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Anastância Manuel Ambasse

Direito Administrativo

Actuação do Administrativo Publico sem Respeito das Normas Legais do Procedimento


do Estado de Emergência e Necessidade

Universidade Alberto Chipande

Beira

2023
ii

Anastância Manuel Ambasse

Direito Administrativo

Actuação do Administrativo Publico sem Respeito das Normas Legais do Procedimento


do Estado de Emergência e Necessidade

Docente: Msc. Flora Peranhe

Universidade Alberto Chipande

Beira

2023
ii

Índice

1.2. Objectivos...........................................................................................................................2

1.2.1. Geral.................................................................................................................................2

1.2.2. Específicos.......................................................................................................................2

1.3. Metodologia........................................................................................................................2

1.3.1. Método Bibliográfico.......................................................................................................2

CAPÍTULO II: REFERENCIAL TEÓRICO.............................................................................3

2.1. Administração Pública........................................................................................................3

2.2. Sentidos Administração Pública.........................................................................................3

2.2.1. Sentido Orgânico..............................................................................................................3

2.2.2. Sentido funcional ou material..........................................................................................3

2.3. Divergências........................................................................................................................3

2.3.1. Administração Pública VS Administração Privada.........................................................3

2.4. Legislação e Administração................................................................................................4

2.5. Justiça e Administração Pública..........................................................................................5

2.6. Poderes de Administração Pública em Moçambique..........................................................5

2.7. O poder de decisão..............................................................................................................6

2.8. Os principais atributos que caracterizam o acto administrativo..........................................6

2.8.1. O privilégio da execução prévia.......................................................................................6

2.8.1.1. Vantagens da execução prévia......................................................................................7

2.9. O poder de execução...........................................................................................................7

2.10. As sujeições da Administração Moçambicana à luz do direito vigente............................8

CAPÍTULO III: DISCUSSÃO DA PESQUISA......................................................................10

3.1. Discussão dos resultados da pesquisa com base na actuação do Administrativo Publico
sem Respeito das Normas Legais do Procedimento do Estado de Emergência e Necessidade
..................................................................................................................................................10

3. Conclusão.............................................................................................................................11
iii

4. Referências Bibliográficas..................................................................................................12
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CAPÍTULO I: INTRODUÇÃO

1.1. Introdução

O presente trabalho tem como tema: actuação da administração pública sem respeito das
formas legais do Procedimento do Estado de Emergência e Necessidade. Dizer que a
Administração em Moçambique, é um órgão ou matéria que é protegida por um instrumento em
relação a seus actos ou factos administrativos, e que esses devem seguir os princípios para o seu
funcionamento legal.

De salientar que este trabalho foi elaborado com o auxílio de manuais físicos e outras
matérias consultadas na Internet.

Este trabalho comporta quatro momentos: a introdução, contextualização, discussão e a


última parte a conclusão, onde: na introdução é onde tem informações sobre o conteúdo existente
no trabalho, na contextualização, é onde que contém definição de palavras-chave e levantamento
confrontal de pontos de vistas dos autores e na parte conclusiva, onde que versa sobre a parte
síntese do trabalho.
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1.2. Objectivos

1.2.1. Geral

 Prospectar sobre Princípios basilares que norteiam a Administração em


Moçambique.

1.2.2. Específicos

 Fazer conhecer a Política, Legislação, Justiça, Poderes e Sujeições na/da


Administração;
 Ditar os Princípios que norteadores da Administração.

1.3. Metodologia

1.3.1. Método Bibliográfico

De acordo com Gil (2002), a pesquisa bibliográfica é desenvolvida com base em material
já elaborado, constituído principalmente de livros e artigos científicos. Este método consiste em
pesquisa em livros e internet, que contém a matéria relacionada com o tema em questão.
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CAPÍTULO II: REFERENCIAL TEÓRICO

2.1. Administração Pública

A administração pública é concebida, do ponto de vista orgânico, como um sistema de


órgãos, serviços e agentes do Estado, bem como as demais pessoas colectivas que asseguram em
nome da colectividade a satisfação regular e contínua das necessidades colectivas tais como a
segurança e bem-estar (Caetano, 1997).

2.2. Sentidos Administração Pública

2.2.1. Sentido Orgânico

A Administração Pública, em sentido Orgânico, é constituída pelo conjunto de órgãos,


serviços e agentes do Estado e demais entidades públicas que asseguram, em nome da
colectividade, a satisfação disciplinada, regular e contínua das necessidades colectivas de
segurança, cultura e bem-estar.

2.2.2. Sentido funcional ou material

A administração pública, em sentido material ou funcional, pode ser definida como a


actividade típica dos serviços e agentes administrativos desenvolvida no interesse geral da
comunidade, com vista a satisfação regular e contínua das necessidades colectivas de segurança,
cultura e bem-estar, obtendo para o efeito os recursos mais adequados e utilizando as formas
mais convenientes. (Caetano, 1997).

2.3. Divergências

2.3.1. Administração Pública VS Administração Privada

Embora tenham em comum o serem ambas administração, a Administração Pública e a


Administração Privada distinguem-se todavia pelo objecto que incidem, pelo fim que visa
prosseguir e pelos meios que utilizam.
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Quanto ao objecto, a Administração Pública versa sobre necessidades colectivas


assumidas como tarefa e responsabilidade própria da colectividade, enquanto a Administração
Privada incide sobre necessidades individuais, ou sobre necessidades que, sendo de grupo, não
atingem contudo a generalidade de uma colectividade inteira.

Quanto ao fim, a Administração Pública tem necessariamente de prosseguir sempre o


interesse público: esse interesse é o único fim que as entidades públicas e os serviços públicos
podem legitimamente prosseguir, enquanto a Administração Privada tem em vista naturalmente,
fins pessoais ou particulares.

Tanto pode tratar-se de fins lucrativos como de fins não económicos e até nos indivíduos
mais desinteressados, de fins puramente altruístas. Mas são sempre fins particulares sem
vinculação necessária ao interesse geral da colectividade, e até, porventura, em contradição com
ele.

Quanto aos meios, também diferem. Com efeito na Administração privada os meios,
jurídicos, que cada pessoa utiliza para actuar caracterizam-se pela igualdade entre as partes: os
particulares, são iguais entre si e, em regra, não podem impor uns aos outros a sua própria
vontade, salvo se isso decorrer de um acordo livremente celebrado. O contrato é assim, o
instrumento jurídico típico do mundo das relações privadas, quanto que na Administração
Pública, goza de poderes de execução e de decisão, estes poderes munem-a para se tornar
autónoma mas actuando dentro das normas. (Caetano, 1997)

2.4. Legislação e Administração

A função Legislativa encontra-se no mesmo plano ou nível, que a função Política.

A diferença entre Legislação e Administração está em que, nos dias de hoje, a


Administração Pública é uma actividade totalmente subordinada à lei: é o fundamento, o critério
e o limite de toda a actividade administrativa.

Há, no entanto, pontos de contacto ou de cruzamento entre as duas actividades que


convém desde já salientar brevemente.
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De uma parte, podem citar-se casos de leis que materialmente contêm decisões de
carácter administrativo.

De outra parte, há actos da administração que materialmente revestem todos o carácter de


uma lei, faltando-lhes apenas a forma e a eficácia da lei, para já não falar dos casos em que a
própria lei se deixa completar por actos da Administração.

2.5. Justiça e Administração Pública

Estas duas actividades têm importantes traços comuns: ambas são secundárias,
executivas, subordinadas à lei: uma consiste em julgar, a outra em gerir.

A Justiça visa aplicar o Direito aos casos concretos, a Administração Pública visa
prosseguir interesses gerais da colectividade. A Justiça aguarda passivamente que lhe tragam os
conflitos sobre que tem de pronunciar-se; a Administração Pública toma a iniciativa de satisfazer
as necessidades colectivas que lhe estão confiadas. A Justiça está acima dos interesses, é
desinteressada, não é parte nos conflitos que decide; a Administração Pública defende e
prossegue os interesses colectivos a seu cargo, é parte interessada. (Caetano, 1997)

2.6. Poderes de Administração Pública em Moçambique

Administração Pública Moçambicana tem poderes de:

a. Decisão:

Decisão administrativa como técnica eficaz de governação

O poder de decisão unilateral:

Primeiro, ao nível regulamentar e

Segundo, ao nível individual

b. Execução.

Por outras palavras, o que caracteriza o Direito Administrativo Moçambicano na ordem


das prerrogativas, como, regra geral, em qualquer outro sistema de administração executiva, é a
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faculdade que lhe é conferida de tomar decisões juridicamente executórias e de garantir a sua
execução material, como fundamentou (WEIL) para satisfazer às necessidades do serviço, a
administração deve dispor dos meios de acção necessários. Daí a noção de prerrogativas de
direito público ou de meios exorbitantes do direito comum.

Enquanto na vida privada os direitos e obrigações só se criam por via contratual, a


administração, no interesse do serviço público, deve poder impor obrigações aos particulares
unilateralmente e sem primeiro passar pelo juiz; e a sua decisão deve ser considerada
juridicamente válida enquanto o interessado não a tenha feito anular pelo juiz.

2.7. O poder de decisão

A decisão é um ato jurídico pelo qual uma autoridade administrativa modifica o


ordenamento jurídico. O termo é expressamente consagrado na Constituição da República no que
concerne à determinação do âmbito de conhecimento do Tribunal Administrativo

Na lógica do regime administrativo ou sistema de administração executiva, a decisão


administrativa é concebida como uma técnica eficaz de governação com um conteúdo
abrangente.

2.8. Os principais atributos que caracterizam o acto administrativo

2.8.1. O privilégio da execução prévia

A imperatividade, que consiste na prerrogativa que tem a Administração Pública de fazer


valer a sua autoridade, tornando obrigatório o conteúdo do seu ato para todos aqueles a quem
mesmo se dirige, os que têm de o acatar, no caso dos particulares;

E a exigibilidade/autoexecutoriedade, em virtude dos quais, em face do não acatamento


ou incumprimento da decisão, pelos particulares, a Administração Pública, em consequência do
privilégio de execução prévia de que goza, pode impor e mandar cumprir, coactivamente e por
meios próprios, as obrigações criadas pelo ato por si expedido, sem necessidade de recorrer a
outros poderes, nomeadamente, ao judiciário.
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O privilégio da execução prévia resulta da possibilidade que a Administração tem de


tomar decisões executórias, isto é, a Administração é dispensada, para realizar os seus direitos,
do prévio recurso a um tribunal. Por outras palavras, o privilégio da execução prévia significa
que o ato é revestido de uma presunção de legalidade que obriga o seu destinatário a executá-lo
antes de qualquer contestação``.

2.8.1.1. Vantagens da execução prévia

(Cistac, 2007) cita que esta situação atribui à Administração, pelo menos, duas vantagens.

a. Primeiro:

No âmbito do processo administrativo contencioso, o recurso contencioso não tem efeito


suspensivo da eficácia da decisão impugnada, isto é, o facto de que o particular recorre do ato
administrativo não impede este de ser executado e a Administração poderá executar este ato
apesar de ter um recurso deste pendente perante o juiz.

b. Segundo:

No caso em que um particular contesta as pretensões da Administração, é ele que deverá


recorrer ao juiz; por outras palavras, com o privilégio de execução prévia, a Administração
constrange o administrado a tomar no processo a posição desfavorável de recorrente. Assim, a
posição da Administração é bastante vantajosa porque, perante o juiz, é o recorrente que deverá
provar a ilegalidade da decisão recorrida. O particular estará, pois, numa situação desfavorável
em relação à Administração.

2.9. O poder de execução

Todas as decisões administrativas são executórias por si mesmas. Em particular, o ato


administrativo definitivo e executório constitui uma decisão com força obrigatória e dotada de
exequibilidade sobre um determinado assunto, tomada por um órgão de uma pessoa colectiva de
direito público.

Quando o particular aceita espontaneamente executar a decisão, não há dificuldade; mas


no caso em que existe uma resistência por parte do administrado, ao cumprimento da referida
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decisão, um conflito objectivamente aparece que suscita a questão de saber como a decisão será
materialmente executada.

2.10. As sujeições da Administração Moçambicana à luz do direito vigente

As sujeições constituem, como as prerrogativas, uma componente determinante do


regime administrativo ou sistema de administração executiva (WEIL) e caracterizam,
consequentemente, o conjunto dos elementos essenciais da actividade administrativa que
exorbitam do direito comum.

i. Sujeições e actos jurídico;


ii. Sujeições e função pública, e
iii. Sujeições e bens públicos

O Direito Administrativo Moçambicano não integra apenas prerrogativas para


Administração. A Administração Moçambicana tem, também, obrigações específicas que não
existem, regra geral, no Direito privado.

Isto implica, que a referida Administração está numa situação paradoxal na qual essa está
desprovida de direitos reconhecidos aos particulares. Neste caso, alguns autores falaram de
sujeições exorbitantes do direito comum para caracterizar esta situação.

Com efeito, em alguns casos as pessoas colectivas de Direito Público são obrigadas a
praticar actos jurídicos ou materiais, a observar um comportamento pré-determinado ou a
fornecer prestações. Regra geral, essas obrigações são mais constrangedoras do que aquelas que
o Direito Privado impõe para os particulares. É por isso que as administrações, às vezes, ou
queixam dessas obrigações (Cistac, 2007) ou tentam escapar a elas olhando para os instrumentos
jurídicos do Direito Privado.

i. Sujeições e actos jurídicos


 Decisões administrativas e sujeições

- O princípio de intangibilidade das decisões individuais constitutivas de direitos.

- O princípio de publicidade da actividade administrativa.


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- O princípio de prossecução do interesse público.

Contratos administrativos e sujeições

ii. Sujeições e função pública


 Competência regulada na escolha dos funcionários
 O direito dos funcionários ao desenvolvimento da sua carreira
 A indisponibilidade da competência
iii. Sujeições e bens públicos
 A indisponibilidade dos bens públicos
 As sujeições em matéria de aquisição e alienação de bens patrimoniais e
cedência e arrendamento de imóveis do Estado.
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CAPÍTULO III: DISCUSSÃO DA PESQUISA

3.1. Discussão dos resultados da pesquisa com base na actuação do Administrativo Publico
sem Respeito das Normas Legais do Procedimento do Estado de Emergência e Necessidade

Um administrativo de sempre pautar pela justiça e basear-se na lei mãe e as demais leis que o
possam conduzir, ou seja, o poder não deve o cegar para garantir a boa funcionalidade da
empresa e ou agremiação. Como o conceito de Administração já dita actividade típica dos
serviços e agentes administrativos desenvolvida no interesse geral da comunidade, com vista a
satisfação regular e contínua das necessidades colectivas de segurança, cultura e bem-estar,
obtendo para o efeito os recursos mais adequados e utilizando as formas mais convenientes.
Citado por (Caetano, 1997).

Isto significa que todo administrativo deve estar em prol da comunidade com o propósito da
maioria, defendendo com zelo e dignidade os direitos da colectividade e respeitando as normas
legais e procedimentos do estado.

Para uma administração é necessário uma justiça, porque a administração deve uma justiça como
afirma ainda o Caetano (1997) Estas duas actividades têm importantes traços comuns: ambas são
secundárias, executivas, subordinadas à lei: uma consiste em julgar, a outra em gerir.

A Justiça visa aplicar o Direito aos casos concretos, a Administração Pública visa
prosseguir interesses gerais da colectividade. A Justiça aguarda passivamente que lhe tragam os
conflitos sobre que tem de pronunciar-se; a Administração Pública toma a iniciativa de satisfazer
as necessidades colectivas que lhe estão confiadas. A Justiça está acima dos interesses, é
desinteressada, não é parte nos conflitos que decide; a Administração Pública defende e
prossegue os interesses colectivos a seu cargo, é parte interessada. (Caetano, 1997).

Pois todo administrativo deve optar pela justiça e baseando-se nas normais legais.
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3. Conclusão

O presente trabalho versou sobre princípios basilares que norteiam a Administração em


Moçambique de forma prospectiva. Para concluir este trabalho, dizer que: a Administração
Pública em Moçambique é norteada maioritariamente pela Lei 14/2011 de 10 de Agosto.
Seguindo dizer que a Administração no sentido material, objectivo ou funcional pode ser
definida como a actividade típica dos organismos e indivíduos que, sob a direcção ou
fiscalização do poder político, desempenham em nome da colectividade a tarefa de promover
a satisfação regular e contínua das necessidades colectivas de segurança, cultura e bem-estar
económico e social, nos termos estabelecidos pela legislação aplicável e sob o controle dos
Tribunais competentes.

A função Administrativa é aquela que, no respeito pelo quadro legal e sob a direcção dos
representantes da colectividade, desenvolve as actividades necessárias à satisfação das
necessidades colectivas.
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4. Referências Bibliográficas

MOÇAMBIUE, Lei 14/2011 de 10 de Agosto

Cistac, G. (2007). O Modelo do Contencioso Administrativo Moçambicano à Luz da Lei


Fundamental Revista da ESGCT n.º 3, Dezembro.

Caetano, M. (1997). Manual de direito administrativo. Vol. 1. Coimbra: Livraria


Almedina.

Gil, A. C. (2002). Como Elaborar Projecto de Pesquisa (4ª Ed). Atlas. São Paulo-Brasil.

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