Epicurismo e Estoicismo - Parte 2

CORAÇÕES E ALMAS
EPICURIS MO E E ST OIC ISMO

PA R T E 2
Erico Almeida - ericoengcomp@gmail.com - CPF: 048.602.694-97 07

Anos depois da fundação do Jardim ( que é a escola
do Epicuro, que a gente acabou de falar), uma outra
escola filosófica tomou forma na Grécia. O Zenão de
Cício (que nasceu em 324 a.C.) fazia palestras em
locais públicos de Atenas, né? E um dos locai preferi-
dos do Zenão ( ou Zeno – como vocês queiram
chamar) era, exatamente, um prédio chamado Stoà
Poikíle, ou seja, o Pórtico Pintado, que ficava na
Ágora ( Ágora, vocês sabem é a praça grega onde
todo mundo ia comerciar, discutir, falar sobre
democracia, política).
Erico Almeida - ericoengcomp@gmail.com - CPF: 048.602.694-97

Então, por conta do nome desse prédio Stoà Poikíle,
Stoà ficou estoico e virou o nome da doutrina, né?
Estoicismo por causa do Stoà. Então, ele ficava dando
as suas aulas pela rua ali. E a filosofia estoica se
resume em uma premissa (eu falo muito de estoicis-
mo, que é uma escola filosófica na qual eu me
vinculo com muita força, né, cara?) e essa premissa
dela é a seguinte:
“SE NÓS NÃO PODEMOS INTERFERIR NO CURSO

DOS EVENTOS, O QUE NOS RESTA FAZER?”
“PODEMOS MUDAR O MUNDO, PODEMOS

MUDAR A FORMA COM ENXERGAMOS O MUNDO,
A MUDAR A NOSSA MENTE E ACEITAR OS
ACONTECIMENTOS”.

O estoico virou sinônimo daquele que se resigna
diante dos sofrimentos da vida. Um dos mais famo-
sos conceitos da escola que é, exatamente, a ataraxia,
que significava ausência de inquietação. Tu conse-
guir viver livre de perturbações (de uma maneira
estoica – como a gente costuma dizer até hoje).
UM DOS MAIS NOTÓRIOS SEGUIDORES DO

ESTOICISMO, CARA, FOI O SÊNECA.

Só que o estoicismo começa lá em 324/300a.C. e o
Sêneca (o qual eu tenho o livro aqui dele Shortnees of
Lifes, Sobre a Brevidade da Vida) ele só foi começar a
escrever em (ele nasceu em 4a.C. e morreu em
65d.C., foi Nero – o cara que botou fogo em Roma –
que mandou ele se matar, cara, tu acredita nisso?)
E o Sêneca (para tu ver, exatamente, o tamanho do
Império greco-romano) ele era de Córdoba, da Espa-
nha, ele era cordobês, e ele viveu grande parte da sua
vida na própria Roma.

E, como eu já falei para vocês, ele tinha essa vincula-
ção com Nero, ele era conselheiro do Nero. E por dé-
cadas, o epicurismo e o estoicismo disputaram a
atenção dos antigos cidadãos, que acabavam tendo
embates diários na própria Ágora de Atenas ( essa
grande praça – onde se discutia política, filosofia, de
tudo, né?). E apesar, cara, de distintas, as duas
escolas tinham uma ética comum: ambas acredita-
vam que a filosofia era um modo de vida. E nessa
parte da aula, eu vou falar um pouco mais sobre o
estoicismo, porque é a escola filosófica clássica a qual
eu me vinculo.

E qual é a parte mais punk, mais triste do
estoicismo?
CARA, É QUE O ESTOICISMO TE ENSINA

QUE A VIDA É DIFÍCIL.
O estoicismo foi uma filosofia que prosperou por

quase quinhentos anos, quatrocentos e oitenta anos
lá (na Grécia e na Roma Antiga). E era popular entre
todas as pessoas, entre os escravos, os aristocratas,
todo mundo. Por quê? Porque, diferentemente das
outras filosofias, ela era útil.

ELA ERA ÚTIL QUANDO TU
ENTRAVA EM PÂNICO;
ERA ÚTIL QUANDO TU QUERIA

DESISTIR DAS COISAS;
ERA ÚTIL QUANDO TU

TE DESESPERAVA;
ERA ÚTIL QUANDO TU FICAVA

ENFURECIDO COM A TUA
PRÓPRIA EXISTÊNCIA.

E há dois grandes filósofos no estoicismo, cara.
O primeiro deles, que eu já falei para vocês, é o pró-
prio Sêneca. E aqui eu vou deixar para vocês indica-
ção de leitura, todo mundo: “Bah, bibliografia,
bibliografia, Conrado”. Eu sempre coloco, está lá nos
nossos e-books a bibliografia das aulas que a gente
tem. Esse é um livro que eu aconselho
vocês a lerem. Sobre a Brevidade da Vida, do Sêneca.

Ele é curtinho e uma frase importante do Sêneca
é aquela:
“ARS LONGA, VITA BREVIS”.

A ARTE É MUITO LONGA, O
CONHECIMENTO É TÃO GRANDE
(olha quantos livros eu tenho aqui) e a vida é tão

curta para a gente ler todos, viver todos, apreciarmos
todos. Mas. O que o Sêneca diz nesse livro que é
muito importante, mesmo sabendo disso? É que se
tu te dedicar a crescer, se tu te dedicar a ser melhor,
o tempo é teu amigo. Se tu não se dedica a ser
melhor, o tempo é teu inimigo. Tu vai ficando mais
velho, mais fraco, mais desolado.

Ao passo que se tu estuda, tu vai ficando mais sábio,
mais inteligente, tem mais conhecimento.
QUANTO MAIS EU SEI MAIS EU SOU.
Todos esses grandes filósofos falaram isso aí. E o

nosso outro nome, além do Sêneca, é exatamente,
cara, o imperador Marco Aurélio, o bondoso e magnâ-
nimo imperador Marco Aurélio. E o Marco Aurélio,
cara, ele nasceu em 121 d.C. (eu não tenho o livro
Meditações, aconselho também a leitura para vocês,
vale a pena dar uma folheada, ótima leitura; eu tenho
ele no meu e-book aqui, aconselho mesmo a leitura).
Ele nasceu em 121 d.C. e foi morrer em 180 d.C.,
morreu com 60 anos.

Ele era um cara, meu, que foi forçado a viver, a maior
parte do seu reinado, lá nos limites do Império, no
norte, lutando contra as hordas germânicas – os visi-
godos, ostrogodos. E nisso, cara, ele começou a ver
cada vez mais a morte, o sofrimento, o terror.
E mesmo vivendo em plena guerra com as hordas
germânicas no terror, ele encontrava tempo para es-
crever os seus tratados de filosofia. Estão, exatamen-
te, aqui as Meditações, de Marco Aurélio.
E o estoicismo acaba nos dando soluções para
problemas do nosso dia a dia.

O PRIMEIRO DESSES PROBLEMAS
É A ANSIEDADE.
Quando você está ansioso sobre algo, e a maioria das

pessoas estão ao teu lado, eles também ficam inco-
modados. Eles estão te vendo ansioso, eles ficam an-
siosos, fica todo mundo ansioso. E aí eles acreditam,
né (isso aí tu vive no teu dia a dia) eles acreditam que
é o dever delas tentar te animar. Não importa quão
inteligente essas pessoas sejam, eles vão dizer para ti:
“Não, vai dar tudo certo”. “Não te preocupe”. Tipo, eu
me lembro, eu tinha o meu pai morrendo com
câncer e todo mundo dizendo: “Não, vai dar tudo
certo”. Não vai dar tudo certo... Vai acabar, a gente
tem que aceitar. E aí os estoicos se horrorizavam com
isso, eles odiavam qualquer consolo, quem incitasse o
ouvinte a ter esperança.

Diziam eles que
A ESPERANÇA ERA “O ÓPIO DAS EMOÇÕES”.
Elas deveriam ser erradicadas completamente para

que uma pessoa possa ter alguma chance de alcan-
çar paz interior. Porque a esperança apenas eleva
uma pessoa ainda mais alto, para depois ela cair,
para eventual queda – digamos assim.

Os estoico aconselhavam a tomar um caminho dife-
rente. Para ficar calmo, deve se ter em mente o pior
cenário possível. Essa é a filosofia deles. Agradecer
por estar se fodendo pouco. Pode dar tudo errado,
porém se tu tiver na tua mente que apesar de tudo
que tu sofrer, tu vai sobreviver. Está tudo certo.
Porque no fim como disse Marco Aurélio:
“NÓS SOMOS TODOS MAIS FORTES

DO QUE PENSAMOS”.
E é verdade. A gente começa a passar por perren-

gues cada vez maiores. Só que se tu pensar que tu
pode ter um sofrimento ainda maior que eles,
tu vai agradecer, meu irmão.

É o que eu digo para vocês, constantemente:
AGRADEÇA POR ESTAR SE FODENDO POUCO.
É o famoso amor fati: ame o destino. Encontre o des-

tino, encontre um sofrimento a possibilidade de
crescer. Quando tu passa um perrengue desses, é a
tua oportunidade de ser maior; agradece por ter feito
um teste desse; agradece por ter superado; agradece
por ter vivido uma experiência que poucas pessoas
viveram. E foi assim que os estoicos fizeram para
construir uma imagem da própria resiliência.
Os estoicos sugeriram ensaiar regularmente
os piores cenários.

Tem um teste dos estoicos (se tu quiser fazer na tua
casa, fica aí a ideia, né cara...), duas vezes por ano, eles
faziam o quê? Eles se despiam das suas roupas chi-
ques (ficavam nus, né?) e se colocavam em trabalhos
sujos, sofriam numa jornada tortuosa, depois iam
dormir no chão numa coberta jogada na cozinha,
comiam apenas um pão velho com um pouco de
água, que ficava na vasilha dos cachorros. E assim,
cara, que Marco Aurélio (era ele que propunha isso aí)
assim, Marco Aurélio acabou descobrindo algo
impressionante. Ele descobriu o quê?
QUE NADA DE MATERIAL É PRECISO PARA UMA

VIDA FELIZ ÀQUELE QUE ENTENDEU A SUA
EXISTÊNCIA.

Presta atenção nessa frase, cara: Nada de material é
necessário para a felicidade daquele ser humano que
entendeu a sua existência.
O OUTRO ASSUNTO DO INTERESSE DOS

ESTOICOS ERA A RAIVA.
Os romanos eram um povo muito mal-humorado,

sabem né? Sangue quente, aquelas histórias e tal
que eles mesmos falavam para si mesmos. Os estoi-
cos tentavam acalmar os romanos de uma forma
meio incomum; né cara? Através da argumentação
intelectual.

A gente só grita quando acontece algo ruim e ines-
perado! Algo que estava fora do teu pensamento.
Por exemplo: tu nunca vai gritar de raiva porque co-
meçou a chover, a não ser que seja uma criança, mas
tu é adulto e não vai gritar de raiva porque está cho-
vendo. Por quê? Porque mesmo que a chuva seja
horrível, tu sabe que a chuva vai passar. Tu aprendeu
a aguardar a chuva. O mesmo se deve aplicar, cara –
essa visão de mundo - deve-se aplicar a tudo. Não
apenas espere pela chuva, mas espera pela traição.
Espera pela infâmia. Espera pelo sadismo.
Espera pelo furto.

ESPERA PELA HUMILHAÇÃO. ESPERA PELA
LUXÚRIA. ESPERA PELA GANÂNCIA. ESPERA
PELO DESESPERO.
Cara, a gente para de ficar com raiva – de ficar assim

com essa raiva exacerbada – quando aprendemos
sobre os fatos verdadeiros da miséria da vida. Quando
tu sabe da grande tristeza humana, do grande sofri-
mento humano, tu para de ter raiva. Tu poderia estar
te dando pior. A pessoa sábia deve almejar um
estado que nada possa, de repente, perturbar a sua
paz de espírito. Toda a tragédia já deve ser levada em
conta.

É o que eu falo para vocês, constantemente, porque
eu aplico esses ideais do estoicismo na minha própria
vida. Essas duas escolas filosóficas nos ensinam im-
portantes lições. O que elas nos ensinam?
COMO LIDAR COM A POSITIVIDADE

– foi o que eu estava falando do epicurismo.
E COMO LIDAR COM A NEGATIVIDADE.
Esses dois pontos de vista se encaixam, perfeitamen-

te, com o nosso objetivo de não nos rendermos aos
sentimentos de tédio, de impaciência, de medo e de
confusão. Te lembra quando a gente falava na aula
anterior? Que a gente sai desse momento de apren-
dizado, vai chegar no momento da prática e ali a
gente já para.

Essas duas escolas filosóficas nos ensinam importan-
tes lições. O epicurismo nos ensina a lidar com a posi-
tividade, com as facilidades da vida. E o estoicismo
nos ensina a lidar com a negatividade, com as dificul-
dades da vida, trazer para esse caminho central. E
esses dois pontos de vista se encaixam, perfeitamente,
com o nosso objetivo. E qual é esse nosso objetivo?
Aquilo que a gente falou na aula passada. Quando a
gente faz essa caminhada da etapa de aprendizado
para a etapa de prática.

Quando as pessoas começam a se render, ter essa
fagulha do conhecimento, essa vontade de ser maior,
elas acabam se rendendo ao sentimento de tédio, ao
sentimento de impaciência, ao sentimento de medo,
ao sentimento de confusão. Logo quando a gente
está vivendo esse momento sublime, né? De sentir
dentro dos nossos ossos! Lá dentro do sangue! Ba-
tendo no teu coração essa sensação de poder indô-
mito, essa sensação de clarividência total, essa
sensação de Inteligência indômita! Como falávamos,
antigamente (aí na nossa última aula – antes da apre-
sentação sobre epicurismo e o estoicismo) o grande
problema é pararmos de observar e pararmos de
aprender.

Nesse momento em que a fagulha vem dentro de ti,
que é o momento do aprendizado, tu tem que dar o
passo adiante e tu fica paralisado. Não tem cabimen-
to. Se começamos a respeitar os princípios dessas
duas escola clássicas, começamos a controlar as
nossa emoções. E começamos a deixar que o tempo
siga o seu curso. É nesse momento que algo notável
começa a tomar forma. À medida que continuamos a
observar e a seguir orientação dos outros – dos
nossos mentores – passamos a enxergar tudo com
mais clareza, aprendendo as regras e percebendo
como as coisas funcionam e se encaixam.
ESSE É O CAMINHO DA VIDA.

Se seguimos praticando, conquistamos fluência.
Passamos a dominar as habilidades básicas o que
permite enfrentar desafios inéditos e mais interes-
santes. Passamos a ver conexões, até então, imper-
ceptíveis para nós. Cara, essa é a parte mais legal.
Quando tu começa a ter certeza de ti mesmo, tu
começa a fazer desafios mais graves. Desafios mais
interessantes, mais importantes, mais difíceis.
E ASSIM É QUANDO O
“QUANTO MAIS EU SEI”
SE TORNA O “MAIS EU SOU”.

Quanto mais certeza tu tem de ti, mais passos tu
quer dar, passos mais largos, desafios mais difíceis.
Enfrentar o desconforto de uma maneira mais trans-
parente para ti. E toda vez que tu alcança esse novo
passo, esse novo local, tu está sendo maior, está
existindo mais. Essa é a parte mais linda, cara!
E lentamente, a gente começa a adquirir confiança
em nossa capacidade de resolver problemas e
superar nossas limitações.
Tudo isso acontece por quê?

POR MEIO DA PERSISTÊNCIA.

Então, essas duas escolas filosóficas clássicas – o epi-
curismo e o estoiscismo – te ensinam a ter, te ensi-
nam a viver persistência. A não desistência, a manter
dentro de ti essa chama acesa. É assim que tu vai
conseguir dar o passo adiante. É assim que passamos
de meros observadores do mundo a seres dotados de
ação e vontade. Que é o que Schopenhauer vai dizer
dois mil anos depois. Começamos a ter a certeza
de nós mesmos e a ver nascer as nossas próprias
ideias. Cara, tu começa a pensar e vem aquilo (tuf...)
tem um estouro na cabeça.

Tu já teve uma ideia que fez assim: “Bah, como é que
eu pensei isso?” Tu começa a ter orgulho da compre-
ensão. Tu começa a ficar: “Bah!” “Bah!” Tu começa a
viver né, propriamente, a filosofia conradiana: Quanto
mais eu sei mais eu sou. Cara, o nosso mundo cresce,
nossos corações e almas começam a se tornar mais
criativos.
AO INVÉS DE APENAS APRENDER COM OS

OUTROS, PASSAMOS A CONTRIBUIR COM O
NOSSO PRÓPRIO PENSAR.
Com a nossa marca única!... Com o nosso

pensamento, com as nossas ideias.

Tu entende que é assim que tu vai ajudar o mundo?
Quando tu começar a ter ideias próprias. Isso só vai
se dar por esse caminho: do aprendizado e quando
tu começar a entrar no mundo prático. Tocar o
mundo, encostar nas coisas, descobrir, chegar no teu
limite e ir adiante, se habituar. Nós vamos usar os
conhecimentos em expansão de maneira cada vez
mais criativa.
EM VEZ DE APENAS APRENDER COM OS OUTROS,

NÓS VAMOS CONTRIBUIR COM O NOSSO PRÓ-
PRIO ESTILO E COM A NOSSA INDIVIDUALIDADE.

Tu vai contribuir com aquilo que te faz único.
E com o passar do tempo, na medida em que a gente
persevera dentro desse processo, a gente dá mais um
salto no nosso crescimento. É por isso que é triste ver
que as pessoas desistem naquele momento inicial do
aprendizado. Não chegar nem no passo dois.
Te lembra quando tu começou a dirigir? Tu lembra
quando começou a tocar um instrumento? Quando
tu começou um novo trabalho? O carro, os pedais, as
marchas já não são mais tão estranhos assim.

Tu começa a internalizar os movimentos aprendidos.
Por quê? De tanto que tu repete... Essa é a mecânica
sendo aprendida. As cordas ou as teclas dos instru-
mentos – se tu toca piano – já estão memorizadas na
tua cabeça. Tu já faz os acordes do violão automatica-
mente. Tu vai ouvindo e já vai identificando as notas
musicais. E no trabalho funciona da mesma forma.
Tu começa a entender a dinâmica do grupo. Tu
começa a entender como o mercado reage; qual é a
psicologia do teu chefe; como é que os teus
colegas interagem.

A gente pode aplicar essa mesma sensibilidade a
situações sociais, enxergando melhor as pessoas e
prevendo as suas reações. Aprendemos tão bem as
regra que agora a gente pode transgredi-las e rees-
crevê-las. Cara, a parte magnífica do conhecimento
é quando tu sai do aprendizado para a prática e
começa a chegar no domínio.
“DE TANTO PROCURAR, APRENDI

A ENCONTRAR”
“DEPOIS QUE O VENTO ME OPÔS RESISTÊNCIA,

APRENDI A NAVEGAR COM QUALQUER VENTO”.
Já diria o Nietzsche – como a gente já comentou

algumas aulas atrás.

Todos esse filósofos, cara, o Nietzsche, o Sêneca, o
Marco Aurélio, o Epicuro, Aristóteles, Platão, Sócrates,
Hegel, Kant, Schopenhauer, todos falavam a mesma
coisa. Tu vai aprendendo e nesse processo, que cul-
mina com essa forma máxima de poder, podemos
identificar três fases distintas – que é aquilo que eu
falo para vocês.

A PRIMEIRA DELAS É EDUCAÇÃO
– o aprendizado.
A SEGUNDA É: A PRÁTICA.
E A TERCEIRA É: O DOMÍNIO.
Agora a gente está chegando nessa terceira fase.

No processo, que culmina com essa forma máxima
de poder, podemos identificar três fases ou três
níveis distintos.

A primeira é a parte da educação – do aprendizado.
A segunda é a prática. E a terceira é o domínio. Só
que para recapitular aqui, para que todo mundo
esteja no mesmo passo. Na primeira fase, ainda esta-
mos fora do campo, aprendendo tanto quanto possí-
vel sobre os elementos e as regras básicas. Temos
apenas uma imagem parcial da realidade, portanto
os nossos poderes são limitados.

Na segunda fase, que é essa da prática, é por meio
de muita prática, de muita imersão que vemos o inte-
rior da máquina; como as coisas se conectam umas
com as outras e portanto a gente consegue ampliar a
nossa compreensão sobre o tema. A capacidade
de experimentar e de atuar criativamente com os
elementos componentes. Essa é a parte principal da
prática. Tu entender como é que funciona e tu poder
tocar nos elementos e inventar um jeito novo de ver o
mundo.

E aí tu acaba caindo na terceira fase. Que é quando
esse nosso grau de conhecimento, experiência e foco
é tão profundo que agora tu pode ver a imagem
completa, com clareza absoluta. Tu entende como a
vida funciona! Essa é a maturidade! É por isso que
todos esses filósofos abriram as suas escolas eles já
tinham, quarenta anos, cinquenta anos, trinta e cinco
anos -- no caso do Epicuro. Tu entende esse pontos?
Cara, é por isso que as obras desses grandes mestres,
é por isso que as obras desses grandes artistas tocam
a nossa alma.

Porque esse artista ele captou algo que compõe a
essência da vida humana! É por essa razão que o
cientista consegue modificar a realidade. Ele tem
esse brilhantismo de descobrir uma nova lei da Física,
ou do inventor, do empreendedor criativo, que pode
se deparar e criar algo que ninguém jamais
imaginou. As pessoas, né, o Henry Ford dizia:
“SE EU PERGUNTASSE PARA OS MEUS CLIENTES

O QUE ELES QUERIAM, ELES DIRIAM QUE
QUERIAM CAVALOS MAIS RÁPIDOS”.

E aí, aos cavalos, ele inventou o carro; ao navio foi in-
ventado o avião. Te lembra quando a gente tinha os
telefones aqueles com fio? “Alô, como é que tá?”
Hoje a gente está com o celular na mão transmitindo
broadcast ao vivo para o mundo todo. Podemos
chamar essa coisa, cara, o poder de intuição. Só que
essa intuição – as pessoas: “Ah, intuição é algom
mágico... que vem das estrelas”. Não tem nada disso,
cara.
A INTUIÇÃO NADA MAIS É DO QUE

UMA APREENSÃO REPENTINA E IMEDIATA
DO QUE É REAL!

É quando tu aprende as coisas pela vida sem a ne-
cessidade de palavras ou fórmulas. Olha a live que a
gente fez com o Olavo de Carvalho. Assiste, lá!
Vai lá no A tacada e assiste! A gente fala, exatamente,
sobre isso: do poder da intuição. Do poder de tanto
trabalhar no mundo, tanto viver a realidade, tu conse-
gue perceber as conexões. Muitas vezes, essa
percepção está em nível de inconsciente. Tu não te
dá conta; tu só sabe que é assim. As palavras e as
formas podem vir depois, mas esse lampejo
de percepção é o que nos aproxima da realidade.

Aí onde a gente consegue ficar mágico. É quando a
nossa mente de súbito se ilumina por alguma partí-
cula da verdade até então desconhecida, tanto de
nós quanto dos outros. É quando pá!... essa coisa -
que é o que nos diferencia dos animais. Cara, olha só:
os animais, mesmo eles sendo capazes de aprender,
eles dependem dos seus instintos para poder sobre-
viver em seu habitat e também conseguir se
salvarem dos perigos dos seus dia a dias, de uma
maneira eficaz.

Já os seres humanos não. A gente não vive baseado
só no instinto. A gente aprendeu, desde que a gente
saiu da savana africana, a gente baseia as nossas es-
colhas a partir da racionalidade.
O SER HUMANO TEM QUE USAR A SUA

RACIONALIDADE, A SUA PERCEPÇÃO PARA
ENTENDER O SEU ENTORNO, PARA ENTENDER O
SEU AMBIENTE, PARA ENTENDER AS SUAS
CIRCUNSTÂNCIAS.
Só que pensar toma muito mais tempo do que agir

por instinto. O que torna as atitudes dos homens
muito mais lentos e por isso muito mais ineficazes.

Porque o cara tem que pensar! Que é aquela parte
do aprendizado, tem que pensar:
“Qual é o dedo que eu tenho que botar

para fazer essa posição?”
“Como é que é um Dó do violão?”
“Ah, eu tenho que apertar a embreagem
e mudar a marcha aqui”.
Tu tem que pensar as coisas. Daqui a pouco isso tudo

vai ficando de uma maneira introjetada em nível de
inconsciente, dentro de ti. Muito do nosso processo
mental tende a nos desconectar do mundo.

Na infância, ainda temos parte dessa capacidade,
dessa espontaneidade intuitiva, mas em geral, cara,
depois que a gente vai crescendo, a gente perde
essas faculdades. Devido ao quê? Devido ao grande
número de informação. Tu te torna cada vez mais ra-
cional. Cada livro que tu leu é um aprendizado
novo para a tua vida. Tudo isso pensa dentro de ti,
todas as informações tu tem que carregar com os
teus anos vividos.

As pessoas as quais a gente chama de gênio, essas
pessoas conseguem através de uma prática reinci-
dente, ou seja, de tanto fazer as coisas por anos, exe-
cutar as suas tarefas com amplo grau de naturalida-
de. Parece natural, parece que ele nasceu para aquilo.
E aí quando tu consegue observar essa pessoa,
quando tu vê ela agir, tu vê que essas tarefas ergu-
lhas, que elas realizam, parece que elas estão fazendo
como se fosse um passatempo infantil.

Vocês assistiram ao Michael Jordan, no The Last
Dance? Olha o que o cara faz! Olha o domínio que ele
tem do esporte, olha o domínio que ele tem da
equipe. Parece uma coisa natural para ele. Já viu os
documentários do Picasso, pintando? Parece que ele
está fazendo – lá sei eu...—passeando, dançando.
Ele está pintando. Obras-primas! Já viu o Pavarotti
cantando? Assiste o Pavarotti. Coloca aí, no YouTube:
Pavarotti cantando Nessun Dorma. Ele só abre a
boca (la...la,la).

Natural para o cara, te parece natural. E é natural
para ele. Por quê? Pelo treino, pela continuidade.
Meu, presta a atenção, cara:
QUANTO MAIS TREINAMOS, COM FOCO E

DETERMINAÇÃO, MAIS DESPERTAMOS A
CAPACIDADE INTUITIVA EM NOSSO
CÉREBRO HUMANO.
Quanto mais tu treina, mais tudo fica natural para ti.

Tenta ver nas tuas ações do teu dia a dia. Cara, e olha
só, eu não estou falando nada de metafísico, de eso-
térico, de sobrenatural – “Ah, a intuição. O espírito
falou para mim”. Não é! É de tanto tu treinar, tu
introjeta num alto nível.

Cara, eu estou apenas afirmando para vocês que:
aquela sensação raríssima as pessoas podem vivê-la.
De poder supremo, essa sensação raríssima, de inteli-
gência indômita, que tu fica assim: “Meu Deus, como
é que eu pensei isso?” Essa sensação raríssima duma
criatividade exponencial, cara, ela pode ser aprendida
quando superamos os estágios iniciais do aprendiza-
do e nos dedicamos à prática.
ELA PODE SER APRENDIDA QUANDO

SUPERAMOS OS ESTÁGIOS INICIAIS DO APRENDI-
ZADO E NOS DEDICAMOS À PRÁTICA REITERADA.

Anos... dez mil horas fazendo as coisas, Eu tenho cer-
teza absoluta, cara, que tu já viveu esse momento de
poder, esse momento de inteligência, esse momento
de criatividade. Só que muitas vezes tu não te deu
conta. Meu, traz para o teu dia a dia – obviamente,
nós estamos falando aqui de pessoas que são o su-
prassumo da existência humana – mas traz para o
teu dia a dia, cara. Quando tu gosta de cozinhar, por
exemplo, tu sabe quando o prato está pronto sem ter
que olhar para o relógio. Tu assa tanto churrasco que
tu sabe o ponto da carne só de olhar.“Ah, agora está
bom”, tira e está perfeito. Né?

Tu sabe a quantidade de sal que tu tem que colocar
e tu sabe que está gostoso, tu não pensa: “Bah,
mas essa panela quanto é que eu usei, quanto é que
não foi?” Tu não te preocupa, tu coloca e fica gostoso.
Por quê? Porque já está dentro de ti. Se o cara gosta
de futebol, meu pai via futebol e gritava assim: “Gol”,
e eu: “Cala a boca, que gol?” “Goool!” lá adiante,
porque meu pai gostava de futebol. Ele entendia o
que estava acontecendo lá, ele conseguia prever o
que ia acontecer. E essa previsão, essa clarividência é,
exatamente, o que a gente convencionou chamar de
intuição; que tu aprende tocando o mundo repetida-
mente, reiteradamente.

Só que esses teus momentos de intensa criatividade,
intensa inteligência, intenso poder são momentos
efêmeros. E tu nunca te preocupou em observar
como é que tu chegou nesse ponto de domínio abso-
luto. Alguns filósofos fizeram isso, né? Como a gente
já falou nessas aulas todas desse módulo. Porém
quando tu aplica esse mesmo método para os outros
campos da tua vida, com o mesmo empenho, tu
começa a ver, começa a entender que a intuição é
um poder sob o nosso controle.

Bah! Agora aqui a gente, né? Estamos noutro nível!
Né? De tanto treinar, esse poder da intuição está sob
o teu controle. Só que ele é um fruto de um processo
mais longo. São horas e horas a fio, anos!... Não é à toa
(mais uma vez, que a gente já conversou) que esses
grandes mestres só foram começar a ensinar com
quarenta, cinquenta anos. Não tinha chutador ali; era
de tanto fazer, de tanto aprender. E ninguém era filó-
sofo lá. O Sócrates não era filósofo; ele era general,
era militar. Sócrates aprendeu a fazer carpintaria com
o pai dele.

O PODER DA INTUIÇÃO É UMA COMBINAÇÃO DO
TEU INSTINTO E DO TEU RACIONAL, DO TEU
CONSCIENTE E DO TEU INCONSCIENTE, DO TEU
HUMANO E DO TEU ANIMAL.
Essa nossa maneira de estabelecer conexões com o

ambiente e sentir ou de pensar dentro das coisas.
Tu olha um carro, tu não é o carro, mas tu entende o
carro de pronto. Se tu toca piano, tu olha o piano, tu
entende de pronto; tu sabe quais são as oitavas, tu
sabe quais teclas tu tem que apertar para alcançar
cada escala; tu sabe a partitura de pronto, sabe a
Clave de Sol, a Clave de Fá, a Clave de Dó, sabe tudo...

A gente chama ele de filósofo hoje. Todos esses caras
não sabiam que eles eram filósofos naquela época.
O grande problema da Modernidade, meus amigos, é
que quando a vida cotidiana começou a tolher nossa
existência, exatamente, pelas limitações da nossa
consciência. É tanta positividade, é tanta facilidade,
é tanto comodismo que abandonamos a única ma-
neira de alcançar esse nível do domínio de uma ma-
téria. Já não mais dedicamos o nosso tempo ao
aprendizado. Ninguém mais dedica tempo ao apren-
dizado. Muito menos aceitamos dedicar horas e
horas em processos práticos até alcançar o nível
máximo do domínio.

As pessoas não têm mais saco de estudar! Não se de-
dicam mais:
“Não isso aqui eu não vou pegar, muita facilidade”.

“Isso aqui tem vídeo na internet”.
“Isso aqui fulano falou”
Pouco interessa...
A MODERNIDADE AFASTOU OS SERES HUMANOS
DO MUNDO PRÁTICO.
As pessoas já não fazem mais nada. Para tudo exis-

tem empregados, ou existem serviçais que tu pode
contratar para resolver todos os teus perrengues.
As pessoas já não vivem mais nessa esfera prática.
Na esfera tangível da existência.

Já não sabem mais como impactar o seu mundo e
nem o redor da sua própria existência. E aí no
momento que ela não consegue impactar o mundo,
nem ao seu redor, na sua casa, na sua família, na sua
vizinhança, nem os amigos, ela deixa de encontrar
sentido na sua vida. E acaba acontecendo o quê?
Essas pessoas acabam afundadas em doenças emo-
cionais. O cara deixa de ver sentido, por quê?
PORQUE DESAPRENDEU A TENTAR;

DESAPRENDEU A SE ARRISCAR; DESAPRENDEU
A ENFRENTAR O DESCONHECIDO.

E por querer encontrar alguma solução ao teu deses-
pero, tu procura os atalhos de diferentes tipos. É isso
que as pessoas fazem... As pessoas não dedicam mais
o seu tempo à expansão da consciência. O que é a
expansão da consciência? Quanto mais eu sei mais
eu sou.
É ESTUDO! É LEITURA! É ARTE!

É FILME! É MÚSICA!
Elas abandonam qualquer oportunidade de senso

de controle diante de qualquer pífia dificuldade. O
que nós estamos falando aqui, cara? Quanto mais tu
aprende, mais tu treina, mais tu pratica, mais contro-
le tu tem. E aí tu vai poder ser esse homem capaz de
mudar as suas circunstâncias.

Tu vai poder ser esse ser humano especial que vai
mudar o mundo. Parece megalomania, mas é real. É
raro acontecer essas pessoas? É raríssimo! Mas tu não
quer ser uma delas? Tu vai aceitar as tuas circunstân-
cias? Vai aceitar ficar sentado esperando a vida:
“Ah, eu nasci aqui, eu vou ficar assim o resto da
minha vida”. É mesmo? Tu vai morrer, cara! É que
tem gente que acha que existe céu, né? Daí não vai
aproveitar esse negócio – “Não, na próxima vida eu
faço”. Tu não fez nessa... Nós não estamos falando de
metafísica.

Vamos voltar para o nosso assunto. Cara, o que eu
quero dizer para vocês é o seguinte: Até hoje, as pes-
soas buscam esses atalhos ao aprendizado. Até hoje,
as pessoas buscam esses atalhos à prática. Através do
quê? Rituais mágicos, busca do sobrenatural, drogas
entorpecentes (“Não vou tomar aqui, vou lamber a
costa do sapo, daí eu vou me encontrar com o Nirva-
na”). Meu, essa ânsia pelo atalho mágico é vendida
em todos os lugares. Vai na tua internet! Entra aí, na
internet! Por todos os lados têm alguém com as re-
ceitas simples de sucesso.

Os segredos ancestrais finalmente desvendados, né?
A nova religião que vai fazer tu enxergar as coisas
mais fáceis na tua vida e vai fazer tu ganhar dinheiro.
As pessoas dizendo: ”Não, mude essa sua atitude e
atraia a energia certa”. Não é nada disso, cara. Pode
até ter um fundo de verdade em algumas dessas pro-
messas, mas no final das contas, todas se concen-
tram em algo que não existe. Elas vêm te oferecer o
quê? Um caminho sem esforço para o poder prático,
para a solução rápida e fácil, para o Eldorado da
mente.

Ao mesmo tempo que as pessoas perdem o seu
tempo, com essa baboseiras, elas também estavam
desperdiçando o único poder que elas possuem.
Qual é o poder, meus amigos? O tempo! O seu
tempo, a sua vida. A Brevidade da Vida, do Sêneca:
“Ars longa, vita brevis”. O tempo dedicado ao apren-
dizado. O tempo dedicado à prática. É assim que os
grandes seres humanos mudaram o mundo, foi
criando soluções; criando artefatos que nem o mais
louco dos gurus poderia imaginar.

Olha hoje: a gente mandava carta no papel e hoje é
internet para todos os lados. Antigamente, tinha tele-
fone e agora é WhatsApp por todos os lados. O iPad,
aqui em cima, lendo Marco Aurélio no iPad. Olha o
nível de vida que nós estamos vivendo, olha o nível
de mudança, que foi proposta, exatamente, por esses
gênios. E a gente volta lá para aquela frase inicial do
Nietzsche, da nossa aula anterior:
“NÃO EXISTE UMA ESCOLHA ABSOLUTA DOS

CÉUS, NÃO EXISTE, UM DOM.”
Não existe um prêmio celestial para o conhecimento.

É trabalho! É estudo! “É se sentir um artesão que dá
atenção a todas as pequenas peças, com cuidado,
para assim poder construir o todo”.

É isso que Nietzsche diz para nós, meus amigos.
E tudo isso é obra do mais magnífico playground que
a gente conhece: o cérebro humano. O cérebro
humano dedicado a aprender uma atividade e prati-
cá-la até alcançar o domínio pleno. Olha esse cami-
nho, cara: O cérebro humano que quer aprender
alguma coisa e para isso ele realiza, repetidamente,
tarefas até alcançar o pleno domínio do conhecimen-
to. Esse é o verdadeiro poder. O poder de realizar
tudo que se quer! E qual é o grande problema oposi-
tor a isso tudo? É que com o avançar dos séculos,
ergueu-se uma muralha ao redor do domínio do
conhecimento.

Começou parecer algo mágico, algo místico. Come-
çaram a chamar de genialidade. Tinha um espírito.
Né? Que andava ao lado dessa pessoa. Passaram a
considerá-la inacessível. O aprendizado, o conheci-
mento começou a ser visto como um dom especial,
como um talento inato, né? Nasceu com a
pessoa, ou apenas como produto do alinhamento fa-
vorável dos astros: “Não, eu sou assim, eu sou muito
perspicaz, porque eu sou de Virgem, então eu sou
muito trabalhador, assim e tal”. “Ah, não, eu sou assim
mais afobado, porque eu sou de Leão, então eu consi-
go falar muito bem com as pessoas ou as estrelas”.

Meu, fizeram parecer que o conhecimento era algo
tão inalcançável quanto à mágica. Só que essa mura-
lha, que está em volta do conhecimento, ela é imagi-
nária. E aí está o verdadeiro segredo da história, aí
está o verdadeiro pulo do gato. O cérebro, que possui
essa visão do mundo, ele é um produto de seis mi-
lhões de anos de desenvolvimento. Vocês têm noção
disso, cara? O nosso cérebro humano tem seis mi-
lhões de anos de desenvolvimento! E mais que qual-
quer outra coisa, essa evolução do cérebro tem como
finalidade nos levar ao poder latente dentro de todos
nós.

E eu falo isso e tem gente que vai dizer que é
autoajuda. Sócrates dizia, Platão dizia, Aristóteles
dizia, Epicuro dizia, o Zeno de Cício dizia, Immanuel
Kant dizia, Hegel dizia, Goethe dizia, Schopenhauer
dizia, Nietzsche dizia. O grande problema da vida
sabe qual é, cara? Todos esses caras aqui ((Conrado
mostra os inúmeros livros da sua estante)) nos ensi-
naram e as pessoas continuam não acreditando e
corroborando os mesmos erros.
A EVOLUÇÃO DO CÉREBRO TEM COMO

FINALIDADE NOS LEVAR AO PODER LATENTE
DENTRO DE TODOS NÓS!

E aí eu encerro essa aula com vocês com o dizer do
Goethe (Goethe tem frases maravilhosas, como eu
sempre trago para vocês, e uma delas é a seguinte,
o que ele diz?) “Cara, a nossa própria sorte está nas
nossas próprias mãos”. Como está na mão de um es-
cultor a matéria-prima que ele vai converter numa
obra de arte. Cara, com essa atividade artística acon-
tece o mesmo que acontece com todas as outras ati-
vidades. Simplesmente, nascemos com o potencial
de fazê-lo. A habilidade de moldar o material
no objeto almejado deve ser aprendida e cultivada
com empenho. Olha isso, cara: a nossa vontade de
crescer. Tudo que a gente busca, tudo que a gente
almeja deve ser aprendido e cultivado com
empenho!!

CRIAÇÃO E PRODUÇÃO DE CONTEÚDO Fernando Conrado
CEO Alexandre Schneider
REDAÇÃO E CONCEPÇÃO Fernando Conrado e Alexandre Schnei-

der
DESIGN E DIAGRAMAÇÃO Rodolfo Tayler e Amanda Loss
ILUSTRAÇÃO DA CAPA Fernando Conrado e Rodolfo Tayler
TRANSCRITOR Suzana Schneider
ASSESSORIA E SUPORTE Hafiz Eduardo
DESIGN E REDES SOCIAIS Lucca Allapont
FINANCEIRO Daniel Duarte
EDIÇÃO E PRODUÇÃO DE VÍDEOS Victor Rosa

Epicurismo e Estoicismo - Parte 2

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EPICURIS MO E E ST OIC ISMO

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“SE NÓS NÃO PODEMOS INTERFERIR NO CURSO

“PODEMOS MUDAR O MUNDO, PODEMOS

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UM DOS MAIS NOTÓRIOS SEGUIDORES DO

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CARA, É QUE O ESTOICISMO TE ENSINA

O estoicismo foi uma filosofia que prosperou por

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ERA ÚTIL QUANDO TU QUERIA

ERA ÚTIL QUANDO TU

ERA ÚTIL QUANDO TU FICAVA

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“ARS LONGA, VITA BREVIS”.

(olha quantos livros eu tenho aqui) e a vida é tão

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QUANTO MAIS EU SEI MAIS EU SOU.

Todos esses grandes filósofos falaram isso aí. E o

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Quando você está ansioso sobre algo, e a maioria das

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A ESPERANÇA ERA “O ÓPIO DAS EMOÇÕES”.

Elas deveriam ser erradicadas completamente para

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“NÓS SOMOS TODOS MAIS FORTES

E é verdade. A gente começa a passar por perren-

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AGRADEÇA POR ESTAR SE FODENDO POUCO.

É o famoso amor fati: ame o destino. Encontre o des-

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QUE NADA DE MATERIAL É PRECISO PARA UMA

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O OUTRO ASSUNTO DO INTERESSE DOS

Os romanos eram um povo muito mal-humorado,

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Cara, a gente para de ficar com raiva – de ficar assim

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COMO LIDAR COM A POSITIVIDADE

Esses dois pontos de vista se encaixam, perfeitamen-

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ESSE É O CAMINHO DA VIDA.

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Tudo isso acontece por quê?

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AO INVÉS DE APENAS APRENDER COM OS

Com a nossa marca única!... Com o nosso

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EM VEZ DE APENAS APRENDER COM OS OUTROS,

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