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Valores e vectores próprios Ficha 1 - Exercı́cios

Valores e vectores próprios, diagonalização:

1. Seja f : R3 → R3 o endomorfismo definido por f (x, y, z) = (3x, −4x + 5y + 4z, 3z), para
quaisquer x, y, z ∈ R.

(a) Diga, justificando, se algum dos vectores (1, 0, 1), (2, 1, 1), (1, 2, 0) e (0, 1, 0) é vector
próprio de f .
(b) Justifique que 3 ∈ R é valor próprio de f e que a sua multiplicidade geométrica é
dois.
(c) Indique, sem efectuar cálculos, o polinómio caracterı́stico de f .

2. Determine os valores próprios e os respectivos subespaços próprios das matrizes:


     
1 0 1 2 −1 2 i −1 + i −1 + i
(a) −1 1 0 (b)  5 −3 3  (c) −1 2i −1 + i
1 −1 0 −1 0 −2 1 1 − 2i 2 − i

 
0 1 0
3. Considere a matriz 0  0 1 ∈ R3×3 . Determine a, b, c ∈ R sabendo que A admite os
a b c
valores próprios −1, 0 e 1.

4. Seja A ∈ M3×3 (R) tal que


           
1 1 0 0 0 0
A 1 = 1
   , A 1 = 1
   , A 0 = 0 .
  
1 1 2 2 1 2

(a) Indique os valores próprios de A e as respectivas multiplicidades algébrica e geomé-


trica. Justifique.
(b) Indique o polinómio caracterı́stico de A.
(c) Indique, se existir, uma matriz diagonal semelhante a A.
(d) Determine uma matriz A nas condições do enunciado.
(e) Determine A10 .

5. Sejam A e B duas matrizes quadradas de ordem n, com A invertı́vel. Mostre que AB e


BA têm o mesmo polinómio caracterı́stico.

21003 - Álgebra Linear II 1


f : R3 → R3 oendomorfismo definido, em relação a uma certa base, pela matriz
6. Seja 
1 1 −1
A= 2  2 −2.
−1 −1 1
(a) Mostre que f é diagonalizável.
 
0 0 0
(b) Determine uma base em relação à qual f é representado pela matriz B = 0 0 0.
0 0 4

7. Seja f : R3 → R3 um endomorfismo que admite os valores próprios 1 e 2, com multiplici-


dade algébrica 2 e 1, respectivamente, e com (1, 0, −1), (0, 1, 1) vectores próprios associa-
dos a 1 e com (−1, 1, 0) vector próprio associado a 2. Determine a matriz A = M(f ; B, B)
que representa f em relação à base canónica de R3 na partida e na chegada.

8. Seja f : R3 → R3 o endomorfismo definido, em relação a uma certa base B = (e1 , e2 , e3 )


por f (ae1 + be2 + cee ) = (a + 2b + c)e1 + (−a + b)e2 + (3a + 3b + 2c)e3 , para quaisquer
a, b, c ∈ R.
(a) Determine a matriz A = M(f ; B, B), que representa f com respeito à base B, e
calcule o seu polinómio caracterı́stico.
(b) Determine as multiplicidades algébrica e geométrica dos valores próprios de f e diga
se f é diagonalizável.
(c) Determine {v ∈ R3 : f (v) − 2v = (0, 0, 0)}.
(d) Diga, justificando, qual a dimensão de Im f .

9. Mostre que, para todo α ∈ R, α 6= 0, são semelhantes as matrizes


α α2
   
0 −1 0 0
A = α−1 0 α  ∈ R3×3 e B =  0 −1 0 ∈ R3×3 .
α−2 α−1 0 0 0 2
 
1 1
10. Considere a matriz A = ∈ M2×2 (R). Mostre que:
9 1
(a) A2 = 2A + 8I2 .
(b) An pode ser escrita como combinação linear de I2 e A, para todo n ∈ N.

11. Relembre que R2 [x] = {f (x) ∈ R[x] : f (x) tem grau ≤ 2}. Averigue se é diagonalizável
o endomorfismo T : R2 [x] → R2 [x] definido por
T (f (x)) = f ′′ (x) − 2f ′ (x) + f (x), para todo f (x) ∈ R2 [x].

12. Seja f um endomorfismo de um espaço vectorial E de dimensão finita e suponha que λ


é valor próprio de f . Prove que:
(a) Se f é injectivo então λ 6= 0 e 1/λ é valor próprio de f −1 . Além disso, mostre que
Eλ (f ) = E1/λ (f −1 ) - isto é o subespaço próprio de f associado a λ coincide com o
subespaço próprio de f −1 associado a 1/λ.
(b) 0 é valor próprio do endomorfismo f − λ idE de E.

2 Ana L. Correia
Os valores próprios de uma matriz A ∈ Mn×n (K) podem mudar quando fazemos
13.
transformações elementares na matriz.
 
1 0
Seja A = ∈ M2×2 (R).
2 0

(a) Considere a transformação A −→ B. Verifique que A e B têm valores próprios


L1 ↔L2
distintos.
(b) Considere a transformação A −→ B, com k 6= 1. Verifique que A e B têm valores
kL1
próprios distintos.
(c) Considere a transformação A −→ B, com k 6= 0. Verifique que A e B têm valores
L1 +kL2
próprios distintos.

14. Em geral, a soma de dois valores próprios de uma matriz A ∈ Mn×n (K) não é um valor
próprio de A, isto é

α valor próprio de A
=⇒
6 α + β valor próprio de A .
β valor próprio de A
 
1 0
Justifique esta afirmação com a matriz A = ∈ M2×2 (R).
0 2

15. Seja A ∈ Mn×n (K). Mostre que:

(a) pA (x) = pAT (x).


(b) A e AT têm os mesmos valores próprios.
(c) Os subespaços próprios de A e AT , respectivamente, associados
 a um
 mesmo valor
1 0
próprio não são necessariamente iguais - use a matriz A = para justificar
1 1
esta afirmação.
(d) A é diagonalizável se e só se αA é diagonalizável, para todo α ∈ K.
(e) A é diagonalizável se e só se AT é diagonalizável.
(f) Se A é invertı́vel, então A é diagonalizável se e só se A−1 é diagonalizável.

16. Seja f : R3 → R3 uma aplicação linear tal que

(i) (1, −1, 0) é vector próprio de f associado ao valor próprio 2,


(ii) f (a, b, c) = (0, 0, 0) para todo (a, b, c) ∈ {(x, y, z) ∈ R3 : x + 2y + z = 0} = F .

(a) Justifique que B = (1, −1, 0), (1, 1, −3), (1, 0, −1) é uma base de R3 formada por


vectores próprios de f .
(b) Mostre que 0 é valor próprio de f com mg(0) = ma(0).
(c) Determine M(f ; B, b.c.R3 ).

21003 - Álgebra Linear II 3


Valores e vectores próprios Ficha 1 - Soluções

1. (a) (1, 0, 1), (1, 2, 0), (0, 1, 0) são vectores próprios de f .


(c) (3 − λ)2 (5 − λ).
+ * * +
1 1
2. (a) valores próprios: 0 e 2. Subespaços próprios: M0 =  1  , M2 = −1 .
−1 1
* 1 +
(b) valores próprios: −1. Subespaços próprios: M−1 = 1 .
−1
* 1 + *−1+
(c) valores próprios: 1, i e 1+i. Subespaços próprios: M1 =  1  , Mi = −1 ,
−2 1
* 0 +
M1+i = −1 .
1

3. Os valores próprios são as raı́zes do polinómio caracterı́stico |A−λI3 | = −λ3 +cλ2 +bλ+a.
Concluir que a = c = 0, b = 1.

4. (a) valores próprios: 1 e 2 com ma(1) = 2 = mg(1), ma(2) = 1 = mg(2).


(b) (1 − λ)2 (2 − λ).
(c) A é semelhante à matriz diag(1, 1, 2).
   
1 0 0 1 0 0
−1
(d) A = P DP = 0 1  0 onde P = 1
  1 0.
1 −2 2 1 2 1
   
1 0 0 1 0 0
(e) A10 = (P DP −1)10 10 −1
= PD P =  0 1 0 = 0 1 0 .
10 11 10
2 −1 −2 + 2 2 1023 −2046 1024

5. Usar a identidade AA−1 = In para mostrar que |AB − λIn | = |A||B − A−1 λIn | =
|BA − λIn |.

6. (a) Valores próprios de f : 0 e 4 com ma(0) = 2 e ma(4) = 1. Como mg(0) = dim E0 =


dim Nuc f = 3 − rank A = 2, então f é diagonalizável.
(b) Temos que E0 = h(1, −1, 0), (1, 0, 1)i e E4 = h(1, 2, −1)i, logo B = ((1, −1, 0),
(1, 0, 1), (1, 2, −1)) é uma base nas condições pedidas.
 
1 0 0
7. Temos que M(f ; B, B) = 0 1
 0 onde B = ((1, 0, −1), (0, 1, 1), (−1, 1, 0)) é uma base
0 0 2
R3 de vectores próprios de f. Assim, M(f ; b.c R3 , b.c R3 ) = P AQ, onde

4 Ana L. Correia
 
1 0 −1
P = M(id; B, b.c R3 ) =  0 1 1 , Q = M(id; b.c R3 , B) = P −1 . Logo
 −1 1 0 
3/2 −1/2 1/2
M(f ; b.c R3 , b.c R3 ) = −1/2 3/2 −1/2 .
0 0 1
 
1 2 1
8. (a) M(f ; B, B) = −1 1 0 e |A − λI3 | = −λ(2 − λ)2 .
3 3 2
(b) Valores próprios de f : 0 e 2 com ma(0) = 1 = mg(0) e ma(2) = 2 > 1 = mg(2).
Portanto f não é diagonalizável - pelo Teorema 1.32.
(c) he1 − e2 + 3e3 i.
(d) dim Im f = 3 − dim Nuc f = 3 − mg(0) = 2.

9. |A − λI3 | = −λ3 + 3λ + 2 cujas raı́zes são: −1 raiz dupla e 3 raiz simples. Como
rank(A + I3 ) = 1 então mg(−1) = 2. Logo A é semelhante a B.

10. (a) Temos p(x) = x2 − 2x − 8 é o polinómio caracterı́stico de A. Como A é raiz do seu


polinómio caracterı́stico - ver Teorema 1.37 - então 0 = p(A) = A2 − 2A − 8I2 .
(b) Usar (a). Uma demonstração rigorosa usa o princı́pio de indução matemática.
 
1 −2 2
11. A matriz de T relativa à base canónica (1, x, x2 ) de R2 [x] é A = 0 1 −4 e
0 0 1
3
|A − λI3 | = (1 − λ) . Como mg(1) = 3 − rank(A − I3 ) = 1 < 3 o endomorfismo T
não é diagonalizável.

12. (a) Se f é injectivo então f (v) = 0 se e só se v = 0E donde 0 não é valor próprio de
f . Logo λ 6= 0. Note-se que se f é injectivo então f é invertv́el (porque também é
sobrejectivo - Teorema das dimensões). Temos que
f (v) = λv ⇐⇒ f −1 f (v) = f −1 (λv) = λf −1 (v) ⇐⇒ (1/λ)v = f −1 (v).
Portanto 1/λ é valor próprio de f −1 e os subespaços próprios indicados são iguais:
v ∈ Eλ (f ) ⇐⇒ f (v) = λv ⇐⇒ f −1 (v) = (1/λ)v ⇐⇒ v ∈ E1/λ (f −1 ).
provado acima

(b) Usar a equivalência f (v) = λv ⇐⇒ (f − λ idE )(v) = 0:


λ valor próprio de f ⇐⇒ f (v) = λv para algum v ∈ V, v 6= 0 =⇒ f (v) − λv = 0
=⇒ (f − λ idE )(v) = 0 =⇒ 0 é valor próprio de f − λ idE
v6=0

13. Os valores próprios de A são 1 e 0.


 
2 0
(a) Temos B = que tem valores próprios 2 e 0.
1 0
 
k 0
(b) Temos B = que tem valores próprios k 6= 1 e 0.
2 0

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1 + 2k 0
(c) Temos B = que tem valores próprios 1 + 2k 6= 1 e 0.
2 0
14. Os valores próprios de A são 1 e 2. Portanto 3 = 1 + 2 não é valor próprio de A.
15. (a) pA (x) = pAT (x) - pelas propriedades dos determinantes.
(b) Por (a).
(c) Para as matrizes A e AT tem-se:
• 1 é valor próprio com ma(1) = 2.
 
0
• M1 = - subespaço próprio de A associado ao valor próprio 1 e M1′ =
  1
1
- subespaço próprio de AT associado ao valor próprio 1, são diferentes.
0
(d) Temos
A é diagonalizável ⇐⇒ P −1 AP = D, para uma matriz P invertı́vel e D diagonal
=⇒ α(P −1 AP ) = αD ⇐⇒ P −1 (αA)P = αD − diagonal
⇐⇒ αA é diagonalizável
(e) Temos
A é diagonalizável ⇐⇒ P −1 AP = D, para uma matriz P invertı́vel e D diagonal
⇐⇒ (P −1 AP )T = D T = D, com P invertı́vel e D diagonal
⇐⇒ P T AT (P T )−1 = D, com P T invertı́vel e D diagonal
=⇒ Q−1 AT Q = D, onde Q = (P T )−1 invertı́vel e D diagonal
⇐⇒ AT é diagonalizável
Reciprocamente, repetindo o argumento,
T
AT é diagonalizável =⇒ A = AT é diagonalizável.
(f) Temos
A é diagonalizável ⇐⇒ P −1 AP = D, para uma matriz P invertı́vel e D diagonal
=⇒ (P −1 AP )−1 = D −1 , com P invertı́vel e D −1 diagonal
(∗)

⇐⇒ P −1 A−1 (P −1)−1 = D ′ , com P invertı́vel e D ′ diagonal


⇐⇒ A−1 é diagonalizável
(*) note que A, P invertı́veis implica D invertı́vel.
Reciprocamente, repetindo o argumento,
−1
A−1 é diagonalizável =⇒ A = A−1 é diagonalizável.
16. (a) (1, −1, 0) é valor próprio associado ao valor próprio 2, (1, 1, −3), (1, 0, −1) ∈ F
logo são vectores próprios associados ao valor próprio 0. São vectores linearmente
independentes e, portanto, B = (1, −1, 0), (1, 1, −3), (1, 0, −1) é uma base de R3


formada por vectores próprios de f .


(b) Porque F = E0 e dim F = 2.
 
2 0 0
(c) M(f ; B, b.cR3 ) = −2 0 0.
0 0 0

6 Ana L. Correia

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