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Capı́tulo 1

AULA 07 - Combinações Lineares,


Espaços Gerados, Base e Dimensão.

1.1 Combinações Lineares.


Definição 1 Sejam v1 , v2 , ..., vm elementos de um espaço vetorial V . Dezemos que u ∈ V é
combinação linear de v1 , v2 , ..., vm se existem escalares λ1 , λ2 , ..., λm ∈ R tais que
m
X
u= λi v1 = λ1 v1 + λ2 v2 + ... + λm vm .
i=1

Exemplo 1 A função f ∈ F(R) definida por f (x) = x1 + 1 é combinação linear das funções
g1 , g2 , g3 ∈ F(R) definidas por g1 (x) = 1, g2 (x) = 1 + x e g3 (x) = 1 + x + x2 , pois, basta
tomar λ1 = 1, λ2 = −1 e λ3 = 1.

1.2 Subespaços Gerados.


Definição 2 Sejam V um espaço vetorial e S um subconjunto não vazio de V . Definimos
o conjunto [S] como sendo o conjunto de todas as combinções lineares (finitas) de elementos
de S. Ou seja,
l
X
[S] = {v = λi si , ∀si ∈ S, λi ∈ R, onde i = 1, 2, ..., l e l ∈ N}
i=1

Proposição 1 O conjunto [S] definido acima é um subespaço vetorial de V .

Definição 3 Sejam S e V como antes. Ao subespaço [S] daremos o nome de subespaço


gerado por S. Neste caso, o conjunto S será dito o conjunto de geradores de [S]. Se
S = {v1 , v2 , ..., vr }, então usaremos a notação [S] = [v1 , v2 , ..., vr ] e diremos que o subespaço
gerado por S é finitamentes gerado.

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Proposição 2 Sejam S e T subconjuntos de um espaço vetorial V . Então,

1. S ⊆ [S];

2. Se S ⊆ T , então [S] ⊆ [T ];

3. Se S é subespaço vetorial, então S = [S];

4. [[S]] = [S];

5. [S ∪ T ] = [S] + [T ].

Definição 4 Diremos que um espaço vetorial V é finitamente gerado se existe um subcon-


junto finito S = {v1 , v2 , ..., vm } tal que V = [S] = [v1 , v2 , ..., vm ].

1.3 Dependência e Independência Linear.


Definição 5 Sejam V um espaço vetorial e S = v1 , v2 , ..., vm . Dizemos que S é um conjunto
linearmente independente (ou L.I.) se a única solução da equação

λ1 v1 + λ2 v2 + ... + λm vm = 0 (1.3.1)

for λ1 = λ2 = ... = λm = 0. Caso contrário, ou seja, se existem escalares não todos nulos tais
que a equação (1.3.1) acima tem solução, diremos que o conjunto é linearmente dependente
(ou L.D.).

Exemplo 2 O conjunto {(0, 1, 1), (1, 0, 0), (0, 1, 0)} é L.I.

Exemplo 3 O conjunto {sin(x), cos(x)} é L.I.

Exemplo 4 O conjunto {(0, 1), (2, 1), (3, 4)} é L.D.

Teorema 1 Um conjunto S = {v1 , v2 , ..., vm } é L.D se, e somente se um dos vetores vi é


combinação linear dos demais.

1.4 Base e Dimensão.


Definição 6 Um conjunto β = {v1 , v2 , ..., vn } ⊂ V será uma base de V se

1. β é L.I.;

2. [β] = V .

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Exemplo 5 Mostre que o conjunto β{(1, 1), (1, 0)} é uma base para R2 .

Teorema 2 Seja S = {v1 , v2 , ..., vm } ⊂ V um conjunto tal que [S] = V . Então, existe um
subconjunto β ⊆ S que é uma base de S.

Teorema 3 Seja V um espaço vetorial gerado por S = {v1 , v2 , ..., vm }. Então, qualquer
conjunto com mais do que m elementos é necessariamente L.D.

Corolário 1 Qualquer base de V tem exatamente o mesmo número de elementos.

Definição 7 A dimensão de um espaço vetorial V é definido como sendo o número de ele-


mentos de uma base qualquer de V . Esse número será denotado por dim(V ).

Teorema 4 Qualquer conjunto L.I. de vetores de V pode ser completado de modo a formar
uma base de V .

Corolário 2 Se dim(V ) = n, então qualquer conjunto L.I. com n vetores é uma base de V .

Teorema 5 Se U e W são subespaço de V , então dim(U ) ≤ dim(V ), dim(W ) ≤ dim(V ) e


dim(U + W ) = dim(U ) + dim(W ) − dim(U ∩ W ).

Teorema 6 Dada uma base β = {v1 , v2 , ..., vn } de V , cada vetor de V é escrito de maneira
única como combinação linear dos elementos de β. Ou seja, se

v = λ1 v1 + λ2 v2 + ... + λn vn = λ01 v1 + λ02 v2 + ... + λ0n vn ,

então λi = λ0i , i = 1, 2, ..., n.

Definição 8 Uma base ordenada β de V é uma base β de V em que os vetores de β estão


numa ordem fixada.

Definição 9 Sejam β = {v1 , v2 , ..., vn } uma base ordenada de V e v ∈ V com

v = λ1 v1 + λ2 v2 + ... + λn vn .

Os números λi ∈ R, i = 1, 2, ..., n são chamados as coordenadas de v em relação à base


β. Neste caso, escrevemos  
λ1
 λ2 
 
[v]β =  . 

 .. 

λn

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Exemplo 6 Seja V = R2 , β = {(1, 1), (1, −1)} e v = (4, 5). Determine as coordenadas de v
em relação à base β.

Solução: Queremos encontrar a e b tais que (4, 6) = a(1, 1) + b(1, −1) = (a + b, a − b).
Assim, devemos ter (
a+b = 4
,
a−b = 6
logo a = 5 e b = −1. Portanto, (4, 6) = 5(1, 1) + (−1)(1, −1) e assim
" #
5
[(4, 6)]β = .
−1

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