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Instituto Superior Técnico

Departamento de Matemática

Álgebra Linear
Cursos: LMAC e LEFT
Exercı́cios sobre endomorfismos
(Os exercı́cios marcados com ∗ têm um conteúdo mais teórico.)

1. Determine os valores próprios e os vetores próprios das seguintes matrizes/transformações


lineares indicando se as mesmas são diagonalizáveis. Se os valores próprios das matrizes
forem complexos, encare a matriz como sendo complexa.
       
1 3 2 −1 1 1 2 −3
(a) (b) (c) (d)
3 1 0 1 0 1 1 2
   
−1 2 1 2 0 1  
1 + i 0
(e)  0 2 −1  (f)  0 1 1  (g)
1 −i
0 0 3 0 1 1
 
−1 2
(h) f : M2×2 (R) → M2×2 (R) definida por f (A) = A
0 1
(i) Sendo V o espaço vetorial dos polinómios (reais) de grau ≤ 3, T : V → V é definida
por ˆ 1  2
0 3x
T (p) = p + p(x)dx
0 10
2. Considere a transformação linear T : M2×2 (R) → M2×2 R definida por
   
−1 1 −1 1
T (A) = A−A
1 0 1 0

Determine os valores próprios de T , os espaços próprios e indique se T é diagonalizável

3. Considere a base ordenada B = ((1, 2, −1), (0, 2, 1), (1, −2, −1)) de R3 , assim como a
base canónica Bc . Sendo T : R3 → R3 a transformação linear tal que
 
0 1 1
AT,Bc ,B =  1 3 −1 
1 1 2

Determine os valores próprios de T .

4. Seja T : R3 → R3 uma transformação linear que tem (1, 0, 1), (0, 1, 1) e (−1, 0, 1) como
vetores próprios com valores próprios 1, 2, −1 respetivamente. Determine a expressão
geral de T .

1
5. Determine a expressão geral para a transformação linear R : R3 → R3 que geometrica-
mente é a reflexão no plano P = {(x, y, z) ∈ R3 : x + y + z = 0}.

6. Suponha que T : R4 → R4 é uma transformação linear que tem como espaços próprios

L({(1, 2, −1, 0), (1, 3, 2, 1)}) e L({(0, 1, 0, 1), (−1, 2, 0, 0)})

correspondentes a valores próprios distintos.

(a) T é diagonalizável? Justifique.


(b) Indique justificadamente se os seguintes vetores são vetores próprios de T .
(i) (1, 1, −4, −1) (ii) (3, 2, 1, −2)

7. Seja V = C ∞ (R) ⊂ F (R, R) o espaço das funções de classe C ∞ e seja D2 : V → V


a transformação linear definida por D2 (f ) = f 00 . Calcule os valores próprios e vetores
próprios de D2 . Sugestão: Veja o exercı́cio 37 da ficha sobre transformações lineares e o
exemplo do oscilador harmónico feito na aula.

8. Sendo A uma matriz quadrada e p(x) = a0 + a1 x + . . . + an xn um polinómio, define-se

p(A) = a0 + a1 A + . . . + an An

(a) Sendo S uma matriz invertı́vel, mostre que p(SAS −1 ) = S(p(A))S −1 .


 
1 −2
(b) Calcule p para p(x) = 2 − 3x4 + x11 . Sugestão: É muito fácil aplicar
2 −4
um polinómio a uma matriz diagonal.

9. Determine A721 para a matriz A do Exercı́cio 1(a).

10. Resolva os seguintes sistemas de equações diferenciais lineares usando uma mudança
de coordenadas apropriada que reescreva o sistema como duas equações independentes
(diz-se que estamos a diagonalizar o sistema):
( (
0
x0 (t) = x(t) − y(t)
 0    
x (t) = x(t) + 2y(t) x (t) 1 2 x(t)
(a) ⇔ = (b)
y 0 (t) = 2x(t) + y(t) y 0 (t) 2 1 y(t) y 0 (t) = −x(t) + y(t)

11. Mostre que um endomorfismo P : V → V é uma projeção se e só se P é diagonalizável


e tem apenas 0, 1 como valores próprios.

12. Seja A ∈ Mn×n (C) uma matriz tal que todas as entradas são reais.

(a) Mostre que se λ é um valor próprio de A com parte imaginária diferente de 0 então
qualquer vetor próprio v associado a λ tem necessariamente alguma componente
com parte imaginária diferente de 0.

2
(b) Mostre que λ é também um valor próprio de A e que v (o vetor que se obtém de v
conjugando cada componente) é um vetor próprio de A (linearmente independente
de v pelo exercı́cio abaixo).
 
1 −1
(c) Use o resultado da alı́nea anterior para diagonalizar eficientemente a matriz
1 1
13. Suponha que v1 , . . . , vn são vetores próprios de uma transformação linear f com valores
próprios λ1 , . . . , λn distintos (ou seja λi 6= λj para i 6= j).

(a) Mostre que {v1 , . . . , vn } é um conjunto linearmente independente. Sugestão: Dada


uma combinação linear dos vi0 s é possı́vel tornar todos os coeficientes dos vi excepto
um nulos por aplicação de uma transformação linear apropriada! Considere primeiro
o caso em que n = 2.
(b) Seja V um espaço vetorial de dimensão finita. Mostre que T : V → V é diago-
nalizável se e só se a soma das multiplicidades geométricas dos seus valores próprios
for igual a dim(V ).

14. Numa internet com 4 páginas ligadas de acordo com o diagrama seguinte, qual seria a
página mais relevante?

3 4

1 2

15. Determine todos os subespaços invariantes da transformação linear do Exercı́cio 2.

16. Seja T : V → V um endomorfismo e W1 , W2 subespaços invariantes de T . Mostre que


W1 + W2 e W1 ∩ W2 são invariantes. Mais geralmente, mostre que uma soma qualquer
e uma intersecção qualquer de subespaços invariantes é invariante.

17. Determine os espaços próprios generalizados e a forma canónica de Jordan para as


seguintes matrizes:
 
3 2 0 0 5
0 − 21
   
2 1 0  0 2
3 0 0 
(a)  1 2 −1  (b)   0
 (c)  −1 2 1 
0 1 1  1
1 1 1 0 23
0 0 −1 3 2
 
2 1 0 0
 1 2 1 0 
(d) 
 0 −1 2 0 

0 1 0 2

3
18. Determine o polinómio caracterı́stico, os valores próprios, indique as respetivas multipli-
cidades algébricas e geométricas 1 das seguintes matrizes:
   
  1 0 0 −1 0 1
−1 2
(a) (b)  7 −2 0  (c)  1 0 −1 
3 1
1 9 −2 −1 −1 2
 
    1 1 0 1
−1 −2 2 −1 −2 −2  2 2 −1 0 
(d)  0 2 1  (e)  1 2 1  (f)   0 0 1 2 

0 −1 2 −1 −1 0
0 0 3 0
19. Quando é que uma matriz triangular superior (ou inferior) é nilpotente?
20. Seja V o espaço dos polinómios (reais) de grau menor ou igual a 2 e seja T : V → V
definida por
T (p) = p + p(0)t + p(1)t2
Determine se T admite uma forma canónica de Jordan e em caso afirmativo calcule-a.
* 21. Seja V um espaço vetorial real de dimensão finita e seja T : V → V . Dê uma condição
necessária e suficiente para que T admita uma forma canónica de Jordan.
22. Seja T : V → V um endomorfismo de um espaço vetorial complexo de dimensão 7.
Suponha que 1 é o único valor próprio de T e que a multiplicidade geométrica de 1 é 3.
Quais são os possı́veis valores para a dimensão do núcleo de (T − Id)2 ?
23. Sendo  
1 2 −1
A =  −1 −1 0 
0 1 2
e p(x) = 1 − 2x + x2 − x5 + x7 , calcule p(A).
Sugestão: use o Teorema de Cayley-Hamilton
* 24. Usando apenas a existência de valores próprios (isto é, sem usar a forma canónica de
Jordan) demonstre o Teorema de Schur: Seja V um espaço vetorial complexo de
dimensão finita. Então existe uma base B para V tal que AT,B,B é uma matriz triangular
superior.
25. Seja V = C ∞ (R) e considere o endomorfismo D : V → V dado pelo operador de
derivação D(f ) = f 0 .
(a) Mostre que o espaço próprio generalizado de λ ∈ R é
E(λ) = L({eλt , teλt , . . . , tn eλt , . . .})
Sugestão: y 0 − λy = f (t) ⇔ d
dt
(e−λt y) = e−λt f (t). Use indução.
1
Se os valores próprios forem números complexos, considere as matrizes como sendo complexas

4
(b) Mostre que a soma de todos os espaços próprios generalizados de D não é todo o
V. 2

* 26. Seja V um espaço vetorial (não necessariamente finitamente gerado) sobre um corpo K.

(a) Seja N : V → V um endomorfismo nilpotente e λ um escalar não nulo. Mostre que


λ Id +N : V → V é um isomorfismo. Sugestão: (1 − x)(1 + x + x2 + . . . + xk−1 ) =
1 − xk .
(b) Dê um exemplo de um espaço vetorial V e de um endomorfismo T : V → V tais
que
• V = E g (1)
• (T − Id) : V → V não é nilpotente.
(c) Apesar do exemplo da alı́nea anterior, mostre que sendo V e T : V → V arbitrários,
λ um valor próprio de T e µ um escalar diferente de λ, a restrição de (T −µ) a E g (λ)
é sempre um isomorfismo. Conclua que a soma dos espaços próprios generalizados
de T : V → V é sempre direta.

27. Seja V um espaço vetorial de dimensão finita e v ∈ V \ {0}. Seja k o maior natural tal
que
{v, T v, . . . , T k−1 v}
é linearmente independente e W = L({v, T v, . . . , T k−1 v}) o subespaço cı́clico gerado
por v. Sejam a0 , . . . , ak−1 ∈ K os escalares tais que

T k v + ak−1 T k−1 v + . . . + a1 T v + a0 v = 0

e p(x) o polinómio xk + ak−1 xk−1 + . . . + a1 x + a0 .

(a) Determine a matriz que representa a restrição da transformação T ao subespaço


invariante W com respeito à base (v, T v, . . . T k−1 v). Esta matriz chama-se a matriz
companheira do polinómio p.
(b) Mostre que o polinómio caracterı́stico da matriz companheira é (−1)n p(λ).
(c) Determine a matriz companheira que obtemos se v é um vetor próprio de T .
(d) Sejam T : R3 → R3 a transformação linear definida por

T (x, y, z) = (2x + y + z, x − y + z, x + z)

e v = (1, 0, 0). Determine o espaço cı́clico determinado por v e a matriz compan-


heira correspondente.
2
Isto seria também verdade se substituı́ssemos V pelo espaço vetorial complexo determinado pelas funções
C ∞ de R para C, pela mesma razão.

5
(e) Suponha que p(x) = q(x)r(x). Escrevendo At para a matriz companheira do
polinómio t, determine uma base B para o espaço cı́clico determinado por v de tal
forma que  
Aq 0
AT,B,B =
E Ar
sendo E uma matriz que tem todas as entradas nulas, com excepção da entrada no
canto superior direito, sendo esta igual a 1.
(f) Recorde-se que duas matrizes A e B se dizem semelhantes, se existe uma matriz
invertı́vel S tal que B = SAS 1 . Determine uma matriz companheira semelhante a
um bloco de Jordan.

∗ 28. Seja T : V → V um endomorfismo.

(a) Sendo v ∈ V considere o conjunto dos polinómios p(x) com coeficientes no corpo
K tais que p(T )v = 0

Iv = {a0 + a1 x + . . . + an xn : ai ∈ K, a0 v + a1 T v + . . . + an T n v = 0}

Sendo m(x) ∈ Iv um polinómio (não nulo) de grau mı́nimo, mostre que Iv é o


conjunto de todos os múltiplos de m(x), isto é

Iv = {m(x)q(x) : q(x) qualquer }

O polinómio m(x) fica determinado a menos de multiplicação por escalar. Podemos


escolhê-lo de forma única tomando o único polinómio mónico, isto é, com coeficiente
do termo de maior grau igual a 1. Esse polinómio chama-se o polinómio mı́nimo de
v e será denotado por mv (x) no resto desta pergunta.
Sugestão: Sendo p(x) um elemento de Iv use o algoritmo da divisão para escrever
p(x) = m(x)q(x) + r(x) com o grau de r(x) inferior ao de m(x).
(b) Mostre que mv (x) divide o polinómio caraterı́stico de T .
(c) O menor múltiplo comum de todos os mv (x) chama-se o polinómio mı́nimo de T . É
o polinómio de menor grau que anula todos os elementos de V . Pela alı́nea anterior
o polinómio mı́nimo é um fator do polinómio caracterı́stico. Supondo que K = C dê
uma condição necessária e suficiente sobre T para que o polinómio mı́nimo coincida
com o polinómio caracterı́stico.
(d) Determine a menos de semelhança todas as matrizes A ∈ M4×4 (C) cujo polinómio
mı́nimo é (x − 1)2 .
(e) Mostre que, sendo K = C, existe3 um vetor v ∈ V tal que mv (x) é o polinómio
mı́nimo de T .

3
Isto é na realidade verdade sem qualquer restrição sobre o corpo K.

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