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Resumo
Este projeto de iniciação científica tem como objetivo geral revisar os conceitos de
“questão social” e “questão urbana” e verificar como estes conceitos podem explicar a
realidade urbana de Vilhena-RO. Para tal intento, será desenvolvida pesquisa de revisão
sistemática de bibliografia e estudo de caso de Vilhena. A revisão será conduzida com
enfoque nos conceitos de “questão urbana” e “questão social”. Existe ainda a
possibilidade de revisitação através do cotejamento entre os resultados da revisão
sistemática de bibliografia e a pesquisa documental sobre urbanização de Vilhena-RO.
Sendo assim, esta pesquisa busca contribuir para o debate sobre urbanismo. E vislumbra
a possibilidade de descobertas de lacunas para pesquisas futuras.
Palavras-chave: urbanismo; desigualdade social; cidades.
Introdução
Justificativa
Fundamentação Teórica
Vilhena-RO
Dentre os problemas sociais e ambientais metropolitanos analisados na pesquisa,
destacam-se a insuficiência dos serviços de hospitais, moradia, escolas, a precariedade
dos serviços de saneamento básico, elevado índice de violência, precarização do sistema
de transporte coletivo, acúmulos de lixo e esgoto, trânsito e congestionamentos,
desemprego, enchentes, carência de áreas verdes e poluição.
De acordo com o IBGE (2010) “As cidades metropolitanas são regiões que são
estabelecidas por legislação estadual constituída por agrupamentos de municípios que
fazem fronteira, com objetivo de integrar a organização, o planejamento e a execução de
funções públicas de interesse comum”. Dessa forma, cada unidade federativa do Brasil
pode criar suas próprias cidades metropolitanas. O Brasil possui cerca de 36 Regiões
Metropolitanas, segundo IBGE (2010), sendo São Paulo a região com maior população
com 19.672.582 e em segundo lugar o Rio de Janeiro com 11.711.233 pessoas.
Vilhena é possível notar alguns desses problemas urbanos. Dentre eles destaca-
se a falta de informações sobre o esgotamento sanitário, uma vez que não há conselho e
fundo municipal de saneamento. Outro problema existente em Vilhena é a ocupação
irregular em todo o território. Nesse caso, há famílias que moram em locais de riscos e
em depósitos de resíduos. A consequência além de morar nesses locais é também de
trabalhar nele. Apesar dos riscos, os moradores ignoram, pois é a única fonte de
conseguir renda.
O município, de acordo com pesquisas, se estende por 11.519 m², contando com
99.854 habitantes, sendo a 5ª cidade mais populosa do estado de Rondônia. Possuindo o
maior Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do estado. Segundo pesquisas
desenvolvidas em Vilhena, aproximadamente 60 famílias residem em locais precários e
com mínima condição de vida.
A densidade demográfica de Vilhena corresponde aproximadamente a 8,7
habitantes por km². O início do município foi por volta de 1910, com a passagem da
expedição chefiada pelo Tenente Coronel Cândido Mariano da Silva Rondon. Foi pela
Lei Federal n.º 6.448, de 11-10-1977 que Vilhena teve essa denominação e a categoria
de município.
De acordo com Bucci et al. (1991), a falta de controle dos poderes locais, no que
se refere à ocupação do espaço urbano, tem levado ao agravamento dos problemas
ambientais e também improvisação das soluções. E, nos artigos 182 e 183 da
Constituição Federal, abordam a necessidade de repensar sobre o sistema legal da
cidade, apontando a Reforma Urbana que prevê um planejamento urbano que leva em
conta os aspectos sociais, políticos e ambientais.
Sãos vários os termos usados na academia e publicamente, para então descrever
as mudanças que ocorrem nas grandes cidades do Brasil. Há dois pontos que
diferenciam as causas dessas mudanças. O primeiro termo é a dimensão institucional, ou
seja, na crise de governabilidade das cidades. O segundo termo é na economia. A
globalização e a reestruturação produtiva são causas diretas dessas mudanças.
O ponto bastante relevante em relação a metrópole e a globalização é que as
transformações globais das metrópoles têm impacto nas suas economias urbanas. Nesse
caso, a globalização das economias urbanas levaria uma estrutura social dividida, tanto
em relação a estrutura socioprofissional, como em termos da distribuição de renda. O
ponto principal dessa transformação é a segmentação do mercado de trabalho produzida
pela economia urbana globalizada. Caracterizando-se então em empregos bem pagos e
qualificados e em empregos mal remunerados e menos qualificados.
A gestão pública, com a administração, está diretamente ligada com a
responsabilidade pelo desenvolvimento urbano e econômico de uma cidade. Dessa
forma, só é possível ter uma eficiência na gestão e administração de um município se
houver organização e planejamento. Segundo Lima (2006), gestão é a capacidade de
fazer o que precisa ser feito.
Objetivo geral
Objetivos específicos:
- Revisar o conceito de “questão social” e temas correlatos, para entender e sistematizar
a discussão sobre este conceito;
- Revisar o conceito de “questão urbana” e temas correlatos, para entender e
sistematizar a discussão sobre este conceito;
- Compreender o processo de urbanização do município de Vilhena-RO, através de
levantamento documental sobre a história de Vilhena e a gestão do município;
- Analisar o processo de urbanização de Vilhena-RO através dos conceitos de “questão
social” e “questão urbana” como possibilidades teórico-analíticas.
Sendo assim, não se trata de uma revisão feita para embasa a continuidade da
pesquisa e sim uma pesquisa com método bem detalhado para revisão dos conceitos
elencados nessa pesquisa. Parte importante desse procedimento é interpretar o processo
de urbanização de Vilhena com os conceitos elencados, de modo que o projeto possa
identificar o que é contemplado pela pesquisa bibliográfica e quais limitações e novas
possibilidade de desenvolvimento de futuras pesquisas no tema.
Sendo assim, a pesquisa começará com autores cânones para os conceitos
elencados, como Castells e Castel, além de Lefebvre. E, a partir desses primeiros
passos, realizar buscas em base de dados para revisar o tema e sua discussão
contemporânea, bem como possibilidade de revisitar tais conceitos. Além disso, buscar
o histórico de urbanização de Vilhena, através de documentos oficiais, jornais e consulta
ao Museu Marechal Rondon e, desta maneira, utilizando o estudo de caso1 – do
município de Vilhena-RO – como referencial para problematização e revisitação dos
conceitos “questão social” e “questão urbana”.
Destaca-se ainda que a escolha por essa metodologia se deve ao momento que
passamos de distanciamento social e cuidados específicos devido a pandemia de Covid-
19. Sendo assim, escolhemos a revisão sistemática de bibliografia e análise documental
como maneira de deixar sólida o conhecimento da estudante sobre o tema escolhido,
com possibilidade de achados na pesquisa que nos levem a continuação da pesquisa por
meio de pesquisa de campo, quando for possível realizar essa modalidade de pesquisa
em segurança.
1
Os estudos de caso assim são chamados devido sua delimitação de pesquisa, podendo, desta maneira
recorrer a mais de um método ou metodologia de pesquisa. “Para Stake (2000, p.436), o estudo de caso
como estratégia de pesquisa caracteriza-se justamente por esse interesse em casos individuais e não pelos
métodos de investigação, os quais podem ser os mais variados, tanto qualitativos como quantitativos”
(ALVES-MAZZOTTI, 2006, p. 640).
Tabela 1 – Acompanhamento das atividades do projeto
1. Compreensão e revisão
do conceito “questão Revisão sistemática de
social”; literatura (com enfoque
2. Compreensão e revisão nos conceitos “questão
Pesquisa bibliográfica do conceito “questão social” e “questão
urbana”; urbana”)
3. Levantamento e análise
de artigos recentes sobre
“questão social”;
Pesquisa sistemática de Revisitação dos conceitos
4. Levantamento e análise
atualização dos conceitos “questão social” e
de artigos recentes sobre
(em bases de dados), “questão urbana”
“questão urbana”;
focada em artigos
recentes (últimos 5 anos)
8. Sistematizar os
materiais achados na
pesquisa;
Relatório final de Construção do relatório
9. Relacionar os materiais
pesquisa de pesquisa
encontrados na pesquisa;
10. Escrever relatório de
pesquisa;
Resultados Esperados
Referências
BARBOSA, Aline Ramos. Questão Social no Brasil: o debate nas décadas de 1920 e
1930. 2011. 117f. Dissertação (Mestrado em Ciência Política) – Centro de Educação e
Ciências Humanas, Universidade Federal de São Carlos, São Carlos, 2011. Disponível
em:<https://repositorio.unesp.br/bitstream/handle/11449/151650/barbosa_ar_dr_mar.pd
f?sequence=3&isAllowed=y>. Acesso em: 14 ago. 2021.
CASTELLS, Manuel. A questão u-++rbana. Rio de Janeiro: Paz & Terra, 2020.
IVO, Anete. Questão social e questão urbana: laços imperfeitos. Dossiê. Cad. CRH, 23
(58), Abr. 2010. Disponível em:
<https://www.scielo.br/j/ccrh/a/kjPXbmkCKVwsM76BtBV5R9k/?lang=pt>. Acesso
em: 12 jun. 2021.
WIRTH, Louis. “O Urbanismo como Modo de Vida”. In: VELHO, Otávio G. (org.). O
fenômeno urbano. Rio de Janeiro, Zahar, 1967.