
orientados numa dada reta ;
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- o espaço dos números reais (R 1 );
- os subespaços de funções de F x ,
gerados por uma função;
2
b) Espaços R : - o subespaço dos vetores ordinários que
se podem ser representados por segmentos
orientados num dado plano;
- o espaço R 2 ;
- os subespaços de funções de F x ,
gerados por duas funções linearmente
independentes;
- os polinómios de grau  1;
- os polinómios da forma 1a x + a 2 x 2
.
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c) Espaços R 3 : - o espaço dos vetores do espaço
ordinário;
- o espaço R 3;
- os subespaços de funções de Fx
gerados por três funções linearmente
independentes;
- os polinómios de grau  2 ;
- os polinómios da forma b0 + b1 x + b3 x 3;
- os polinómios da forma c1 x + c2 x 2 + c3 x3.
d) Espaços R : - o espaço das matrizes quadradas de
4
ordem 2 sobre R;
- o espaço R 4 ;
- os polinómios de grau  3 .
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n
◼ Considere-se o espaço R e uma base deste espaço
 u1 , u2 , , un . Naturalmente, que os vetores
ui  R (i = 1, 2) são colunas com n elementos.
n

Considerem-se, também p  n vetores de R n


linearmente independentes v1 , v2 ,, v p . Estes
n
vetores geram um subespaço de R de dimensão p ,
p p
que é um R . Para não se confundir R p com R
considere-se um qualquer vetor de x  R n e que
pertence também ao subespaço R p . O vetor x enquanto
vetor de R n exprime-se na base  u , u ,  , u 
1 2 n
da seguinte maneira:  x1 
x  n
x = x1u1 + x2u2 +  + xnun  x =  2
R .

 
 xn  13
O vetor x enquanto vetor do subespaço R p exprime-
 
se na respetiva base v1 , v2 , , v p da seguinte
maneira:
 x1 
 x 
x = x1v1 + x2 v2 +  + xp v p  x =  2
R
p

 
 xp 
Há portanto isomorfismo entre R p e R p embora os
vetores x de R n sejam colunas com n elementos.
Deste modo, R p são espaços gerados por p vetores
linearmente independentes de R n ( p  n ) .
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◼ Da mesma forma um espaço vetorial E, de
dimensão n, sobre o corpo C dos números
complexos chama-se um espaço cartesiano
complexo de dimensão n e representa-se por Cn .
Qualquer classe de equivalência Cn pode ser
n
representada pelo espaço C das matrizes-
colunas com n números complexos.
Espaços vetoriais E
sobre um copo 

Espaços
n-dimensionais

Rn Cn

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Mudança de base

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Teorema 1.

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Teorema 2.

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Teorema 3.
Seja Ax = 0 um sistema homogéneo sobre R. O
conjunto das soluções deste sistema fornece as
coordenadas, numa determinada base de um espaço R n ,
dos vetores de um subespaço de dimensão d do Rn ,
onde d é grau de indeterminação do sistema.
Inversamente, as coordenadas, numa determinada base
de um espaço R n , dos vetores de qualquer subespaço,
de dimensão d do R , são as soluções de um sistema
n
homogéneo com o grau de indeterminação d .

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Demonstração :
◼ Considere-se um sistema homogéneo Ax = 0 , sobre R . Já se
viu que o conjunto S das soluções do sistema é gerado por d
 
soluções linearmente independentes x (1) , x ( 2 ) ,  , x ( d ) ,
chamado conjunto fundamental de soluções e onde d é grau de
indeterminação do sistema. Tem-se, então, que S é um
n
subespaço de dimensão d do R . As colunas com n elementos
que constituem o conjunto S representam as coordenadas, numa
determinada base de um espaço R n , dos vetores de um
subespaço de dimensão d do R n .
◼ Seja  u1 , u 2 ,  , u n  uma base inicial de um espaço R n .
Considere-se um subespaço de dimensão d de R n e seja
 v1 , v2 ,, vd  uma base deste subespaço. Juntando a esta
base mais (n-d ) vetores linearmente independentes, obtém-se
uma nova base  v1 , v2 ,  , vd , vd +1 ,  , vn  do espaço R n .
Dado um vetor x  Rn sejam x1 , x2 ,  , xn as coordenadas
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de x na base inicial e x1 , x2 ,  , xn as coordenadas de x na
nova base. Fazendo xd +1 = xd + 2 =  = xn = 0 obtêm-se os vetores
do subespaço. Mas, a partir de x = Bx (ver teorema 2) estas
coordenadas exprimem-se nas coordenadas x1 , x2 ,  , xn da
seguinte maneira:  x = b x + b x ++ b x =0
d +1 d +1 1 1 d +1 2 2 d +1 n n
 x = b
 d +2 d + 2 1 x1 + bd + 2 2 x2 +  + bd + 2 n xn = 0

 

 xn = bn 1 x1 + bn 2 x2 +  + bn n xn = 0
Obtém-se, portanto, um sistema homogéneo com o grau de
indeterminação d , cujas soluções x1 x2  xn  T representam
vetores do subespaço na base inicial do R n .
OBS : O teorema 3 é imediatamente generalizável aos sistemas
homogéneos sobre um qualquer corpo  e aos subespaços de
um qualquer  n .
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Subespaços complementares
Sejam Ei , i = 1, 2,, k , subespaços do espaço vetorial
E sobre  .
Soma de subespaços:

 
k
S = E1 +  + Ek =  Ei = x : x = x1 +  + xk , xi  Ei , i = 1, k
i =1
Produto de subespaços: P = E1  Ek =  x : x  E , i = 1, k 
i

OBS :
◼ A definição anterior pressupõe que S e P são subespaços de E,
o que é fácil de provar, chamados subespaço soma e subespaço
produto, respetivamente.

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◼ Prova-se, sem dificuldade, que o subespaço soma de k subespaços
é o menor subespaço que contém todos os E i : S contém todos os
Ei e está contido em qualquer outro subespaço F que contenha
todos os E i . Com efeito, se Ei  F , i = 1, 2,  , k , tem-se:

x  S  x = x1 +  + xk , xi  Ei  x = x1 +  + xk , xi  F  x  F ,
porque F é um subespaço.
◼ O produto de k subespaços E i é o maior subespaço que está
contido em todos os E i .
◼ A união de todos os Ei : U = E1  E2    Ek , não é um
subespaço. Para verificar este facto basta observar que isso
acontece num caso particular. Por exemplo, para E = R 2 ,
 
E1 = (1, 0) , E2 = (0, 1) a união E1  E2 = (x, y )  R 2 : x = 0 ou y = 0
não se verifica o axioma de fecho da adição, i.e. (1, 0) + (0, 1) = (1, 1) .
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Sejam Ei , i = 1, 2,, k , k subespaços de um espaço E
sobre um corpo  . Se S = E1 + E2 +  + Ek e
Ei   E j = 0 (i = 1, k ) , o espaço E diz-se que é
j i
a soma direta daqueles subespaços e escreve-se
E = E1  E2    Ek .
OBS : Sendo E a soma direta de k subespaços Ei , é fácil
concluir que qualquer vetor x  E se pode exprimir de uma só
maneira como uma soma de vetores, um de cada E i . Com efeito,
se x = x1 +  + xk , com xi  Ei , e ao mesmo tempo
x = x1 +  + xk , com xi  Ei , seria assim se concluindo
que x1 − x1  E1 e x1 − x1  E2 +  + Ek , ou seja
k

1 1 
x − x   E  E o que implica, por ser E soma direta dos Ei
1 j
j =2 x1 − x1 = 0  x1 = x1 .
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Natália Furtado, Ph.D.

De modo semelhante se estabelecem as igualdades


x2 = x2 ,  , xk = xk .
No caso especial em que E é um espaço n-dimensional, tem-se:
Teorema 4.
Sendo E um espaço n-dimensional, e sendo E a soma
direta de k subespaços Ei  E , i = 1, 2, , k , tem-se:
Dim(E ) = Dim(E1 ) + Dim(E2 ) +  + Dim(Ek ).
Demonstração :
Note-se, em primeiro lugar, que, sendo E de dimensão finita n, a
dimensão de cada subespaço E i é necessariamente finita e claro
que, Dim(E )  Dim(E ) = n . Para facilitar a notação, seja
i
e m1 = n1 , m2 = n1 + n2 ,
ni = Dim(Ei ), i = 1, k
, mk = n1 + n2 +  + nk .
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 
Sejam u1 ,, um1 , um1 +1 ,, um2 ,, umk −1 +1 ,, umk ,  
bases de E1 , E2 , , Ek , respetivamente. Conclui-se sem
dificuldade, que os mk vetores ui de todas as bases são
linearmente independentes. Com efeito, se o não fossem, um
deles seria combinação linear dos restantes. Suponha-se, então
que um certo u pertence à base do subespaço E s e é
combinação linear dos restantes ui :
m1 m2 ms mk
u =  i ui +  u i i ++  u i i ++  u i i
i =1 i = m1 +1 i = ms −1 +1 i = mk −1 +1
(i  )
a igualdade anterior mostra que esse u se pode representa como a
soma de um certo vetor de E1 , com um certo vetor de E 2 ,...,
com um certo vetor de E k . Mas, por outro lado, u também se
pode representar como a seguinte soma de vetores, um de cada
Ei : u = 0 + 0 +  + u +  + 0.

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Como a decomposição de um vetor de E na soma de k vetores,
um de cada subespaço,m é única, tem-se necessariamente,
u =  i ui
s

i = ms −1 +1
(i  )
assim, se concluindo que o vetor u da base de E s teria de ser
combinação linear dos vetores dessa mesma base, o que é
impossível. Então, os mk vetores ui de todas as bases são
linearmente independentes. Por outro lado, qualquer x  E é a
soma de k vetores, um de cada Ei e, portanto, pode exprimir-se
como uma combinação linear dos mk vetores ui .
Conclui-se então, que os mk vetores ui formam uma base de E.
Como o espaço E é n-dimensional, necessariamente mk = n,
assim se obtendo: n = mk = n1 + n2 +  + nk , isto é,
Dim(E ) = Dim(E1 ) + Dim(E2 ) +  + Dim(Ek ).
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Quando um dado espaço vetorial E sobre  é uma
soma direta de dois seus subespaços, E = E1  E2 , os
espaços E1 e E 2 dizem-se complementares: E1é um
complemento de E 2 em relação a E ; E 2 é um
complemento de E1 em relação a E .

OBS : Convém observar que dados dois quaisquer subespaços, E 2


e E 2 , complementos de E1 em relação ao espaço E , pode
estabelecer-se um isomorfismo entre eles. Com efeito, sendo
E = E1  E2 = E1  E2 , considere-se a correspondência
x  E2 → v (x )  E2 , em que v ( x ) se obtém fazendo a decomposição
x = u (x ) + v (x ) , com u ( x )  E1 , v ( x )  E2 ; v ( x ) fica
univocamente definido, porque o espaço E é a soma direta de
E1 e E2 .
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Prova-se, que :
a) v ( x + x ) = v (x ) + v (x ) e v (x ) = v ( x ) ;
b) v (x ) = v ( x )  v ( x − x ) = 0 ;
c) v ( x ) = 0  x = 0 ;
() ( )
d) v x = v x   x = x  ;
e) qualquer que seja v0  E2 existe um x0  E2 tal que v ( x0 ) = v0 ;
f) ( )
x  v x é um isomorfismo entre E2 e E2 .
Ao conjunto de complemento de um subespaço em relação a um
dado espaço, corresponde o conceito de codimensão daquele
subespaço, nos termos seguintes:
Sendo E2 um complemento de E1 em relação ao espaço E , a
dimensão de E2 designa-se por codimensão de E1 em E :
Codim E (E1 ) = Dim(E2 ) .
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◼ No caso de E 2 ser de dimensão finita, E diz-se de codimensão finita; caso
1

contrário, E1 diz-se de codimensão infinita. No caso de E2 = 0 , a
codimensão de E1 em E é nula.
OBS :
◼ A codimensão de E1 em E não depende do particular complemento de E1
considerado, porque são todos isomorfos.
◼ ´E evidente, que sendo E um espaço n-dimensional ,
Codim E (E1 ) + Dim(E1 ) = Dim(E ) .
Teorema 5.
Seja E1  E um subespaço de E, admita-se que o subespaço E2 é
gerado pelos vetores u1 , u2 ,, u p . Sendo E = E1 + E2 (não
necessariamente soma direta) existe um subconjunto dos
 
ui , u1 , u 2 ,, u r , capaz de gerar um complemento E2
de E1 em relação a E .
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Corolários :
◼ Sendo E um espaço n-dimensional e E1 um subespaço,
existe um complemento de E1 em relação a E .
◼ Sendo E um espaço n-dimensional, quaisquer n
vetores de E linearmente independentes formam uma
base de E .
Teorema 6.
Sejam E1 e E 2 dois subespaços de dimensão finita do
espaço vetorial E . Então E1 + E2 é também de
dimensão finita e,
Dim(E1 + E2 ) + Dim(E1  E2 ) = Dim(E1 ) + Dim(E2 ).
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E1  E2
P Q
E1 E2

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Demonstração :
É evidente que E1 + E2 é um subespaço de dimensão finita. Seja
P um complemento do espaço E1  E2 em relação a E1 e Q um
complemento do espaço E1  E2 em relação a E2 . A existência
destes complementos é assegurada pelo primeiro dos corolários
do teorema anterior, porque E1 e E2 são de dimensão finita e
é um subespaço de qualquer deles. É fácil concluir que E1 + E2 é
soma directa de E1  E2 , P e Q :
◼ Em primeiro lugar, pelo facto de ser E1 = P + E1  E2 e
E2 = Q + E1  E2 resulta :
p  P e p  0  p  E1 e p  E1  E2  p  E2  p  Q
q  Q e q  0  q  E2 e q  E1  E2  q  E1  q  P
ou seja, P  Q = 0, P  E2 = 0, Q  E1 = 0 ,
donde P  (E1  E2 + Q ) = P  E2 = 0 e Q  (E1  E2 + P ) = Q  E1 = 0 .
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◼ Em segundo lugar, se y  E1  E2  (P + Q ) , devera ser, y  E1 , y  E2
e y = p + q , p  P, q  Q , donde resulta,
p = y − q  E2 ( porque y  E2 , q  Q  E2 )
q = y − p  E1 ( porque y  E1 , p  P  E1 )
ou ainda p  E2  P e q  E1  Q , necessariamente p = q = 0

e y = 0 + 0 = 0 , assim se concluindo que E1  E2  (P + Q ) = 0 .
◼ Finalmente, E1 + E2 = (E1  E2 + P ) + (E1  E2 + Q ) = E1  E2 + P + Q .
Por ser E1 + E2 soma directa de E1  E2 , P e Q , sai
Dim(E1 + E2 ) = Dim(E1  E2 ) + Dim(P ) + Dim(Q ).
Por outro lado, por ser E1 soma directa de E1  E2 e P e E2
soma directa de E1  E2 e Q : Dim(E1 ) = Dim(E1  E2 ) + Dim(P )
Dim(E2 ) = Dim(E1  E2 ) + Dim(Q ) ,
Donde, Dim (E1 + E2 ) + Dim(E1  E2 ) = Dim(E1 ) + Dim(E2 ).
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Subespaço afim/ variedade linear
Seja V um subespaço de um espaço vetorial E sobre
um corpo  e u1 , u2 ,, u p uma base de V . Chama-se
subespaço afim Va do subespaço V, comandada pelo
vetor fixo a  E ao conjunto de todos os vetores
y = x + a , x V .

OBS :
◼ Em geral, o vetor a não pertence a V. Quando isto acontece a
respetiva variedade afim não é um subespaço de E , pois não lhe
pertence o vetor nulo. Só quando a V se tem Va = V.

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◼ O subespaço afim/variedade linear é p-dimensional se o
respetivo subespaço associado é p-dimensional.

Teorema 7.
Seja Ax = b um sistema sobre R. O conjunto das
soluções deste sistema fornece as coordenadas, numa
determinada base de um espaço R n , dos vetores de um
subespaço afim de dimensão d, onde d é grau de
indeterminação do sistema homogêneo associado.
Inversamente, as coordenadas, numa determinada base
de um espaço R n , dos vetores de qualquer subespaço
afim, de dimensão d do R n , são as soluções de um
sistema linear com o grau de indeterminação d.

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