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Ciclone em Moçambique gera onda de solidariedade em Portugal

As autoridades identificaram até ao momento 761 mortos em Moçambique, Zimbabué e


Maláui, os três países africanos que há dez dias foram os mais afetados pela passagem do
ciclone Idai. Perante esta tragédia, dezenas de organizações, autarquias, empresas e outras
instituições portuguesas anunciaram apoios para Moçambique. A Fundação Calouste
Gulbenkian disponibilizou-se a participar nas primeiras ações de socorro humanitário e decidiu
doar 100 mil euros, especificamente vocacionados para a aquisição de medicamentos e outros
consumíveis na área dos cuidados de saúde. Já os CTT estão a receber, até 08 de abril, roupas
doadas nas suas lojas para enviar para Moçambique, de forma gratuita. A empresa fez uma
parceria com os Correios de Moçambique "para garantir a chegada de roupa às populações
afetadas".

Também a Irmandade dos Clérigos, no Porto, decidiu enviar um donativo de 50 mil euros aos
bispos de Moçambique, para que com o "sentido pastoral" ajudem no terreno os "deslocados
e desalojados nestes primeiros dias". O presidente da Irmandade dos Clérigos, Américo Aguiar,
afirma que é nos "momentos difíceis" que todos devem agir para além das possibilidades de
cada um. O Santuário de Fátima vai enviar 15 mil euros para o apoio às vítimas, através da
Cáritas Portuguesa. Vários municípios anunciaram apoios financeiros, entre os quais Lisboa,
que avançou com 150 mil euros e o envio de equipas para apoio a necessidades básicas no
terreno, e Sintra, que vai doar 120 mil euros e dar apoio logístico à câmara moçambicana da
Beira. A Câmara do Porto vai disponibilizar "apoio de equipas pós-catástrofe" e 100 mil euros
para a "reconstrução do hospital" da Beira, de acordo com "necessidades" já identificadas por
organizações não-governamentais (ONG). A autarquia do Seixal (município geminado há mais
de 20 anos com a Província de Sofala, de que é capital a Cidade da Beira) também anunciou
um apoio financeiro de 12 mil euros às entidades a operar no terreno - Cruz Vermelha
Portuguesa, Fundação AMI e as Organizações não Governamentais para o Desenvolvimento
Oikos e Helpo. O Seixal irá ainda promover uma campanha de recolha de alimentos não
perecíveis e medicamentos num concerto solidário, no âmbito da iniciativa Março Jovem, com
a atuação dos HMB no dia 30 de março, que serão encaminhados através das entidades oficiais
nacionais, nomeadamente o Instituto Camões da Cooperação e da Língua Portuguesa. Já
organizações como a Cruz Vermelha têm em curso a iniciativa "Operação Embondeiro por
Moçambique" que, além de um hospital de campanha e de uma equipa de 20 elementos que
parte hoje para o território, tem em curso um Fundo de Emergência que conta já com mais
700 mil euros. - Diário de notícias

Avião da Cruz Vermelha leva medicamentos e kits para partos

A Cruz Vermelha Portuguesa envia domingo um segundo avião para a Beira, este destinado à
saúde materno-fetal. Tanto o presidente da organização como a ministra da Saúde seguirão
nesta mesma viagem até Moçambique. presidente da Cruz Vermelha Portuguesa (CVP),
Francisco George, anunciou esta terça-feira o envio de um segundo avião comercial para a
cidade da Beira, capital da província moçambicana de Sofala, devastada pelo ciclone Idai. O
aparelho leva a sua capacidade máxima, 33 toneladas, incluindo 1,5 toneladas de kits de parto
(comprado à Holanda por 24 mil euros), 15 toneladas de artigos para assistir aos partos, roupa
de recém-nascidos, fraldas, entre outros.
O material enviado neste segundo avião é o resultado da "missão de reconhecimento
avançada" do primeiro avião da CVP, enviado no domingo. "A chefe de missão na Beira, a
comandante Clara Martins, pediu-nos que o foco fossem as crianças. Há muitas mulheres
grávidas e as crianças vão nascer numa altura particularmente difícil e, com esta operação, vão
ter meios de maior proteção", explicou Francisco George. Muita da carga será também
medicamentos, em especial para o tratamento da cólera e da filaríase, doenças provocadas
por parasitas que se encontram nas águas. –Diário de notícias

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