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AULA ATIVIDADE TUTOR

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ATIVIDADE
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Disciplina: Introdução à Educação Física Escolar

Teleaula: 03

Olá! Você está bem? Espero que sim!

Chegou o momento de interagirmos e desenvolvermos competências importantes para sua formação. Tenho
certeza de que se dedicando e se esforçando, você será, em breve, um excelente profissional!

O nosso encontro foi programado para termos 2 etapas de desenvolvimento das atividades. Assim, todo esse
nosso momento será dividido da seguinte forma:

- Etapa 1: 1h20 min.

- Intervalo: 15 min.

- Etapa 2: 1h20 min.

Para realizarmos nossas atividades apropriadamente, você precisará estar conectado à internet por meio de
um dispositivo eletrônico (computador, notebook, tablet smartphone ou outro semelhante), terá que ser
proativo e seguir as orientações contidas em cada atividade.

- Etapa 1.

-Neste primeiro momento convido a turma para fazer grupos (duplas, trios, grupos de seis alunos) e realizarem
as seguintes tarefas:

- Escolham em conjunto uma das abordagens pedagógicas estudadas em nossa disciplina, a qual, o grupo irá
se aprofundar, lendo artigos, pesquisando por material a este respeito (há uma sugestão de literatura ao final
da tarefa). Cada grupo deve ficar responsável por uma abordagem para aprofundar os seus saberes e realizar
uma apresentação na segunda etapa desta Aula Atividade. Se a turma preferir, poderão optar pelo sorteio das
abordagens entre os grupos.

-As abordagens a serem distribuídas entre os grupos são: Abordagem Desenvolvimentista, Abordagem
Construtivista; Psicomotricidade; Abordagem Crítico-Superadora; Abordagem Crítico-emancipatória;
Abordagem sistêmica; Os jogos cooperativos na Educação Física; Parâmetros Curriculares Nacionais;
Abordagem da Saúde renovada (estudada na unidade de número 02); Currículo Cultural (ler o capítulo VI -
Abordagem do currículo cultural da educação física: contexto, conceitos e orientações didáticas, do livro que
está citado logo abaixo).

-Após escolherem a abordagem, cada grupo deve buscar compreender melhor sobre: - qual o papel da
Educação Física escolar segundo a abordagem, - quais são as teorias e os autores de referência que dão
sustentação a esta forma de pensar e intervir,- os conteúdos valorizados, os procedimentos metodológicos e
as possíveis formas avaliativas, entre outros assunto que decidam destacar. Devemos lembrar que nem todas
as abordagens possuem as características procedimentais e avaliativas bem claras quando foram propostas.
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- Após estudar e discutir sobre a abordagem, o grupo deve escolher uma forma de apresentar sua abordagem
na segunda etapa de nosso estudo.

- Segue a baixo um livro de referência para ser pesquisado neste momento, cujas abordagens estudadas na
aula, constam nos capítulos do livro.

Ferreira, H. S. et al. Abordagens da Educação Física escolar: da teoria à pratica. Fortaleza: Assembléia
Legislativa do Estado do Ceará, EdUECE, 2019. Livro Eletrônico. Disponível em:
https://www.uece.br/eduece/wp-content/uploads/sites/88/2013/07/Abordagens-da-educacao-fisica-
ebook-2019.pdf. Acesso em 05 mar. 2023.

-Intervalo

-Segunda etapa:

-Neste momento cada grupo representante da abordagem deverá realizar uma apresentação da sua
abordagem de forma criativa: uma aula tipificada, um breve teatro, slides; utilizar uma figura retirada da
internet para apresentar as principias características de sua abordagem, construir um mapa mental e mostrar
para a turma, enfim, ter o objetivo principal de expor a abordagem para os demais alunos, em um exercício
de aprofundar os saberes sobre as mesmas e juntos compartilharem conhecimentos e experiências.

Prezado(a) tutor(a):

- Incentive os alunos a se organizarem na primeira etapa da aula, destinando um tempo para estudo, leitura,
debate, anotações, escolha das estratégias de apresentação da abordagem (que se efetuará na segunda etapa
da aula);

- As abordagens serão distribuídas de acordo com o número de alunos em cada sala, não sendo obrigatório
que todas as abordagens sejam apresentadas, mas que ao distribuir as abordagens elas não se repitam entre
os membros;

- Lembre os alunos que este momento é para aprofundamentos dos saberes, e que eles devem sistematizar
os conhecimentos, anotando, debatendo, tirando dúvidas, e elegendo os dados principais de cada abordagem,
passando pelos temas citados acima: papel/função da educação física escolar, quais são as teorias e
autores/obras de referência que dão sustentação a esta forma de pensar e intervir, os conteúdos valorizados
na referida abordagem, os procedimentos metodológicos e as possíveis formas avaliativas. Exemplos de aulas
podem ser também consultados ou construídos. Este exercício implica em rever as abordagens pedagógicas
os quais eles mesmo também tiveram contato com seus professores anteriores, e pensar sobre os desafios,
limites e possibilidades de cada uma.

-Combine antecipadamente com os grupos o tempo destinado para apresentação, de forma que todos possam
ser contemplados igualmente;

-Segue abaixo algumas características das abordagens, retiradas da Unidade de estudo 03, lembrando que os
alunos também tem como referência o livro acima citado (e o link) e podem acessar artigos na internet:

Abordagem desenvolvimentista: propõe um modelo de atividades motoras tendo como referência a idade e
o desenvolvimento, ou seja, as mudanças que as crianças vão passando ao longo do seu desenvolvimento
biológico e motor. O objeto de estudo da área é o movimento humano e, a partir da definição desse objeto,
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ela é estruturada e destinada pedagogicamente para crianças de 4 até adolescentes de 14 anos de idade. Ou
seja, em cada etapa do desenvolvimento motor é proposto um conjunto de atividades, de intervenção
pedagógica a partir do movimento humano, criando, assim, um acervo motor. Nas aulas, o professor deve
desenvolver o controle motor do aluno e a aquisição de habilidades motoras no campo escolar, partindo de
um grau de complexidade de atividade motoras do mais baixo ao mais alto. Avaliação é feita através do
desempenho motor. O desenvolvimentismo é uma linha teórica com base nos saberes da psicologia
comportamental. A abordagem desenvolvimentista tem como grande referência um dos acadêmicos mais
importantes para a área no Brasil, o professor Go Tani, da Universidade de São Paulo.

Abordagem construtivista: exerceu forte impacto na dimensão pedagógica da educação física brasileira nos
anos 1970 e 1980. O elemento central dessa abordagem é o jogo. Nela, ele aparece tanto como um conteúdo
a ser ensinado como uma estratégia de ensino. Parte-se do princípio de que, enquanto a criança joga e brinca,
ela aprende de modo prazeroso, de forma lúdica e criativa. João Batista Freire (1989) é considerado uma
grande influência para a área e para a teoria construtivista. Esta abordagem possui os seus pressupostos
teóricos baseados Jean Piaget, que foca no desenvolvimento da aprendizagem e a importância do caráter
construtivo do jogo no desenvolvimento cognitivo da criança, e também em Vygotski, em sua compreensão
de que o desenvolvimento é resultado das relações que o sujeito estabelece com o meio. O desenvolvimento
cognitivo da criança, sempre considerando a cultural infantil como essencial para a prática pedagógica, a partir
de jogos, brincadeiras, o lúdico e o simbolismo. A ação pedagógica busca, então, a construção do
conhecimento em um processo contínuo, não se encerrando na vida escolar. Nessa perspectiva, seria
desejável que o aluno se tornasse capaz de aprender ao longo de toda sua vida social. O construtivismo
reconhece o erro como parte do processo educativo, contribuindo para a aprendizagem do aluno.

Psicomotricidade: surge na França e possui como grande representante Jean Le Bouch (1983), em sua obra
Educação pelo Movimento. A partir das dimensões do sentir, do pensar e do agir, destaca como objeto de
estudo o corpo em movimento, com foco no desenvolvimento da psicomotricidade e das dimensões
intelectuais e afetivas. O objetivo principal da psicomotricidade voltada para o campo escolar é o de
possibilitar o desenvolvimento de todas as potencialidades motoras e cognitivas dos alunos, de modo
biopsicossocial. A educação motora seria uma dimensão da educação pelo movimento a partir de jogos, da
ludicidade, brincadeiras, danças e outras dimensões do movimento humano. Nas aulas de educação física
busca-se promover o desenvolvimento humano complexo, integrando sete fatores psicomotores: tonicidade,
equilíbrio, lateralidade, noção de corpo, organização espaço-temporal, coordenação global e coordenação
fina. Nas dimensões da prática docente da educação física escolar, deve-se almejar o desenvolvimento dessas
habilidades a partir de vivências lúdicas: a educação pelo movimento.

A abordagem crítico-emancipatória: foi proposta por Elenor Kunz (1994) na década de 1990. Tem como base
a teoria sociológica da ação comunicativa, idealizada por Jürgen Habermas, e a tendência educacional
progressista crítica. Postula que a área pode contribuir de modo significativo para a constituição do ser
humano, ela tem potencial para buscar a emancipação e formação crítica e autônoma dos alunos. Tendo o
esporte como elemento central de seu pensamento, busca resgatar a linguagem do movimento humano como
forma de expressão do mundo social. O esporte e a prática esportiva deveriam estar no âmbito de uma
transformação didático-pedagógica, para que pudessem efetivamente contribuir para a reflexão crítica e
emancipatória. O ensino do esporte pressupõe a superação de simplesmente desenvolver habilidades e
técnicas. Em termos procedimentais, sua proposta de ensino está baseada em três fases: a descoberta pelos
alunos das próprias experiências, formas e meios de sua participação em atividades de movimentos e jogos; a
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manifestação pela linguagem ou representação cênica do que vivenciaram, do que aprenderam; e a


aprendizagem do questionar, perguntar sobre suas descobertas. Nessa abordagem, a proposta de avaliação é
vista como não punitiva, privilegiando a autoavaliação.

Crítico-superadora: tem como marco a publicação do livro Metodologia do Ensino de Educação Física
(COLETIVO DE AUTORES, 1992), publicada em 1992 por um grupo de pesquisadores. Tem como base teórica
os pressupostos da pedagogia histórico-crítica. Baseada no materialismo histórico-dialético de Karl Marx,
defende que, de forma crítica, a ação pedagógica na educação física deve partir de uma análise das estruturas
de poder e dominação constituídas em nossa sociedade. Essa abordagem define a cultura corporal como
conteúdo a ser ensinado na escola, como a dança, a ginástica, o esporte, os jogos, as lutas e a capoeira. O
objetivo da educação física na escola é refletir e transmitir aos alunos o conjunto de práticas corporais criadas
historicamente pela humanidade, denominadas de cultura corporal. Volta-se para os interesses das camadas
populares, ressaltando a construção de valores como a solidariedade, a cooperação, a liberdade de expressão
dos movimentos. Nesse contexto, a escola teria o papel de formar cidadãos críticos que minimizem as
injustiças sociais e lutem para que não sejam reforçadas pelas relações de poder existentes. Na relação aluno-
professor busca-se o diálogo, a discussão com os alunos de forma crítica sobre os conteúdos, de modo a
possibilitar a sistematização e constante construção do conhecimento.Busca fugir do olhar tecnicista e
tradicional que estabelece a avaliação como um mero instrumento técnico de aferição do conhecimento. Pelo
contrário, ele deve compor o todo do processo educacional, resultando em implicações pedagógicas dentro
do processo de ensino aprendizado.

Abordagem sistêmica: Um dos marcos dessa proposta é a publicação de seu livro Educação Física e Sociedade,
em 1991. Essa abordagem sofre forte influência da teoria geral dos sistemas, que busca lançar sobre a
educação física uma visão menos fisiológica e biologicista. A abordagem sistêmica não foi constituída para ser
uma metodologia de ensino. Porém, ela implica múltiplas dimensões sociopolíticas, sociopsicológicas e
didático-pedagógicas da educação física, enquanto área, e para o ensino da educação física escolar. A
educação física seria compreendida como um sistema hierárquico aberto, recebendo influências da sociedade
e também tendo a potencialidade de influenciá-la. Na escola, deveria ser oportunizado ao aluno a vivência
corporal, o movimento, a experiência da cultura de movimentos, objetivando a formação da personalidade,
das atitudes e dos comportamentos. A educação física, em sua especificidade como disciplina escolar,
considerando o binômio corpo/movimento, tem a finalidade de integrar e introduzir os alunos ao mundo da
cultura física, possibilitando a formação do cidadão, na medida em que usufrui, partilha, produz, reproduz e
modifica as formas culturais da atividade física, como o jogo, o esporte, a dança, a ginástica (BETTI, 1992). A
avaliação nessa abordagem dá-se por meio da observação sistematizada.

Educação física nos Parâmetros Curriculares Nacionais – PCNs: Os PCNs representavam um conjunto de
orientações voltadas para a formação da cidadania. O processo educativo assume uma visão dinâmica e
transversal. Publicados em 1997, os PCNs da educação física tinham o objetivo de se constituir um referencial
à prática pedagógica do professor para superar a visão apenas biológica ainda hegemônica na educação física
escolar. O documento sugere “um trabalho que incorpore as dimensões afetivas, cognitivas e socioculturais
dos alunos”, por intermédio de temas transversais, com adapt Já para os PCNs, o trabalho do professor deve
ser organizado a partir de três grandes blocos de conteúdos: esportes, jogos, lutas e ginásticas; atividades
rítmicas e expressivas; e conhecimentos sobre o corpo (BRASIL, 1997). Um avanço presente é a organização
dos conteúdos em dimensões atitudinais, conceituais e procedimentais. Já sobre avaliação, os documentos
destacam que o aluno deve ser capaz de realizar as práticas da cultura corporal do movimento, valorizar a
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cultura corporal de movimento, relacionar os elementos da cultura corporal com a saúde e a qualidade de
vida.

Jogos cooperativos: Essa proposta surge na área a partir da reflexão crítica sobre a competitividade presente
no esporte. No Brasil, o principal autor dessa proposta é Fábio Brotto. Sua principal proposta é legitimar os
jogos cooperativos como uma pedagogia para o esporte e construção de valores para a vida. Para Brotto
(2002), os jogos cooperativos surgem a partir da preocupação com a supervalorização do individualismo e da
competição, valores fortemente presentes na sociedade moderna, mais especificamente expressados na
cultura da sociedade ocidental. Os jogos cooperativos apresentam uma estrutura que favorece a cooperação,
o princípio do jogar uns com os outros, ao invés de uns contra os outros. Avançando sobre a visão hegemônica
do esporte e seus valores, os jogos cooperativos teriam o objetivo de promover o desenvolvimento de
habilidades interpessoais positivas, por meio das brincadeiras e jogos, possibilitando a interação e
compreensão dos problemas sociais (BROTTO, 2002).

Abordagem da saúde renovada: O papel da educação física escolar seria a promoção da educação para saúde,
introduzindo esta como eixo central (GUEDES; GUEDES, 1993). Deve-se destacar que essa abordagem
considera relevantes outros conteúdos escolares, como o esporte e os jogos. No entanto, o objetivo da
disciplina seria a criação de conceitos sobre aptidão física, saúde, exercício físico e a promoção sistemática de
exercícios físicos para a criação de hábitos saudáveis. Desse modo, a promoção da saúde e o desenvolvimento
de um estilo de vida ativo deveria ser o elemento central no desenvolvimento dos programas da educação
física escolar. Na perspectiva de Guedes (1999), autor de referência na abordagem, o papel da educação física
escolar deveria ser proporcionando aos estudantes conhecimentos para a realização da prática da atividade
física relacionada à saúde em toda sua vida. Pensava-se na criação de um hábito de vida saudável após a vida
escolar, a partir de saberes e práticas ali apreendidas e vivenciadas. A proposta da saúde renovada é
justamente a superação dos modelos higienismo e eugenismo. O conteúdo aprendido se tornaria hábito
cotidiano estimulado no contexto educacional escolar. Avaliação envolveria testes de aptidão física para
avaliar o processo individual.

Currículo cultural: desenvolvida pelo professor Marcos Neira (Universidade de São Paulo), a qual é intitulada,
majoritariamente, de Currículo Cultural da Educação Física. As principais obras que estruturam essa
abordagem são: Educação Física, currículo e cultura (2009), Educação Física e culturas: ensaios sobre a prática
(2012), Pedagogia da cultura corporal: críticas e alternativas (2014), Educação Física cultural (2016) e Educação
Física Cultural: inspirações e prática pedagógica (2018). As bases teóricas para essa nova proposta advêm de
quatro fontes pós- -críticas (NEIRA, 2018): Os Estudos Culturais (EC); o multiculturalismo crítico, O pós-
estruturalismo e as influências das teorias pós-colonialistas. Nesta perspectiva valoriza-se: o reconhecimento
da cultura corporal da comunidade, a valorização dos conhecimentos de grupos não hegemônicos, diálogo
sobre as diversas culturas; evita-se a homogeneização dos alunos a uma cultura posta, equivocamente, como
melhor. Defende-se ancoragem social dos conhecimentos, em que alunos e professores realizam uma análise
crítica, sócio-histórica e política dos elementos da cultura corporal em seu formato mais conhecido. (NEIRA,
2016). Além desses princípios, a abordagem conta com cinco procedimentos didáticos; são eles: mapeamento
do conteúdo, vivência/ressignificação, aprofundamento e ampliação do conteúdo, e registro/avaliação.

Bons estudos!

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