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3º ANO
Trabalho em Grupo
Grupo (3)
Discentes: Docente:
Albertina Amade Tavares Elias Muaruelane
Altino Rafael João Ussene
Inês Alfândega
Marcelino Felisberto
Cuamba, 2021
Universidade Católica de Moçambique
Faculdade de Ciências Agronómicas
.
Objectivos:.................................................................................................................................4
Administração Pública...............................................................................................................6
Reforma......................................................................................................................................7
Conclusão.................................................................................................................................20
Referencias Bibliográficas.......................................................................................................21
Introdução
A Administração Pública de qualquer país e de qualquer época tem como finalidade fundamental
satisfazer, através dos seus órgãos e serviços, as necessidades colectivas das respectivas
populações.
Objectivos:
Geral
Específicos
No dia 25 de Junho de 2001, afirmou que “falamos da Reforma do Sector público porque não
estamos completamente satisfeitos com qualquer coisa na organização e funcionamento deste
universo de instituições do Estado” (CIRESP, 2001).
A reforma administrativa, numa definição das Nações Unidas, baseia-se no “uso deliberado da
autoridade, e influência para aplicar novas medidas a um sistema administrativo com vista à
mudança dos seus objectivos, estruturas e procedimentos”. (Araújo, 2002 a: 2).
Vale a pena transcrever uma passagem, em nossa opinião bastante elucidativa para o caso de
Moçambique e de África no geral, da oração de sapiência proferida pelo escritor moçambicano
Mia Couto, na abertura oficial do ano lectivo de 1995 no ISCTEM – Instituto Superior de
Ciências e Tecnologia de Moçambique
Administração Pública
Fazendo uma incursão sobre a literatura existente sobre a matéria, nota-se que não existe uma
definição única deste conceito, embora existindo convergência em alguns aspectos que formam a
base do conceito. Para sustentar esta afirmação, são trazidas neste trabalho algumas definições
que foram sendo produzidas por vários autores desta área da ciência e de conhecimento.
A Administração Pública é entendida num duplo sentido: sentido orgânico e sentido material.
No sentido orgânico, a administração pública é o sistema de órgãos, serviços e agentes do
Estado e de outras entidades públicas que visam a satisfação contínua das necessidades
colectivas.
Por seu turno, o Decreto no. 30/2001, de 15 de Outubro, define no seu artigos 5 e 6os princípios
de actuação dos serviços da administração pública, dos quais se pode destacar o princípio da
prossecução do interesse público e protecção dos direitos e interesses dos cidadãos; e o princípio
de justiça e de imparcialidade.
Reforma
Reforma é o nome que se dá a uma mudança de forma (esta entendida no sentido amplo), uma
modificação na forma, na natureza ou no tamanho de algo, a fim de aprimorá-lo.
Reforma (construção): acção, acto ou efeito de reformar, mudar a forma (em sentido amplo) de
uma construção ou edificação.
Não se pode dissociar a reforma do sector público em Moçambique das acções conducentes à
redução da pobreza, que aliás constituem um dos objectivos prioritários na agenda do Governo.
Para tal, foi instituído na legislatura 2000 - 2004 o “Plano de Acção de Redução da Pobreza” -
(PARPA), merecedor de continuidade pelo actual Governo (2005 – 2009), através do PARPA -
II o qual representa um esforço assinalável de providenciar um instrumento político, de carácter
abrangente, integrado e explícito para a redução dos níveis de incidência da pobreza absoluta em
Moçambique. O Plano de Acção para a Redução da Pobreza Absoluta (PARPA) foi esboçado
numa perspectiva multi dimensional, contemplando os aspectos de carácter económico, social,
político e cultural, sendo que os programas e projectos deverão ter uma abrangência de âmbito
nacional, provincial, sectorial e local.
É neste âmbito onde surge a Reforma do Sector Público - ora em curso, como uma ferramenta do
PARPA, mas também visando tornar a Administração Pública e o país mais competitivos. A
reforma está assente numa estratégia global, preconizada para ser posta em prática entre os anos
2001 e 2011.
Para além dos dois desafios fundamentais atrás referenciados (redução da pobreza e maior
competitividade), vários elementos do processo político, económico, social e institucional do
estado Moçambicano, directamente interligados, marcam também os pressupostos da reforma da
administração pública. Os mesmos, têm estado na agenda da reforma e são caracterizados por
várias vertentes, mormente: a transformação do modelo de economia centralizada para a
economia de mercado; a instauração e desenvolvimento do sistema político multipartidário; a
implementação da descentralização e desconcentração da administração do estado; a
reconstituição do tecido social após o términos da guerra que dilacerou o país, através de vários
programas económicos e sociais.
As razões evocadas para pôr em marcha a reforma, estão alicerçadas, em nossa opinião, em
factores marcadamente endógenos, tal como se pode depreender pelo seguinte:
"A necessidade de adequar o conjunto das organizações que integram o sector público
para fazer face aos desafios que se colocam ao Estado Moçambicano.
A permanente legitimação do Estado de Direito nas suas relações com a sociedade como
factor de garantia da soberania, da moçambicanidade e do progresso nacional" (CIRESP,
2001: 46 - 47)
O âmbito da reforma abrange o sector público e estende-se às relações deste com o sector
privado e a sociedade civil, sendo que as suas características principais baseiam-se: na coerência
entre as suas componentes; na condução estratégica da mudança; numa ampla base de apoio; na
busca de resultados concretos; numa abordagem selectiva de áreas prioritárias; numa agenda
dinâmica; pela continuidade; e pela profissionalização do sector público.
Pegando neste último aspecto, é importante fazer notar que as autoridades em Moçambique,
deram alguns passos importantes no sentido da profissionalização dos funcionários, destacando
nesse âmbito, o Sistema Nacional de Gestão de Recursos Humanos, o Estatuto Geral dos
Funcionários do Estado, o Sistema de Informação de Pessoal - SIP e o Sistema de Formação em
Administração Pública - SIFAP, sobre o qual faremos uma abordagem mais detalhada no
próximo capítulo.
" É de reforçar a importância que os profissionais do Sector Público têm enquanto elos de
ligação fundamentais nas relações entre Estado e Sociedade, enquanto actores fundamentais do
processo de reforçar identidade e pertença do cidadão ao país e suas instituições de poder. Para a
cidadania o estado é uma abstracção, enquanto que o atendimento de qualidade do funcionário é
uma realidade concreta para a própria credibilidade do Estado. Essa característica básica do
desempenho profissional a ser estimulada de modo permanente pelo Estado" (UTRESP, 2002: 39
- 40).
Uma das actividades fundamentais desta reforma e da profissionalização dos funcionários
públicos é a formação e o permanente aperfeiçoamento dos quadros e funcionários da
Administração Pública moçambicana. Sem descurar todas as premissas e razões apresentadas, é
válido reconhecer a prioridade que o PARPA constitui, e por isso, os conteúdos das diferentes
acções de formação deverão ser conceptual e pragmaticamente coerentes com os propósitos da
redução da pobreza. Para além da formação técnica específica de cada um dos sectores de
actividade, absolutamente indispensável, torna-se imperioso dotar os funcionários e
particularmente os quadros da administração pública, de conhecimentos e capacidades nos
domínios da gestão e das políticas públicas. Para tal, a formação em administração pública ocupa
um lugar de charneira que deve ser preocupação das entidades educacionais - que formam hoje
jovens para abraçarem no futuro funções neste domínio, mas também das autoridades da
administração pública que lidam com a organização estado e função pública - na formação dos
funcionários e quadros desse mesmo aparelho.
O processo evolutivo da Administração Pública moçambicana, busca os seus alicerces nas várias
fases da presença Portuguesa e do jugo colonial iniciada nos finais de século XV (1498). Importa
destacar a descoberta de Vasco da Gama e a sua posterior fixação no litoral de Moçambique,
inicialmente como mercadores (efectuando trocas comerciais) e mais tarde como efectivos
colonizadores.
Para atingir novos objectivos, era necessário empreender uma profunda transformação dos
métodos de trabalho e de estruturação do aparelho do Estado, a fim de proporcionar a criação de
novos esquemas mentais e regras de funcionamento. A administração pública devia ser um
instrumento para a destruição de todos os vestígios do colonialismo e do imperialismo, para a
eliminação do sistema de “exploração do homem pelo homem”, tanto para a edificação da base
política, material, ideológica, cultural e social da nova sociedade”.
Para isso, foi aprovado o primeiro instrumento normativo para organizar a Administração
Pública, o Decreto nº. 1/75 De 27 de Julho, que definia as principais funções e tarefas do
Aparelho de Estado Central.
Administrativa;
Os órgãos locais do Estado conforme citam artigos 262, 263 e 264 da Constituição da República
de Moçambique, têm como função à representação do Estado ao nível local para a
Administração e o Desenvolvimento do respectivo Território e contribuem para a integração e
unidade nacional. No seu funcionamento, os órgãos locais do Estado, promovem a utilização dos
recursos disponíveis e garantem a participação activa dos cidadãos e incentivam a iniciativa local
na solução dos problemas das comunidades, respeitando na sua actuação as atribuições,
competências e autonomia das autarquias locais e a realização de tarefas e programas
económicos, culturais e sociais de interesse local e nacional, observando o estabelecido na
Constituição, deliberações da Assembleia da República, do Conselho de Ministros e dos órgãos
do Estado do escalão superior.
Para assegurar a participação das comunidades na definição das prioridades das Acções de
Desenvolvimento Económico Local, foi instituído um fundo de investimento de iniciativa local,
que é gerido pelos Governos Distritais, cuja utilização é concertada pelo Governo Distrital com
os Conselhos Consultivos Locais, que estão em funcionamento nos Distritos, Postos
Administrativos e Localidades.
Por outro lado, a privatização e/ou contratação de algumas funções do Estado abre espaço a uma
maior competitividade na prestação de serviços públicos, com fortes possibilidades de melhoria
de sua qualidade e criação de novas formas de rendimento. Ademais, a redução do tempo de
resposta bem como da burocracia no funcionamento do sector público e particularmente no
licenciamento das actividades económicas, previstas sob esta componente e já em curso, são
medidas que estimularão consideravelmente os investimentos tanto internos como externos, com
um impacto positivo na economia.
Para o alcance desses objectivos, estão previstas mudanças profundas na gestão e capacitação
dos recursos humanos, nas estruturas e procedimentos de prestação de serviços, no processo de
gestão de políticas públicas e na programação orçamental e gestão financeira. Estas reformas
contribuirão consideravelmente para a promoção da boa governação e combate à corrupção, ao
aumentar a capacidade de resposta do sector público às demandas dos cidadãos, através da
criação de mecanismos de prestação de contas e transparência e pela redução de oportunidades
de acesso ilícito aos recursos públicos. A ocasião faz o ladrão. É preciso reduzir senão eliminar
os espaços para a corrupção.
Um exemplo de suma importância que está a ser implementado neste sentido é o “Observatório
do PARPA”, através do qual o Governo ausculta a sociedade e incorpora contribuições que
visam melhorar os métodos de trabalho na formulação e monitoria de políticas públicas. Por
outro lado, estão previstos, no âmbito da Lei dos Órgãos Locais do Estado Fóruns Consultivos
aos vários níveis como um mecanismo de consulta periódico entre o Governo e a sociedade, na
promoção da governação participativa e ampliação da democracia.
Além da melhoria na gestão financeira em si, a nova legislação incorpora também mecanismos
de prestação de contas que serão a base para uma maior transparência e responsabilização. Neste
sentido, está para aprovação o Regulamento de Contratação de Empreitadas de Obras Públicas e
de Fornecimento de Bens e de Prestação de Serviços ao Estado (O Regulamento do
Procurement), como forma de imprimir maior transparência no relacionamento do Estado com
os agentes económicos e outros particulares.
Em suma, uma maior responsabilidade fiscal terá um efeito positivo na economia, porque
eliminará alguns dos elementos que podem prejudicar os esforços de desenvolvimento
económico. No entanto, torna-se necessário aprofundar de forma participativa o tipo de reforma
fiscal que não asfixie o desenvolvimento do sector empresarial nas grandes e médias empresas e
muito menos prejudicar a emergência e desenvolvimento dos pequenos empreendedores.
Boa Governação e Combate à Corrupção
O fenómeno da corrupção é outra face da moeda que assola o sector público e tem custos
económicos elevados, porque contribui para a retracção dos investimentos, pois, consiste no uso
ilícito dos recursos públicos para fins particulares. No âmbito do sector público ela floresce com
a falta de transparência, burocracia excessiva, procedimentos de estruturas demasiadas e
complexas.
No entanto, no âmbito do sector público ela floresce onde há falta de transparência, excessiva
burocracia, procedimentos e estruturas demasiado complexas. Por essa razão, o combate à
corrupção decorre naturalmente das mudanças positivas que forem operadas nas estruturas e
procedimentos de prestação de serviços, na profissionalização da Administração Pública, e
modernização na gestão e desenvolvimento de recursos humanos, na gestão de políticas públicas
e na gestão financeira e melhoria de mecanismos de prestação de contas.
Desta elaboração pode-se concluir que apesar de esforços e vontade política do Governo de
Moçambique, ainda persistem muitos problemas de organização e do funcionamento da
Administração Pública que constituem autênticos desafios de momento e para os próximos anos.
Estes podem ser agrupados em problemas estruturais e funcionais.
Para fazer face a esta situação o Governo aprovou uma estratégia de longo prazo, a Estratégia de
Reforma e Desenvolvimento da Administração Pública 2012-2025 (ERDAP), com objectivo
fundamental de continuar com as reformas, de forma mais integrada nas actividades do sector
público
A atitude geral do sector público requer uma mudança significativa de forma a ser centrada no
cliente e orientada para um maior grau de eficácia. A descentralização e a desconcentração
constituem objectivos importantes da política do Governo de Moçambique (GdM), cujo alcance
constitui pré-condição uma maior capacidade das instituições do sector público a nível central,
provincial e distrital.
UTRESP (2002) - Unidade Técnica da Reforma do Sector Público, Estudo sobre o papel do
sector público, o processo das políticas públicas, a estratégia de descentralização e
desconcentração e a formação e capacitação institucional em Moçambique - Draft para
Discussão, Maputo.
CRM 2004
CRM 1990
CRPM 1975
ERDAP, 2011-2025
Nyakada (2008)