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Estamos vivendo tempos de fome espiritual, onde heresias têm procurado se instalar no seio da
Igreja; Deus levantou o projeto para um grande avivamento espiritual. Não basta apenas termos
talentos naturais ou compreensão das conseqüências das crises que o mundo atravessa.
Precisamos,exercer influências com nosso testemunho perante os que dispomos a ensinar a
Palavra de Deus. é muito importante porque nos dará ampla visão da teologia Divina, atrairá
futuros líderes ao aprendizado e criará um ambiente mais espiritual na nossa Igreja (Koinonia).
Aprendizados errados geram desastres e resistência à Obra de Deus. Somente o correto de forma
correta leva ao sucesso, na consciência e submissão ao Espírito Santo que rege a igreja. Temos
que combinar estratégias de ensino com o nosso caráter revelado em nossas vidas; devemos
incentivar a confiança dos alunos na Escritura, com coerência e potencial. Temos capacidade, em
Deus, de mudarmos o mundo, começando do mundo interior das consciências humanas dos
alunos, que se tornarão futuros evangelizadores capacitados na Bíblia. Tome esta certa decisão:
Estude, antes, o material, reúna seus alunos, apresente os planos de aula, dê um tempo para
refletirem, divulgue a doutrina, em conjunto, como facilitador do processo educacional,
tranqüilize e encoraje os outros a fazerem parte de novas turmas. Não preguemos a verdade para
ferirmos os outros ou para destruir, mas para ajudar e corrigir as almas,com amor, esperando que
Deus lhes conceda o entendimento do Reino dos Céus.
Como facilitador da visão de ensino, conheça os quatro pilares da Educação:
1) Aprender a Conhecer: -Tenha a humildade de saber que não sabes tudo; Seja competente,
compreensivo, útil, atento, memorizador e informe o assunto de forma contextualizada com a
realidade atual.
2) Aprender a fazer: -Seja Preparado para ministrar as aulas, conhecendo a matéria previamente,
estimulando a criatividade dos alunos, preparando-os para a tarefa determinada de Jesus de serem
discípulos.
3) Aprender a Viver juntos: -Estimule a descoberta mútua entre os alunos da Palavra de Deus,
em forma de solidariedade, cooperativismo, promovendo auto-conhecimento e auto-estima entre
os alunos, na solidariedade da compreensão mútua; o objetivo do curso não é apenas ter
conhecimento, mas “ser cristão”.
4) Aprender a Ser: -Resgate a visão holística (completa) e integral dos alunos, preparando-os
para integrarem corpo, alma e espírito com sensibilidade, ética, responsabilidade social e
espiritualidade, formando juízo de valores, levando-os a aprenderem a decidir por si mesmos,
com a ajuda do Espírito Santo. Lembrem-se de que a primeira impressão é a que fica marcada na
consciência.
Deus vos abençoe.
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1-HISTORIA DA PSICANALISE
No âmbito de sua amizade com Wilhelm Fliess ( médico alemão), ocorreram vários
acontecimentos maiores na vida de Freud: sua auto-análise, um intercâmbio de caso (Emma
Eckestein), a publicação de um primeiro grande livro, "Estudos sobre a histeria", no qual são
relatadas várias histórias de mulheres [...] e, enfim, o abandono da teoria da sedução segundo
a qual toda neurose se explicaria por um trauma real. Essa renúncia, fundamental para a
história da psicanálise, ocorreu em 21 de setembro de
1897. Freud comunicou-a a Fliess em tom enfático, em uma carta que se tornaria célebre:
"não acredito mais na minha Neurótica."
Começou então a elaborar sua doutrina da fantasia, concebendo em seguida uma nova teoria do
sonho e do inconsciente, centrada no recalcamento e no Complexo de Édipo. Seu interesse pela
tragédia de Sófocles foi contemporânea de sua paixão por Hamlet. Freud era um grande leitor
de literatura inglesa, alimentando-se especificamente da obra de Shakespeare: "Uma idéia
atravessou o meu espírito", escreveu a Fliess em
1897, "de que o conflito edipiano encenado em Édipo Rei de Sófocles poderia estar também
no cerne de Hamlet. Não acredito em uma intenção consciente de Shakespeare, mas,
antes, que um acontecimento real levou o poeta a escrever esse drama, tendo seu próprio
inconsciente lhe permitido compreender o inconsciente do seu herói."[..]
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Entre 1901 e 1905, Freud publicou seu primeiro caso clínico (Dora) e três outras obras: "A
psicopatologia da vida cotidiana" (1901), "Os chistes e sua relação com o
inconsciente" (1905), "Três ensaios sobre a teoria da sexualidade" (1905).
Em 1902, com Afred Adler, Wilhelm Stekel, Max Kahane (1866-1923) e Rudolf Reitler
(1865-1917), fundou a Sociedade Psicológica das Quartas-Feiras, primeiro círculo da
história do freudismo. Durante os anos que se seguiram, muitas personalidades do
mundo vienense se juntaram ao grupo: Paul Federn, Otto Rank, Fritz Wittels, Isidor
Sadger.
Em 1907 e 1908,o círculo dos primeiros discípulos freudianos se ampliou ainda mais,
com a adesão à psicanálise de Hanns Sachs, Sandor Ferenczi, Karl Abraham, Ernest
Jones, Abraham Arden Brill e Max Eitingon.
No dia 3 de março de 1907, Carl Gustav Jung, aluno e assistente de Bleuler, foi a Viena
para conhecer Freud. Depois de várias horas de conversa, ficou encantado com esse
novo mestre. Seria o primeiro discípulo não-judeu de Freud.
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primeiro congresso, que reuniu em Salzburgo, em 1908, todas as sociedades locais, criou
com Ferenczi, em Nuremberg, em 1910, uma associação internacional, a
Internationale Psychoanalytische Vereinigung (IPV). Em 1933, a sigla alemã seria
abandonada. A IPV se tornaria então a International Psychoanalytical Association (IPA).
Entre 1909 e 1913, Freud publicou mais duas obras: "Leonardo da Vinci: uma
lembrança da sua infância" (1910) e "Totem e Tabu" (1912-1913).
A partir de 1910, a expansão do movimento se traduziu por dissidências, tendo como
motivo simultaneamente querelas pessoais e questões teóricas e técnicas. Em 1911,
Adler e Stekel se separaram do grupo freudiano.
Dois anos depois, Jung e Freud romperam todas as suas relações. Não suportando
desvios em relação à sua doutrina, Freud publicou, às vésperas da Primeira Guerra
Mundial, um verdadeiro panfleto, "A história do movimento psicanalítico", no qual
denunciou as traições de Jung e Adler.
Depois, criou um Comitê Secreto, composto de seus melhores paladinos, aos quais
distribuiu um anel de fidelidade.
psicanalítico. No centro dessa polêmica, Freud manteve sua teoria da libido única e do
falocentrismo, sem com isso mostrar-se misógino. Ligado em sua vida particular a
uma concepção burguesa da família patriarcal, adotava, todavia, em suas amizades com
mulheres intelectuais, uma atitude perfeitamente cortês, moderna e igualitária. Por sua
doutrina e por sua condição de terapeuta, desempenhou um papel na emancipação
feminina.
Nos anos 1920, Freud publicou três obras fundamentais, através das quais definiu sua
segunda tópica e remanejou inteiramente sua teoria do inconsciente e do dualismo
pulsional: "Mais-além do princípio de prazer" (1920), "Psicologia das massas e análise
do eu" (1921), "O eu e o isso" (1923). Esse movimento de reformulação conceitual já
começara em 1914, quando da publicação de um artigo dedicado à questão do
narcisismo. Confirmou-se, em 1915, com a elaboração de uma metapsicologia e a
publicação de um ensaio sobre a guerra e a morte, no qual Freud sublinhava a
Dois anos depois, em um intercâmbio com Albert Einstein (1879-1955), enfatizou que o
desenvolvimento da cultura era sempre uma maneira de trabalhar contra a guerra.
Cada vez mais pessimista quanto ao futuro da humanidade, Freud não tinha nenhuma
ilusão sobre a maneira como o nazismo tratava os judeus e a psicanálise.
Aos seus familiares, que lhe perguntavam se aquela seria a última guerra, respondia:
"Será minha última guerra." Em 21 de setembro, pegou a mão de Max Schur e lembrou o
primeiro encontro dos dois. "Você prometeu não me abandonar quando chegasse à hora.
Agora é só uma tortura sem sentido." Depois, acrescentou: "Fale com Anna; se ela achar
que está bem, vamos acabar com isso." Por três vezes, ele deu a Freud uma injeção de três
centigramas de morfina. Em 23 de setembro, às três horas da manhã, depois de dois
dias de coma, Freud morreu tranqüilamente. As cinzas de Freud repousam no
crematório de Golders Green.
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2-TEORIA DE S FREUD
TÓPICOS DA TEORIA
FREUDIANA
3. Freud demonstrou que o homem não é apenas um ser racional. Há impulsos irracionais
que nos influenciam.
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- Princípio da Realidade = princípio que nos faz "compreender e aceitar que nem tudo o
que se deseja é possível, que se for possível nem sempre é imediato, que nem sempre
pode ser conservado e muitas vezes não pode ser aumentado." (pág. 63, op. Cit.,
Marilena Chauí). Impõe-nos limites internos e externos.
10. A nossa vida psíquica tem três instâncias segundo Freud: 1ª) ID = parte
inconsciente formada por instintos e impulsos orgânicos e desejos inconscientes, (ou
pulsões) que são regidas pelo Princípio do Prazer e são de natureza sexual no sentido
amplo já explicitado acima. O Centro do ID é o Complexo de Édipo. 2ª) SUPEREGO =
parte inconsciente. Instância repressora do ID e do EGO, proveniente tanto das proibições
culturais e sociais interiorizadas
"quanto das proibições que cada um de nós elabora inconscientemente sobre os afetos."
(M. Chauí, op. cit., pág. 66). É o agente da civilização que tem o papel de dominar o
perigoso desejo de agressão do indivíduo. Através dele a civilização consegue inibir a
agressividade humana introjetando-a para o interior do sujeito propiciando o
SENTIMENTO DE CULPA. 3ª) EGO = é a consciência submetida aos desejos do ID e
repressão do SUPEREGO. Obedece ao Princípio da Realidade. Vive sob angústia
constante pois busca um equilíbrio entre os desejo do ID e a repressão do SUPEREGO,
busca satisfazer ao mesmo tempo o ID e o SUPEREGO. Quando o conflito é muito
grande e o EGO não consegue satisfazer o ID este é rejeitado determinando o processo
chamado REPRESSÃO. Mas o que foi reprimido não permanece no inconsciente e
reaparece então sob a forma de SINTOMAS (=representantes do reprimido).
12. Segundo Freud há três fases da sexualidade humana (lembre-se do sentido amplo
da sexualidade) que se desenvolvem entre os primeiros meses de vida e os 5 ou 6 anos: 1ª)
Fase Oral = prazer através da boca (ingestão de alimentos, sucção do seio materno,
chupeta, etc...)
2ª) Fase Anal = prazer localizado primordialmente nas excreções e fezes, brincar com
massas e com tintas, etc...
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3ª) Fase Genital ou Fálica = prazer principalmente nos órgãos genitais e partes do corpo
que excitam tais órgãos. Momento do surgimento do Complexo de Édipo.
- Mas apesar de o menino abandonar o desejo pela mãe por medo da castração ela não
deixa de acontecer para ambos os sexos e de forma simbólica de acordo com a
interpretação de Lacan. CASTRAÇÃO no sentido simbólico significa a impossibilidade
de retorno ao estado narcísico do qual fomos expulsos com o nosso nascimento.
CASTRAÇÃO significa a perda, a
- A CASTRAÇÃO nos faz sentir como seres incompletos, carentes. Mostra-nos que é da
brecha entre tudo o que se quer e aquilo que se pode (princípio de Realidade) que
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15. Psicanálise e Ética - A psicanálise mostrou que uma das causas dos distúrbios
psíquicos é o rigor excessivo do SUPEREGO, a CASTRAÇÃO excessiva. Quando isto
acontece há dois caminhos não éticos: ou a transgressão violenta de seus valores pelos
sujeitos reprimidos ou a resignação passiva de uma coletividade neurótica, que confunde
neurose e moralidade." (pág.
356, op. Cit., Marilena Chauí). Não éticos porque a violência é introduzida:
violência da sociedade que exige dos sujeitos padrões de conduta impossíveis de serem
realizados e, por
outro lado, violência dos sujeitos contra a sociedade, pois somente transgredindo
e
desprezando os valores estabelecidos poderão sobreviver. Em suma é necessária a
repressão dos desejos, da sexualidade, para ser possível a convivência social e a ética
"mas por outro lado a repressão excessiva destruirá primeiramente a ética e depois a
sociedade." (pág. 356, op. Cit. Marilena Chauí). Segundo Freud o sujeito da psicanálise
é responsabilizado, sim, por seu inconsciente pois "quem mais, além de mim, pode se
responsabilizar por algo que, embora eu não controle, não posso deixar de admitir como
parte de mim mesmo? Responsabilidade difícil de assumir, esta - pelo estranho que
existe em nós, age em nós e com o qual não queremos nos identificar. No entanto,
eticamente, é preferível que o sujeito arque com as conseqüências dos efeitos de seu
inconsciente, fazendo deles o início de uma investigação sobre o seu desejo, a que ele
permita que tais efeitos se manifestem apenas na forma do sintoma. Ou, o que é ainda
mais grave, que o sujeito tente se desembaraçar do inconsciente, por meio dos atos de
intolerância que projetam no outro o que o eu não quer admitir em si mesmo. A
passagem por uma análise torna o sujeito não apenas mais responsável pelo desejo que o
habita, mas também preserva as pessoas que lhe são mais próximas, aquelas que
dependem de seu afeto e de sua compreensão - filhos, parceiros, subordinados etc -, de
se tornarem objetos das projeções e das passagens ao ato de quem não quer
assumir as condições de seu próprio conflito." (pág. 32, Sobre Ética e Psicanálise., Maria
Rita Kehl).
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É de todos conhecido, que a psicanálise, como terapia e como teoria foi uma criação de
Sigmund Freud, que nos finais do século XIX pôde observar nos seus pacientes
Por volta de 1920 Freud elabora então uma teoria da personalidade que se tornou
definitiva e que constituiu uma verdadeira revolução quanto ao modo de estruturação do
nosso psiquismo.
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importância não só aos desejos sexuais mas também aos desejos agressivos do id.
O ego é o conceito que Freud utiliza para designar o conjunto de processos psíquicos e de
mecanismos através dos quais o organismo entra em contacto com a realidade
objectiva. O ego seria um guia do comportamento do organismo à luz da realidade. É
certo, que o ego faz eco das demandas do id e dos seus desejos, mas a sua função
consiste em os satisfazer ou não, segundo as possibilidades oferecidas pela realidade. Não
é que o ego não queira o prazer que o id procura, porém às vezes reconhece que tem de
suspender a sua procura sob pena de entrar em conflito com a realidade.
Um ego amadurecido, não se assusta ao fazer eco dos desejos do id, ao tomar
consciência deles. Ao contrário, um ego infantil e neurótico resiste a trazê-los à
consciência, defendendo-se contra eles através da repressão (recalcamento) e outros
mecanismos de defesa. Um ego maduro e adulto não se assusta, não teme os desejos
instintivos; não quer dizer que os satisfaça a todo o momento, significa somente que os
consciencializa e depois satisfá-los ou não segundo seja ou não racional fazê-lo.
Um dos erros mais correntes, e que, com alguma frequência é cometido também por
alguns psicólogos, consiste em acreditar que todos os processos designados pelo ego
freudiano possuem a propriedade de ser conscientes. É certo que a maior parte dos
mecanismos e processos do ego são conscientes, mas nem todos o são. Freud chegou a
esta conclusão ao observar que em certas ocasiões alguns desejos instintivos
procedentes do id são rejeitados ou reprimidos pelo ego sem que o sujeito tenha
consciência alguma nem dos desejos nem da sua rejeição ou repressão.
suas leis e normas muitas vezes fonte de embaraço e de inibição para a estrutura do ego.
É evidente que as exigências do superego se opõem quase sempre aos desejos do id. Este
conflito, entre o superego e o id incide directamente no ego, já que tanto o id como o
superego procuram que o ego actue de acordo com as suas próprias exigências ou
desejos. Normalmente o que o ego faz é procurar uma solução de compromisso, que os
satisfaça, embora parcialmente. Um ego maduro consegue normalmente achar esta
fórmula conciliatória, a qual, para que seja realmente válida, deverá ter em conta
também a realidade ambiental.
Poder-se-á dizer que, para Freud, a personalidade consiste basicamente neste conflito
entre os desejos instintivos e as normas interiorizadas da sociedade, conflito que se
desenrola no grande cenário constituído pela relação mútua entre o ego e a realidade
ambiental.
Quando era dada ao hipnotizado uma ordem que ele não podia cumprir, ele
acordava abruptamente do transe, bastante incomodado, e tornava-se, em seguida,
resistente a entrar em nova hipnose. Em síntese, se a hipnose era capaz de fazer surgir
algumas pequenas atitudes que geralmente o paciente não as teria quando sentindo- se
ameaçado, ele não só se recusava a cumprir as ordens como tornava-se
particularmente resistente ao procedimento. Isso fez com que Freud abandonasse a
técnica da hipnose.
que não pôde ser vivida na hora traumática, ficou conhecido como o método catártico.
Freud, após um certo tempo, o abandonou.
Uma força mantia essa percepção de acontecimentos cuja dor o indivíduo não
poderia suportar de imediato inconsciente ( a mente não sabe que sabe). Essa força foi
denominada recalque.
Essa teoria foi abandonada e surgiu a segunda teoria das pulsões, que as dividiu em:
as pulsões de vida e as de morte. A pulsão de vida visa a preservação da vida do
organismo e da espécie. Ela é conjuntiva e construtiva e preside à organização e
diferença das formas.
A fase oral corresponde à idade por volta de zero a dois anos e é subdividida em
fase oral de sucção – de zero a seis meses, e oral canibalística – de seis meses a um ano
mais ou menos.
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3-INTERPRETAÇÃO DE SONHOS
Sigmund Freud,
1899/1900.
Raras são as obras cujo centenário é lembrado e celebrado. A Interpretação dos Sonhos
de Freud é uma delas. Para isto há várias razões. A data marca não apenas o centenário de
uma obra, mas também o centenário do inconsciente e da própria psicanálise.
Para aqueles que não são familiarizados com a obra freudiana uma introdução à
importância da obra será feita. Este endereçamento se refere ao fato de que todo e
qualquer psicanalista, de toda e qualquer "corrente" desde sua criação até os dias
de hoje reconhecem em A Interpretação dos Sonhos uma obra inaugural.
Trata-se de uma obra que traça o limite entre os artigos pré-psicanalíticos de Freud e o
início da psicanálise. Na edição brasileira das obras completas de Freud (Editora Imago)
encontra-se representada por dois volumes (IV e V), tendo sido também publicada em
várias edições avulsas. Obra atual por sua obrigatoriedade na formação de todos os
psicanalistas e mesmo psicólogos, pululam resenhas e comentários introdutórios. Quanto
aos comentários, para os iniciantes pode-se destacar a Introdução à Metapsicologia
Freudiana de Luiz Alfredo Garcia- Roza (Zahar Editores), com um volume inteiramente
dedicado a A Interpretação dos Sonhos.
Se há um texto, na obra de Freud, que possamos indicar como primeiro responsável por
esta ruptura é A Interpretação dos Sonhos. Nele encontramos a tese que se tornaria a mais
popular (e mais mal utilizada): a do complexo de Édipo. Neste texto, também, Freud
formula a divisão da mente entre o consciente e o inconsciente. É também ali que a
clínica psicanalítica vai encontrar sua justificativa teórica, ainda que não fosse esta a
preocupação inicial de Freud.
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O livro é pleno de exemplos. Muitos sonhos são analisados e interpretados. O que mais
custou ao autor, portanto, foi o fato de que, devido ao sigilo com que deveria resguardar
os sonhos de seus pacientes, Freud utiliza os próprios sonhos para dar seqüência à
obra. Como o pesquisador que se contagia com a doença que pretende estudar, Freud se
expõe aos efeitos de sua própria tese, tira as conseqüências de seus próprios sonhos
trabalhando suas próprias neuroses. E corajosamente, nos expõe todo o processo.
Não poucas vezes em sua correspondência confessa que prefere não publicar o livro,
se mostra pessimista quanto às conseqüências de suas teses e apreensivo quanto à
recepção que o livro teria no meio científico e em seu círculo familiar.
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Freud, no entanto, não era um filósofo. Seu interesse pelos sonhos tem uma
justificativa completamente científica. Seu rigor se demonstra em cada linha de seu texto
na seriedade com que aceita tirar as conseqüências dos fatos, mesmo que em prejuízo de
sua teoria ou de seu status médico. Um pouco da história envolvendo a obra e a
própria psicanálise devem esclarecer este ponto.
Nas tentativas iniciais do que se tornaria mais tarde o método da associação livre
Freud simplesmente se submeteu a ouvir o que vinha à mente de seus pacientes. Nos
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A importância dada aos sonhos começava aí a tomar força. Deixados livres para falar o
que viesse à cabeça os pacientes logo começaram a narrar sonhos, associando-os a
eventos relevantes à sua neurose. Freud não se autoriza a legislar o que teria ou não
pertinência na narrativa do paciente. Imbuído de uma crença profunda na lei da
causalidade supõe que algum fator desconhecido justificaria que os sonhos surgissem
na fala dos pacientes. Este fator desconhecido, digamos desde já, seria cernido pelo
conceito de inconsciente. Se os sonhos se impunham desta forma à observação do
pesquisador, nada mais legítimo que decifrar sua estrutura.
À guisa de comentário paralelo notemos que não só os sonhos adquiriram seu valor
desta forma, mas também a sexualidade infantil. Os pacientes também traziam
lembranças de sensações sexuais prazerosas vividas na infância, o que, apesar do
choque, Freud se viu obrigado a considerar. Esta seria outra idéia responsável pelo
isolamento da comunidade científica de sua época.
Os sonhos e a neurose
Mas os sonhos têm por característica sua falta de senso, sua não obediência às leis que
nos regem na vigília. O que Freud formula é que os sonhos seguem uma lei própria,
seguem uma lógica que não é a lógica cotidiana. É levado assim a demonstrar que nosso
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Desta forma, um desejo que não condiz com nossa posição social, nosso sexo, nossa
situação civil etc…é 'jogado' naquele campo que não segue as mesmas regras de nossa
consciência. No inconsciente, nos diz Freud, este desejo vai procurar sua expressão a
qualquer custo. Se não é possível que ele se expresse conscientemente (por que no
consciente atua aquela resistência que mencionamos acima, provocando o recalque), ele
vai buscar alguma expressão substitutiva que consiga escapar à censura. O sonho pode ser
entendido como a expressão de uma série de desejos, que encontram nele a única via para
a consciência. É por isto também que o sonho será entendido por Freud como a via
régia para o inconsciente, uma vez que é sua manifestação mais direta.
Mas dissemos que o sonho e os sintomas possuem uma estrutura comum. Isto ficará mais
claro no próximo ítem, mas digamos desde já que o sintoma neurótico é também uma
manifestação de um desejo. A principal diferença é que no sintoma uma solução é
encontrada para que o desejo se apresente na consciência.
Também neste caso, contudo, este desejo se manifestará com as distorções necessárias
para que possa ser aceito pelo consciente.
O funcionamento do
sonho
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deslocamento. Nos estenderemos nisto, por ser um dos mais importantes pontos de A
Interpretação dos Sonhos.
É nos capítulos 6 e 7 do livro que Freud desenvolve o mecanismo de trabalho dos sonhos e o
funcionamento do aparato mental. Apresenta o mecanismo de deslocamento na
possibilidade que as idéias têm, no inconsciente, de 'emprestar' seu valor para outras idéias,
de modo que fatos ou imagens aparentemente sem importância podem ter sido
amenizadas, com o quê burlam a censura, compondo o material do sonho. De forma
inversa fatos que aparecem no sonho como extremamente nítidos ou valorizados
usualmente ganharam seu relevo por uma associação a outra idéia, esta sim, de grande
importância.
As razões deste trabalho de montagem são explicadas pelo aparato psíquico proposto no
capítulo seguinte do livro. Neste aparato o ics (inconsciente) figura em um extremo e o
cs (consciente) no outro, e entre eles o pcs (pré-consciente). O ics recebe seu material do
sistema perceptivo, mas não tem acesso ao sistema motor. O cs controla as ações, mas a
realidade que lhe chega já passou pelos processos do ics. Como intermediário entre os dois
sistemas figura a censura, ou seja, uma função que determina o que pode e o que não pode
aceder à motilidade, levando a realidade em consideração. Todo o material que não pode
passar pela censura está condenado a ser recalcado, a ficar relegado ao ics, sem, no entanto,
ficar com isto silenciado. O trabalho do sonho é entendido, assim, como o trabalho de
distorção necessário para que o material do ics possa se manifestar.
Vale dizer ainda que a distorção a que o material do sonho foi submetida nunca é casual
ou caótica, e é por provar isto que o trabalho de Freud adquiriu seu valor.
Uma idéia (um desejo, uma intenção ou mesmo uma percepção) está permanentemente
relacionada a outras. A natureza desta relação é muito abrangente, podendo ser determinada
pela contigüidade espacial ou temporal em que ocorreu, pela similaridade, pela
homofonia, enfim, por toda uma gama de possibilidades. O que importa é que a idéia
'principal', uma vez que tenha sido censurada, não poderá ser reconhecida no consciente,
mas as idéias com as quais se associa, uma vez que esta associação não seja óbvia,
podem ser utilizadas para representá-la (deslocamento). Então, lembrando que no ics as
idéias buscam sua expressão, ou nos termos de Freud: os desejos buscam sua realização, o
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trabalho do sonho é a maneira pela qual um desejo pode se realizar por seus substitutos.
Uma conseqüência direta desta explicação do sintoma é muita incômoda para todos nós.
Se nossos desejos devem levar em consideração a realidade para que possamos aceitá-los,
como saber se o que reconhecemos como nossos desejos não são amenizações de
nossos
'verdadeiros' desejos, estes inconscientes? Em outras palavras, uma vez que vivemos em
sociedade, tendo que considerar suas regras, somos todos neuróticos.
A psicanálise hoje
A transmissão da psicanálise foi garantida, a partir da década de 50, por Jacques Lacan.
Em sua leitura desta obra de Freud propõe que o que é formulado é um inconsciente
estruturado como uma linguagem. A condensação e o deslocamento podem ser
entendidos como a metáfora e a metonímia e a estrutura associativa das idéias como a cadeia
de significantes (que só podem existir entre dois outros, em associação). Partindo da clínica
das psicoses (Freud partiu da neurose) Lacan amplia o campo psicanalítico e encontra a
precisão necessária ao ensino e à transmissão da psicanálise.
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4-TÉCNICA FREUDIANA
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viveu, com cinco irmãs, pode ter influenciado sua riquíssima e extensa obra, que tem a
marca de sua neurose.
Destacou-se como aluno da escola secundária; estudioso, curioso, atento às
preocupações humanas. Interessado em ciências naturais, prosseguiu estudos no
campo da medicina. Em seus primeiros anos como pesquisador estuda as enguias
(peixes), depois o sistema nervoso das lampreias.
Ingressou em Hospital Geral, e entre os vários departamentos, o de Psiquiatria,
sob a orientação de Meynert, que ele conhecia desde os tempos da escola, o impressionou
bastante. No entanto, naquela oportunidade, dedicou-se à fisiologia, à anatomia cerebral
e, depois às doenças nervosas.
Em1878, conheceu o Dr Joseph Breuer, catorze anos mais velho, que se tornou
seu amigo e incentivador, inspirando suas primeiras pesquisas no campo da Psicanálise.
O Dr. Breuer pode ser aproximado à figura paterna, e, inclusive, o ajuda financeiramente
em algumas situações. Foi uma grande e intensa amizade em sua vida, no entanto,
seguem-se polêmicas e rompimento. Freud estava convencido de que deixaria sua
marca na História; tinha autoconfiança em relação à sua carreira e ao peso de seu
legado; era o único filho que tinha um quarto exclusivo para estudar. O ambiente familiar
o auxiliou bastante a ter força para seguir avante em sua carreira quando suas idéias eram
consideradas, no mínimo, polêmicas.
Em 1880, o Dr Breuer iniciou o tratamento com Berta Pappenteim, mais
conhecida como Anna O, uma das pacientes mais famosas da Psicanálise, e utilizou
algumas estratégias terapêuticas inovadoras, como a hipnose, (técnica terapêutica que faz
com que o paciente se lembre e vá resgatando na memória algumas experiências
passadas visando com isso o desaparecimento de alguns sintomas) para o tratamento
da histeria, problema que afetava muitas mulheres naquela época; na maioria jovens que
alimentavam sonhos que não haviam conseguido realizar por conta da rigidez moral da
época.
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estudo da vida sexual, referindo-se aos efeitos dos valores e regras sociais rígidas,
impostos aos filhos da sociedade dessa época. Nesse mesmo ano, Freud analisa seu próprio
sonho, que está relatado na sua obra “Interpretação dos Sonhos”, voltando para si mesmo
o seu olhar de pesquisador. Para alguns estudiosos, esse é o momento inaugural da
Psicanálise, pois a partir daí o sonho passa a ser fundamental na construção teórica e na
clínica psicanalítica. Ainda nesse ano de 1895, nasce sua filha, Anna Freud, que se torna,
também, psicanalista.
Em1896, Freud faz uma conferência na Universidade de Viena sobre a etiologia
sexual da histeria, colocando a hipótese de que, em sua etiologia, a histeria traz a marca
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sexual. Isso produz enorme escândalo e dificulta a aceitação de Freud no meio acadêmico.
É o estopim do rompimento com Breuer, que era conservador e estava inserido no grupo
de cientistas. Freud se surpreende, pois achava que Breuer o apoiaria, o que colaboraria
para a aceitação de sua
tese.
Nesse mesmo ano de 1896, quando faz uma conferência, morre-lhe o pai,
experiência das mais difíceis para o homem, após o que Freud passa a pensar no Édipo.
Fazendo sua auto-análise, vai-se dando conta de que, como filho, alimentava pela mãe um
amor incestuoso que só foi possível perceber após a morte do pai.
Freud tinha formação humanista muito forte; tinha uma produção intelectual
intensa e por sua erudição consegue pensar em metáforas para as referidas explicações.
Através da mitologia, da arqueologia, vai buscando vestígios do passado na história
das pessoas; por exemplo, amor incestuoso mas inconsciente pela figura materna.
Freud mostra que a sexualidade humana não se liga à genitalidade e que se
organiza a partir de operações psíquicas. Propôs que as crianças já apresentam uma
sexualidade muito diferente das outras espécies e que, na infância, não está comprometida
ao órgão sexual, mas a sensações ligadas à sexualidade.
Isso foi revolucionário para a época, quando se achava que a sexualidade
ficava adormecida. A sexualidade humana tem basicamente uma questão que a torna
diferente; é a questão da pulsão, pois nós não somos, tal como os animais, movidos por
instinto, mas por pulsão, termo proposto por Freud para dar a idéia de algo que fica
exatamente no limite entre o orgânico e o psíquico.
Aos poucos, Freud vai reformulando suas próprias concepções e
desvendando segredos humanos. Em 1897, época do Édipo (experiência edípica de matar
o próprio pai em sonho e a culpa pelo amor incestuoso), Freud pondera que fatos que
fazem parte da fantasia são muito importantes na Psicanálise.
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prima privilegiada na teoria freudiana, a partir da qual o grande mestre vai aprimorando
suas lições. A interpretação dos sonhos é a via de acesso ao conhecimento do
inconsciente, que produz suas formações: os sonhos, os lapsos, os atos falhos, os
esquecimentos, os chistes, o sintoma. Por definição, o inconsciente é inapreensível e o
que dele se pode apreender são suas formações.
Com aproximadamente cinqüenta anos de idade e fumante inveterado, Freud
desenvolveu um câncer na mandíbula; fez várias operações e teve que colocar uma
prótese. Seu médico fala que, em alguns momentos Freud pensou que tal câncer
poderia estar ligado ao fato de ele falar sobre problemas de fundo psíquico, onde o que
está em questão é o inconsciente; aquilo que não pode ser manifestado e que acaba
simpatia mais forte por parte do público do que propriamente a Psicanálise, que foi
muito combatida na época, apesar de terem se originado dela.
São de Freud as palavras "não pode haver mais dúvida alguma de que ela
(a Psicanálise) continuará: comprovou sua capacidade de sobreviver e de desenvolver-se
tanto como um ramo do conhecimento, quanto como um método terapêutico".
Nas “Cinco Lições de Psicanálise”, escreve: para o Psicanalista “não existe
nada insignificante, arbitrário ou casual nas manifestações psíquicas. Antevê um motivo
suficiente em toda parte onde, habitualmente, ninguém pensa nisso; está até disposto a
aceitar causas múltiplas para o mesmo efeito, enquanto nossa necessidade causal, que
supomos inata, se satisfaz plenamente com uma única causa psíquica.” (Obras Completas -
1970- p. 36 – vol. XI).
Em 1938, fugindo do nazismo, Freud foi para Londres. Suas três irmãs, ao
contrário, morreram no campo de concentração.
Apesar dos 83 anos de idade e da doença, Freud ainda trabalhava; atendia
pacientes, mas sofria com muitas dores e sua filha, Anna, concedeu ao médico que o
atendia permissão para que aplicasse dose excessiva de morfina. Assim morreu o
inventor da Psicanálise, a 23 de setembro de 1939, aos 83 anos, em Londres, na casa onde
hoje é um museu que conta com seu divã, parte de sua biblioteca, suas
antiguidades, funcionando como guardiões da história da Psicanálise.
Bibliografia
Obras Completas – Vol. XI
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14/05/
2004
Muita gente pensa (e a autoridade de Popper tem reforçado muito esse pensamento) que a
investigação psicanalítica é um trabalho feito nas coxas e que as idéias subjacentes à
psicanálise servem tanto para explicar tudo quanto para justificar qualquer baboseira que se
apresente a título de explicação. "Grosso modo", seria assim: o psicanalista observa o jeitão
do paciente, realiza com ele uma ou duas sessõezinhas de livre associação, analisa dois ou
três sonhinhos e, sem perder mais tempo, tasca um diagnóstico na cara do infeliz. Depois
disso, fica só tentando convencer o pobre do analisando da absoluta verossimilitude da sua
interpretação, valendo-se para tanto (e como técnica de imunização à crítica) da própria
teoria psicanalítica. Ou seja, se o paciente aceita o diagnóstico, está provada a sua validade,
mas se o contesta, tal recusa não passa de uma "denegação" que, no fundo, é confirmação.
Se o paciente tenta contra- argumentar de uma forma mais complexa, tadinho, está ele
apenas "racionalizando"; e se de repente apresenta um comportamento inusitado que
aparentemente não fecha com o diagnóstico, prontamente o analista o interpreta como o
começo de uma "formação reativa". Em síntese, "cara eu ganho, coroa você perde" e assim
será sempre.
Não duvido que muitos psicanalistas realizam esse tipo de análise "selvagem" (a
incompetência e a presunção arrogante são mesmo endêmicas em "todas" as profissões),
mas essa idéia negativa que se tem da psicanálise é tão simplista quanto a pior interpretação
psicanalítica, e ambas têm em comum o fato de encerrarem os mesmos equívocos, sendo o
principal deles o fato de que tanto o mau analista quanto o cético mal informado — porém
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Como se vê, a própria psicanálise estabelece que “nenhuma conjectura proposta por um
psicanalista é infalível ou absolutamente certa”, o que significa dizer que as próprias regras do
método determinam que “todo” resultado a que se chegue através deste método encerra a
possibilidade de ser falso.
Decerto que o fato de uma hipótese ser potencialmente falsa não quer dizer que ela seja
“falseável”. Para que o seja, é necessário que haja um critério de falsificação. No caso em
questão, qual seria ele?
De acordo com a técnica psicanalítica, há uma maneira razoavelmente segura de distinguir uma
discordância válida de uma denegação que revela apenas resistência, e também de discernir uma
postura ativa (como a altivez de quem tem sólida auto-estima) de uma formação reativa
(exemplificada por aquela arrogância que não é senão a fachada compensatória de um
sentimento de inferioridade). Segundo Freud, a pedra de toque estaria, primeiro, na “medida
excessiva” das emoções presentes nos pensamentos e atitudes do analisando, no tamanho da
excitação irracional, na grandeza da desproporção entre a energia gasta e a racionalmente
necessária. Mas não só nisso, pois, como ressaltou Peter Gay, entre os comportamentos normais
“há lugar para uma indignação ou para uma admiração apaixonada”, de sorte que “onde há
fumaça, nem sempre há fogo”. Para que a intensidade do afeto seja um indicativo sólido de
que se está diante de um estratagema defensivo, ela deve ter também um “caráter compulsivo”,
ou seja, é preciso que se apresente de forma persistente e reiterada, como “padrão”
comportamental e de um modo tal que o paciente, a despeito de todo esforço consciente, mostre-
se incapaz de dissolvê-lo ou de se desembaraçar dele.
Em prol desse discernimento, também vale observar se há ou não contradição reiterada entre
intenção e resultado, entre linguagem verbal e a não-verbal ou corporal, além do que é mister
estar sempre atento às manifestações neurovegetativas — de difícil controle pela consciência —
que acompanham o pensamento e a ação.
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Essa maneira de avaliar o comportamento humano não é uma invenção de Freud. É algo que,
numa versão grosseira, sempre integrou o bom senso das pessoas. Por haver muita competição
nas comunidades em que vivemos, a evolução nos muniu com uma forma de raciocínio,
denominado por Charles S. Peirce de “raciocínio por abdução”, mediante o qual tanto armamos
tramas contra nossos semelhantes como desmontamos aquelas feitas contra nós. Trata-se de uma
forma de elaborar juízos que se desenvolveu na esteira da dialética malandro-otário. A
propósito, o termo “abdução” relaciona-se ao fato de que, nesta modalidade de raciocínio, os
atos e julgamentos possíveis de quem cogita figuram como premissas (realmente, é preciso
ter malícia para enxergar maldades veladas).
Acresce dizer que, se somos capazes de enganar os outros para auferir vantagens, também
somos capazes de enganar com as melhores das intenções (às vezes mentimos para um amigo
apenas para erguer o seu moral) e, também, de cometer auto-enganos deliberados. Afinal,
numa batalha, o guerreiro que não vacila é aquele que “reprime” o medo e age como o mais
valente dos mortais. Ademais, para que uma idéia se converta eficazmente em ação, é necessário
alijar da consciência qualquer pensamento que suscite dúvidas. E quando somos muito
dependentes de uma pessoa (econômica e/ou emocionalmente), convém esconder de nós
mesmos as lembranças muito ruins que temos dela e o intenso ressentimento associado a essas
recordações. Tal auto-engano deliberado é, a princípio, uma virtude. Mas o que é um
vício a não ser um excesso de virtude? Da mesma forma que o sistema imunológico, os
mecanismos de defesa do ego, até uma certa medida, são úteis à sobrevivência (do indivíduo, do
grupo, dos genes). Por outro lado, assim como o sistema imunológico pode voltar-se contra o
próprio organismo e dar origem a doenças auto-imunes, os mecanismos de defesa também
podem ocasionar efeitos tóxicos, mortificantes, como é o caso dos sintomas neuróticos.
Agora, voltemos ao que Popper disse a respeito da psicanálise. Em seu livro “A Lógica da
Investigação Científica”, o filósofo afirma estar convencido de que existe um mundo
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inconsciente e que as análises dos sonhos de Freud são fundamentalmente corretas. Diz
inclusive que a obra “A Interpretação dos Sonhos” é um grande sucesso. No entanto, nega à
psicanálise o estatuto de ciência por se tratar de uma teoria irrefutável; pois, segundo suas
próprias palavras, “não se pode dar qualquer descrição, seja qual for, de qualquer
comportamento humano LOGICAMENTE POSSÍVEL (o grifo é meu) que se mostre
incompatível com as teorias psicanalíticas”. (O Conhecimento Objetivo; Ed. Itatiaia; pág. 336)
Trocando em miúdos, se o paciente age de uma maneira “A”, isso comprova a interpretação
psicanalítica. E se age de uma maneira inversa (“não-A”), isso também confirma o diagnóstico.
Ora, vimos que as coisas não são bem assim. De acordo com a psicanálise, um ato de negação
do analisando nem sempre é um “sim” camuflado, e se é possível discernir uma recusa lúcida de
uma denegação reativa, jamais podemos saber “com absoluta certeza” se discernimos
corretamente, uma vez que, mesmo depois de caracterizada como um mecanismo de defesa, a
denegação do paciente pode de repente vir a se apresentar sem sobrecarga emocional e sem
compulsão, o que lançaria uma dúvida razoável sobre o resultado da investigação psicanalítica.
Por conseguinte, contrariamente ao que supunha Popper, a psicanálise admite comportamentos
humanos LOGICAMENTE POSSÍVEIS capazes de refutar não só interpretações aventadas no
decorrer da análise como até mesmo o diagnóstico final.
Diga-se a bem da verdade que Freud, muitas vezes em suas experiências clínicas, deparou-se
com comportamentos humanos capazes de refutar inclusive segmentos importantes do seu
‘corpus’ teórico. E sua atitude diante desses casos não foi a de um oráculo decidido a demonstrar
que qualquer coisa que aconteça está, no fundo, de acordo com suas proferições. Ao contrário,
quando percebia não haver mais meios plausíveis de salvar a teoria, não vacilava em abandoná-
la mesmo que isso lhe custasse muito. Foi assim que, em setembro de 1897, Freud renunciou
definitivamente à sua “teoria da sedução”.
Enfim, a experiência clínica revelou-lhe que, em contraste com esta teoria, muitas das
lembranças reprimidas dos pacientes são, na verdade, memórias fictícias, ou melhor, “fantasias”,
e que são fantasmáticas — isto é, distorcidas pelos desejos conflituosos do doente — mesmo
quando baseadas em traumas reais. A capitulação resignada aos fatos e o pesar da renúncia estão
presentes numa de suas cartas endereçadas a Wilhelm Fliess, a chamada “Carta do Equinócio”.
Nessa missiva, Freud escreveu: “Não acredito mais em minha neurótica (...) Eis-me obrigado a
ficar sossegado, permanecer na mediocridade, fazer economia, ser atormentado por
preocupações. (...) Rebeca, tire o vestido, você não é mais a noiva”. (A ironia é que, atualmente,
a crítica mais consistente do ceticismo cientificista à psicanálise é a que tem por foco a teoria da
sedução.)
Ao contrário do que afirmam seus detratores, Freud não foi um intelectual inflexível,
falacioso e que buscava no material clínico apenas confirmações de suas hipóteses. Em outros
termos, a teoria psicanalítica não é a extensão de um ego narcisista para o qual o
“argumentum ad hoc” funciona como
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estratagema de defesa. Para o fundador da psicanálise, a experiência é uma autoridade que ora
confirma, ora refuta. Mas, por não ser um empirista ingênuo, mantinha uma postura
cética — mas nunca
‘irracionalmente’ cética, como é comum entre os seus opositores — tanto frente às confirmações
como diante das refutações. Foi com esse ceticismo metódico que Freud ergueu o seu edifício
teórico. “A história da psicanálise” — escreveu Peter Gay — “é, nas suas quatro primeiras
décadas, em grande medida, a história de Freud modificando os seus pontos de vista sobre
a estrutura da mente, sobre a ação terapêutica, sobre a natureza dos instintos, sobre a
sexualidade feminina e sobre a ansiedade”.
De resto, quanto à teoria da repressão e do recalque (que, para Freud, é a pedra angular da
psicanálise), além das muitas observações e experiências realizadas no âmbito da própria
clínica, corroboram-na também vários testes experimentais feitos com base em outras técnicas:
sugestão pós-hipnótica, testes projetivos, entrevistas controladas e aqueles executados com
instrumentos de precisão como o taquistoscópio, a tomografia computadorizada, etc. Há, por
exemplo, os testes realizados no começo do século passado pelo psicólogo austríaco Herbert
Silberer, o experimento de Saul Rosenzweig (British Journal of Psychology, nr. 24, 1934, p.
247-65), o de Jerome Bruner e Leo Postman (1947), o de Michel Anderson e Collin Green
(2001) e o recente experimento de M. Anderson e J. Gabrielli (2004) em que se fez uso da
ressonância magnética funcional.
Claro que não se trata de provas terminantes, conclusivas. São provisórias, como o são os
resultados de quaisquer testes experimentais. E não é correto exigir da psicanálise o que nem
mesmo a ciência mais dura poder fornecer
5-CORRENTES PSICANALÍTICAS
que ele não tem acesso e a nossa proposta de botar um pouco de luz na obscuridade na mente.
In = dentro de sight luminosidade dentro de.◊= luminosidade Fala
também da grande descoberta de Freud sobre o papel dos sonhos como mensagens em
código de tudo o que se passa no inconsciente. Alerta para o cuidado com interpretações mais
estereotipadas dos símbolos e propõe que sempre é preciso ver o que a pessoa quer dizer ou
associar com uma imagem que aparece no sonho: “A coisa é o contexto
– é conversar com o paciente.” Zimerman fala que Freud está em
parte está superado, porque não saiu do Édipo. Reconhece que ele foi até camadas mais
primitivas, incluindo o conceito de narcisismo, mas não há como negar que a cultura e os
valores mudaram. Recorre à metáfora de uma árvore que tem raízes fortemente plantadas no
chão e que formam um tronco, que dá galhos, ramos, que, por sua vez dão folhas, e flores,
que deixam cair novas sementes. Os ramos representam as novas escolas, que lançam as
sementes dos futuros.
2. Escola da teoria das relações objetais – Melanie Klein, Ferber. Objetos são pessoas que
entram pra dentro da gente, podem ser boas ou más. Klein falda de uma inveja primária
(inveja do seio da mãe). Os fatos que são penosos, que a criança quer negar, ela dissocia,
como se despedaçasse e projeta no outro, o que Klein denomina identificação projetiva.
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3. Escola da Psicologia do Ego, que começou com Hartmann e que aborda as funções da
mente – atenção, concentração, pensamento, juízo crítico.
5. Escola estruturalista francesa de Jacques Lacan, que propõe um tempo da castração simbólica
que interfere no tempo de sessão. Zimerman diz aprendeu em Lacan que o inconsciente não é
só fonte de pulsões e repressões e que o discurso dos pais, o desejo dos pais vai entrando no
inconsciente da criança.
6. Winnicott
(foi inventar que a criança tinha fantasias sexuais); Klein, que recuou no tempo e percebeu
que desde recém-nascidas já tinha fantasia e reações e Bion com a idéia de campo
analítico.
Finalmente fala da patologia do vazio, onde existem carências, temos que suprir
complementar, preencher vazios. A análise é um momento sagrado para o paciente, um espaço
onde vai poder reproduzir as experiências mal resolvidas. Hoje a transferência é vista como uma
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necessidade de repetição, onde o paciente mostra as carências dele. Para finalizar, alinha-se
mais uma vez com Bion, chamando de crescimento mental o resultado da análise. Opta por
falar em término de uma análise, mas não cura, pois a vida continua mudando e trazendo
outros contornos
Bibliografia
Obras Completas – Vol. XI
Revista Percurso nº13, do Instituto Sedes Sapientiae, em 1994, “Epistemologia e
Psicanálise : o Estatuto do Sujeito”.
“Três Ensaios sobre uma teoria sexual” - Freud
Anotações das aulas ministradas pelo professor Tácito , no Curso “Infância, Psicanálise e
Educação”, no Lepsi – USP- 2002
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Registro da Profissão
PSICANALISTA
Reconhecimento:
Os psicanalistas têm sua profissão classificada reconhecida no Ministério do Trabalho têm sua
profissão na CBO (Classificação Brasileira de Ocupações) - Portaria nº 397/TEM de 09/10/2002,
sob o nº 2515.50. podendo exercer sua profissão em todo o Território Nacional. O Psicanalista é
um profissional que pratica a Psicanálise em consultórios, clínicas e até hospitais, empregando
metodologia exclusiva ao bom exercício da profissão, quais sejam, as técnicas e meios eficazes da
psicanálise no tratamento das psiconeuroses.
REGULAMENTAÇÃO DA PSICANÁLISE
CONTATOS:
SETEAD-
SEMINÁRIO DE EDUCACÃO TEOLÓGICA KERIGMA DIDACHE
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EMAIL: falecomsetead@gmail.com
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