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Universidade Federal da Bahia

Departamento de Matemática
Álgebra Linear A
Prof. Ciro Russo
Primeira (substitutiva) e segunda unidade – 03/04/2017

1. Seja T : P2 (R) → R3 a função definida por:

T (a0 + a1 x + a2 x2 ) = (a0 − a2 , a1 − 2a0 , a2 − 3a1 ).

(a) Verifique que T é uma transformação linear.


(b) Determine se T é um isomorfismo.
(c) Seja U = {a + ax + ax2 | a ∈ R}. Determine uma base do
subespaço U de P2 (R) e uma base da imagem T (U ) dele.

2. Seja T : R3 → R3 a transformação linear definida por:

T (x, y, z) = (x, −x + 2y − z, −2x + 2y − z)

(a) Determine a matriz A associada a T na base canônica de R3 (tanto


no domı́no como no contre-domı́nio).

(b) Encontre uma base de Im T e uma de ker T .

(c) Determine os autovalores de A, com relativas multiplicidades al-


gébricas, autoespaços associados e multiplicidades geométricas.

(d) Determine se A é diagonalizável e, em caso afirmativo, encontre


uma matriz P de diagonalização.

(e) Seja D a matriz obtida diagonalizando A e seja · o produto interno


no espaço M3×3 (R) definido por:
3
X
(aij ) · (bij ) = (i + j)aij bij .
i,j=1

Calcule a norma de D nesse produto.


Soluções.

1. (a) Para α, β ∈ R e p1 = a0 + a1 x + a2 x2 , p2 = b0 + b1 x + b2 x2 ∈ P2 (R),


temos:
T (αp1 + βp2 ) =
= T (αa0 + βb0 + (αa1 + βb1 )x + (αa2 + βb2 )x2 ) =
= (αa0 + βb0 − (αa2 + βb2 ), αa1 + βb1 − 2(αa0 + βb0 ),
αa2 + βb2 − 3(αa1 + βb1 )) =
= (αa0 − αa2 , αa1 − 2αa0 , αa2 − 3αa1 )+
+(βb0 − βb2 , βb1 − 2βb0 , βb2 − 3βb1 ) =
= α(a0 − a2 , a1 − 2a0 , a2 − 3a1 ) + β(b0 − b2 , b1 − 2b0 , b2 − 3b1 ) =
αT (p1 ) + βT (p2 ).

Segue que T é uma transformação linear.

(b) A matriz associada a T nas bases canônicas dos dois espaços é


 
1 0 −1
A =  −2 1 0 
0 −3 1

Como det A = −5 6= 0, o posto da matriz é 3 e portanto a di-


mensão da imagem de T , que coincide com aquela do espaço co-
luna e, então, com o posto da matriz, é 3. Daı́, a transformação é
um isomorfismo.

(c) Para cada vetor de U , vale: a + ax + ax2 = a(1 + x + x2 ). Então U


é gerado por 1+x+x2 e portanto {1+x+x2 } [e uma base de U . A
imagem de U será gerada, então, por T (1 + x + x2 ) = (0, −1, −2)
e {(0, −1, −2)} é uma base desse espaço.

2. (a) A matriz A tem como colunas as imagens  dos vetores


 da base
1 0 0
canônica de R3 , e portanto temos: A =  −1 2 −1 .
−2 2 −1

(b) Vamos obter o núcleo solucionando o  sistema homogêneo Ax =


x=0
0. Após redução por linha, obtemos , então ker T =
z = 2y
{(0, a, 2a) | a ∈ R}. ker T , então, é gerado por {(0, 1, 2)} que,
sendo um conjunto unitário cujo elemento é um vetor não nulo, é
l.i. e, portanto, é base do subespaço em questão.
De dim ker T = 1, segue dim Im T = 2. Como Im T é o espaço
coluna de A e essa matriz tem segunda e terceira coluna propor-
cionais entre si, segue imediatamente que uma base de Im T é
{(−1, 1, 2), (0, 1, 1)}.

(c) det(λIn − A) = λ3 − 2λ2 + λ = λ(λ − 1)2 . Daı́, T possui dois


autovalores: 0 de multiplicidade algébrica 1, e 1, de multiplicidade
algébrica 2. O autoespaço associado a 0 é o próprio ker T , do qual
já conhecemos dimensão e base. O autoespaço associado a 1 é o
conjunto das soluções do sistema homogêneo
 
0 0 0
 1 −1 1  x = 0.
2 −2 2

Tal sistema reduz-se à única equação z = y − x e portanto temos:


W1 = {(a, b, b − a) | a, b ∈ R} = h(1, 0, −1), (0, 1, 1)i. Esses
dois vetores, sendo não proporcionais entre si, formam uma base
do autoespaço. Portanto as multiplicidades geométricas de 0 e 1
coincidem com aquelas algébricas, e são, respectivamente, 1 e 2.

(d) Do exercı́cio 3 segue que A é diagonalizável, pois a soma das mul-


tiplicidades geométricas dos autovalores coincide com a dimensão
do domı́nio de T . Uma matriz de diagonalização tem como colunas
os vetores de uma base de W0 = ker T e de uma de W1 :
 
0 1 0
P = 1 0 1 .
2 −1 1

(e) Como  
0 0 0
D =  0 1 0 ,
0 0 1
segue
√ p √
kDk? = D?D = (2 + 2) · 1 + (3 + 3) · 1 = 10.

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