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LICENCIATURA EM MATEMÁTICA

Filosofia da Educação | Educação em Direitos Humanos

Plano de Aula (28/11/2023)


1. Identificação
Professores: Iasmin B. Gaio, Júlia Nichet e Vitória F. Furlanetto
Problema Social Abordado: A Empatia na Superação do Bullying no Contexto Escolar

2. Objetivos
2.1. Geral
● Combater o bullying em sala de aula a partir da prática de empatia entre os alunos.

2.2. Específicos
● Promover conversas dinâmicas entre colegas;
● Refletir sobre as dificuldades e diferenças de cada um;
● Analisar imagens de situações frequentes em alguns contextos escolares;

3. Metodologia
Optou-se por uma proposta de aula aplicada a estudantes do ensino básico de nível
fundamental ou médio. Essa proposta é pensada para 1 período de 50 minutos, reservados para
um momento de sensibilização e uma dinâmica.

3.1. Sensibilização
Num primeiro momento será apresentado aos alunos as imagens e um vídeo a seguir,
relacionados à temática do bullying no contexto escolar. Para isso os estudantes estarão
posicionados em um grande semicírculo para tornar melhor a visualização de cada um tanto
para as imagens quanto para os colegas.
Figura 1

Disponível em: http://www.vibreleve.com/blog/2014/05/06/a-sindrome-do-eficiente-perfeccionista/


Figura 2

Disponível em: http://www.polyvore.com/high_school_bullying_assemblies/thing?id=45372343

Figura 3

Disponível em: http://censuralivre.blogfolha.uol.com.br/2013/05/15/cartoon-contra-o-bullying/

Ao longo da apresentação das figuras, será solicitado que cada aluno explique o que
identificou nas imagens por meio de palavras, que serão escritas no quadro e assim promover
uma reflexão sobre as mesmas.
Finalizada a apresentação das figuras, cabe ao professor ser o mediador de um debate
sobre o tema. As questões abaixo podem ser usadas pelo professor para estimular esse debate:
1 – Quais semelhanças podem ser apontadas entre as figuras?
2 – Quais diferenças podem ser apontadas entre as figuras?
3 – As imagens representadas nas figuras são familiares para você?

3.2. Dinâmica
Na sequência a organização da sala tornará a mudar. Desta vez a turma será dividida em
dois grandes grupos que se sentarão um na frente do outro. As cadeiras dos alunos estarão
posicionadas em duas fileiras, uma de frente para a outra, conforme o esboço abaixo.
Figura 4: Organização para a dinâmica

Elaborado pelos autores

A dinâmica se dará da seguinte forma. Em cada rodada os alunos irão conversar somente
com a pessoa a sua frente. A professora fará uma pergunta pessoal e as duas partes terão 1
minuto para conversar entre si, deixando de lado diferenças. Ao fim do tempo disposto todos
irão levantar e sentar na cadeira do seu lado direito. Os alunos da ponta passam para o outro
lado. Segue abaixo a relação e ordem das perguntas:
1- Qual seu maior sonho?
2- Conte uma experiência desagradável que você passou na escola (que se sentiu
envergonhado ou triste).
3- Você viu ou comete bullying com outra pessoa?
4- O que te faz feliz?
5- O que você faria se visse um colega seu sofrendo bullying?
6- Você tem um círculo de amigos? Como vocês resolvem conflitos dentro do grupo? Cite um
exemplo.
7- Como você lidaria com uma pessoa que pratica bullying na escola?
8- Você pratica empatia? De que forma?
Essas sugestões de perguntas são baseadas numa turma de 8 pessoas. Ao final da quarta
rodada a ordem das perguntas mudará até que todas as perguntas tenham sido feitas por todas
as combinações de duplas.

4. Fundamentação Teórica
O Construtivismo piagetiano é uma teoria que trata do conhecimento. Mais propriamente, é
uma teoria epistemológica e psicológica que pretende descrever e explicar como se
desenvolvem os conhecimentos. O termo construtivismo vem exatamente de um
questionamento fundamental de Piaget (1978): como se passa de um conhecimento elementar,
insuficiente, para um conhecimento superior? Como avançam os conhecimentos, considerando
sua formação na infância até chegar ao pensamento adulto e ao conhecimento científico?
É equivocado pensar no construtivismo apenas como “deixar a criança solta” . Muito se fala
da ideia de que o aluno é o “centro fundamental do processo de aprendizagem”, tão cara ao
Construtivismo, acompanha-se da afirmação de que ele deve ter, também, “o sofrimento de
prestar atenção” (Quim, 2004).
Sobre isso, Piaget buscou no estudo da criança – portanto, na Psicologia – a gênese dos
conhecimentos. Distinguiu o desenvolvimento psicológico ou espontâneo da inteligência –
relativo especialmente às estruturas lógico matemáticas e que ocorre sem necessidade de
intervenção deliberada – e o desenvolvimento psicossocial – aquele decorrente da educação
familiar ou escolar, por exemplo, que requer intervenção para que aconteça (PIAGET, 1973b).
Piaget chegou a pronunciar-se, algumas vezes, no campo pedagógico, defendendo, por
exemplo, os métodos ativos propostos pelo movimento escolanovista. Nas poucas referências
às implicações de sua teoria para a educação escolar, Piaget (1976) faz algumas críticas à
pedagogia tradicional, apontando, por exemplo, o excesso de verbalismo e a necessidade de se
respeitar o interesse infantil, ressaltando a idéia de Claparède de que isto não significa deixá-la
fazer tudo o que quiser, mas fazer com que ela queira tudo o que faz. Considera que a
pedagogia tradicional não percebe a diferença estrutural entre a inteligência infantil e a do adulto
e atribui à escola o papel de “equipar” a mente com conhecimentos e experiências; e que a
atitude coercitiva geralmente aí presente dificulta a relação de cooperação e não ajuda a criança
a construir sua autonomia moral e intelectual.
Assumindo a empatia como uma habilidade que pode ser desenvolvida a partir de
treinamento específico, Falcone (1999) recomenda a inclusão de programas para treiná-la nas
escolas, como um recurso preventivo importante para o desenvolvimento moral e interacional.
Segundo Cortelazzo (2018), estar preparado para o exercício da cidadania requer a apropriação
do conteúdo e a sua utilização para a resolução dos problemas do dia a dia.

Avaliação do Projeto
Posteriormente às atividades realizadas, será disponibilizado aos alunos um questionário,
no quadro, para ser respondido em sala e entregue ao professor ao final da aula. O mesmo
contará as questões.
1- Como você se sentiu vendo as imagens e ouvindo seus colegas?
2- O que mais chamou a sua atenção na dinâmica de perguntas?
3- Do que você ouviu, qual foi a coisa mais surpreendente ou diferente do seu contexto?
4- Com a dinâmica você conseguiu se sentir no lugar do outro?
5- Em uma folha separada escreva uma mensagem de compreensão e apoio para dois de seus
colegas:
Assim buscando observar se os alunos compreenderam como é estar no lugar no próximo,
colocando em prática a empatia de cada um.

5. Resultados Esperados
Espera-se que os alunos discutam as situações mostradas nas imagens, e também as
situações contadas pelos seus colegas no decorrer da aula. Buscando refletir sobre as diversas
dificuldades que seus colegas têm, assim também mostrando que todos tem seus contratempos.
E por fim, que os mesmos consigam estar uns nos lugares dos outros, e vendo que o
acolhimento é um bom caminho para extinguir situações que não são agradáveis para a
sociedade.
Por fim, o principal objetivo a ser alcançado é saber lidar com as diferenças dos outros,
sem nenhuma ação discriminativa, evitando qualquer tipo de violência, seja física ou verbal.
6. Referências
CORTELAZZO, Angelo Luiz; FIALA, Diane A. de Souza; JUNIOR, Dilermando Piva, et al.
Metodologias Ativas e Personalizadas de Aprendizagem. 1.ed. Rio de Janeiro: Editora Alta
Books, 2018.

Falcone, E. (1999). A avaliação de um programa de treinamento da empatia com


universitários. Revista Brasileira de Terapia Comportamental e Cognitiva, 1,23-32.

PIAGET, J. Psicologia e Epistemologia: por uma teoria do conhecimento. Rio de Janeiro:


Forense, 1978.

PIAGET, J. Problemas de Psicologia Genética, Rio de Janeiro: Forense, 1973.

PIAGET, J. Psicologia e Pedagogia. Rio de Janeiro: Forense-Universitária, 1976.

QUIM, O. Teoria e prática na percepção de professoras: concepções construtivistas que


fundamentam o processo de alfabetização em escolas de Alto Araguaia – MT. Araraquara,
2004. Dissertação (Mestrado em Educação Escolar). Universidade Estadual Paulista,
Faculdade de Ciências e Letras.

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