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GRUPO PARLAMENTAR DA UNITA

CONFERÊNCIA DE IMPRENSA

APRESENTAÇÃO
DO
PROJECTO DE LEI ORGÂNICA
DA INSTITUCIONALIZAÇÃO DAS AUTARQUIAS LOCAIS

5 DE MARÇO DE 2024
Povo angolano,
Cumpre-me anunciar que o Grupo Parlamentar da UNITA, no
exercício da sua competência política e legislativa, concluiu a
elaboração do Projecto de Lei Orgânica de Institucionalização das
Autarquias Locais. O projeto vai agora ser distribuído à sociedade,
para recolha de contribuições durante um mês, findo o qual, será
consolidado e dará entrada no Gabinete da Senhora Presidente da
Assembleia Nacional para agendamento e discussão com carácter
de urgência.

Esta lei é em si mesma um teste à vontade política das autoridades


públicas de aceitar a democracia, viver em democracia e praticar
a democracia. Por isso, antes de apresentar o seu conteúdo,
importa fazer uma breve resenha da sua história e da sua
necessidade.

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A transição constitucional de Angola iniciada na sequência dos
Acordos de Paz em Bicesse, de um regime de Partido Estado para
um regime democrático, teve o seu início no plano material com a
Lei Constitucional de 1992 e terminou no plano formal com a
aprovação da Constituição de 2010. Depois de 2010, não há mais
transição. A Constituição, manda o Estado dividir o poder e os
recursos públicos com os cidadãos, através de órgãos eleitos por
estes em todos os municípios do País: “as autarquias organizam-
se nos municípios”, estabelece o artigo 218 da CRA. Se os
municípios do País forem 164, as autarquias organizam-se nos
164 municípios; se os municípios forem 325, as autarquias
organizam-se nos 325 municípios. E porquê?

Porque as autarquias são entidades jurídicas territoriais,


autônomas em relação ao Estado, formadas pelas pessoas neles
residentes, para governarem os assuntos públicos locais desses
municípios, através de órgãos próprios representativos das
respectivas populações. O Estado é só um, mas os níveis de
governação são dois. As autarquias municipais respeitam e
promovem o princípio do Estado Unitário, a indivisibilidade e a
inviolabilidade do território nacional, mas concretizam também a
democracia participativa, a descentralização política e
administrativa e a autonomia local, nos termos da Constituição e
da Lei.

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Se não houver no País estes dois níveis de Administração Pública,
a Administração central, dirigida pelo Presidente da República, e a
Administração local autônoma, descentralizada, dirigida pelos
cidadãos eleitos pelos membros da autarquia, o País fica atrasado,
porque não é possível governar com êxito os territórios de todos
os municípios a partir de um só centro de poder. É preciso
descentralizar.

A descentralização significa transferir atribuições e competências


do Estado para um ente jurídico distinto dele. No caso, este novo
ente é uma pessoa jurídica colectiva, as autarquias locais,
definidas como pessoas territoriais correspondentes ao conjunto
de residentes em cada município.

Os gestores públicos da democracia não podem pertencer só a um


Partido, nem podem ser todos nomeados por um só poder. Têm
de ser eleitos pelo povo. Os contratos do País não podem ser
celebrados ou autorizados por uma só pessoa. É preciso partilhar
responsabilidades com entes autônomos representativos para
garantir a pluralidade e o progresso.

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A autonomia local comporta as dimensões organizativa,
regulamentar, administrativa, financeira e patrimonial, definidas
por lei. Os órgãos autónomos das autarquias gozam de plena
liberdade de decisão e gestão dos recursos financeiros e do seu
património nos termos da Constituição e da lei.

Povo angolano:
Nos últimos 30 anos, o País tem dado alguns passos no sentido
da desconcentração, mas não deu passos decisivos no sentido da
descentralização político-administrativa, no sentido da autonomia
local. Registamos alguns avanços, mas tem havido mais recuos
do que avanços. Alguns exemplos:

Em 2007, o Presidente da República anuncia um Plano de


Normalização Constitucional de três pontos: 1) Eleições
legislativas em 2008; 2) Eleições presidenciais em 2009 e 3)
Eleições Autárquicas em 2010. Foram realizadas as eleições
legislativas em 2008, mas não foram realizadas as eleições
presidenciais em 2009, nem as eleições autárquicas em 2010.
Logo, o Presidente da República desrespeitou os angolanos,
ignorou a Constituição e não honrou a sua palavra.

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Em 2010, o Ministro da Administração do Território prometeu a
implementação das Autarquias Locais e a realização de eleições
autárquicas em 2012, “de forma gradual e depois de uma
experiência piloto”. Chegados a 2012, os angolanos de todos os
municípios foram convocados para eleger o Presidente da
República, o Vice-Presidente da República e os Deputados à
Assembleia Nacional, mas não foram convocados para eleger
o seu Presidente da Câmara que cuida dos assuntos do Posto
médico do Bairro, das creches, da distribuição da água no
Bairro e a prossecução de outros interesses específicos dos
cidadãos.

Ainda em 2012, o Manifesto eleitoral do MPLA garantia que, em


caso de vitória eleitoral, as autarquias seriam implementadas e as
eleições autárquicas seriam realizadas em 2014 de forma gradual,
em alguns municípios.O ano de 2014 terminou, e não houve
eleições autárquicas.

Em 2014, a primeira iniciativa legislativa sobre o Poder Local foi


apresentada pelo Grupo Parlamentar da UNITA, em Março de
2014, tendo o Grupo Parlamentar do MPLA chumbado o Projecto
de Lei Orgânica do Sistema de Organização e Funcionamento do
Poder Local, numa votação histórica com 144 votos contra do
MPLA e 31 votos a favor de toda a oposição (UNITA, CASA-CE,
PRS e FNLA).
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Em Maio de 2015, a Assembleia Nacional aprovou o “Plano de
Tarefas Essenciais Para a Preparação e Realização das Eleições
Gerais e Autárquicas". Foram identificadas e aprovadas oito
tarefas essenciais para a preparação das autarquias, a saber:
1) “Preparação das condições técnicas e logísticas para a
realização do registo eleitoral oficioso em todo o País”.
2) “Promoção da discussão e aprovação da legislação sobre
a Administração Local do Estado e sobre o Poder
Tradicional”.
3) “Promoção da discussão e actualização da legislação de
suporte à realização das eleições gerais até ao 1.º Semestre
de 2016”.
4) “Realização de um diagnóstico exaustivo sobre o estado
actual dos recursos humanos, financeiros, infra estruturas e
outros necessários à implementação das autarquias locais no
País, até Agosto de 2015”.
5) “Promoção da realização do processo de delimitação
territorial, definindo correctamente os limites territoriais de
cada circunscrição autárquica e outros elementos
necessários - 2:º semestre de 2015”.
6) “Promoção da avaliação do potencial de arrecadação de
receitas pelos municípios - 2.º semestre de 2015”.
7) “Promoção da discussão e adopção da legislação de
suporte à realização das eleições autárquicas (até Março de
2016)”.
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8) “Promoção de condições efectivas para a convocação das
eleições autárquicas”.

As tarefas foram realizadas, mas as autarquias não foram


implantadas.

Chegados a 2018, o Presidente da República anuncia a sua


decisão de implantar as autarquias e realizar eleições autárquicas
em 2020. O Presidente da República elabora propostas de lei para
a implantação das autarquias que são discutidas em reuniões do
Conselho de Ministros e posteriormente remetidas à Assembleia
Nacional para aprovação. As propostas de lei foram submetidas à
consulta pública entre 1 de Junho a 31/7/2018. Realizam-se no
País fóruns de discussão que produzem dezenas de conclusões e
recomendações. O governo cria a página da internet
autarquias2020@mat.gov.ao para interação com os cidadãos.
Criou-se um forte consenso nacional de que as autarquias
municipais devem ser mesmo implantadas. Só falta decidir sobre
se devem ser implantadas todas ao mesmo tempo ou
gradualmente.

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Em 2019, a pedido do Presidente da República, a Comissão
Nacional Eleitoral elabora a Proposta orçamental das Eleições
Autárquicas de 2020 que remete ao Presidente da república junto
com o seu Plano Para a Preparação, Organização e Realização
das Eleições Autárquicas.

O Ministro da Administração do Território reitera também a decisão


governamental de realizar as eleições autárquicas no ano de 2020.
O País chegou a 2020 e não realizou as eleições autárquicas.

O Presidente da República desrespeitou os angolanos, ignorou a


Constituição e não honrou a sua palavra.

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Em 2022, realizam-se as terceiras eleições gerais. Na campanha
eleitoral, o Presidente da República ressuscita a promessa de
realização de eleições autárquicas, desta vez para 2023 ou 2024.
Porém, dois meses depois, no seu discurso sobre o estado da
Nação, o Presidente da República volta a falar das autarquias, mas
já não refere nenhuma data. Anuncia a sua intenção de
transformar comunas em municípios. No ano seguinte, 2023, o
Presidente esquece tudo o que disse antes sobre as autarquias e
anuncia ser sua intenção «criar administrações municipais fortes
para prestar serviços aos cidadãos». Para o efeito, anuncia a sua
decisão de proceder a uma alteração da divisão política e
administrativa do País, visando triplicar o número de municípios do
País, sem contudo os transformar em pessoas colectivas
territoriais autônomas, dotadas de personalidade jurídica para
poderem “prestar serviços” aos cidadãos através de órgãos
eleitos, como manda a Constituição. Criou, para o efeito, a
Comissão Interministerial Para a Alteração da Divisão Política e
Administrativa do País. Os angolanos ficaram decepcionados!

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É deste ambiente político-institucional que surge a necessidade de
a Assembleia Nacional velar pelo cumprimento da Constituição e
pela boa execução das leis já aprovadas a fim de se organizar
democraticamente o Estado a nível local, de forma a assegurar
que o Estado partilhe com os cidadãos organizados em autarquias
os recursos públicos necessários para a prestação de serviços
públicos locais, como estabelece a Constituição.

Do debate público ocorrido em 2018 e em 2019 ficou claro que as


autarquias são mais do que necessárias, que o País está maduro,
está mais do que preparado, todos querem as autarquias. O que
dividia os angolanos era o gradualismo, que foi removido da
Constituição em 2021. Agora, só nos falta cumprir a Constituição
e aprovar a única lei que FALTA para o País sair da situação
vergonhosa de ser o único País que se afirma democrático e que
não tem autarquias.

O Estado angolano é o único da SADC que não tem autarquias


locais, não partilha a gestão dos assuntos públicos locais com os
cidadãos através de órgãos eleitos pelos cidadãos.

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ESTA LEI QUE NOS FALTA ESTÁ AQUI. É A LEI ORGÂNICA
DA INSTITUCIONALIZAÇÃO DAS AUTARQUIAS LOCAIS. É
UM DRAFT, UM PROJECTO, É A CONTRIBUIÇÃO DO GRUPO
PARLAMENTAR DA UNITA PARA A REALIZAÇÃO DAS
AUTARQUIAS LOCAIS.

A lei cria as autarquias locais nos municípios da República de


Angola, define o seu leque específico de competências e
estabelece o quadro legal mínimo para a organização de entes
intermunicipais necessários e para a transferência de atribuições
e competências do Estado para as autarquias municipais, nos
termos da Constituição.

A designação de cada autarquia municipal corresponde ao nome


do respectivo município.

Os limites geográficos de cada autarquia são os limites


geográficos do respectivo município.

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Cada cidadão residente no território da República de Angola é
parte constituinte e integrante de uma só autarquia municipal, é
membro da autarquia. Nenhum residente pode constituir, integrar
ou ser membro de mais do que uma autarquia municipal. A lei
fixa o prazo de seis meses para os membros das autarquias
municipais actualizarem a sua residência pretendida e efectiva de
forma a que esta corresponda sempre à residência indicada no
Bilhete de Identidade.

Cada cidadão deve manter actualizada a sua residência junto das


autoridades competentes numa base permanente para que possa
votar. Lembrar sempre que nas eleições autárquicas cada cidadão
só pode votar no seu próprio município. Os votos de um município
não se misturam com os votos de outros municípios. São eleições
locais. Só os votos do município contam para eleger o presidente
da Câmara Municipal e os membros da Assembleia Municipal.

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Povo angolano:
O objectivo estratégico das autarquias locais é assegurar a
resolução dos problemas locais das pessoas pelas próprias
pessoas que vivem nos municípios. É inscrever as necessidades
colectivas das pessoas no Orçamento Geral do Estado por
segmentos territoriais, ou seja, por autarquias locais.
Uma vez inscritos e aprovados, cada autarquia municipal executa
o seu orçamento de acordo com as regras de execução
orçamental aprovadas por lei. E desta execução cada gestor local
eleito, cada Presidente de Câmara, presta conta aos membros
eleitos da Assembleia Municipal.

Esta é a grande diferença entre a Administração local do Estado,


dirigida por um Governador ou Administrador não eleito, nomeado
pelo poder central em Luanda, e a Administração local Autônoma,
ou autárquica, dirigida por um Presidente de Câmara eleito pelos
eleitores do Município, os membros da Autarquia. Os membros
nomeados da Administração central do Estado não têm autonomia
financeira, os membros eleitos pela autarquia têm. Os membros
nomeados da Administração local do Estado, são todos de uma só
família política, os membros da autarquia são de todas as famílias
políticas inclusive dos que não têm Partido, são cidadãos livres,
que só prestam contas à Assembleia Municipal, nos termos da
Constituição e da lei.

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Povo angolano:
Depois desta lei ser aprovada, não haverá mais pessoas
nomeadas pelo poder central a administrar os assuntos públicos
locais. Os próprios cidadãos elegem os seus representantes
municipais para administrar os assuntos públicos locais. os eleitos
prestam contas aos eleitores de forma regular. Serão várias
unidades orçamentais autônomas a trabalhar de forma
responsável para o desenvolvimento harmonioso e integral do
País, ao invés de ser uma pessoa só. Vários centros de decisão,
várias cabeças a pensar, não apenas uma.

Esta lei vem estabelecer as competências específicas que o Poder


central deve transferir para o poder local, nos domínios da
educação, da saúde, da energia, das águas, da ciência e da
cultura, dos transportes e comunicações.

Povo angolano:
Há mais três áreas críticas da governação participativa às quais a
Lei da Institucionalização das Autarquias dedica particular
atenção: 1) saneamento básico, 2) habitação e 3) acção social.

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No domínio do ambiente e saneamento básico, o artigo 34.º
estabelece que compete às autarquias municipais:

Em primeiro lugar, investir massivamente e de forma sustentada


na educação dos munícipes de forma a introduzir no País, no
médio prazo uma nova atitude, uma nova cultura sobre a higiene,
as doenças evitáveis e a gestão do lixo a partir de casa, lá onde
ele é produzido.

No domínio da Habitação, passa a ser competência das


autarquias municipais:
a). Disponibilizar terrenos para a construção de habitação social;
b). Promover programas de habitação a custos controlados e de
renovação urbana;
c). Garantir a conservação e manutenção do parque habitacional
privado e cooperativo, designadamente através de regulamentos
e multas para pinturas regulares e obras de manutenção,
reparação e restauração dos edifícios;

No domínio da acção social, compete às autarquias municipais


o planeamento, a execução e gestão de investimentos
educacionais massivos no capital humano envolvendo várias
tarefas.

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A Lei estabelece também competências específicas nas áreas de
defesa do consumidor, promoção do desenvolvimento e outras,
todas elas previstas na Constituição desde 2010. Falta apenas
concretizar.

Minhas senhoras e meus senhores.


Nem todas as autarquias terão as mesmas capacidades para
assumir de uma vez todas as responsabilidades. Mas a lei tem
de especificar já as competências a transferir, para depois
serem transferidas caso a caso, mediante contratos próprios.

O certo é que nenhuma competência será transferida sem os


correspondentes recursos para o seu exercício, sejam financeiros
ou humanos.

Já hesitamos muito. O País não pode esperar mais. O modelo


de governação centralizada sem autarquias, sem autonomia e
sem a partilha de recursos entre o Estado e a sociedade
falhou. Não é humanamente possível governar Angola com
êxito, no interesse das populações, sem a participação
democrática das populações

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A situação de necessidade emergencial em que vive uma boa
parte dos membros das autarquias municipais não se compadece
com mais anos de espera por instalações luxuosas que contrastam
com a situação de pobreza extrema em que vivem os cidadãos. A
mitigação das necessidades sociais e a melhoria das condições de
vida na vizinhança por via da prestação de serviços públicos locais
por entes autônomos da cidadania, constituem objetivos e
benefícios de valor mais elevado e dignificante do que a ausência
de instalações físicas pomposas, mobiliário lustroso e outro
equipamento não vital para o trabalho prático de emergência que
é necessário desenvolver para aliviar as necessidades colectivas
das populações lá onde se encontram.

Os membros das autarquias municipais e os órgãos competentes


do Estado devem trabalhar com sentido de emergência para que
os primeiros órgãos representativos das autarquias possam ser
eleitos e iniciar o mandato até ao final do penúltimo ano da
presente legislatura.

A Lei prevê que até serem criadas as condições materiais


adequadas, os membros das autarquias municipais e dos seus
órgãos representativos devem estar preparados para servir a
comunidade e prosseguir o interesse público com patriotismo e
sentido de necessidade emergencial nas condições de
adaptabilidade e de racionalidade que existirem no terreno.
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A UNITA/FPU está empenhada em dialogar com todos os
poderes públicos envolvidos e com a sociedade para
promover a democracia participativa e tornar as autarquias
uma realidade em Angola durante a presente legislatura.

Este é o nosso contributo para a “municipalização” ou aproximação


dos serviços públicos ao cidadão, que deve ser feita sempre nos
termos da Constituição, por via da descentralização político-
administrativa e da autonomia local, transferindo para novos entes
territoriais autônomos certas atribuições e competências do
Estado previstas na Constituição. É o que se pretende concretizar
com a Lei Orgânica da Institucionalização das Autarquias
Locais.

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Povo angolano:
Esta é a lei que faltava para Angola ter as suas autarquias a
funcionar. Ela simboliza todo o processo de legislativo sobre as
autarquias iniciado em 2014, retomado em 2017 e
injustificadamente interrompido em 2021. A sua aprovação tornou-
se num imperativo político e social, uma “necessidade
emergencial” para a legitimação política do Estado e para a
restauração da confiança nas instituições.
A Assembleia Nacional deve aprovar a Lei que falta para proteger
a confiança dos cidadãos nas instituições do Estado e transmitir-
lhes a esperança de que a legislação que aprovou sobre as
autarquias em 2018 e 2019 não foi uma mera “manobra de
diversão”, mas que foi feita em boa fé, para devolver mesmo o
poder local ao povo, cumprir a Constituição, e “tirar as autarquias
do papel”. Finalmente!

A aprovação da Lei Orgânica da Institucionalização das autarquias


locais traduz-se também na salvaguarda da integridade e da
imagem do Estado como pessoa de bem. O seu impacto social e
económico é imensurável, pois a sua implementação efectiva
produzirá a maior transformação social e administrativa que
Angola já experimentou nas últimas décadas. A esperança vai
renascer e Angola vai realizar o desenvolvimento, a prosperidade,
a dignidade e a felicidade.

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Os cidadãos sentir-se-ão respeitados porque um dia foram
convidados a participar e fornecer pareceres. Realizaram-se
fóruns, e seminários, produziram-se conclusões e
recomendações, tudo na expectativa de poderem participar no
exercício do poder local democrático e contribuírem para melhorar
as suas próprias vidas e a dos seus vizinhos. Esta expectativa,
esta confiança nas instituições não pode ser traída agora pela
Assembleia Nacional que é o órgão representativo de todos os
angolanos e exerce o Poder Legislativo do Estado.

Como há da parte de todos vontade política para descentralizar o


poder, convidamos os angolanos todos a participar dando o seu
contributo para o enriquecimento deste Projecto. Todas as criticas,
sugestões e contribuições serão bem-vindas.

Deus abençoe Angola!

Luanda, 05 de Março de 2024.

O GRUPO PARLAMENTAR DA UNITA

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