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UNIVERSIDADE ZAMBEZE

FACULDADE DE ENGENHARIA AMBIENTAL E DOS RECURSOS NATURAIS

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA AGRÍCOLA

ENGENHARIA AGRÍCOLA AMBIENTAL

PLANO DE APROVEITAMENTO ENERGÉTICO DE RESÍDUOS


CHIMOIO, NOVEMBRO DE 2022

UNIVERSIDADE ZAMBEZE

FACULDADE DE ENGENHARIA AMBIENTAL E DOS RECURSOS NATURAIS

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA AGRÍCOLA

ENGENHARIA AGRÍCOLA AMBIENTAL

TRABALHO PRATICO

4º Ano – laboral

Disciplina:

ENERGETICA DE RESIDUOS

Tema:

PLANO DE APROVEITAMENTO ENERGÉTICO DE RESÍDUOS

Discentes:

António Manhica Gande

Gabriel Rui Eduardo

Stephan Constâncio José Gulengue

Docente:

Eng.º. Baptista Boanha, MSc

CHIMOIO, NOVEMBRO DE 2022


Índice
Contextualização...............................................................................................................1

Objectivos..........................................................................................................................2

Geral...............................................................................................................................2

Específicos.....................................................................................................................2

Caracterização da área.......................................................................................................3

Hidrografia.....................................................................................................................3

Relevo............................................................................................................................4

Actividades económicas do distrito...............................................................................5

Identificação e classificação dos resíduos gerados........................................................6

Proposta da tecnologia de tratamento energético..............................................................7

Condições necessárias para a realização da compostagem............................................9

Material adequado para o processo de compostagem....................................................9

Tempo da compostagem................................................................................................9

Principais factores que influenciam no processo da compostagem.............................10

FASES DA COMPOSTAGEM...................................................................................12

Aplicação do composto................................................................................................13

Vantagens do uso da compostagem.............................................................................13

Justificativa da escolha da tecnologia..............................................................................14

Dimensionamento do sistema..........................................................................................15

Considerações finais........................................................................................................17

Referencias Bibliográficas...............................................................................................18
Contextualização
É inegável que as actividades diárias humanas produzem grandes quantidades de
resíduos sólidos, os quais necessitam de um tratamento e disposição final, podendo ser
reaproveitado, agregando valor comercial, evitando-se assim a proliferação de doenças e
poluição do solo e de corpos aquáticos. O crescimento populacional junto ao processo
de industrialização devido ao avanço tecnológico, aliado às realidades das sociedades
actuais, capitalistas e consumistas, fez com que, ultimamente, a geração de resíduos
sólidos crescesse de forma intensa, tornando-se um desafio para os governantes, a
sociedade e a academia a atenuação desse problema.

De acordo com a NBR 10.004 (ABNT, 2004), os resíduos sólidos são aqueles
resultantes de actividades industriais, domésticas, hospitalares, comerciais, agrícolas, de
serviços e de varrição, em estado sólido ou semissólido. Nessa definição, estão inclusos
os lodos provenientes de sistemas de tratamento de água, lodos gerados em
equipamentos e instalações industriais e de controlo de poluição, assim como líquidos
de inviável lançamento na rede pública de esgotos que exijam soluções técnica e
economicamente inviáveis em face à melhor tecnologia existente. Os resíduos sólidos
podem ser classificados quanto à sua natureza física (seco ou molhado), à sua
composição química (matéria orgânica ou inorgânica), ao seu risco potencial de
contaminação do meio ambiente e à sua natureza ou origem (IPT, 2018). Segundo a
NBR 10.004 (ABNT, 2004), os resíduos sólidos podem ser classificados, quantos aos
riscos potenciais de contaminação do meio ambiente
Objectivos:

 Geral:
 Elaborar um plano integrado de aproveitamento energético de resíduos sólidos.
 Específicos:
 Caracterizar, com base em estudos da bibliografia, os RSU gerados no Distrito;
 Identificar área com condições adequadas para a instalação da composteira;
 Dimensionar a área total da composteira;
Caracterização da área
O projecto será localizado na província de Sofala, distrito de Nhamatanda.

O distrito de Nhamatanda esta localizado na região centro-oeste da província de Sofala,


sendo limitado a norte pelo distrito de Gorongosa, a oeste pelo distrito de Gondola
(Manica), a sul o distrito de Buzi e a este o distrito de dondo. O Município de
Nhamatanda dista a 100 km da cidade da Beira, Província de Sofala, possui uma
extensão de 314km2 e conta com uma população estimada em 62332 habitantes.

Clima do local

Segundo a classificação climática de Koppen, ocorrem no distrito de Nhamatanda dois


tipos distintos de clima, nomeadamente: o clima do tipo tropical chuvoso de savana –
Aw, a este, e o clima do tipo tropical temperado húmido – Cw a oeste, observando se
em ambos casos duas estacões nomeadamente: a chuvosa e a seca.

Hidrografia
A precipitação media anual, na estacão meteorológica de referência de Nhamatanda é de
846 mm, enquanto que a evapotranspiração potencial media anual esta na ordem de
1.559 mm. A maior queda pluviometrica ocorre no período compreendido entre
Novembro de um ano a Marco do ano seguinte, variando significativamente na
quantidade e distribuição, quer durante o ano, quer do ano para ano, e a temperatura
média anual é de 24,9 ֯ C. as medias anuais máximas e mínimas são de 32 e 17,8 ֯ C

A rede hidrográfica do distrito comporta rios, riachos, lagoas, e pântanos.

 Rios – Muda, Mecuzi, Nhamatanda, Tsengudza, Nhamissenguere Metuchira,


etc.
 Riachos – Nhampiririr, Nharuchonga, Muaticuere, Bebedo, Bendicar, Malenve,
mosca de sono, etc,
 Lagos – Macorococho, Mbimbir, Nguenhi, Muchema, Chahocue, etc.
 Pântanos – Djangombe, Chissocossa, Chiulaia, Muana, Macaraure, etc.

Relevo
O distrito e caracterizado por um relevo plano.

 Altitude média: 83m


 Altitude mínima: 1m
 Altitude máxima: 482 m
Actividades económicas do distrito
O programa de governação do Município de Nhamatanda está centrado na
implementação de actividades tendentes a melhoria das condições de vida dos
munícipes, através da provisão de infra-estruturas sócio económicas, e expansão de
serviços básicos, e na criação de um ambiente favorável para atracão de investimentos
públicos e privados, para o crescimento económico rápido, abrangente e inclusivo, para
o aumento de emprego e consequente redução da pobreza urbana.

Um dos grandes problemas dos munícipes de Nhamatanda é o acesso a água potável,


para fazer face o consumo e o saneamento do meio, actualmente o abastecimento de
água é feito a partir de um pequeno sistema com 5 furos com produção 220 m3/dia e
uma rede de distribuição abaixo de 10km, e este sistema já não responde as
necessidades da vila, sendo distribuída a água de forma faseada pelos bairros, de modo a
cada um deles ser abastecido apenas uma vez por semana, funcionando com extremas
deficiências e está longe de satisfazer a demanda da população. Apenas 5% da
população está conectada e a qualidade do serviço é fraca.
Identificação e classificação dos resíduos gerados
Colecta diária.

Q = A xB

Q = 62332 hab x 1,2 kg/hab x dia

Q = 74798, 4 kg/ dia

Composição gravimetrica do resíduo gerado no munícipe.

Resíduos Peso em % Peso em kg


45 33659,28
Palhas 20 14959,68
Papel e papelao 8 5983,872
Plástico 5 3739,92
Metal 5 3739,92
Serradura 5 3739,92
Outros 12 8997,808

Quantidade de resíduos propostos para a compostagem

100 % da matéria orgânica;

100 % da palha;

100 % de serradura

Quantidade total

Qt = 33659,28 +14959,68+ 3739,92) = 52358,88 kg.


Proposta da tecnologia de tratamento energético
Compostagem

A compostagem é um processo natural de decomposição da matéria orgânica de origem


animal ou vegetal. Na propriedade rural, a compostagem pode ser um processo de
grande importância económica, pois resíduos como esterco dos animais, palhas, folhas
de árvores e outros resíduos orgânicos são reciclados, transformando-se em fertilizantes
ou húmus. O processo de compostagem envolve transformações muito complexas de
natureza biológica e química, promovidas por uma grande variedade de microrganismos
como fungos e bactérias que vivem no solo. Esses organismos obtêm, a partir da
degradação da matéria orgânica, o carbono e os demais nutrientes minerais, necessários
para a sua sobrevivência. Além desses compostos químicos, os microrganismos também
necessitam de condições ideais de temperatura, humidade, disponibilidade de CO2 e
O2, que são desenvolvidas naturalmente durante o processo. Os microrganismos
provenientes do solo e dos restos vegetais e animais, presentes durante a compostagem,
liberam substâncias e compostos com propriedades que melhoram o rendimento das
culturas agrícolas, pelo fornecimento de nutrientes às plantas e, ao mesmo tempo,
promovem a melhoria das condições químicas, físicas e biológicas do solo. O resultado
final da compostagem é o composto orgânico, que pode ser aplicado no solo para
melhorar suas características, sem ocasionar riscos ao meio ambiente. A técnica da
compostagem é desenvolvida com a finalidade de acelerar com qualidade a
estabilização da matéria orgânica. Como resultados da compostagem, são gerados dois
importantes componentes para o solo: sais minerais, como nutrientes para as raízes das
plantas e húmus, como condicionador e melhorador das propriedades físicas, físico-
químicas e biológicas do solo.

É inegável que a fracção de RSO é o maioritário encontrado nos RSU, necessitando-se


assim de processos para a degradação da matéria orgânica, a fim de se reduzir os
impactos ambientais provocados por esses poluentes. Um desses métodos é a
compostagem, que é um processo biológico de decomposição dos RSO, transformando-
os em substâncias húmicas estabilizadas, reduzindo assim a quantidade de RSU
destinados a aterros sanitários e gerando compostos orgânicos como adubo (SILVA e
REIS, 2012).
Antes da Revolução Industrial, os resíduos sólidos gerados pelos seres humanos eram
basicamente materiais orgânicos, visto que a produção era rural. Com o processo de
industrialização, que forçou a urbanização e o aumento populacional, os RSU
aumentaram de forma exponencial e deixaram de ser tão-somente orgânicos,
necessitando-se assim de amplos tratamentos. Nesse sentido, a compostagem ganhou
atractividade como uma forma de tratamento promissora para os RSO gerados
(VELASQUES et al., 2015).

Silva e Reis (2012), aferiram-se a viabilidade económica de implantação de uma usina


de triagem e compostagem para tratamento de RSU do município de Santa Bárbara do
Leste, na UF de Minas Gerais. Ao final do primeiro ano de projecto dessa usina, espera-
se um VPL positivo e se estima um TRC dos investimentos em 5 anos, concluindo
assim que o empreendimento é viável do ponto de vista financeiro. Também, no
município de Morro da Fumaça, no Estado de Santa Catarina, Bortolatto (2012)
analisou um projecto de usina de triagem e compostagem para tratamento dos RSU
municipais, concluindo que esse empreendimento é viável economicamente.

O composto possui nutrientes minerais, tais como nitrogénio, fósforo, potássio, cálcio,
magnésio e enxofre. Todos esses minerais são assimilados em maior quantidade pelas
raízes, além de ferro, zinco, cobre, manganês, boro e outros que são absorvidos em
quantidades menores e, por isso, são denominados de micronutrientes. Em geral, os
fertilizantes orgânicos são constituídos por uma diversidade de nutrientes, pois se
originam também de uma grande variedade de resíduos animais e vegetais. Outra
grande vantagem dos compostos de origem orgânica é a de que seus nutrientes, ao
contrário do que ocorre com os adubos sintéticos, são liberados lentamente para o solo.
Essa é uma característica interessante, pois as plantas absorvem os nutrientes de que
precisam, de acordo com as suas necessidades, ao longo de um tempo maior. Assim, as
plantas não são bem nutridas quando recebem adubos sintéticos, pois estes são muito
solúveis Seus nutrientes, em grande parte, são solubilizados rapidamente e arrastados
pelas águas da irrigação e, principalmente, das chuvas. Portanto, nesse caso, as plantas
têm pouco tempo para absorver os nutrientes dos adubos sintéticos.
Condições necessárias para a realização da compostagem
O local escolhido para fazer a compostagem deve:

 Ser de fácil acesso,


 Estar próximo de onde está armazenado o material palhoso, que será usado em
grande quantidade;
 Estar próximo a uma fonte de água, uma vez que o material será molhado à
medida que as camadas vão sendo colocadas e também quando o material será
revolvido, o que acontecerá várias vezes durante o pro-cesso de compostagem;
 Estar em local com baixa declividade, até 5%, para facilitar o preparo e o
manejo da pilha de composto, mas que permita drenagem da água da chuva.

Material adequado para o processo de compostagem


Todos os restos de lavouras e capineiras, estercos de animais, aparas de grama, folham,
galhos, resíduos de agro-indústrias, como: restos de abatedouros, cama de aviário, tortas
e farinha de ossos podem ser usados. Quase todo material de origem animal ou vegetal
pode entrar na produção do composto.

Importante: Os materiais que não devem ser usados para fazer compostagem são os
seguintes: madeira tratada com pesticidas contra cupins ou envernizadas, vidro, metal,
óleo, tinta, couro, plástico.

Tempo da compostagem
O tempo para decomposição da matéria orgânica depende de vários factores. Quanto
maior for o controlo das condições da temperatura e humidade mais rápido será o
processo. Se as necessidades nutricionais da pilha ou leira forem satisfatórias, os
materiais adicionados de pequenas dimensões, mantida a humidade adequada e a pilha
revolvida todas as semanas, o composto será estabilizado dentro de 30 a 60 dias, e
curado entre 90 a 120 dias. Após este período estará pronto para ser utilizado. Percebe-
se que o composto está pronto quando não ocorre perda de água, é de cor escura, está
solto e com cheiro de terra. Quando esfregar o composto entre as mãos elas não se
sujam.

Principais factores que influenciam no processo da compostagem


Humidade

No processo de decomposição da matéria orgânica, a humidade garante a actividade


microbiana. Isso porque, toda a actividade metabólica e de reprodução dos
microrganismos e dos outros organismos que actuam no processo de compostagem
dependem da água. Uma das maneiras de verificar o teor de humidade é apertar o
composto com as mãos: se o mesmo tiver uma concentração de água adequada,
poderemos sentir a humidade e a agregação do material
Temperatura

Um dos factores de grande relevância no processo de transformação da matéria orgânica


é a temperatura do ambiente onde se realiza o processo. Na compostagem de resíduos
orgânicos, em montes, ou em condições controladas, o calor desenvolvido se acumula, e
a temperatura pode chegar acerca de 80ºC. É desejável que varie de 60oC a 70oC nos
primeiros 25 dias de compostagem e depois naturalmente a temperatura diminui. A
temperatura e a humidade podem ser controladas com uma barra de ferro de construção
introduzida na pilha. Esta deve ser retirada diariamente, observando-se ao ser retirada
se: - está quente e molhada, não há necessidade de molhar a pilha do composto; - caso
esteja seca, deve-se molhar bem a pilha, até aparecer água por baixo.

Relação C:N A compostagem consiste em se criar condições e dispor, em local


adequado, as matérias-primas ricas em nutrientes orgânicos e minerais, que contenham
especialmente, relação C:N favorável. A relação carbono e nitrogénio (C/N) deve ser
em torno de 30/1; isso quer dizer que para cada parte de nitrogénio, na forma de esterco,
devem estar presentes 30 partes de carbono na forma de palhada, para que a
compostagem se realize com eficiência.

Tamanhos das partículas

As partículas dos materiais não devem ser muito pequenas, para evitar a compactação
durante o processo, comprometendo a aeração. Por outro lado, resíduos como colmos
inteiros retardam a decomposição por reterem pouca humidade e apresentarem menor
superfície de contacto com os microrganismos (exemplo, colmos de milho). Restos de
culturas de soja e feijão, gramas, folhas, por exemplo, podem ser compostados inteiros.

Aeração

O oxigénio é de vital importância para os microrganismos que realizam a decomposição


dos resíduos orgânicos, pois a decomposição é um processo de oxidação biológica das
moléculas ricas em carbono, com liberação de energia. Essa energia então é consumida
pelos organismos, e os nutrientes liberados são consumidos pelas plantas.
FASES DA COMPOSTAGEM
A primeira fase: mesófila (de aquecimento)

Duração: de poucos dias e fornece condições necessárias para que o processo se inicie;

Temperaturas: moderadas, entre 30 e 45.C;

No inicio do processo ocorre a expansão das colónias de microrganismos mesofilicos;

Com a elevação da temperatura, os microrganismos mesofilicos tornam-se menos


competitivos, dando espaço para a proliferação dos microrganismos termofilicos,
atingindo-se assim a fase termofilica.

A segunda fase: termofílica

 Temperatura: atinge a temperatura máxima, geralmente maior que 55 C;


 Neste momento e que ocorre a máxima decomposição dos compostos orgânicos
(fase de degradação activa);
 Tempo de duração: varia de acordo com as características;
 Do material que esta sendo compostado.

Terceira Fase: Mesofílica

 Temperatura volta a decair (quando a maior parte do substrato orgânico for


degradado);
 A população termofílica tende a ser desactivada, fazendo com que a actividade
biológica reduza significativamente;
 Ocorre a degradação das substâncias orgânicas mais resistentes e perdas mais
intensas de humidade;Se inicia o processo de humificação e maturação da
matéria orgânica.

Quarta fase: Maturação

 Ultima etapa da degradação do material na compostagem;


 Temperatura tem valor próximo a temperatura ambiente e há mineralização da
matéria orgânica;
 A actividade microbiana decai;
 A decomposição ocorre a taxas muito baixas e o composto já apresenta
propriedades físico-químicas e biológicas desejáveis a aplicação no solo e pode
ser denominado “maturado”, propicio para liberar nutrientes.

Aplicação do composto
Utiliza-se o composto no solo, como correctivo orgânico, principalmente em solos
pobres em matéria orgânica como os argilosos e arenosos. O fertilizante orgânico pode
ser usado em pomares, hortas, jardins, na agricultura em geral. A aplicação do composto
deve ser sobre o solo antes ou depois do plantio das sementes e mudas.

Vantagens do uso da compostagem


 Aumento da saúde do solo - a matéria orgânica compostada se liga às partículas
do solo (areia, limo e argila), ajudando na retenção da água e drenagem do solo e
melhorando sua aeração;
 Redução da erosão do solo - a matéria orgânica compostada aumenta a
capacidade de infiltração de água, reduzindo a erosão;
 Redução de doenças de plantas - o composto aumenta a população de minhocas,
insectos e microrganismos desejáveis, estabelecendo um equilíbrio entre as
populações e a planta hospedeira;
 Manutenção da temperatura e estabilização do pH do solo - o composto favorece
a actividade biológica no solo”;
 Activação da vida do solo - o composto favorece a reprodução de
microrganismos benéficos às culturas agrícolas;
 Aproveitamento agrícola da matéria orgânica - a compostagem diminui a perda
económica ou aumenta o lucro na propriedade rural;
 Processo ambientalmente seguro - a compostagem dos resíduos orgânicos reduz
o impacto e a poluição no ambiente;
 Degradações de substâncias inibidoras do crescimento vegetal - na palha in
natura existem substâncias responsáveis pela inibição do crescimento vegetal,
que são degradadas durante a compostagem;
 Economia de tratamento de efluentes - o composto se solubiliza lentamente e é
absorvido pelas plantas, não sendo carregado para o lençol freático;
 Redução do odor - depois de compostados, os dejetos animais não gera mais
odor.
Justificativa da escolha da tecnologia
Actualmente, a deposição final de RSU continua a ser baseada em lixeiras a céu aberto,
formais ou informais, com pouca ou nenhuma acção de controlo. A população urbana
não abrangida por serviços de recolha recorre a queima (28%), enterro (27,6%) ou
eliminação no terreno/pântano/ lago/rio/mar (16,5%) (9).

A contaminação resultante das linhas de água, solos e ar (devido a queima que ocorre
em muitas das lixeiras espalhadas pelo pais) acentua a degradação da saúde pública da
população. Surtos de cólera e aumento dos casos de malária são só algumas das
consequências mais visíveis. De notar que os custos actuais apresentados representam,
na grande maioria das vezes, apenas a componente relativa a recolha de resíduos e
limpeza urbana, sendo poucas as vezes onde se apresentam custos com a deposição final
ou amortização de investimentos. Para alem do passivo já existente – que obrigara no
futuro a acções de remediarão de locais contaminados – a medida que os municípios e
distritos crescem, o problema torna-se cada vez mais grave, uma vez que as maiores
quantidades de resíduos – e muitas vezes diferentes tipologias – implicam também o
aumento da contaminação.
Dimensionamento do sistema
Obs : Para determinar o volume gerado, primeiramente é preciso calcular a quantidade
total do resíduo gerado por ciclo inteiro da compostagem. Sendo que uma composteira
leva no mínimo 90 dias.

Qtotal = qt diária x Ciclo de produção

Qtotal =52358,88kg x 90 dias

Qtotal =471299,2 kg

A composteira será montada 4 em 4 dias.

90
Numero de dias = =23 dias
4

Volume de resíduos

Q 471299 , 2 kg
Vr = = =13089 , 72 m3
ρ 360 kg /m3

Nb: Segundo as literaturas a densidade depende do estado de desenvolvimento de cada


cidade, em cidade media com população acima de 30 mil habitat adopta se 360 kg/m3

Quantidade de composto produzido

Dados F/R

Qtr = 471299,2 kg Qcp = 471299,2 kg x 0,78

Rendimento = 78 % Qcp = 367613,376 kg.

Quantidade de composto (Qcp) = ?

Área da compostagem

Dados Volume da leira

BxH
L=5m Vl = XC
2
1, 8 x 1 , 5
B = 1,8 m Vl = x 5=6 ,75 m3
2

H = 1,5 m
Número de leiras

Vr 13089 ,72 m 3
Nl = = =1940leiras
Vl 6 ,75 m 3

Obs: as 1940 leiras serão produzidas num total de m ciclo de 90 dias, logo a cada
montagem serão produzidos:

1940
Cada montagem: 84 leiras .
23

Área da base da leira

Ab = C x L

Ab = 5 x 1,8 = 9 m2

Área da leira

A = Nl x Ab

A = 1940 x 9 = 17460 m2

Area de apoio = 20 %

Aa = A x 0,20

A = 17460 m2 x 0,2 = 3492 m2

Área total

At = A + Aa

At = 17460 + 3492 = 20952 m2


Considerações finais
O processo de compostagem envolve transformações muito complexas de natureza
biológica e química, promovidas por uma grande variedade de microrganismos como
fungos e bactérias que vivem no solo. Esses organismos obtêm, a partir da degradação
da matéria orgânica, o carbono e os demais nutrientes minerais, necessários para a sua
sobrevivência. Além desses compostos químicos, os microrganismos também
necessitam de condições ideais de temperatura, humidade, disponibilidade de CO2 e
O2, que são desenvolvidas naturalmente durante o processo. É inegável que a fracção de
RSO é o maioritário encontrado nos RSU, necessitando-se assim de processos para a
degradação da matéria orgânica, a fim de se reduzir os impactos ambientais provocados
por esses poluentes. Um desses métodos é a compostagem, que é um processo biológico
de decomposição dos RSO, transformando-os em substâncias húmicas estabilizadas,
reduzindo assim a quantidade de RSU destinados a aterros sanitários e gerando
compostos orgânicos como adubo (SILVA e REIS, 2012). O composto possui nutrientes
minerais, tais como nitrogénio, fósforo, potássio, cálcio, magnésio e enxofre. Todos
esses minerais são assimilados em maior quantidade pelas raízes, além de ferro, zinco,
cobre, manganês, boro e outros que são absorvidos em quantidades menores e, por isso,
são denominados de micronutrientes. Em geral, os fertilizantes orgânicos são
constituídos por uma diversidade de nutrientes, pois se originam também de uma grande
variedade de resíduos animais e vegetais.
Referencias Bibliográficas
 TRENTIN, Adan William da Silva; BRAUN, Adéli Beatriz; RODRÍGREZ,
Adriane Lawisch; LOPES, Diosnel Antônio Rodríguez. Estudo da composição
gravimétrica dos Resíduos Sólidos Urbanos em Santa Cruz do Sul, Brasil.
Revista de Ciências Ambientais – RCA, Canoas, v. 13, n. 1, p. 7–14, 2019.

 URBAN, Rodrigo Custódio. Índice de adequação do gerrenciamento de


Resíduos Sólidos Urbanos como ferramenta para o panejamento: aplicação no
estado de São Paulo. Eng Sanit Ambient, v. 21, n. 2, p. 367 – 377, abr./jun.
2016.

 SILVA, Paulo Henrique da; REIS, Sérgio Alves dos. Usina de triagem e
compostagem como alternativa viável à problemática dos resíduos sólidos do
município de Santa Bárbara do Leste – MG. 2012. 73 f. Trabalho de Conclusão
de Curso – Instituto Doctum de Educação e Tecnologia, Caratinga, 2012.

 SOUZA, Gaudêncya Cunha Cardoso; ARAÚJO, Weliton Eduardo Lima de.


Caracterização física dos Resíduos Sólidos Domiciliares do município de Caçu –
GO. Artigo apresentado à Faculdade de Engenharia Ambiental da Universidade
de Rio Verde; 2014.

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