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j uventude
A letra grega , adotada universalmente
Missão
Visão
Valores
ix
Apresentação
s umário
funcionalista e dialética, 70
Referências, 211
Gabarito, 215
xiii
Sumário
(1)
a construção social
da juventude
Nilson Weisheimer possui graduação em Ciências
Sociais (2001), mestrado (2004) e doutorado (2008) em
Sociologia pela Universidade Federal do Rio Grande
do Sul (UFGRS). É professor adjunto da Universidade
Luterana do Brasil (Ulbra) e coordenador dos cur-
sos de Ciências Sociais − Bacharelado e Licenciatura
− dessa instituição. É professor pesquisador do Curso
de Planejamento e Gestão de Desenvolvimento Rural
(Plageder) da UFRGS. Atuou como docente na
Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc) e como
professor substituto no Departamento de Sociologia do
Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da UFRGS.
Coordenou o Convênio MDA/FAURGS nº- 109/2006,
que resultou em Relatório Técnico de Caracterização
dos Jovens na Agricultura Familiar no Rio Grande
do Sul. É membro do Grupo de Pesquisa Estruturas e
Processos Sociais Agrários, do CNPq. Ministrou disci-
plinas de Metodologia Científica, Sociologia Clássica e
Contemporânea, Sociologia do Trabalho, do Esporte, da
Juventude, da Agricultura e Rural. Dedica-se com maior
ênfase às pesquisas relacionadas aos seguintes temas:
políticas públicas, desenvolvimento, agricultura familiar,
relações de gênero, juventudes e projetos profissionais. É
coordenador-geral do Observatório Sul da Juventude.
Nilson Weisheimer
( )
(1.1)
j uventude e modernidade
(1.2)
f ronteiras e características
do processo juvenil
A juventude representa em nossa cultura uma fase da
vida situada entre a infância e a vida adulta e tem como
marco inicial a conclusão do desenvolvimento cognitivo
da criança. Conforme a psicologia genética de Jean Piaget3,
este corresponde à capacidade de realizar operações for- 21
mais cujo processo de estruturação se conclui por volta dos
A construção social
da juventude
Âmbito Processo
(1.3) 25
da s ociologia da j uventude
É possível perceber neste debate que a juventude como
categoria social é uma construção social, cultural e histó-
rica bastante complexa. Em termos sociológicos, ela reflete
os processos de individualização e racionalização cres-
centes iniciados na modernidade. O fundamental para
sua construção como categoria sociológica é ter presente
que a juventude não se constitui nem se explica simples-
mente por meio de princípios naturais ou determinações
biológicas.14
Como expressão da vida social, a juventude aparece
como uma categoria complexa que não pode ser definida
em função de um único aspecto ou característica. Podemos
recorrer às observações de François Dubet15, que consi-
dera a própria categoria juventude como portadora de uma
ambigüidade intrínseca, pois seria um momento no ciclo
de vida, experimentando as características socioculturais
de uma determinada historicidade e, simultaneamente,
um processo de inserção social ou ainda uma experiência
delimitada pela estrutura social.
Reconhecer a complexidade de um fenômeno socioló-
gico não equivale a negar sua possibilidade de compreen-
são e sistematização por meio de conceitos gerais e válidos
para múltiplas realidades. Desse modo, não podemos nos
furtar a sistematizar as categorias de análise necessárias ao
estudo dos fenômenos juvenis. Para tanto, um primeiro pro-
cedimento necessário é considerar que a juventude é uma
categoria sociológica e, por isso mesmo, seu significado é
necessariamente relacional, de tal modo que sempre somos
26 jovens ou velhos em relação a alguém. Nesse sentido, deve-
mos pensar os sentidos da juventude como algo que é pro-
Sociologia da Juventude
(.)
p onto final
Neste capítulo, abordamos alguns elementos que permi-
tem considerar a juventude como uma construção social.
Desse modo, buscamos desnaturalizar as relações sociais
29
e as posições atribuídas aos jovens nas hierarquias sociais.
A construção social
da juventude
atividades
1. O historiador francês Ariès (1981) relacionou a emergên-
cia da categoria juventude com dois processos inaugurados
com a modernidade. Quais são eles?
a. A expansão da industrialização e da escolarização.
b. A ascensão da burguesia ao poder político e o desenvol-
vimento do capitalismo.
c. A constituição da família nuclear e a universalização da
escolarização.
d. O desenvolvimento do capitalismo e da burocracia.
juvenil:
a. Responsabilidades produtivas, conjugais, domésticas e
parentais.
b. Responsabilidades civil, política, econômica e social.
c. Fim da puberdade, capacidade de reprodução, casamen
to e emprego fixo.
d. Conclusão do serviço militar, finalização dos estudos e
matrimônio.
32
Sociologia da Juventude
(2)
h istória da s ociologia
da j uventude
Nilson Weisheimer
( )
O debate na Europa
O debate na América
(2.4)
a s ociologia da j uventude na
segunda metade do século xx
Conforme argumenta a socióloga Abramo22, a juventude
48 foi tematizada ao longo da segunda metade do século XX,
com base em uma óptica reativa e, conforme suas palavras,
Sociologia da Juventude
(.)
p onto final
Ao longo deste capítulo, buscamos reconstituir os princi-
52 pais marcos do desenvolvimento histórico da Sociologia
da Juventude de meados do século XVIII ao fim do século
Sociologia da Juventude
Indicação cultural
atividades 53
História da Sociologia
da Juventude
55
História da Sociologia
da Juventude
(3)
( )
(3.1)
a questão sociológica
das gerações
A questão das gerações figura como um dos dilemas cen-
trais da vida social, ganhando força nas pesquisas e nos
debates das Ciências Sociais. Esse processo foi problemati-
zado do ponto de vista teórico principalmente pelo soció-
logo Mannheim1, que inicia sua abordagem destacando que
60
entre as características fundamentais da sociedade estão:
Sociologia da Juventude
(3.2)
o conceito sociológico de geração
O conceito sociológico de geração busca romper com
62
resquícios naturalistas da explicação do fenômeno
Sociologia da Juventude
(3.3)
j uventude e dinâmicas sociais
(.)
p onto final 73
Indicação cultural
atividades
1. O conceito sociológico de geração busca romper com res-
quícios naturalistas da explicação do fenômeno geracional.
Conforme visto nesse capítulo, como Mannheim (1982)
define geração?
a. Uma geração implica a criação de um vínculo concreto
entre os membros de uma geração, pela exposição deles
74
aos mesmos sintomas sociais e intelectuais.
b. Uma geração é constituída por aqueles que vivem uma
Sociologia da Juventude
( )
(4.1)
f aixa etária e contexto histórico
Não há uma definição única para os contornos da juven-
tude, mesmo os que se apóiam em critérios etários. Ao
considerarmos as realidades de diferentes sociedades,
podemos identificar que os critérios de enquadramento
das categorias etárias tendem a apresentar uma grande
80
variação. Desse modo, pessoas consideradas jovens num
Sociologia da Juventude
padrões atuais
Na seção anterior, vimos que a definição das faixas etá-
rias delimitadoras do período juvenil depende muito do
contexto histórico. Pois bem, como definimos as faixas
de idade limitadoras da juventude na atualidade? Vamos
ingressar agora nessa discussão. Como vimos, a noção de
juventude está intimamente ligada a um critério de medi-
ção cronológica da existência individual, o que permite o
estabelecimento de diferentes faixas etárias. Essa aborda-
gem freqüentemente constitui indicadores demográficos,
recorrendo para isso a critérios normativos ou padrões
estabelecidos pelos organismos internacionais para definir
os limites de quem é ou não considerado jovem.
O sociólogo Weisheimer2, por exemplo, descreve as fai-
xas etárias propostas por diferentes organismos interna-
cionais. De acordo com a análise desse estudioso, para a
Organização Mundial da Saúde (OMS), a adolescência é
definida como um processo fundamentalmente biológico,
abrangendo as etapas da pré-adolescência (10-14 anos) e
da adolescência (15-19 anos). A puberdade constitui a fron-
teira que delimita o começo da adolescência. Conforme
relata este autor, o início desse processo varia de indiví-
duo para indivíduo. Entre as meninas, em média, ele se
dá por volta dos 12 anos e, entre os meninos, um ou dois
anos mais tarde. A capacidade biológica de reprodução
82
é o marco desse processo. Para essa mesma organização,
essa fase biológica da adolescência corresponderia, quase
Sociologia da Juventude
(4.3)
j uventude –
apenas uma palavra?
Weisheimer6 enfatiza que a juventude não pode ser tratada
como uma unidade social relacionada apenas a critérios
etários de enquadramento e menciona a problematiza-
ção de Pierre Bourdieu7, que destaca que juventude é ape-
nas uma palavra: “a juventude e a velhice não são dados,
84 mas construídos socialmente na luta entre os jovens e os
velhos. As relações entre a idade social e a idade biológica
Sociologia da Juventude
15 18 21 24 27
Autonomia
Responsabilidades
Dependência
Adolescência
Constituição familiar
Profissão
89
(.)
p onto final
90
Sociologia da Juventude
Indicação cultural
atividades
1. A passagem da infância à juventude tem uma razoável
homogeneidade quando demarcada por faixas etárias. Isso
ocorre porque os fatores que caracterizam
essa passagem variam pouco entre as sociedades moder-
nas. Já as faixas etárias que marcam a passagem da juven-
tude para a vida adulta apresentam grande variedade entre
os países, os pesquisadores e as organizações internacio-
nais. Isso porque os fatores que demarcam
essa passagem variam muito.
A alternativa que completa respectivamente e de forma
adequada as lacunas é:
a. Biológicos; sociais.
b. Culturais; psicológicos.
c. Sociais; biológicos.
d. Sexuais; fisiológicos.
a. I e II.
b. I e III.
c. I.
d. III.
( )
(5.1)
a transição para a vida adulta
Criança, jovem, adulto e idoso são categorias que nos reme-
tem a períodos específicos da vida humana pelos quais, em
condições ideais, todos os homens e mulheres passam. No
capítulo anterior, verificamos a dificuldade para se esta-
96
belecerem os limites etários entre um grupo e outro, espe-
cialmente no que diz respeito à passagem da fase jovem
Sociologia da Juventude
para a adulta.
Indicamos que, em cada época histórica, podemos dis-
tinguir marcas sociais que diferenciam quem pertence a
cada grupo e quando ingressa em cada um deles. A defini-
ção da juventude por limites de idade nos conduziu a uma
discussão sobre os papéis sociais que se espera que sejam
assumidos pelos sujeitos de cada grupo etário. Neste capí-
tulo, vamos aprofundar o debate em torno da definição
dessa etapa da vida como uma transição para a vida adulta.
Essa definição é a que marca de forma mais profunda
o senso comum sobre juventude. Poucos discordam da
importância desse período como fase de maturação cog-
nitiva, psicossocial e profissional. A inserção autônoma e
positiva dos sujeitos no mercado de trabalho tem íntima
relação com as oportunidades e as possibilidades que
experimentam na juventude.
Conforme aponta o sociólogo Weisheimer1, a noção de
juventude como um período de transição para a vida adulta
adquire importância na medida em que foi assumida
pela Unesco a partir da Conferência Internacional sobre
Juventude, realizada em Grenoble, na França, no ano de
1964, sendo uma das mais utilizadas por pesquisadores
desde então. Conforme o relatório apresentado pelo
sociólogo Rosenmayr2 para a conferência,
a. a idéia de transição;
b. a noção de fronteiras demarcadas por critérios biológi-
cos (início) e culturais (término);
c. a representação sobre indivíduos concretos que per-
tencem a uma faixa etária.
98
ção formal? Independência financeira? Saída da casa dos
pais? Constituição familiar? Em relação à constituição
Sociologia da Juventude
(.)
p onto final
Neste capítulo, estudamos a juventude sob o enfoque da
transição para a vida adulta. Para isso problematizamos os
critérios sociais que definem fronteiras entre a juventude
e a idade adulta, mostrando que essa transição envolve
aspectos sociológicos específicos da condição juvenil.
Caracterizamos um padrão transitório estabelecido no
período Pós-Guerra que colocava em seqüência a formação
escolar, a inserção produtiva, o matrimônio e o nascimento
de filhos como etapas de um processo linear que marca-
ria a transição para a vida adulta. Contemporaneamente
essa linearidade vem sendo abalada pelas dinâmicas
sociais próprias do regime de acumulação flexível, tra-
zendo impactos para a transição juvenil e sendo refletida
nos estudos sociológicos recentes. Desse modo, os estudos
atuais das transições destacam a complexidade das traje-
tórias juvenis diante desse novo contexto histórico, social
e cultural.
A partir dessa reflexão, apontamos um relativo prolon-
gamento da juventude como uma tendência da transição
nos dias atuais. Isso ocorre em função das transformações
do padrão transitório em duas dimensões: uma pública, que
aponta as mudanças no mundo do trabalho e nos processos
de escolarização, e outra privada, que vincula a modifica- 105
Indicação cultural
III.
107
c ulturas juvenis
Analisa Zorzi é graduada em Ciências Sociais
(2005) e mestre em Sociologia (2008) pela
Universidade Federal do Rio Grande do
Sul (UFRGS). Tem experiência na área de
Sociologia, com ênfase em Sociologia Rural,
atuando principalmente com os seguintes temas:
gênero, políticas públicas, Programa Nacional
de Fortalecimento da Agricultura Familiar
(Pronaf) e empoderamento. É membro do Grupo
de Pesquisa Estruturas e Processos Sociais
Agrários, do CNPq e atualmente trabalha com
as linhas de pesquisa Políticas Públicas para
a Agricultura Familiar e para o Meio Rural e
Gênero e Agricultura. É também membro da
Coordenação do Observatório Sul da Juventude.
Analisa Zorzi
Nilson Weisheimer
( )
(6.1)
j uventude como produtora
de cultura
O sociólogo Weisheimer1 destaca que entre as múltiplas
abordagens da cultura no âmbito da antropologia existem
112
três que tiveram mais influência nesse ramo das Ciências
Sociais. A primeira delas refere-se à obra de Edward B.
Sociologia da Juventude
Culturas juvenis
Em contraposição a essa proposta teórica, surge, a
partir dos anos 1960, a perspectiva simbólica e, com ela,
os estudos culturais com os quais a noção de culturas
juvenis adquire uma nova roupagem teórica. O núcleo
irradiador dessa perspectiva pode ser atribuído ao Centro
de Estudos de Cultura Contemporânea da Universidade
de Birmingham, que desde sua fundação em 1964, vem
ocupando um lugar de destaque na pesquisa acerca das
questões relativas à cultura e à identidade. Conforme o
antropólogo José Guilherme Cantor Magnani6, o termo
culturas juvenis “aponta mais para as formas em que as
experiências juvenis se expressam de maneira coletiva,
mediante estilos de vida distintos, tendo como referência
principalmente o tempo livre”.
Nesse contexto, conforme destaca Weisheimer7, a cul-
tura juvenil aparece associada à cultura de massas, já que a
mídia se configura como o principal veículo construtor da
imagem relacionada à juventude. Com base nisso, enten-
dem-se as culturas juvenis como um produto da abundân-
cia, conectadas à sociedade de consumo. Suas características
incluem certo tipo de vestimentas, acessórios, linguagem,
gostos musicais e práticas esportivas e de lazer.
Nesse sentido, o mercado consumidor e a indústria cul-
tural encontram nos jovens um foco potencial para a cria-
ção de produtos. É interessante destacar que esse aparato
cultural promovido pela indústria e pelo mercado consu-
midor transcende os limites de idade pela propagação da
idéia de moda jovem entre diferentes gerações. O resul-
tado disso, conforme Weisheimer8, é que:
Culturas juvenis
nuidade. O comportamento rebelde tem fundamento na
reestruturação do seu mundo individual em confrontação
com o mundo social à sua volta. A juventude é o período
de problematização do que o jovem foi durante a sua infân-
cia e pré-adolescência e do que ele quer ser no presente.
Nesse processo de encontros e desencontros consigo,
com os outros e com o mundo à sua volta, os jovens não
estão apenas preparando-se para o que vem à sua frente.
Também fazem isso, é verdade, mas, acima de tudo, pro-
duzem o seu mundo a partir:
(6.2)
c ultura dos jovens
ou culturas juvenis?
116
Culturas juvenis
suas experiências, seus estilos de vida, enfim, suas sociabi-
lidades com as pessoas e os grupos mais próximos. Como
exemplos, apontam-se os movimentos sociais, a situação de
desemprego, os estilos musicais, entre outros que se consti-
tuem em elementos importantes de aproximação dos jovens,
já que estes estabelecem uma identidade em comum.
Já na terceira perspectiva de entendimento das cultu-
ras juvenis, apontada pelos estudos de Barbosa da Silva e
Araújo12 para o Ipea, aborda-se a questão do consumo cul-
tural jovem. Tudo o que é produzido pelos e para os jovens,
como literatura, cinema, teatro, televisão, rádio, entre outros,
pode ser analisado em seus conteúdos com o objetivo de
identificar as relações sociais estabelecidas nessa produção.
Nesse sentido, entende-se que tanto o Estado quanto o mer-
cado devem estimular tais práticas culturais, por causa do
forte conteúdo simbólico contidos em alguns eventos:
(6.3)
Tribo versus circuito jovem
Outro foco de debate sobre as culturas juvenis está asso-
ciado ao termo tribos juvenis, o qual foi elaborado pelo
sociólogo francês Michel Maffesoli em um livro intitulado
O tempo das tribos, em que ele analisa o comportamento de
jovens urbanos, destacando o nomadismo, a fragmentação
e o consumo como marcas de uma geração. Sua ênfase recai
na constituição de pequenos grupos, altamente voláteis e
diferenciados, que afirmam suas identidades em trajes e
práticas culturais. Segundo Maffesoli14, os jovens vistos por
esse prisma refletiriam o novo cenário do neoliberalismo
“caracterizado pela fluidez, pelos ajustamentos pontuais e
pela dispersão”. Conforme Weisheimer15, “Entende-se que
a expressão tribo juvenil é mais metafórica do que concei-
tual”. De qualquer maneira, essa expressão vem sendo uti-
lizada para descrever grupos que compartilham estilos e
práticas culturais em comum.
No estudo Os circuitos dos jovens urbanos, Magnani16
destaca a origem desse termo, identificando-o como uma
noção pós-moderna. Nesse sentido, salienta que: “No caso
da emergência desses pequenos grupos, voláteis, altamente
diferenciados, a novidade que apresentavam era sua con-
traposição à homogeneidade e ao individualismo caracte-
rísticos da sociedade de massas, bem como às identidades 119
bem marcadas da modernidade”.
Culturas juvenis
De acordo com Weisheimer17, nesse contexto, então,
de ascensão das abordagens pós-modernas, destaca-se
nos estudos sobre juventude a expressão tribos juvenis.
Embora o termo pós-moderno tenha ocupado um lugar de
destaque no debate acadêmico recente, permanece como
uma noção imprecisa e de duvidosa comprovação empí-
rica, sendo considerado aqui um movimento cultural e não
uma época histórica.
Com o objetivo de problematizar a identificação dos gru-
pos juvenis a partir de sua definição como tribos, Magnani18
propõe pensarmos em outro termo: circuito. Para o autor,
apesar do pioneirismo da expressão tribos, esta não tem
um alcance conceitual adequado para a análise dos grupos
juvenis, pois apresenta algumas limitações em seu uso. Um
exemplo dessa limitação, aponta Magnani19, refere-se a:
Culturas juvenis
suas manifestações.
Vimos que algumas correntes teóricas que analisam a
relação da juventude com as manifestações culturais pola-
rizam o debate colocando, de um lado, a juventude como
uma subcultura e, de outro, dentro de uma perspectiva
simbólica.
Destacamos também a discussão sobre o alcance desses
grupos, questionando se devemos entender essas relações
a partir de um olhar homogêneo, tratando as manifesta-
ções juvenis pelo paradigma da cultura juvenil, ou, ao con-
trário, se devemos procurar entender as especificidades
dos grupos juvenis e considerá-los como diferentes cultu-
ras juvenis.
Por fim, abordamos o embate entre duas noções dife-
rentes utilizadas para compreender os grupos juvenis e
suas manifestações: as noções de tribo e de circuito jovem.
Mesmo não se constituindo em conceitos teóricos, essas
duas noções servem como instrumentos analíticos para
entender o que “rola” nos grupos juvenis.
Indicação cultural
atividades
1. No texto, afirma-se que os jovens, além de serem um pro-
122
duto da cultura, também se constituem como produtores
desta. Nesse sentido, a identificação entre eles e sua auto-
Sociologia da Juventude
123
Culturas juvenis
(7)
( )
atualizada.
Para Sallas e Bega1, o caso do índio Galdino teve tama-
nha repercussão pelo fato de os envolvidos no crime serem
jovens oriundos de famílias prestigiosas da sociedade, o
que acabou contradizendo a disseminada associação entre
pobreza e violência. A sociedade, então, passou a indagar
sobre o que teria levado esses jovens a cometerem tal ato, se
possuíam educação formal e não estavam expostos a situ-
ações de vulnerabilidade econômica. Na releitura dessa
pesquisa, as autoras procuram desenvolver uma análise
mais contemporânea dos dados encontrados.
O texto deste capítulo é inspirado de forma espe-
cial na releitura das autoras citadas, procurando refletir
sobre algumas questões que foram levantadas por elas, e
(7.1)
a situação dos jovens no contexto
atual: aspectos gerais
O contexto atual, segundo apontam várias pesquisas, é bas-
tante oportuno para analisarmos e refletirmos sobre a situa
ção dos jovens, especialmente aqueles considerados entre a
faixa etária dos 15 aos 24 anos. Um desses estudos, realizado
por Fernando Rezende e Paulo Tafner2, mostra que especial-
mente na última década houve um expressivo crescimento
demográfico da população jovem, que em 2003 chegou a um
total de 33,85 milhões de jovens (entre 15 e 24 anos), correspon-
dendo a 19,5% da população. Entretanto, conforme aponta os
autores, pelas estimativas populacionais esse grupo etário
jamais foi ou será tão numeroso quanto é hoje, em termos
absolutos. Por isso, falamos que esse é um momento opor-
130
tuno para refletir sobre a questão dos jovens, especialmente
para pensar ações voltadas a esse público, já que, segundo
Sociologia da Juventude
Nota: (1) Inclusive as pessoas que não declaram o curso freqüentado. (2) Inclusive os
estudantes de cursos de alfabetização de adultos. (3) Inclusive os estudantes de pré-
vestibular. (4) Inclusive os estudantes de curso de mestrado.
Matrículas Concluintes
Ensino Ensino
Ano Ensino Médio Ensino Superior Ensino Médio Ensino Superior
Fundamental Fundamental
40.0
30.0
20.0
10.0
0.0
Só Trabalha Só Cuida de Não realiza
estuda e estuda trabalha afazeres nenhuma
domésticos atividade
Ac. Ac.
Naturais Externas Total Homicídio Suicídio Naturais Externas Total Homicídio Suicídio
Transp.(1) Transp.(1)
N 38,7 61,3 100 15,1 32,3 4,1 88,2 11,8 100 3,8 4 0,6
NE 33,7 66,3 100 13,9 35,1 2,9 91 9 100 2,5 2,9 0,5
SE 23,7 76,3 100 15,6 46,2 2,8 90,7 9,3 100 2,4 3,2 0,5
S 24,5 75,5 100 26,4 33,5 6,3 90,7 9,3 100 3,5 2,1 1,1
Total 29,7 72,1 100 17,1 39,7 3,6 90,4 9,6 100 2,8 3 0,6
60
52,1 51,7
50
38,8
40
30
30
21,3
18,1 20,8 20,8
20
10
0
1980 1990 2000 2004
Taxa Jovem
Taxa Não-Jovem
(7.2)
a s pesquisas em quatro
capitais brasileiras
Através do projeto da Unesco apresentado no início deste
capítulo – e que teve como categorias-chave os conceitos
de juventude, violência e cidadania – foi possível realizar
uma abrangente análise sobre a questão da violência e da
cidadania no Brasil a partir da percepção de todos os envol-
vidos na pesquisa (jovens, pais, professores e policiais).
O caso do Rio de Janeiro
jugal estável” – pai, mãe e filhos −, não pode mais ser pen-
sado como um modelo dominante. Isso especialmente em
relação às classes populares, em que a questão da ausência
paterna ficou mais destacada na pesquisa.
De acordo com Sallas e Bega14, a questão da escola sur-
giu como uma defasagem existente entre o mundo juvenil
e as práticas pedagógicas e formadoras da maioria dessas
instituições e, ainda, os profissionais da educação fazem
uma leitura negativa do futuro dos jovens, ou seja, ela
ocupa um lugar distante da realidade dos jovens.
O segundo bloco de políticas foi pensado em relação a
questões da violência, que se expressa tanto na vida social
quanto doméstica, escolar ou ainda na mídia. O caminho
proposto passa por investimentos do setor público em
mecanismos que diminuam as desigualdades e a exclusão
e a importância da efetivação dos direitos estabelecidos no
Estatuto da Criança e do Adolescente (Eca) no combate à
violência doméstica e escolar. À mídia foi destacada aten-
ção especial, segundo as autoras, pelo fato de ela contri-
buir para disseminar a idéia de relação entre juventude e
violência (jovens como principais responsáveis pela vio-
lência). Nesse sentido, o Estado deve intensificar a sua
participação no controle desses programas. Por fim, o ter-
ceiro bloco de políticas enfatiza as questões de cidadania,
com demandas ligadas à qualidade de vida e acesso aos
direitos sociais, com ações públicas que valorizem a demo-
cracia no cotidiano.
O caso de Brasília
O caso de Fortaleza
Indicação cultural
atividades
1. De acordo com os dados do IBGE (2000) sobre os jovens de
15 a 24 anos, é correto afirmar:
a. A partir da década de 1970, a taxa de crescimento da
população jovem começou a decair e, atualmente, esse
índice é o menor da história.
b. A tendência é de que a taxa de crescimento dessa faixa
etária atinja seu ápice a partir de 2020.
c. A taxa de crescimento dessa população tem se mantido
constante nas últimas décadas e essa é a tendência para
os próximos anos.
d. O volume de jovens permanecerá crescendo por algum
tempo, embora para os próximos anos a tendência seja
de que as taxas de crescimento desse grupo comecem a
decair, podendo alcançar até valores negativos.
146
2.
na realidade do jovem?
a. A juventude envolve-se em atos violentos porque é natu-
ralmente mais violenta que outros grupos sociais.
b. A violência experenciada na vida do jovem (tanto como
vítima quanto como agressor) está ligada a ausência ou
ineficácia de políticas públicas.
c. A violência associa-se mais aos jovens de classes
populares.
d. O jovem busca a violência para demarcar a sua identi
dade.
j uventudes rurais
Analisa Zorzi
( )
Juventudes rurais
e pesquisa os jovens rurais. No total, de acordo com nosso
autor de referência, foram 50 trabalhos realizados por 36
pesquisadores, os quais revelam que, além da invisibilidade
social, os jovens rurais sofrem de uma invisibilidade aca-
dêmica. Como destaca Weisheimer3: “Os jovens rurais têm
estado invisíveis para a maioria dos pesquisadores brasilei-
ros, constituindo-se em um objeto ainda pouco estudado”.
Verificamos que a região Sul do Brasil tem a maior par-
ticipação nos estudos sobre os jovens rurais, seguida pelas
regiões Sudeste, Nordeste e Norte, respectivamente. Uma
das explicações apontadas pelo autor, baseada em dados
do IBGE, para o desenvolvimento dos estudos na região Sul,
relaciona-se ao fato de a produção agrícola do tipo fami-
liar ser expressiva nessa região, onde a agricultura fami-
liar representa 90,5% do total das propriedades agrícolas.
Como conseqüência desse fato, afirma o autor, há a forma-
ção de grupos de pesquisas que desenvolvem estudos sobre
as populações rurais, incluindo a população jovem, mesmo
que de forma muito tímida ainda.
Weisheimer4 verificou que as temáticas de pesquisa
mais freqüentes nos estudos sobre as juventudes rurais rela-
cionam-se a quatro dimensões, principalmente. São elas:
a. educação rural;
b. identidades e ação coletiva;
c. inserção no trabalho;
d. reprodução social na agricultura familiar.
Juventudes rurais
nência destes no campo. De acordo com Weisheimer6:
Juventudes rurais
b. a inserção precoce no trabalho;
c. a participação dos jovens no plantio de drogas ilícitas;
d. a inserção das moças provenientes do meio rural no tra-
balho doméstico urbano;
e. a participação dos jovens nos processos de pluriativi-
dade.
Juventudes rurais
liares que são constituídos tendo por base a reprodução
dos modos de vida ligados ao trabalho agrícola, reinventar
outros modos de vida que levem em conta também os valo-
res e as condições materiais relacionados à vida urbana.
Além disso, há outras variáveis em jogo que influen-
ciam na formulação de projetos individuais, como a socia-
lização dos jovens no processo de trabalho agrícola e na
escola, as representações que os jovens concebem sobre o
trabalho na agricultura e também sobre o meio rural e o
meio urbano, e a suas avaliações sobre o modo de vida de
seus pais.
O acesso dos jovens rurais à cidadania é apontado
pelas pesquisas como um aspecto importante no processo
de reprodução social da agricultura familiar. Nesse sen-
tido, os estudos destacam que os jovens filhos de agriculto-
res transitam em diferentes espaços na sociedade na busca
de seus direitos, provocando a explicitação de problemas
estruturais da sociedade, os quais repercutem no meio
rural pelo movimento migratório e pelas reivindicações
dos jovens do campo.
Por fim, as pesquisas relacionam a pluratividade como
um fator que favorece a reprodução social dos agriculto-
res familiares. Existe hoje um forte debate que aponta a
necessidade de rever a associação entre agricultura e rural,
pois o rural não se caracterizaria nem se confundiria mais
com o agrícola. Por isso, o meio rural pode se dinamizar,
embasado em outras fontes de ocupação e renda ligadas
ao trabalho não-agrícola, favorecendo a permanência dos
jovens rurais que pretendem se estabelecer com outros
tipos de trabalhos, muitas vezes combinados com a ativi-
dade agrícola.
158
Sociologia da Juventude
(8.2)
a s diferentes juventudes rurais
Os estudos verificados por Weisheimer13 indicam diferen-
tes classificações para as juventudes rurais. O autor veri-
ficou também que há basicamente duas dimensões que
englobam essas categorias: de um lado, temos a referência
geográfica onde vivem esses jovens; e de outro lado, temos
a definição das categorias com base no processo de socia-
lização em determinadas ocupações. Podemos visualizar
essa classificação no quadro abaixo.
Juventudes rurais
e cultural dinâmicas. Por conseguinte, não é possível pensar
a juventude como um grupo homogêneo, já que ela apresenta
diferenças em seu interior, como bem mostrou o levanta-
mento das pesquisas realizadas no Brasil sobre juventudes
rurais. E é por isso que Weisheimer chama a atenção para as
noções de jovens e juventudes rurais no plural.
Por fim, o autor também destaca que existe, no
Brasil, um predomínio dos estudos de caso com um viés
microssociológico. Em contrapartida, há poucas pesquisas
realizadas em âmbito nacional e mesmo regional. Sobre isso
Weisheimer14 escreve:
Juventudes rurais
características e especificidades próprias.
Indicação cultural
atividades
1. O debate atual sobre os jovens rurais leva em consideração
principalmente dois fatores que influenciam os processos
sociais relacionados a esses jovens. Um deles é:
a. o fato de os jovens rurais não terem acesso à tecnologia.
b. o fato de os jovens rurais participarem dos processos
migratórios.
c. o fato de os jovens rurais não terem acesso ao lazer.
d. o fato de os jovens rurais não terem acesso à escola.
movimentos juvenis
Analisa Zorzi
Rochele Fellini Fachinetto
( )
Movimentos juvenis
belecidas. Nas palavras de Rabat2: “Talvez por isso a obser-
vação da história indique que os movimentos de ruptura
em relação às estruturas sociais que começam a mostrar-se
incompatíveis com novas condições de vida e de convivên-
cia atraem particularmente a participação juvenil”.
O que também ocorre, em muitos casos, é o fato de jovens
que militaram em movimentos e lutaram por algumas cau-
sas, acabarem, posteriormente, sendo absorvidos pelas hie-
rarquias sociais, nas quais passam a ocupar posições de
relevo na sociedade renovada. Isso ocorre tanto no caso de
atingirem os objetivos do movimento no qual lutavam ou
mesmo em casos em que o movimento não teve sucesso, isto
é, de qualquer maneira passam a fazer parte desses postos.
Isso mostra uma importante conseqüência da atuação de
segmentos juvenis nos movimentos, pois onde há maior par-
ticipação, ocorre também momentos privilegiados na forma-
ção de quadros para a vida futura da sociedade, ou seja, eles
não se limitam apenas à ação, mas também procuram inter-
vir de alguma maneira na sociedade.
(9.2)
a participação juvenil
168
na história brasileira
Sociologia da Juventude
Movimentos juvenis
Essa questão da ligação entre vários jovens do país foi
importante. Segundo o mesmo autor, os movimentos sociais
tendem a ganhar força e importância se conseguem articu-
lar grande número de pessoas em um território expressivo.
Decorre especialmente disso a influência decisiva do movi-
mento abolicionista naquele momento histórico.
Ressalta-se ainda a importância do apoio institucional
concedido aos jovens, no sentido de colaborar com as con-
dições objetivas que possibilitassem a articulação entre os
diversos segmentos juvenis nas diferentes regiões do país.
Esse apoio veio, de forma recorrente das universidades e
da inserção no meio militar. Aliás, conforme nosso autor,
nessa época os jovens universitários e militares atuavam,
com freqüência, de maneira integrada. Essa é uma caracte-
rística dos movimentos juvenis da época: o apoio de insti-
tuições de ensino e de organizações militares, que voltará
a ser preponderante em outros momentos da história bra-
sileira, como se verá mais adiante.
Movimentos juvenis
tinência, no momento, ao ministro de Guerra, atirou o sabre
ao chão, proferindo palavras que reforçavam o gesto de desa-
cato sensacional, deixando estupefatos os próprios companhei-
ros de armas que, à hora, não tiveram coragem para cumprir o
combinado, em benefício da propaganda republicana.
Os jovens no século XX
Movimentos juvenis
bavam tendo um caráter regional, com pouca articulação
em nível nacional, o que gerava certo isolamento entre os
Estados, já que essas organizações não tinham uma uni-
dade nacional. Essas organizações atuavam basicamente
no interior das faculdades, por meio de grêmios e centros
acadêmicos, ou ainda em associações e agrupamentos de
caráter específico, como os literários e artísticos, os políti-
cos, os boêmios, entre outros.
Essa desarticulação em nível nacional explica a pouca
ou quase nenhuma atuação dos movimentos juvenis logo
após a Proclamação da República, em 1889, e a década
de 1920, já no século XX. Conforme Poerner10: “Como em
todas as ocasiões em que se vê satisfeitas suas exigências e
reivindicações mais instantâneas de progresso e de justiça
no país, a juventude universitária brasileira se aquietou no
alvorecer da Primeira República”.
Portanto, conforme esse autor, antes da criação da UNE
os estudantes participavam politicamente de outras enti-
dades como a Liga Nacionalista de Bilac, a Liga do Voto
Secreto de Monteiro Lobato, a Aliança Liberal, a Milícia
Patriótica Civil e a MMDC constitucionalista de São Paulo
e a Aliança Nacional Libertadora.
A realização do I Congresso da Juventude Operária,
alguns anos antes, foi de extrema importância para a fun-
dação da UNE, pois foi naquele momento que se tornou
clara a necessidade de criação de um instrumento que
possibilitasse aos estudantes colaborarem com a luta pela
transformação da realidade nacional.
Nesse contexto, então, surge a UNE, fundada no dia
13 de agosto de 1937, na Casa do Estudante do Brasil, no
Rio de Janeiro, após a fundação do I Conselho Nacional
174 dos Estudantes. Nas palavras de Poerner11: “Fruto de uma
tomada de consciência, quanto a necessidade da organiza-
Sociologia da Juventude
Movimentos juvenis
vras de Poerner13:
Movimentos juvenis
deter um processo de violência que se chocava com o huma-
nismo inerente ao povo brasileiro.
Movimentos juvenis
tuinte democrática.
Na Assembléia Nacional Constituinte, a UJS mobilizou
a juventude por meio de abaixo-assinados e da atuação em
conjunto com deputados constituintes, apresentando suas
propostas, das quais foram aprovados a Lei do Grêmio Livre
e o Voto aos 16 Anos. Assim, a UJS saiu desse processo de
mobilização como a maior juventude política organizada
do Brasil, passando a atuar como a principal força dentro
do movimento estudantil brasileiro, elegendo seus mem-
bros como presidentes da Ubes e da UNE de maneira inin-
terrupta desde então.
Sob sua direção, essas organizações estudantis realiza-
ram as jornadas de mobilização e passeatas estudantis do
“Fora Collor!” que resultaram no impeachment do então presi-
dente da República Fernando Collor de Mello. Pode-se dizer
que a UJS se caracteriza na atualidade como um amplo movi-
mento de jovens pelo socialismo e que tem em sua pauta a
construção de políticas publicas de juventude e busca politi-
zação do diversificando movimento juvenil brasileiro.
Os “caras-pintadas”
Movimentos juvenis
de um novo modelo de sociedade, mais pluralista, democrá-
tica, participativa e cidadã [...], criando novas formas, novas
práticas de exercício político reivindicatório.
Movimentos juvenis
ção dos jovens em movimentos sociais, é interessante refle-
tir como esses grupos acabam adquirindo um importante
papel de mobilização e ainda um forte impacto na trans-
formação social do país. Foram muitos momentos históri-
cos em que a participação dos jovens se tornou decisiva. E,
nesse sentido, é extremamente importante considerarmos
que essas ações não estão somente no passado do país, mas
renovam-se constantemente, adquirindo novas formas de
expressão, sob diversos signos de mobilização.
Dessa forma, é pertinente a afirmação de alguns autores,
como Rabat20, que apontam a importância do movimento
estudantil como força de aceleração da história, capaz de
“sacudir” e de “questionar” as estruturas consolidadas e,
ainda, como esses movimentos acabam sendo reconheci-
dos como fator de mudança e de mobilização social. Nesse
sentido, se a especificidade da categoria juventude nos
movimentos sociais é justamente a sua “transitoriedade”,
isto é, sua situação passageira, cabe destacarmos que se
trata de uma “transitoriedade” que se renova, que ressurge
sob novas configurações e que está constantemente atenta
às situações que afligem tanto os jovens quanto a socie-
dade de uma forma geral.
Indicações culturais
atividades
1. No contexto da Abolição da Escravatura e da Proclamação
da República, as mobilizações juvenis tinham como prin-
cipal característica:
a. a ligação com a literatura e as artes, especialmente a poe-
sia social, na qual os jovens poetas manifestavam suas
discordâncias em relação à situação daquele momento.
b. a maneira violenta com que expressavam sua indigna-
ção, por meio da depredação de espaços públicos.
c. a clandestinidade, já que o controle sobre essas manifes-
tações era intenso.
d. a criação de organizações próprias que pudessem faci-
litar a articulação entre os jovens de diversas partes do
país.
Movimentos juvenis
3. As mobilizações juvenis durante a ditadura militar tinham
( )
(10.1)
o que são políticas públicas
de juventude
Pode-se entender por políticas públicas um conjunto de ações
realizadas pelo Estado que visam equacionar problemas
políticos e sociais, objetivando responder às demandas
apresentadas pela sociedade civil. Conforme a cientista
política Celina Souza1: “A formulação de políticas públi-
cas constitui-se no estágio em que governos democráticos
traduzem seus propósitos e plataformas eleitorais em pro-
gramas e ações que produzirão resultados e mudanças no
mundo real”. Como desdobramento dessa primeira defini-
ção, podemos dizer que as políticas públicas de juventude
(PPJ) são as políticas desenvolvidas pelo poder público
(Estado) que pretendem responder às demandas das juven-
tudes. Porém, isso só ocorre à medida que as juventudes,
principalmente por meio dos movimentos juvenis, passam
a disputar espaço na agenda governamental.
A constituição das PPJ tem se ampliado consideravel-
mente nos últimos anos, mais precisamente a partir do
final da década de 1990. No ano de 2004, a Organização
das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura
(Unesco) apresentou uma publicação que se constituiu num
191
marco do debate sobre PPJ no Brasil. A equipe coordenada
de para com
Sociologia da Juventude
Juventude e Articulação
juventudes; entre agência,
lugar dos adul-
tos, lugar dos
jovens;
Ações ime-
Sujeitos de direi- diatas, con-
tos e atores do siderando
desenvolvimento; Lugar do Estado. princípios
integradores;
Construção da Investimento
autonomia e for- em processos;
mação de capital
cultural. Vontade polí-
tica para mudar
a forma de
fazer política.
(10.2)
p rincipais marcos internacionais
da constituição das ppj
A preocupação com o futuro das juventudes em âmbito
internacional tem se refletido na agenda das instituições
e organismos multilaterais desde o início dos anos de
1960. Contudo, foi só recentemente, já na década de 1980,
que a juventude passou a ser objeto de atenção sistemá-
tica da Organização das Nações Unidas (ONU). O marco
inicial desse processo foi materializado, de modo con-
tundente, com a comemoração do “Ano Internacional da
Juventude” em 1985, decretado pela ONU. A partir desse
momento, registrou-se um crescente interesse por parte da
194
comunidade internacional de fomentar a inclusão de ações
Sociologia da Juventude
(10.3)
d esenvolvimento das ppj
na a mérica l atina
Quando nos aproximamos mais da realidade da América
Latina, percebemos algumas particularidades que são
importantes para compreendermos essa realidade espe-
cífica. Conforme o sociólogo uruguaio Julio Bango5, o
desenvolvimento histórico das políticas de juventude na
América Latina registram quatro etapas que traduzem os
enfoques nos quais os jovens foram tratados pelas agên-
cias governamentais.
Segundo esse autor, a etapa inicial, situada na década
de 1950, é “caracterizada como a busca da incorporação dos
jovens nos processos de modernização por meio de polí-
ticas educativas”6. Nesse contexto, a ampliação da oferta
de educação visava possibilitar itinerários de mobilidade
social ascendente. O investimento em educação aparece
como a principal resposta do Estado para a incorporação
social das novas gerações.
A fase seguinte corresponde aos anos de 1960 e 1970,
e é marcada por uma guinada autoritária no continente
196
latino-americano. A pauta governamental passou a ser a
Sociologia da Juventude
(10.4)
h istórico das ppj no b rasil
A história das políticas públicas no Brasil é recente. Para
compreender o desenvolvimento das ações na área da
juventude, é importante ter como referência o marco legal
que estabelecia a atuação do Estado em relação ao jovem.
Podemos dizer que a juventude no Brasil tem sido histori-
camente entendida como uma transição entre a infância e
a idade adulta. Isso está relacionado a um paradigma pro-
dutivista do desenvolvimento, que concebe a formação dos
jovens voltada para o ingresso no mercado de trabalho.
Historicamente isso se refletiu no 1º Código de Menores
– o Código Mello Matos − que marcou o início da interven-
ção do Estado na elaboração de políticas de juventude no
Brasil e vigorou até o final da década de 1970. Ainda em
1964, no início do Regime Militar, foi criada a Fundação
199
Nacional de Bem-Estar do Menor (FUNABEM), que perpe-
(10.5)
o contexto atual das ppj no b rasil
A partir de 2004, de acordo com Castro e Aquino12,
constatamos uma nova situação das PPJ no Brasil. Nesse
período, iniciou-se, no âmbito do Governo Federal, um
amplo diálogo sobre a necessidade de se instaurar uma
política nacional para a juventude. Logo depois, no início
de 2005, foram criados a Secretaria Nacional da Juventude
(SNJ), o Conselho Nacional de Juventude (Conjuve) e um
“programa de emergência”, voltado para jovens entre 18 e
24 anos – o ProJovem. Esse programa tinha por objetivo
a elevação dos índices de alfabetização, escolaridade
e qualificação profissional. Esse projeto já passou por
algumas avaliações e reformulações, de modo a superar
suas limitações, e, a partir de 2008, entra em uma fase
ampliada no que diz respeito às ações e aos recursos
destinados ao seu desenvolvimento.
O desafio que se coloca na atualidade às PPJ é ampliar
o seu escopo para atender às diferentes necessidades das
múltiplas juventudes. Como frentes de atuação emergen-
cial, conforme os autores, foram definidas três áreas: a
aceleração da aprendizagem, a transferência de renda e a
qualificação profissional.
Essa nova geração de políticas de juventude já começa a
ser influenciada pelo enfoque geracional-juvenil proposto
pela Unesco, que vem ganhando a adesão de agentes
202
governamentais e movimentos juvenis. A idéia é de que
Sociologia da Juventude
(.)
p onto final
Neste capítulo, discutimos o que são políticas públicas de
juventude. Verificamos que estas surgem à medida que os
jovens passam a ser reconhecidos como sujeitos de direi-
tos específicos. No processo de institucionalização dessas
políticas, confluíram a atuação de diferentes agentes sociais,
cujo marco internacional inicial pode ser visto na declara-
ção do Ano internacional da Juventude pela ONU, em 1985.
Verificamos o longo processo de constituição das PPJ na
América Latina e particularmente no Brasil, que passou a
viver, a partir de 2004, um novo marco institucional com a
criação da Secretaria Nacional de Juventude e do Conselho
Nacional de Juventude, sendo o momento atual marcado
pela influência da perspectiva geracional-juvenil em políti-
cas de/para/com juventudes proposta pela Unesco.
Indicações culturais 205
atividades
1. Como pode ser caracterizada a evolução das PPJs na
América Latina?
a. Pelo crescente processo de valorização do jovem como
agente de transformação social.
b. Voltada para o desenvolvimento de ações ligadas à cul-
tura e à educação.
c. Determinada pelos problemas de exclusão dos jovens
da sociedade e por estratégias para facilitar a transição
para o mundo adulto e a integração neste.
d. Pelo desenvolvimento de ações que estimulem a parti-
cipação dos jovens em movimentos sociais ligados aos
problemas recorrentes da América Latina.
20 WEISHEIMER, 2008.
8 MANNHEIM, 1968, p. 72.
21 MALINOWSKI, 2003.
9 MANNHEIM, 1968, p. 72.
22 MEAD, 1979.
10 MANNHEIM, 1968, p. 73.
11 MANNHEIM, 1968, p. 74-75. 23 WEISHEIMER, 2008, p. 53.
12 WEISHEIMER, 2008.
13 MANNHEIM, 1968, p. 74-75. Capítulo 6
14 MANNHEIM, 1982. 1 WEISHEIMER, 2008.
15 SOUZA, 2006. 2 FERRARI, 1983.
16 WEISHEIMER, 2007, 2008. 3 GEERTZ, 2001.
17 DURKHEIM, 1978. 4 WEISHEIMER, 2008, p. 53.
18 WEISHEIMER, 2008. 5 WEISHEIMER, 2008.
19 WEISHEIMER, 2008. 6 MAGNANI, 2005, p. 176.
20 EISENSTADT, 1976, p. 4-5. 7 WEISHEIMER, 2008.
21 EISENSTADT, 1976, p. 7. 8 WEISHEIMER, 2008, p. 55.
22 WEISHEIMER, 2008. 9 WEISHEIMER, 2008, p. 57.
23 BOUDON; BOURRICAUD, 1993. 10 FREIRE, 1995.
24 WEISHEIMER, 2008. 11 BARBOSA DA SILVA; ARAÚJO, 2008,
25 WEISHEIMER, 2007, 2008. p. 89.
26 DUBAR, 2005. 12 BARBOSA DA SILVA; ARAÚJO, 2008.
27 MANNHEIM, 1982. 13 BARBOSA DA SILVA; ARAÚJO, 2008.
28 WEISHEIMER, 2008. 14 MAFFESOLI, 1987, p. 107.
29 MOLLO-BOUVIER, 2005. 15 WEISHEIMER, 2008, p. 54.
30 MANNHEIM, 1982, p. 83. 16 MAGNANI, 2005, p. 175.
17 WEISHEIMER, 2008.
Capítulo 4
18 MAGNANI, 2005.
1 MARX, 1968. 19 MAGNANI, 2005, p. 175.
2 WEISHEIMER, 2008. 20 MAGNANI, 2005, p. 177.
3 WAISELFISZ, 2002. 21 MAGNANI, 2005, p. 177.
Capítulo 7 4 POERNER, 1995.
5 POERNER, 1995.
1 SALLAS; BEGA, 2006.
2 REZENDE; TAFNER, 2005. 6 POERNER, 1995, p. 64.
3 REZENDE; TAFNER, 2005, p. 287. 7 RABAT, 2002.
4 NEVES; RAIZER; FACHINETTO, 2007. 8 POERNER, 1995.
5 NEVES; RAIZER; FACHINETTO, 2007. 9 POERNER, 1995.
6 REZENDE; TAFNER, 2005. 10 POERNER, 1995, p. 67.
7 REZENDE; TAFNER, 2005. 11 POERNER, 1995, p. 123.
8 REZENDE; TAFNER, 2005. 12 POERNER, 1995.
9 REZENDE; TAFNER, 2005. 13 POERNER, 1995, p. 204-206.
10 REZENDE; TAFNER, 2005. 14 POERNER, 1995, p. 289.
11 ZALUAR, 2004, p. 30. 15 PASTORAL DA JUVENTUDE, 2005.
12 WAISELFISZ, 2002. 16 POERNER, 1995, p. 319.
13 SALLAS; BEGA, 2006.
17 RIBEIRO, 2007, p. 2.
14 SALLAS; BEGA, 2006.
18 RIBEIRO, 2007, p. 4.
15 SALLAS; BEGA, 2006.
19 NAÇÃO HIP HOP BRASIL, 2007.
16 SALLAS; BEGA, 2006, p. 38.
17 FACHINETTO, 2008. 20 RABAT, 2002.
18 ZALUAR, 2004.
19 PASSETTI, 2000. Capítulo 10
20 GREGORI, 2000. 1 SOUZA, 2007, p. 69.
21 SALLAS; BEGA, 2006. 2 ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES
22 SALLAS; BEGA, 2006.
UNIDAS PARA A EDUCAÇÃO, A
CIÊNCIA E A CULTURA, 2004.
Capítulo 8
3 ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES
1 WEISHEIMER, 2008. UNIDAS PARA A EDUCAÇÃO, A
2 WEISHEIMER, 2005. CIÊNCIA E A CULTURA, 2004.
3 WEISHEIMER, 2005, p. 10. 4 ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES
4 WEISHEIMER, 2005. UNIDAS PARA A EDUCAÇÃO, A
5 WEISHEIMER, 2005, p. 16.
CIÊNCIA E A CULTURA, 2004, p. 26.
6 WEISHEIMER, 2005, p. 16-17.
5 BANGO, 2003.
7 WEISHEIMER, 2005, p. 17.
8 WEISHEIMER, 2005, p. 17-18. 6 BANGO, 2003, p. 41. 209
9 WEISHEIMER, 2005. 7 BANGO, 2003, p. 44.
10 WEISHEIMER, 2005, p. 18. 8 BANGO, 2003, p. 45.
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Sociologia da Juventude
Capítulo 1 Capítulo 4
1. c 1. a
2. a 2. d
3. d 3. b
Capítulo 2 Capítulo 5
1. a 1. a
2. c 2. d
3. b 3. a
Capítulo 3 Capítulo 6
1. b 1. a
2. a 2. c
3. d 3. b
Capítulo 7 Capítulo 9
1. d 1. a
2. b 2. d
3. a 3. b
Capítulo 8 Capítulo 10
1. b 1. c
2. d 2. d
3. c 3. a
216
Sociologia da Juventude
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