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GUARULHOS
2020
CENTRO UNIVERSITÁRIO FAVENI
Vilhena-RO
2022
CENTRO UNIVERSITÁRIO FAVENI
PROJETO PRÁTICO
DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO
Vilhena-RO, 2022
TEMA: Contexto histórico, questão social e questão urbana em Vilhena-RO
Resumo
Este projeto de estágio tem como objetivo geral revisar os conceitos de “questão
social” e “questão urbana” e verificar como estes conceitos podem explicar a
realidade urbana de Vilhena-RO. Para tal intento, será desenvolvida pesquisa de
revisão sistemática de bibliografia e estudo voltado a historia de Vilhena. A revisão
será conduzida com enfoque nos conceitos de “questão urbana” e “questão social”.
Existe ainda a possibilidade de revisitação através do cotejamento entre os
resultados da revisão sistemática de bibliografia e a pesquisa documental sobre
urbanização de Vilhena-RO. Sendo assim, esta pesquisa busca contribuir para o
debate sobre urbanismo. E vislumbra a possibilidade de descobertas de lacunas
para pesquisas futuras.
Palavras-chave: urbanismo. desigualdade social. cidades.
Introdução
O debate sobre problemas gerados por grandes metrópoles sempre esteve
presente na área de estudos do urbanismo (MARICATO, 2000; GROSTEIN, 2001;
STROHER, 2017). É de grande importância pensarmos o território como local onde
se desenvolvem relações sociais, relações de produção e reprodução da vida, ou
seja, a cidade é também um problema sociológico (TARDELLI, 2016).
As políticas públicas costumam ser pensadas para cidades de grande porte e
metrópoles (BARBOSA, 2017), o que coloca para as os municípios de menor
tamanho a necessidade de adaptação para resolução dos problemas tipicamente
urbanos. Embora sejam de menor porte, as cidades médias e/ou pequenas
costumam apresentar problemas semelhantes às metrópoles, apenas com
magnitudes distintas.
Uma das possibilidades de análise desses problemas é a utilização de
conceitos como “questão social” (CASTEL, 2008) e “questão urbana” (CASTELLS,
2020), que podem ser aplicados em metrópoles e em municípios menores, haja vista
o argumento de “revolução urbana” (LEFEBVRE, 2019), que chama a atenção para
um grande processo de urbanização de todos os espaços, inclusive os rurais.
Justificativa
Considerando que, segundo Lefbvre (2019), vivemos num processo
permanente de “revolução urbana”, cuja principal característica é a urbanização
como modo de vida (WIRTH, 1967), podemos destacar que entender o processo de
urbanização, independentemente da magnitude do município e de sua característica
mais rural ou mais urbana, perpassa pela possibilidade de análise que recorre ao
conceito de “revolução urbana” (LEFEBVRE), “urbanismo como modo de vida”
(WIRTH) e “questão urbana” (CASTELLS).
Um dos problemas sociais que mais salta à nossa vista, especialmente em
países em desenvolvimento como o Brasil, é a desigualdade social, sobretudo em
contexto de pandemia da Covid-19, que deixou mais evidente a desigualdade social
no Brasil (JULIÃO, 2021). Sendo assim, o conceito de “questão social” se mostra
novamente como uma possibilidade de discussão de temas atuais (BARBOSA,
2011). E a possibilidade de diálogo entre “questão social” e “questão urbana” em seu
contexto histórico (IVO, 2010) se torna uma abordagem interessante para discussão
da urbanização e da desigualdade social em municípios de quaisquer portes.
Considerando que esta pesquisa propõe ainda a busca em documentos
oficiais sobre o histórico da urbanização de Vilhena-RO, podemos destacar que a
pesquisa – além de revisão sistemática de bibliografia e suas características – pode
contribuir também para compreensão de problemas sociais do município em
pesquisa.
Fundamentação Teórica
Vilhena-RO
Dentre os problemas sociais e ambientais metropolitanos analisados na
pesquisa, destacam-se a insuficiência dos serviços de hospitais, moradia, escolas, a
precariedade dos serviços de saneamento básico, elevado índice de violência,
precarização do sistema de transporte coletivo, acúmulos de lixo e esgoto, trânsito e
congestionamentos, desemprego, enchentes, carência de áreas verdes e poluição.
De acordo com o IBGE (2010) “As cidades metropolitanas são regiões que
são estabelecidas por legislação estadual constituída por agrupamentos de
municípios que fazem fronteira, com objetivo de integrar a organização, o
planejamento e a execução de funções públicas de interesse comum”. Dessa forma,
cada unidade federativa do Brasil pode criar suas próprias cidades metropolitanas. O
Brasil possui cerca de 36 Regiões Metropolitanas, segundo IBGE (2010), sendo São
Paulo a região com maior população com 19.672.582 e em segundo lugar o Rio de
Janeiro com 11.711.233 pessoas.
Vilhena é possível notar alguns desses problemas urbanos. Dentre eles
destaca-se a falta de informações sobre o esgotamento sanitário, uma vez que não
há conselho e fundo municipal de saneamento. Outro problema existente em Vilhena
é a ocupação irregular em todo o território. Nesse caso, há famílias que moram em
locais de riscos e em depósitos de resíduos. A consequência além de morar nesses
locais é também de trabalhar nele. Apesar dos riscos, os moradores ignoram, pois é
a única fonte de conseguir renda.
O município, de acordo com pesquisas, se estende por 11.519 m², contando
com 99.854 habitantes, sendo a 5ª cidade mais populosa do estado de Rondônia.
Possuindo o maior Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do estado. Segundo
pesquisas desenvolvidas em Vilhena, aproximadamente 60 famílias residem em
locais precários e com mínima condição de vida.
A densidade demográfica de Vilhena corresponde aproximadamente a 8,7
habitantes por km². O início do município foi por volta de 1910, com a passagem da
expedição chefiada pelo Tenente Coronel Cândido Mariano da Silva Rondon. Foi
pela Lei Federal n.º 6.448, de 11-10-1977 que Vilhena teve essa denominação e a
categoria de município.
De acordo com Bucci et al. (1991), a falta de controle dos poderes locais, no
que se refere à ocupação do espaço urbano, tem levado ao agravamento dos
problemas ambientais e também improvisação das soluções. E, nos artigos 182 e
183 da Constituição Federal, abordam a necessidade de repensar sobre o sistema
legal da cidade, apontando a Reforma Urbana que prevê um planejamento urbano
que leva em conta os aspectos sociais, políticos e ambientais.
Sãos vários os termos usados na academia e publicamente, para então
descrever as mudanças que ocorrem nas grandes cidades do Brasil. Há dois pontos
que diferenciam as causas dessas mudanças. O primeiro termo é a dimensão
institucional, ou seja, na crise de governabilidade das cidades. O segundo termo é
na economia. A globalização e a reestruturação produtiva são causas diretas dessas
mudanças.
O ponto bastante relevante em relação a metrópole e a globalização é que as
transformações globais das metrópoles têm impacto nas suas economias urbanas.
Nesse caso, a globalização das economias urbanas levaria uma estrutura social
dividida, tanto em relação a estrutura socioprofissional, como em termos da
distribuição de renda. O ponto principal dessa transformação é a segmentação do
mercado de trabalho produzida pela economia urbana globalizada. Caracterizando-
se então em empregos bem pagos e qualificados e em empregos mal remunerados
e menos qualificados.
A gestão pública, com a administração, está diretamente ligada com a
responsabilidade pelo desenvolvimento urbano e econômico de uma cidade. Dessa
forma, só é possível ter uma eficiência na gestão e administração de um município
se houver organização e planejamento. Segundo Lima (2006), gestão é a
capacidade de fazer o que precisa ser feito.
Objetivo geral
O objetivo geral deste projeto de pesquisa é revisar os conceitos de “questão
social” e “questão urbana” e verificar como estes conceitos podem explicar um
pouco da real historia urbana de Vilhena-RO.
Objetivos específicos:
- Revisar o conceito de “questão social” e temas correlatos, para entender e
sistematizar a discussão sobre este conceito;
- Revisar o conceito de “questão urbana” e temas correlatos, para entender e
sistematizar a discussão sobre este conceito;
- Compreender o processo de urbanização do município de Vilhena-RO, através de
levantamento documental sobre a história de Vilhena e a gestão do município;
- Analisar o processo de urbanização de Vilhena-RO através dos conceitos de
“questão social” e “questão urbana” como possibilidades teórico-analíticas.
1
Os estudos de caso assim são chamados devido sua delimitação de pesquisa, podendo,
desta maneira recorrer a mais de um método ou metodologia de pesquisa. “Para Stake (2000, p.436),
o estudo de caso como estratégia de pesquisa caracteriza-se justamente por esse interesse em
casos individuais e não pelos métodos de investigação, os quais podem ser os mais variados, tanto
qualitativos como quantitativos” (ALVES-MAZZOTTI, 2006, p. 640).
compreenda como se desenvolve uma pesquisa científica e, desta maneira, possa
caminhar cada vez de forma mais autônoma na carreira científica.
1. Compreensão e
revisão do conceito Revisão sistemática de
“questão social”; literatura (com enfoque
2. Compreensão e nos conceitos “questão
Pesquisa bibliográfica
revisão do conceito social” e “questão
“questão urbana”; urbana”)
3. Levantamento e
análise de artigos
recentes sobre
Pesquisa sistemática Revisitação dos
“questão social”;
de atualização dos conceitos “questão
4. Levantamento e
conceitos (em bases de social” e “questão
análise de artigos
dados), focada em urbana”
recentes sobre
artigos recentes
“questão urbana”;
(últimos 5 anos)
8. Sistematizar os
materiais achados na
pesquisa;
Relatório final de Construção do relatório
9. Relacionar os
pesquisa de pesquisa
materiais encontrados
na pesquisa;
BARBOSA, Aline Ramos. Questão Social no Brasil: o debate nas décadas de 1920
e 1930. 2011. 117f. Dissertação (Mestrado em Ciência Política) – Centro de
Educação e Ciências Humanas, Universidade Federal de São Carlos, São Carlos,
2011. Disponível
em:<https://repositorio.unesp.br/bitstream/handle/11449/151650/barbosa_ar_dr_mar.
pdf?sequence=3&isAllowed=y>. Acesso em: 14 ago. 2021.
CASTELLS, Manuel. A questão u-++rbana. Rio de Janeiro: Paz & Terra, 2020.
IVO, Anete. Questão social e questão urbana: laços imperfeitos. Dossiê. Cad. CRH,
23 (58), Abr. 2010. Disponível em:
<https://www.scielo.br/j/ccrh/a/kjPXbmkCKVwsM76BtBV5R9k/?lang=pt>. Acesso
em: 12 jun. 2021.
WIRTH, Louis. “O Urbanismo como Modo de Vida”. In: VELHO, Otávio G. (org.). O
fenômeno urbano. Rio de Janeiro, Zahar, 1967.