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A Peste

Albert Camus
Albert Camus
Peste
“Esta separação brutal, sem meio-termo, sem futuro previsível,
deixava-nos perturbados, incapazes de reagir contra a lembrança
dessa presença, ainda tão próxima e já tão distante, que ocupava
os nossos dias. Na verdade, sofríamos duas vezes: o nosso
sofrimento, em primeiro lugar e em seguida, aquele que
imaginávamos aos ausentes. […] Sabíamos então que a nossa
separação estava destinada a durar e que devíamos tentar
entender-nos com o tempo. A partir de então, reintegrávamo-nos
na nossa condição de prisioneiros, estávamos reduzidos ao
nosso passado, e, ainda que alguns de nós tivessem a tentação
de viver no futuro, rapidamente renunciavam, tanto pelo menos
quando lhes era possível ao experimentarem as feridas que a
imaginação inflige àqueles que nela confiam”.
“Diagnosticar a febre epidémica equivalia a mandar retirar
rapidamente o doente. Então começava, com efeito, o
sofrimento e a dificuldade, pois a família do doente sabia que
não voltaria a vê-lo senão curado ou morto. «Piedade, senhor
doutor!», dizia a senhora Loret. Que significava isso?
Evidentemente, ele tinha piedade. Mas isso não curava
ninguém. Era preciso telefonar. Em breve se ouvia a
campainha da ambulância. […] Começavam então as lutas,
as lágrimas, a persuasão. Nestas casas sobreaquecidas pela
febre e pela angústia desenrolavam-se cenas de loucura.
Gritos, invetivas, intervenções da polícia e, mais tarde, da
força armada, e o doente era tomado de assalto.”
O Absurdismo
Perguntas

 1. Concordam ou discordam da teoria do Absurdismo?

 2. Pensam que a existência de Deus consegue justificar toda a miséria e


maldade do mundo atual?

 3. O que é que, para vocês, pode ser o sentido da vida?

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