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INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS E EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

Faculdade de Ciências de Educação

Curso de Licenciatura em Ensino de Geografia

Disciplina: Climatogeografia

Efeitos das mudanças climáticas na província de Manica

Idalina Agostinho Zacarias Tagarissa: 51231052

Chimoio, Agosto, 2023


INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS E EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

Faculdade de Ciências de Educação

Curso de Licenciatura em Ensino de Geografia

Efeitos das mudanças climáticas na província de Manica

Trabalho de Campo a ser submetido na


Coordenação do Curso de Licenciatura em
Ensino de Geografia da UnISCED.
Tutor:

Idalina Agostinho Zacarias Tagarissa: 51231052

Chimoio, Agosto, 2023


Índice
CAPITULO I: INTRODUÇÃO............................................................................................................4
1. Introdução.........................................................................................................................................4
1.1. Objectivos.....................................................................................................................................4
1.1.1. Geral..........................................................................................................................................4
1.1.2. Específicos................................................................................................................................4
1.2. Metodologias................................................................................................................................4
CAPÍTULO II: FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA............................................................................5
2. Efeitos das mudanças climáticas na província de Manica...............................................................5
2.1. Clima e Hidrografia......................................................................................................................5
2.2. Classificações.............................................................................................................................5
2.3. Província de Manica.....................................................................................................................6
2.3.1. Horas de sol por dia..................................................................................................................6
2.3.2. Dias de chuva por mês..............................................................................................................6
2.3.3. Quantidade de precipitação em mm/dia....................................................................................6
2.4. Chimoio........................................................................................................................................6
2.5. Mudanças Climáticas....................................................................................................................6
2.6. Climas de Moçambique................................................................................................................7
2.7. Consequências da Mudanças Climáticas......................................................................................8
2.8. Alteração ou destruição de ecossistemas......................................................................................8
2.9. Aumento do efeito de estufa.........................................................................................................9
2.10. Localização e caracterização da Província de Manica..............................................................9
2.10.1. Potencial Agro-Ecológico.........................................................................................................9
2.11. O Protocolo de Kyoto.............................................................................................................10
2.12. Oscilações e Variações Climáticas.........................................................................................10
CAPÍTULO III.....................................................................................................................................11
3. Considerações finais.......................................................................................................................11
4. Referências bibliográficas..............................................................................................................12
CAPITULO I: INTRODUÇÃO

1. Introdução

Neste presente trabalho da disciplina de Climatogeografia irá debruçar acerca de “efeitos das
mudanças climáticas na província de Manica”. O clima do planeta é determinado por um sistema
complexo, que engloba as várias esferas do planeta terra. Estes elementos interagem continuamente,
trocando matéria e energia de diversas formas, dando lugar a formação de diversos padrões climáticos
ao longo do globo conforme a variação das interacções ao longo deste. No decorrer do tempo há
evidências de que os sistemas climáticos nem sempre foram como os conhecemos hoje e que
estiveram sujeitos a uma serie de mudanças. Entretanto, neste capítulo, ênfase será dada as mudanças
climáticas devidas a acção antropogénica.

1.1. Objectivos
1.1.1. Geral
 Conhecer efeitos das mudanças climáticas na província de Manica

1.1.2. Específicos
 Explicar as causas das variações e oscilações climáticas;
 Explicar as causas das mudanças climáticas na província de Manica;
 Descrever os efeitos das mudanças climáticas.

1.2. Metodologias
 Para a realização do trabalho recorreu-se a diversas fontes com a finalidade de reunir uma
informação satisfatória e de fácil compressão através de consulta de obras, revisões bibliográficas
e pesquisas que efectuamos na biblioteca electrónica, que versam sobre o tema em destaque nas
quais vem mencionadas no fim do trabalho.
CAPÍTULO II: FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2. Efeitos das mudanças climáticas na província de Manica
2.1. Clima e Hidrografia
O clima do distrito, segundo a classificação climática de Köppen (Ferro e Bouman, 1987), é do
tipo temperado húmido (Cw). A região montanhosa de Manica regista valores médios anuais na
ordem dos 1000 e 1020mm de chuva. Em geral, a repartição das chuvas é desigual ao longo do
ano, observando claramente a existência de duas estações bem distintas, a estação chuvosa e
a seca. A estação das chuvas tem inicio no mês de Novembro e seu términus no mês de Abril. A
evapotranspiração média anual é cerca de 1220. 1290 Sendo este superior ao valor da
precipitação média anual. O balanço hídrico permite apurar que o período de excesso de água
ocorre no mês de Novembro a Março, no qual a precipitação é maior em relação a quantidade
de evapotranspiração. (Torres, 2008).

Durante a época fresca, a evapotranspiração é superior, em todos os meses, à quantidade de


precipitação. Com este padrão, a região possui apenas um período de crescimento do tipo normal
com um período seco que ocorre de Maio a Outubro e permite apenas uma colheita por ano. A
temperatura média anual do é de 21,2ºC. A média anual dos valores máximos é de28,4ºC,com os
valores extremos de 30,9ºC (Outubro) e 24,4ºC (Julho). A média anual dos valores mínimos é de
14,0ºC, com os valores mensais extremos de 18,5ºC (Fevereiro) no Verão e7,3ºC (Julho) no
Inverno. A região de Manica é drenada pelo rio Revuè e seus afluentes. Por sua vez, este drena
as suas águas no rio Búzi que é a bacia hidrográfica principal. O distrito de Manica é constituído
por cadeias montanhosas ocorrendo de Sul a Norte da província numa faixa fronteiriça com o
Zimbabwe constituindo o denominado “Cratão de Zimbabwe”. (Torres, 2008).

2.2.Classificações
Köppen-
Classificação Contagem Exemplos
Geiger
Machipanda, Chimoio, Munhinga, Sussunde
Clima subtropical húmido 27 Cfa
nga, Chirara
Machaze, Dombe, Chibamo, Casa Nova,
Clima de savana tropical 19 Aw
Comachinda
Climas semi-áridos quentes 4 BSh Nhamassonge, Mandié, Tambara, Mungari

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Clima subtropical úmido 2 Cwa Comácha, Guro
Clima oceânico 1 Cfb Espungabera

Fonte: (Torres, 2008).

2.3. Província de Manica


2.3.1. Horas de sol por dia
O número de horas de sol se refere ao tempo em que o sol é realmente visível. Ou seja, sem
qualquer obstrução de visibilidade por nuvens, neblina ou montanhas. Com 16 horas por dia,
Março é o mês mais ensolarado na região de Manica. O sol brilha o mais curto em Dezembro.

2.3.2. Dias de chuva por mês


Um dia chuvoso é um dia em que cai pelo menos uma quantidade de precipitação de 0,1 mm
(=0,1 litros) por metro quadrado. Isto pode ser chuva, neve, granizo ou até mesmo orvalho. Não
é preciso chover o dia inteiro. Com um total de 15 dias inteiros de chuva, Fevereiro oferece os
dias mais chuvosos, o menos em Junho.

2.3.3. Quantidade de precipitação em mm/dia


A quantidade de precipitação é medida em milímetros por metro quadrado. Assim, a 2 mm/dia, 2
litros de água caem em um metro quadrado dentro de 24 horas. Com apenas 0,3 mm, a menor
chuva cai em Junho. O mês de Dezembro, por outro lado, é o que tem mais chuva. (Ayoade,
1996).

2.4. Chimoio
O clima é quente e temperado em Chimoio. No inverno existe muito menos pluviosidade que no
verão. O clima é classificado como Cwa de acordo com a Köppen e Geiger. 21.3 °C é a
temperatura média. A média anual de pluviosidade é de 949 mm.

2.5. Mudanças Climáticas


O interesse dos climatologistas está nas mudanças ocorridas em períodos mais curtos e recentes
por se suspeitar que algumas destas mudanças tenham sido causadas por actividades humanas e
ganhar vantagem estratégica no sentido de prevenir as mudanças ou precaverse de seus efeitos.

As mudanças climáticas antropogénica estão associadas às actividades humanas com o aumento


da poluição, de queimadas, com o desmatamento, a formação de ilhas de calor, urbanização,
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industrialização etc. A partir do final do século 19 e no século 20 há um aumento significativo da
produção industrial e um crescente aumento da quantidade de poluentes na atmosfera e
consequente aumento da temperatura global. A redução da temperatura pode estar ligada ao
aumento de aerossóis lançados na atmosfera que interferem no balanço radioactivo da terra. O
gradativo aumento da temperatura é atribuído principalmente às emissões de poluentes na
atmosfera, sobretudo a partir dos últimos 70 anos, com um aumento da quantidade de CO2
atmosférico e portanto um aumento do efeito estufa. Já foi visto que de uma maneira natural o
clima foi sofrendo variações ao longos dos tempos. A grande dificuldade, no entanto, está em
separar o sinal devido às mudanças naturais das mudanças antropogénica, e ainda projectar os
efeitos destas mudanças para o futuro. (Ayoade,1996).

2.6. Climas de Moçambique

A maior parte do território moçambicano localiza-se na zona intertropical, na costa sul-oriental


de África, entre os paralelos 10o . 27´ e 26o . 52´ de latitude sul, o que lhe confere um clima do
tipo tropical com quatro variações – tropical húmido, tropical seco, tropical semi-árido e climas
modificados pela altitude.
As temperaturas no território apresentam variações regionais, em função da interferência de
factores como a latitude, continentalidade e o próprio relevo. Em geral, os valores da temperatura
tendem a aumentar para as menores latitudes. Porém, por interferência do factor relevo,
verificam-se menores temperaturas, nas regiões mais altas e a oeste do país, que se situam, de
norte para sul, nas províncias do Niassa, Zambézia, Tete, Manica e Maputo. De um modo geral,
as temperaturas médias anuais distribuem-se do seguinte modo: de 18 a 20 º C, nas regiões
montanhosas; de 22 a 24 º C, nas regiões centrais e planálticas do norte e do cento, bem como
nas zonas leste e oeste, das províncias do sul; de 24 a 26º C., todo o leste das regiões norte e
centro e o interior das regiões ao sul do país. A estação das chuvas vai de Outubro a Marco e a
estação seca, é mais demarcada nas regiões do centro e norte do país. A precipitação média varia
de valores inferiores a 400 mm, por exemplo no Pafuri, na província de Gaza, até valores de
2000 mm, em Tacuane na província da Zambézia. Diversos fenómenos influenciam o clima
moçambicano com a zona de convergência inter-tropical, ciclones tropicais, massas de ar polar,
etc. As regiões mais afectadas por ciclones tropicais incluem a faixa costeira que vai desde

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Angoche até o Sul de Inhambane. Em Moçambique ocorrem em média três ciclones tropicais por
ano.

2.7. Consequências da Mudanças Climáticas

O aquecimento global poderá fazer com que a evaporação nas regiões equatoriais aumente e com
isto aumente a frequência e a intensidade dos sistemas meteorológicos, como furacões e
tempestades tropicais, El Niño etc.

Surgimento de microclimas em locais urbanizados: A cidade é um grande modificador do clima.


A camada de ar mais próxima ao solo é mais aquecida nas cidades do que nas áreas rurais. A
actividade humana, o grande número de veículos, indústrias, prédios, o asfalto das ruas e a
diminuição das áreas verdes criam mudanças muito profundas na atmosfera local, modificando
também a temperatura e as chuvas da região. O aumento do calor na cidade modifica a
circulação dos ventos, a humidade e até as chuvas. As cidades apresentam um alto índice de
impermeabilização por causa de componentes como asfalto e beta o que reduzem a infiltração,
aumentando o escoamento superficial e a evaporação. As partículas (núcleos de condensação)
lançadas na atmosfera pelos carros e indústrias propiciam o aumento da quantidade de nuvens e
consequentemente de chuvas. (Varejao, 2006).

Alteração do ciclo hidrológico e ocorrência de enchentes devido ao aumento do escoamento


superficial; redução do vapor de água na atmosfera sobre área desflorestada, aumento da
temperatura em cerca de 1 a 3o C, redução da evapotranspiração e conseqüente da redução da
precipitação caso não haja uma outra fonte de suprimento de humidade para a área em questão.

2.8. Alteração ou destruição de ecossistemas

Ocorrência de chuvas ácidas: A emissão de poluentes na atmosfera, provenientes dos


automóveis e indústrias, principalmente os provenientes de óxidos de enxofre e óxidos de
nitrogénio, irão reagir com o vapor de água presente na atmosfera produzindo ácidos nítricos e
sulfúricos que irão precipitar juntamente com as gotículas de água de chuva. A precipitação
destes ácidos, juntamente com a água de chuva, é chamada de chuva ácida, muito comum em
grandes centros urbanos. (Varejao, 2006).

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Ocorrência de ilhas de calor, uma anomalia térmica, onde o ar da cidade se torna mais quente
que o das regiões vizinhas. A ilha de calor associada à alta intensidade de poluição possibilita a
ocorrência de doenças respiratórias na população mais idosa que pode sofrer riscos fatais,
principalmente nos que possuem problemas cardíacos.

2.9. Aumento do efeito de estufa

Degradação do ozono atmosférico. No último século, devido ao desenvolvimento industrial,


passaram a ser utilizados produtos que emitem os chamados clorofluorcarbonos (CFCs), um gás,
que passa praticamente ileso pela troposfera e chega até a estratosfera destruindo as moléculas
que formam o ozónio (O3), causando assim a destruição dessa camada da atmosfera.

2.10. Localização e caracterização da Província de Manica

A província de Manica está localizada na região centro de Moçambique. A sua capital é a cidade
de Chimoio, a cerca de 1100 km a norte de Maputo, a capital nacional, e a cerca de 200 km a
oeste da costeira cidade da Beira.Com uma área de 62 272 km², esta província está dividida em
12 distritos e possui, desde 2013, 5 municípios, nomeadamente, Catandica, Chimoio, Gondola,
Manica e Sussundenga. É na província de Manica que se encontra ponto mais alto de
Moçambique, o Monte Binga, com uma altitude a rondar os 2436 m.

A província de Manica está dividida em 12 distritos, os 9 já existentes quando foi realizado o


censo de 2007, mais o distrito do Chimoio, estabelecido em 2013 para administrar as
competências do governo central, e que coincide territorialmente com o município do mesmo
nome, e os novos distritos de Macate e Vanduzi.

2.10.1. Potencial Agro-Ecológico

A província de Manica apresenta grande potencial agro-ecológico com clima, solos e relevo
favoráveis à produção agro-pecuária e florestal, com destaque para cereais, gado bovino,
espécies florestais nativas e exóticas. Igualmente a Província dispõe de potencialidades
hidrográficas, e é rica em recursos minerais nomeadamente, ouro, bauxite, turmalinas, material
de construção e águas minerais.

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2.11. O Protocolo de Kyoto

Para transformar a Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças do Clima em
propostas objectivas, em 1997, foi criado o Protocolo de Kyoto, que tem por objetivo lutar contra
alterações climáticas, através de uma ação internacional de redução de determinados gases que
provocam o efeito estufa - dióxido de carbono(CO2); metano (CH4); protóxido de azoto(N2O);
hidrofluorcarbonos (HFC); hidrocarbonetos perflorados (PFC); hexafluoreto de enxofre (SF6).

O protocolo de Kyoto só entrou em vigor em 16 de fevereiro de 2005, quando os países que


assinaram, iniciaram o desenvolvimento de projetos para diminuir a taxa de emissão de gases do
efeito estufa até 2012. Contudo, nem todos os países aderiram a ele, devido a questões
económicas. Até o momento a questão parece estar se agravando. No entanto, já se questiona se
o papel da actividade humana no aquecimento global é efectivamente decisivo. (Silva, 2009).

2.12. Oscilações e Variações Climáticas

De acordo com Salgado-Labouriau (1994), como citado em (Torres & Machado, 2008 Pag. 205)
os factores que podem iniciar ou terminar uma glaciação são:
a) Mudanças no relevo topográfico:
b) Mudanças de radiação por efeito de meteoros
c) Mudanças de radiação por efeito de vulcanismo
d) Mudanças na inclinação do eixo de rotação
e) O ciclo solar
f) Teoria de Milankovitch
g) Movimentação Tectónica. (Silva, 2009).

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CAPÍTULO III
3. Considerações finais
O planeta Terra está em constante transformação em suas várias esferas, a litosfera com o
movimento das placas tectónicas, a hidrosfera através do ciclo da água, a atmosfera com as
variações climáticas e a biosfera com a expansão e contracção das áreas ocupadas por
determinada espécie ou grupo de espécies. A temperatura e a precipitação são os elementos mais
tradicionais do clima. Eles representam à base de muitas classificações climáticas. O regime
térmico permite distinguir os climas quentes , temperados e frios, o regime pluviométrico
permite diferenciar os climas húmidos e secos. A distribuição espacial desses elementos mostra
climas quentes e húmidos em baixas latitudes, quentes e mais secos nos subtrópicos, temperados
e húmidos nas latitudes médias, e frios e secos nas latitudes subpolares e polares.

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4. Referências bibliográficas
1. Torres, Fillipe Tamiozzo P. e Machado, Pedro José de O. (2008). Introdução a Climatologia;
Brasil.
2. Ayoade, J.O. (1996). Introdução à Climatologia para os Trópicos; Tradução: Maria Juraci
dos Santos. 4.ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil.
3. Atkinson, B. W. e GADD, Alan (1986); O Tempo – Um Guia Actual de Previsão; Tradução:
AZEVEDO, A. J. (1990).
4. Varejao-Silva, M. A.; (2006). Meteorologia e Climatologia; Versão Digital 2; Brasil.
5. Silva, Ranyére (2009). Um pensamento crítico sobre classificações climáticas: de Köppen
até Strahler . Brasil

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