u = 1,2,0 , 𝑣 = 3,0,1 𝑒 𝑤 = (2, −2,1). Note que esse subespaço é o plano de equação 2𝑥 − 𝑦 − 6𝑧 = 0. Assim, {𝑢, 𝑣, 𝑤} geram o plano. Por outro lado, os vetores 𝑢′ = 1,2,0 , 𝑤 " = (12, −6,5) juntos geram o mesmo plano. O que aconteceu? Definição: Um conjunto de vetores {𝑣# , ⋯ , 𝑣$ } em um espaço vetorial 𝑉 é chamado Independência linearmente independente se a equação vetorial 𝑐# 𝑣# + ⋯ 𝑐$ 𝑣$ = 0 admite apenas a linear solução trivial, ou seja, 𝑐# = ⋯ = 𝑐$ = 0. O conjunto vetores {𝑣# , ⋯ , 𝑣$ } em um espaço vetorial 𝑉 é chamado linearmente dependente quando a equação vetorial 𝑐# 𝑣# + ⋯ 𝑐$ 𝑣$ = 0 admite alguma solução não trivial. Ex1: O conjunto {𝑠𝑒𝑛2𝑡, 𝑠𝑒𝑛𝑡𝑐𝑜𝑠𝑡} é L.D. em 𝐶 0,1 . De fato, note que 𝑠𝑒𝑛 2𝑡 = 2 ⋅ 𝑠𝑒𝑛𝑡𝑐𝑜𝑠𝑡, ou seja, 𝑠𝑒𝑛 2𝑡 − 2 ⋅ 𝑠𝑒𝑛𝑡𝑐𝑜𝑠𝑡 = 0 Portanto, {𝑠𝑒𝑛2𝑡, 𝑠𝑒𝑛𝑡𝑐𝑜𝑠𝑡} é L.D. Ex2: Verifique se as matrizes 1 0 1 1 0 1 , , são linearmente 0 1 0 1 0 0 independente em 𝑀!×! ℝ . Procuramos soluções de 1 0 1 1 0 1 0 0 𝛼 +𝛽 +𝛾 = 0 1 0 1 0 0 0 0 𝛼+𝛽 𝛽+𝛾 0 0 O que equivale a = 0 𝛼+𝛽 0 0 que possui como solução 𝛼 = −𝛽, 𝛾 = −𝛽, para qualquer 𝛽 ∈ ℝ. Dessa forma, a sequência de matrizes é linearmente dependente, bastando tomar, por exemplo, 𝛽 = 1, 𝛼 = −1, 𝛾 = −1. Proposição 1: Se 𝑢# , ⋯ 𝑢$ são linearmente dependente em um espaço vetorial V então pelo menos um destes vetores se escreve como combinação linear dos outros. Proposição 2: Se 𝑢# , ⋯ 𝑢$ são linearmente dependente em um espaço vetorial V então qualquer sequência finita de vetores de V que os contenha será L.D. Proposição 3: Se 𝑢# , ⋯ 𝑢$ são linearmente independente em um espaço vetorial V então qualquer subsequência destes vetores também será L.I. Base de um espaço vetorial
Definição: Seja 𝑉 ≠ {0} um espaço vetorial finitamente gerado. Uma base
de 𝑉 é uma sequência de vetores linearmente independente 𝐵 de 𝑉 que também gera 𝑉. Ex4: 𝐵 = { 1,0,0 , 0,1,0 , 0,0,1 } é uma base de ℝ! . 1 0 0 1 0 0 0 0 Ex5: As matrizes 𝐵 = , , , formam uma base 0 0 0 0 1 0 0 1 para 𝑀%×% ℝ . Ex6: Verifique se os elementos de 𝐵 = {1 + 𝑥, 1 − 𝑥, 1 − 𝑥 % } formam uma base para ℘% ℝ . Teorema: Todo espaço vetorial 𝑽 ≠ {𝟎} finitamente gerado admite uma base. Demonstração: Como 𝑉 ≠ {0} é finitamente gerado existem 𝑢# , ⋯ 𝑢$ ∈ 𝑉 tais que 𝑉 = 𝑢# , ⋯ , 𝑢$ . Se 𝑢# , ⋯ 𝑢$ forem L.I., então esta sequência é uma base de V e não há mais nada a fazer. Suponhamos que 𝑢# , ⋯ 𝑢$ são L.D. Podemos supor que 𝑢% ≠ 0, 𝑗 = 1, ⋯ 𝑛. Como 𝑢# ≠ 0, 𝑢# é L.I. Se todo 𝑢% 𝑗 = 2, ⋯ 𝑛 puder se escrever como combinação linear de 𝑢# então 𝑉 = [𝑢# ] e 𝑢# é uma base de V. Caso isso não ocorra é porque existe algum 𝑢! , 𝑐𝑜𝑚 2 ≤ 𝑗 ≤ 𝑛 tal que 𝑢" , 𝑢! são L.I.. Por simplicidade, suponhamos que seja o 𝑢# , isto é , 𝑢" , 𝑢# são L.I. Se todos os vetores 𝑢$ , ⋯ , 𝑢% forem combinações lineares de 𝑢" 𝑒 𝑢# então 𝑉 = [𝑢" , 𝑢# ] e 𝑢" , 𝑢# formam uma base de V. Podemos repetir esse processo e como o número de elementos de L = {𝑢" , ⋯ , 𝑢% } é finito, ele irá parar. Desse modo,, existe uma sequência de vetores L.I. dentre os vetores de L que gera V. Esta sequência forma uma base de V. Teorema: Em um espaço vetorial 𝑉 ≠ {0} finitamente gerado toda base possui o mesmo número de elementos. Definição: Seja 𝑉 um espaço vetorial finitamente gerado. Se 𝑉 = {0} definimos a dimensão de 𝑉 como sendo 0. Se 𝑉 ≠ {0} definimos a dimensão de 𝑉 como sendo o número de elementos de uma base qualquer de 𝑉. Notação: dimV Definição: Se um espaço vetorial não é finitamente gerado dizemos que é de dimensão é infinita. Ex7: dim ℝ! = n Ex8: dim ℘! ℝ = 𝑛 + 1 Ex9: dim 𝑀"×! = 𝑚 ⋅ 𝑛 Ex10: A dimensão de ℘(ℝ) é infinita. Proposição: Em um espaço vetorial de dimensão m qualquer sequência de vetores com mais de m elementos é linearmente dependente. Teorema: (Completamento) Seja 𝑉 um espaço vetorial de dimensão n. Se os vetores 𝑢" , ⋯ , 𝑢& são L.I. em V com 𝑟 < 𝑛 então existem 𝑢&'" , ⋯ , 𝑢_𝑛, tais que 𝑢" , ⋯ , 𝑢& , 𝑢&'" , ⋯ , 𝑢% formam uma base de V. (Em outras palavras, podemos completar um conjunto de vetores L.I, de tal maneira que forme uma base para o espaço). Ex11: Encontre uma base do ℝ! que contenha o vetor 1,1, −1 . Como a dimensão de ℝ! é três, precisamos encontrar dois vetores 𝑎, 𝑏, 𝑐 , 𝑥, 𝑦, 𝑧 , que juntamente com (1,1, −1) sejam linearmente independente. Sabemos que isto é equivalente ao determinante de 1 𝑎 𝑥 1 𝑏 𝑦 seja diferente de zero. −1 𝑐 𝑧 Existe uma infinidade de possibilidades para que isso aconteça. Tome por exemplo, (𝑎, 𝑏, 𝑐) = (0,1,1) e 𝑥, 𝑦, 𝑧 = 0,0,1 .