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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ

CAMPUS SULACAP

MARCOS ANTONIO DA COSTA SANTANA

Estudo de viabilidade técnica para implantação de miniusinas de


geração de energia a partir de resíduos sólidos urbanos.

Rio de Janeiro
2023
MARCOS ANTONIO DA COSTA SANTANA

Estudo de viabilidade técnica para implantação de miniusinas de


geração de energia a partir de resíduos sólidos urbanos.

Trabalho de Conclusão de Curso à


Universidade Estácio de Sá como requisito
parcial para obtenção do título de bacharel em
Engenharia Elétrica

Rio de Janeiro
2023
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AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus por tudo que fez, faz e irá fazer em minha vida;

Agradeço minha esposa Stefani, minha filha Manuella e meu filho Miguel, por sempre
estarem ao meu lado me apoiando nesse momento bastante desafiador.

Agradeço meus pais e irmãos que acreditam e acreditaram em mim, e hoje sigo
finalizando minha primeira graduação;

E agradeço ao meu orientador Igor de Jesus pelos feedbacks e orientações, sempre


sanando as dúvidas que surgiam no decorrer da elaboração do projeto.
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RESUMO
Com o grande potencial em geração de energia que o Brasil tem através da biomassa,
foi feito um trabalho de pesquisa identificando a quantidade de Resíduos sólidos urbanos
produzidos em escolas e casas para então através desses resíduos identificar a quantidade de
matéria orgânica para a produção do biogás. Mostrando como é feita a purificação do biogás e
obtendo cerca de 95% de biometano, gerando então energia térmica, mecânica ou elétrica de
uma forma simples. Então verificar a viabilidade da implantação de miniusinas onde o lixo
propriamente dito é produzido, incentivando a preservação do meio ambiente e pensando na
economia já que há diversas aplicações para o uso do biogás.

Palavras-chave: Geração de Energia. Biogás. Biometano. Resíduos Sólidos Urbanos


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ABSTRACT
With the great potential for energy generation that Brazil has through biomass, a
research work was carried out identifying the amount of urban solid waste produced in schools
and homes and then using these wastes to identify the amount of organic matter for the
production of biogas. . Showing how the purification of biogas is done and obtaining about 95%
of biomethane, then generating thermal, mechanical or electrical energy in a simple way. Then
check the feasibility of implementing mini plants where the waste itself is produced,
encouraging the preservation of the environment and thinking about the economy since there
are several applications for the use of biogas.

Keywords: Energy Generation. Biogas. Biomethane. Urban solid waste.


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SUMÁRIO

Sumário
1 Introdução................................................................................................................. 1

1.1 Justificativa ....................................................................................................... 3

1.2 Objetivos ........................................................................................................... 3

1.2.1 Objetivo Geral............................................................................................. 3

1.2.2 Objetivos específicos................................................................................... 3

1.3 Referencial Teórico ........................................................................................... 4

1.3.1 Chorume ..................................................................................................... 4

1.3.2 Biogás ......................................................................................................... 4

1.3.3 Biometano ................................................................................................... 5

1.3.4 Geração de energia através do biogás ....................................................... 6

1.3.5 Energia mecânica..................................................................................... 10

1.3.6 Energia elétrica ........................................................................................ 11

1.4 Metodologia .................................................................................................... 13

2 Desenvolvimento .................................................................................................... 13

2.1 Dados Sobre a Geração do Biogás .................................................................. 14

2.2 Dados Sobre a Utilização da Geração de Energia Térmica ............................ 15

2.3 Dados Sobre a Utilização da Geração de Energia Mecânica .......................... 15

2.4 Dados Sobre a Utilização em Geração de Energia Elétrica ............................ 16

3 Conclusões ............................................................................................................. 17

4 Referências ............................................................................................................. 19

Apêndice A ................................................................................................................... 21

Apêndice B ...................................................................................................................22
1 Introdução

Resíduos Sólidos Urbanos são obtidos ou gerados através de atividades domésticas,


assim chamados de resíduos domésticos e os obtidos através de varrições, limpeza de ruas e
vias públicas e outros tipos de atividades de limpeza urbana.
No Brasil, são coletadas cerca de 230.000 toneladas de resíduos sólidos diariamente,
sendo 125.000 toneladas referentes aos resíduos domiciliares, o que representa 0,74 kg por
habitante por dia (IBGE/PNSB, 2000)
Dos 5.507 municípios brasileiros, 4.026 (73,1%) têm população até 20.000 habitantes e
neles, 68,5% dos resíduos gerados são vazados em lixões e em alagados. As cidades brasileiras
com população acima de um milhão de habitantes coletam 31,9 % (51.635 t/dia) de todo o lixo
urbano brasileiro e têm seus locais de disposição final em melhor situação: apenas 1,8 % (832
t/dia) é destinado a lixões, sendo o restante depositado em aterros controlados ou sanitários que
somam aproximadamente 1.452 aterros (IBGE/PNSB, 2000).
Lembrando que esses dados são de 23 anos atrás, de 2001 a 2021 estima-se que a
população brasileira tenha tido um aumento em cerca de 23,7% (Fonte: IBGE – Estimativas de
População, 2022), logo atualmente esses dados possam ter aumentado no mínimo 23%.
De todo RSU coletado no brasil, cerca de 45% é matéria orgânica, como pode ser visto
no gráfico a seguir:
Gráfico 1.1 – Composição gravimétrica dos resíduos sólidos urbanos

COMPOSIÇÃO GRAVIMÉTRICA DOS


RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS
Rejeitos
Matéria Orgânica
Têxteis, couros e16%
borrachas Metais
6%
Embalagem Matéria Orgânica Vidro
multicamada 45%
1% Plástico
Papel e Papelão Papel e Papelão
10%
Embalagem multicamada
Plástico Vidro Metais Têxteis, couros e borrachas
17% 3% 2%

Fonte: ABRELPE (2020 apud Sinir+, 2021)


O lixo que para muitos é um problema, pode ser a solução para a tão falada crise
energética, pois o Brasil possui vigoroso potencial de geração de biogás. Segundo a Associação
Brasileira do Biogás (Abiogás), por ano o país pode ofertar 44,1 bilhões de metros cúbicos
2

normais (Nm3), que, em situações regulares de temperatura e pressões, equivalem a 44,1


bilhões de metros cúbicos (m3).
Trata-se de um montante precioso, uma vez que se todo ele for transformado em
eletricidade somará 19,5 gigawatts (GW), ou 10,5% da atual capacidade instalada no país que,
segundo a CCEE, é de 186,6 GW.
Como o metano é a única substancia que é inflamável, isolando-o e produzindo o
biometano, aumenta-se seu poder calorífico, aumentando seu desempenho no uso em caldeiras
na produção de energia elétrica, uso doméstico como gás de cozinha e pode ser utilizado como
combustível na substituição de combustíveis fósseis.
Cerca de 48% de todo o potencial projetado é de subprodutos das usinas de cana-de-
açúcar, com 21,1 bilhões de m3 por ano.
Em segundo lugar vem a fonte proteína animal, com 14,2 bilhões m3/ano. Em terceiro
vem a produção agrícola (6,6 bilhões m3/ano) e, em quarto, o saneamento (2,2 bilhões de
m3/ano).

Figura 1.1 – Equivalência Energética | Origem do Biogás

Fonte: Cibiogás, 2021


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1.1 Justificativa

A geração de energia obtida através de resíduos sólidos urbanos, a biomassa, é um


assunto e centro de diversas pesquisas para a obtenção de medidas sustentáveis.
O objetivo desse estudo é verificar a viabilidade técnica de produção de energia seja ela
mecânica, térmica ou elétrica. Existem projetos de usinas térmicas com a utilização da biomassa
em áreas rurais, o biogás representa uma alternativa de geração de energia para abastecer
comunidades isoladas, que podem utilizar os resíduos gerados na agricultura e na pecuária para
suprir suas demandas energéticas. Por que não utilizar no meio urbano? Resíduos sólidos
urbanos são produzidos a todo momento, porque então não utilizar o biogás obtido nesse
processo substituindo o uso do gás fóssil? Ou até mesmo criando pequenas e médias usinas
termoelétricas para obtenção de energia elétrica, diminuindo o uso de energia vinda da rede?
Ou por que não utilizar motores movidos a biogás rotacionando um gerador e servindo
como geradores de emergência em hospitais, escolas, mercados, etc.
Imagine obter economia no combustível do seu carro, ou prolongar o uso do seu gás
GLP.
1.2 Objetivos

1.2.1 Objetivo Geral

Verificar, através de pesquisas e simulações, a viabilidade na implantação de miniusinas


de energia por meio do biogás.

1.2.2 Objetivos específicos

• Demonstrar as formas de se produzir o biogás e o processo de purificação do


mesmo para a obtenção do biometano;
• Exemplificar todas as formas de se utilizar o biogás para a produção de energia
mecânica, térmica e elétrica;
• Relacionar a quantidade de matéria orgânica com a quantidade de biogás
produzido;
• Relacionar a quantidade de biogás produzido com a quantidade de energia
térmica, mecânica ou elétrica viabilizando ou não no uso em miniusinas.
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1.3 Referencial Teórico

1.3.1 Chorume

É o nome popular dado a um líquido de cor escura gerado em “lixões” e aterros


sanitários proveniente da extração de componentes solúveis de resíduos orgânicos. Devido
à grande quantidade de matéria orgânica em decomposição, requer uma grande quantidade
de oxigênio retirado do ambiente onde se encontra ou foi lançado. (Eduardo, 2007)
O tratamento do chorume pode ocorrer através de simples estações de tratamentos
ou através de tratamentos alternativos que não são o foco desse estudo. O reaproveitamento
do mesmo durante o processo é uma questão sustentável e energética, já que é possível obter
o biogás que pode ser utilizado em muitíssimas aplicações.

1.3.2 Biogás

Figura 1.2 - Composição média do Biogás

Descoberto no século 17, o biogás passou a ser considerado uma fonte de


energia a partir de uma apresentação feita por Louis Pasteur, no século 19, na qual foi
feita a demonstração da geração de biogás através de uma mistura de estrume e água.
No final do século XIX, o biogás passou a ser coletado em estações de
tratamento de efluentes na Inglaterra. Já na década de 1940, começou a ser
aproveitado a partir de esterco de animais em plantas de geração de energia na Índia.
Desde então, o processo anaeróbio tem evoluído e se expandido para o tratamento de
resíduos agrícolas e industriais. (Equipe eCycle, 2023, p.1)
5

O biogás produzido em aterros sanitários era queimado, liberando o gás carbônico


(CO2), água e energia térmica.

O carbono presente no biogás faz parte do ciclo rápido do carbono, estando presente
em organismos vivos ou mortos, são capturados por meio da fotossíntese por seres
clorofilados (plantas, algas, cianobactérias e algumas bactérias), e depois liberados
novamente por meio da combustão, respiração e decomposição.

Como esse carbono já pertencia ao meio ambiente, a liberação novamente do mesmo


não altera sua concentração na atmosfera, logo não causa desequilíbrio do efeito estufa, e
consequentemente não causa o aumento do aquecimento global.
Atualmente tem crescido o aproveitamento desse gás em diversas aplicações, como
em combustíveis automotivos, como gás de cozinha e na geração de energia elétrica em
termoelétricas.

1.3.3 Biometano

Como de todos os elementos contidos na composição do biogás, só um elemento é


combustível, o metano. Quanto maior a concentração de metano na composição, maior seu
poder calorífico. Exemplo, um biogás com até 40% de metano em sua composição é
considerado pobre em metano, para ser considerado rico em metano, é necessário se ter a cima
de 70% de metano em sua composição.
Outros motivos para a necessidade de se purificar o biogás é a remoção do gás sulfídrico
(H2S), da amônia e siloxanos que são contaminantes. O ácido sulfídrico além de ser tóxico, é
corrosivo, sua remoção é necessária para o bem da saúde e do meio ambiente.
Existem métodos de purificação do biogás, obtendo o biometano aumentando seu poder
calorífico, o tornando menos agressivo a saúde e ao meio ambiente, dos quais os mais comuns
são a purificação por membranas, a purificação criogênica, a purificação por absorção, a
purificação biológica e a lavagem por água. (Airton Kunz, et al, 2022)
6

1.3.4 Geração de energia através do biogás

Como já foi falado anteriormente, há diversas aplicações para o uso do biogás em sua
utilização como combustível, permitindo através de seu poder calorífico se obter uma grande
quantidade de energia térmica que poderá ser transformada em energia mecânica e/ou elétrica.

1.3.4.1 Energia térmica

Por definição, a energia térmica é a soma de todas as temperaturas contidas em um


corpo, como é gerada a partir do movimento, então sendo mais profundo, é a soma das energias
cinéticas dos elementos dentro de um corpo.
Uma aplicação bastante conhecida é o uso do ar condicionado, um gás refrigerante é
comprimido elevando sua pressão e temperatura, depois é condensado, virando líquido em alta
pressão, então passa por uma válvula que expande o refrigerante em líquido em baixa pressão
e temperatura, passando depois por um evaporador que faz com que o refrigerante torne ao
estado gasoso retornando então ao compressor. (Çengel, 2013)
Porém outra aplicação bastante útil é o uso em usinas a vapor, onde com o uso de um
combustível, a água em uma caldeira é aquecida, transformando-a em vapor em alta pressão e
temperatura, utilizando a primeira lei da termodinâmica, a energia térmica produzida é
constante, ela não se perde, ela é transformada em energia mecânica (cinética) dentro de uma
turbina a vapor onde é utilizada para acionamentos de diversos equipamentos na indústria, na
geração de energia elétrica, utilizada em moendas de usinas de açúcar e álcool.
Como o foco do projeto é geração de energia, é importante se aprofundar em algumas
aplicações da geração de energia térmica.

1.3.4.1.1 Caldeira a vapor

Ou denominado gerador de vapor, é um equipamento destinado a geração de vapor


utilizando energia térmica para aquecer a água alterando seu estado físico, aumentando sua
temperatura e pressão.
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Em relação a sua temperatura e pressão, a vários tipos de vapores, e ter o controle dele
é fundamental para realizar o movimento das palhetas de uma turbina a vapor.
Gráfico 1.2 - Relação pressão x temperatura da água e vapor:

Fonte:Yanagihara, 201?
Quando a água é aquecida (aquecimento sensível) até o ponto de ebulição é produzido
o vapor saturado (seco) e então é vaporizada com calor mais calor (calor latente), se ele for
aquecido além do ponto de saturação, o vapor é denominado superaquecido (aquecimento
sensível)
Algumas definições:
a) Vapor saturado
Ocorre em pressões e temperaturas onde a taxa de condensação é igual a taxa de
vaporização, ou seja, é o ponto onde a água e o vapor podem coexistir. É um vapor que está a
ponto de condensar. Tem uma grande vantagem em relação a troca de calor, controle de pressão
através da temperatura, e obtido a partir da água. (Çengel, 2013)

b) Vapor superaquecido

É o vapor obtido através do aquecimento adicional sobre o vapor saturado ou úmido.


Este possui maior temperatura e densidade mais baixa em relação ao vapor saturado à mesma
pressão.

Em relação ao vapor saturado, o vapor superaquecido é um vapor seco e que não está
em um estado pronto para condensar, ou seja, mesmo que a temperatura do vapor caia, porém
esteja a cima da temperatura de saturação da água (100º C), o vapor superaquecido não
condensará.
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1.3.4.1.2 Turbina a vapor

De uma forma genérica, uma turbina a vapor é uma máquina que converte a energia
térmica e pressão do vapor, em energia cinética. Dependendo do tipo da turbina, o vapor em
alta pressão e alta temperatura passa pelas pás móveis e são redirecionadas para as pás
estacionárias ou vão das pás estacionárias e são redirecionadas para as pás móveis, esses
redirecionamentos do mesmo vapor ocorrem algumas vezes. Essa mudança de direção cria uma
força sobre as pás móveis movimentando o eixo da turbina fazendo como que ele rotacione.
De acordo como a forma em que o vapor é expandido no interior das turbinas elas são
classificadas como turbinas de ação ou reação.
A turbina de Ação é denominada assim pois o vapor acelerado dentro da turbina se choca
com as pás móveis da mesma fazendo com que elas rotacionem o eixo. Somente o contato do
vapor impulsiona as palhetas.
Já a turbina de reação é denominada dessa forma pois o próprio vapor passando pelos
perfis das palhetas fazem a rotação da mesma. O fluxo de vapor passa pelos dois lados da
palheta, gerando uma força de reação no sentido de rotação. (Yanagihara, 201?)

Figura 1.3 – Diferença entre turbinas de ação e Reação

Fonte:Yanagihara, 201?
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Figura 1.4 – (A e B) Turbina de ação e reação | (C e D) Princípio de ação e reação

Fonte:Yanagihara, 201?

Figura 1.5 – Estágio de ação e reação

Fonte:Yanagihara (201?)
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1.3.5 Energia mecânica

Newton talvez seja um dos físicos mais conhecidos quando se fala de energia mecânica,
ele é quem descreveu três leis que são ditas fundamentais, as três leis de Newton. Apesar de
não serem completas por si só, e haverem algumas exceções, sem o conhecimento dela, seria
impossível explicar a interação entre dois corpos no que se diz respeito a força.

Primeira Lei de Newton, ou lei da inércia, uma partícula livre, ou seja, que não está
sujeita a nenhuma interação, ou está em repouso ou em movimento retilíneo com velocidade
constante a não ser que alguma força externa atua sobre ela. (Tipler e Mosca, 2016)

Ou seja, aceleração (𝑎) igual 0.

𝑎= 0
Segunda lei de newton, ou lei da superposição de forças, ou também chamada de
princípio fundamental da dinâmica diz que quando uma partícula sofre uma interação, seu
estado de movimento é alterado da seguinte forma,

Onde F é a resultante das forças que atuam sobre a partícula e p é seu momento linear,
cuja definição é

Terceira lei de newton ou lei da ação e reação, diz que quando duas partículas interagem,
a força numa delas possui o mesmo modo, direção e sentido contrário à força que atua na outra.
(Tipler e Mosca, 2016)

Voltando no exemplo anterior onde foi falado de turbinas, descrevemos dois tipos de
turbinas, as de ação e as de reação. Nas turbinas de reação, o vapor se choca com a palheta da
turbina, ou seja, há uma interação entre o vapor e a palheta, essa interação faz com que a palheta
gire o eixo da turbina e também permite que o vapor continue circulando por outros conjuntos
de palhetas agindo da mesma forma que no início até perder velocidade.
11

1.3.6 Energia elétrica

Energia elétrica é o trabalho realizado pelos elétrons, e é obtida através de outras


energias, como a mecânica, através da rotação de um gerador variando um campo magnético,
energia química como por exemplo as baterias, através da conversão direta da radiação solar e
dentre outras formas.
Como um dos intuitos do projeto é a geração de energia elétrica através do biogás, é
importante ser explicado o funcionamento de um gerador, onde ele transformará a energia
mecânica, originada através da queima ou combustão do biogás, em energia elétrica.
Todas as máquinas elétricas giratórias são convertedores dinâmicos de potência e estão
sujeitos aos princípios da conversão de energia que diz que a energia pode ser transformada ou
transferida, porém nunca criada ou destruída.
Segundo Garik e Whipple (1981) há quatro leis fundamentais para o funcionamento das
máquinas elétricas, são elas:
a) Lei da indução de Faraday
Diz que a variação do fluxo magnético através de um condutor, induz o surgimento de
uma corrente elétrica, porém Lenz completou essa ideia e descobriu que essa corrente induzida
tinha sentido oposto a que a gerou.
𝑑∅
𝑒= − ∗ 10−8
𝑑𝑡
E ela estabelece que a Força eletromotriz (e) induzida em um circuito fechado é igual a
razão da derivada do fluxo (∅) e sua unidade de medida é o volts (v).
Quando o condutor se move em relação ao fluxo constante no tempo a uma velocidade
v, é conveniente utilizar a lei de Faraday da seguinte forma:
𝑒 = −𝐵𝑙𝑣10−8
Onde B é a densidade de fluxo e l o comprimento do condutor.

b) Lei das malhas de Kirchhoff


Ela diz que a soma algébrica de todas as tensões em um circuito fechado é igual a zero.
(Halliday, 2016)
𝑀

∑ 𝑣𝑚 = 0
𝑚=1

c) Lei de Ampère
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Diz que o sentido do campo magnético é definido pelo sentido da corrente elétrica, ou
seja, se for invertido o sentido da corrente elétrica em um condutor, inverterá o sentido do
campo magnético. (Garik e Whipple, 1981)
Esse sentido é definido pela regra da mão direita para corrente em um condutor, onde a
mão em volta do condutor com o dedo polegar apontando para o sentido da corrente, os outros
dedos em torna do condutor definem se o vetor indução magnética é horário ou anti-horário.

Figura 1.6 – Regra da mão direita

Fonte: Halliday, 2016

O vetor indução magnética (B) é descrito pela seguinte formula:


𝝁. 𝒊
𝑩=
𝟐𝝅 ∗ 𝑹
Onde 𝜇 é a permeabilidade magnética do vácuo.

d) Lei de Biot-Savart
‘O campo magnético produzido por um condutor percorrido por uma corrente
pode ser determinado com o auxílio da lei de BiotSavart. De acordo com essa lei, a
contribuição para o campo, dB produzida por um elemento de corrente ids em um ponto
P situado a uma distância r do elemento de corrente, é dada por em que é um vetor
unitário cuja origem está no elemento de corrente e que aponta na direção do ponto P.
dB é definido por;

𝝁𝟎 ∗ 𝒊𝒅𝒔 ∗ ȓ
𝒅𝑩 =
𝟒𝝅 ∗ 𝒓²
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Basicamente elas dizem que se um condutor formando um circuito fechado girar,


variando o campo magnético induz uma força eletromotriz impulsionando os elétrons formando
uma corrente elétrica nesse condutor, e quando maior o comprimento desse condutor, ou seja,
maior a quantidade de espiras que esse gerador tem, maior é essa fem. E quanto maior a
velocidade em que esse condutor varia o campo magnético, maior também é a fem. (Halliday,
2016)

1.4 Metodologia

A metodologia usada nesse projeto tem uma abordagem quantitativa com aplicação na
resolução de um problema comum ao mundo, por meio de um projeto experimental.
Será montado um biodigestor caseiro com o intuito de se obter o biogás, tentarei medir
a quantidade através da pressão e/ou volume de onde o gás se alojará.
Serão coletados dados em relação aos dias para a formação do gás, quantidade de gás,
relação da quantidade de lixo com a quantidade de gás produzido.
Por falta de recursos, terei que buscar informações em relação a geração de energia
mecânica, elétrica e térmica com base na quantidade de gás que consegui produzir, então verei
se é viável essa produção em pequena escala, porém com base nisso, obtendo aproximadamente
a quantidade de RSU produzido em escolas, consigo calcular aproximadamente a quantidade
de gás produzido e repetir os cálculos para média escala.

2 Desenvolvimento

Antes de se iniciar do desenvolvimento desse estudo, é necessário se fazer algumas


considerações:
O intuito da parte prática do projeto era realizar o experimento da fabricação do biogás
com materiais fáceis de se conseguir, como trabalho com refrigeração, aproveitei alguns
materiais comuns do meu dia a dia do trabalho, como manômetro, mangueiras, bomba de vácuo,
galão de água de 50 litros e reaproveitei uma garrafa de gás refrigerante vazia, para poder captar
o gás produzido. Consegui fazer toda a montagem no dia 30 de abril, para iniciar todo o processo
da produção de gás no dia 01 de maio.
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Pesquisando um pouco mais a fundo sobre a produção de gás anaeróbica, descobri que
leva em média entre 25 a 30 dias para começar a aparecer os primeiros vestígios do gás
produzido, ou seja, fiquei com um prazo bastante apertado, então já pensando um pouco mais
adiante, busquei informações sobre algumas empresas que fabricam biodigestores de pequeno
porte para obter dados necessários para a conclusão do projeto.
A Descrição do que foi utilizado no biodigestor que fiz em casa se encontrará no
“Apendice A” junto com as fotos dos mesmos.
Outra informação a se pontuar é o erro cometido na elaboração dos procedimentos, para
facilitar a produção do biogás pelas bactérias é ideal que fosse feito um tratamento nos resíduos
orgânicas a serem despejadas no reservatório, como por exemplo a moagem, diminuindo o
tamanho das partículas em contato com as bactérias.

2.1 Dados Sobre a Geração do Biogás

Foi feito uma busca por dados de geração de biogás por biodigestores de pequeno porte
para a a realização do cruzamento dos dados obtidos para analisar a viabilidade na produção do
biogás no meio urbano. Fazendo uma busca por empresas, órgãos e experimentos acadêmicos
sobre biodigestores consegui algumas informações para servir como base para os cálculos na
geração de energia.

Tabela 2.1 – Capacidade de produção de biodigestores


Fonte Litros de biogás Capacidade de Massa do Média de
(10 dias) biogás do material Horas de
biodigestor orgânico por dia chama por
(Litros) (Kg) dia
Gef biogás N/C 2500 10 7
Brasil
Homebiogás N/C 700 4 2,5
Wappler 2,4 50 1,22 0,31*
Fonte: Adaptada de Gef biogás Brasil, 2020; Homebiogas, 2021; Wappler, 2022.

*Como no experimento relatado de “Wappler” não me dava a informação sobre as horas


de chama, então calculei com base nas horas de chama de um botijão de gás GLP de 13kg que
fornece em média 40,4h de chama com um volume de 31,5 l de gás, como seu projeto fornecia
0,24 l de biogás, quantidade esta equivalente a 0,8% da quantidade de gás GLP, logo calculando
essa porcentagem, obtive esse valor aproximado de 0,31h de chama, ou seja aproximadamente
19min de chama.
15

Segundo uma tabela 2 adaptada por Coldebella, Souza, Ferri e Kolling (2009) há um
consumo médio de biogás por aparelho, ela será utilizada como base para nossos cálculos de
viabilidade.

Tabela 2.2 – Consumo de biogás por aparelho


APARELHO AISSE E OBLADEM METALÚRGICA
(1982) JACKWAL LTDA (1983)
Lampião (100 velas) 0,12m³/hora 0,13m³/hora
Fogão 0,33m³/pessoa/dia 0,32m³/hora
Chuveiro 0,8m³/banho 0,8m³/banho
Motor combustão interna 0,45m³/HP/h 0,45m³/HP/h
Produção de eletricidade 0,62m³/kWh N/C
Fonte: Aisse e Obladen (1982), citado por DANIEL (2005); Metalúrgica Jackwal Ltda, citado por
SGANZERLA (1983).

2.2 Dados Sobre a Utilização da Geração de Energia Térmica

Um dos principais objetivos da produção de biogás é obter energia térmica que é


extremamente útil em nosso dia a dia, desde o preparo da comida, como o aquecimento de água
para o banho, na tabela 2.1 é descrito a quantidade de horas de chama que os biodigestores
exemplificados fornecem em uma boca de um fogão. Agora examinando a questão do
aquecimento de água, é necessário levar um consumo médio de gás por um aquecedor,
realizando uma pesquisa na internet, encontramos que o gasto médio de gás em uma casa com
4 pessoas é de 0,6 m³ de gás, que é o equivalente a 600 l de gás.
Pensando na capacidade total de biogás de cada biodigestor em relação ao consumo
descrido, seria 24% da capacidade total do biodigestor testado pela GEF, aproximadamente
86% da capacidade do biodigestor da Homebiogas e cerca de 12 vezes a capacidade do
biodigestor criado por Wappler.

2.3 Dados Sobre a Utilização da Geração de Energia Mecânica


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Pensando em energia mecânica, pensamos em movimento e força, e as aplicações de


um gás inflamável na geração de energia mecânica são muitas, como aplicadas em turbinas a
gás ou a vapor, motores a combustão tanto veiculares como de geradores. Porém como já
mostrado na tabela 1, a aplicação em turbinas com a quantidade de gás fornecida até mesmo
pelo maior biodigestor exemplificado, torna fácil a visualização da inviabilidade. Com base na
tabela 2.2, fica fácil relacionar a quantidade de gás fornecida pela capacidade total de cada
biodigestor com o consumo de um motor a combustão interna, os dados obtidos se encontram
na tabela 3 tornando a análise de certa forma mais palpável.

Tabela 2.3 – Horas trabalhadas de um motor a combustão interna utilizando o biogás dos biodigestores
GEF, Homebiogas e Wappler
Biodigestor Capacidade total do Horas trabalhadas pelo
biodigestor (m³) motor a combustão interna
(por HP)
GEF 25 5h e 33min
Homebiogas 0,7 1h e 33min
Wappler 0,05 ~ 7 min
Fonte: Adaptada pelo autor

2.4 Dados Sobre a Utilização em Geração de Energia Elétrica

A aplicação do biogás na geração de energia elétrica tem sido um dos temas mais
estudados nos últimos anos, entrando na mesma questão anterior sobre a inviabilidade na
obtenção de energia mecânica através do biogás torna também inviável a geração do mesmo
através de termoelétrica já que a mesma utiliza a energia mecânica transmitida pelo eixo da
turbina, porém há geradores que são acoplados a motores de combustão interna, na tabela 2 nos
mostra a produção de eletricidade por m³ de biogás, com isso conseguimos realizar relação da
capacidade de biogás com a produção de energia elétrica, e essas informações se encontram na
tabela 4.

Tabela 2.4 – Relação da Produção de energia elétrica com a capacidade dos biodigestores GEF,
Homebiogas e Wappler
Biodigestor Capacidade total do Produção de energia
biodigestor (m³) elétrica (KWh)
GEF 25 40,32
Homebiogas 0,7 1,13
Wappler 0,05 0,08
Fonte: Adaptada pelo autor
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3 Conclusões

Apesar do experimento realizado pelo autor não tenha funcionado por alguns erros
cometidos pelo mesmo, as informações conseguidas através de outros projetos viabilizou a
realização desse projeto.
Segundo o IBGE (2000), cada habitante no Brasil produz em média 0,74Kg/por dia de
RSU, e segundo ABRELPE (2020), 45% é matéria orgânica, ou seja, em uma família com 5
pessoas produz cerca de 3,7 Kg/por dia de RSU, logo 1,7Kg/por dia iria para o biodigestor, um
aumento de 28% em relação a quantidade de lixo que Wappler (2022) colocou em seu
biodigestor, pensando em uma relação direta a produção de energia térmica, mecânica e elétrica
não seria uma produção tão relevante que daria uma vantagem em se ter mais uma pessoa
gerando resíduo orgânico pois se teria gastos proporcionais. E mesmo que se aumentasse a
capacidade do biodigestor, a quantidade de matéria orgânica produzida seria a mesma, logo a
produção diária também, porém teria uma maior capacidade para reservas.
Pensando em média escala utilizando uma escola como exemplo, foi feita uma busca
sobre projetos que demonstrassem a quantidade de lixo produzido em escolas, segue a tabela 5
com alguns dados fornecidos por Souza, R. B. B.; Silva Filho, A. J.; Souza, R. B. (2020).

Tabela 3.1: Comparação dos valores obtidos nos trabalhos sobre Resíduos Sólidos Escolares (RSE).
Produção de Escola Pública Maya et al. Ponta Cabral et al.
resíduos sólidos Estadual Barreiras Porã – MS, 2014 Queimados – PB,
escolares – BA, 2020 (1335 (1475 alunos) 2021 (1535 alunos)
alunos)
Média diária 37,05 Kg 25,47Kg 23,94Kg
Papel 26% 12% 13%
Plástico 4% 7% 17%
Orgânico 56% 61% 23%
Alumínio 4% 5,5% 6%
Outros 10% 14% 41%
Fonte: Adaptada por Souza, R. B. B.; Silva Filho, A. J.; Souza, R. B. (2020)
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Levando em consideração a escola com dados mais recentes, tem média diária de
37,05Kg de RSE e 56% é resíduo orgânico, ou seja, 20,75Kg iria para um biodigestor
diariamente, levando em consideração o biodigestor da GEF (2020), seriam necessários dois
biodigestores, logo, seus dados de produção de energia dobrariam.
Seriam em média 14h de chama de uma boca de fogão por dia, aproximadamente 11h
de funcionamento de um motor a combustão interna de 1HP e aproximadamente 80,64KW de
energia elétrica gerada.
Concluo que os resultados para produção de energia em pequena escala, ou seja,
residenciais sejam inconclusivos, seja necessário um melhor planejamento na construção, uma
melhor seleção dos extratos orgânicos para uma melhor produção de biogás, e mais tempo para
análises.
Pensando na aplicação em média escala, os resultados foram bastante satisfatórios,
viabilizando o uso em escolas, shoppings, restaurantes, hotéis, etc, ou seja, quanto mais pessoas
produzindo resíduos, mais viável é a utilização do biogás.
Porém não se pode descartar a produção do biogás em pequena escala mesmo que o uso
diário do biogás não seja viável, voltando um pouco mais a cima, é falado que não adianta se
ter um biodigestor maior se a produção de resíduo orgânico continua a mesma, porém se ganha
mais espaço para armazenamento de biogás que poderá ser utilizado de forma emergencial,
como por exemplo utilizar quando seu gás GLP acabar, utilizar em motores de combustão
interna para girar um gerador e fornecer energia elétrica quando houver queda de luz, utilizar
em aquecedores de água no inverno, armazenando gás durante o ano todo e utilizando somente
em época de frio.
Considerações finais: Pensando em projetos futuros, além da produção do biogás
utilizando resíduos orgânicos provenientes de nossos lixos, realizar um estudo considerando os
detritos sanitários, utilizando fossas sépticas para armazenar os mesmos e obter mais biogás e
permitindo um uso da energia de forma mais viável.
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4 Referências

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Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2007.

CETESB (São Paulo) Biogás : projetos e pesquisas no Brasil / CETESB, Secretaria do


Meio Ambiente ; organização Josilene Ticianelli Vannuzini Ferrer ; responsável técnico João
Wagner Silva Alves. - - São Paulo : SMA, 2006. 184 p. : il. ; 25 cm

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para uso residencial urbano. 59 p. 2022. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em
Engenharia Química) – Universidade Federal do Pampa, Campus Bagé, Bagé, 2022

GEF Biogás Brasil - Confira o funcionamento de um biodigestor portátil que


transforma restos de comida em gás de cozinha, 2020. Acessado em 22 de Maio de 2023 no
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COLDEBELLA, A.; MELEGARI DE SOUZA, S. N.; FERRI, P.; KOLLING, E. M.


VIABILIDADE DA GERAÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA ATRAVÉS DE UM MOTOR
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maio. 2023.
20

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Liwschitz-Garik, Michael; Whipple, Clyde C. Maquinas de Corriente Alterna, 10. Ed –


México; C.E.C.S.A, 1981.
21

Apêndice A
O Intuito era realizar o experimento com custo zero, tudo foi conseguido em “sucatas”
em casa e no trabalho.
Com um galão de 30 litros, foi feito um furo para conectar um cano de 30 e na tampa
do galão foi conectada uma válvula em formato de “L” com uma válvula de rosca para conexão
da mangueira de manifold de refrigeração.
Com uma botija de gás refrigerante R134A velha, foi soldada uma conexão para colocar
um manômetro de refrigeração com o intuito de monitorar as pressões e verificar a existência
de algum gás na garrafa.
Para facilitar o processo de eliminar o oxigênio contido na garrafa e no biodigestor,
utilizei uma bomba de vácuo na garrafa de gás e abri o registro no intuito de facilitar a ida do
gás até a garrafa, realizei esse procedimento durante 3 vezes na semana, uma vez em cada
semana.
Porém mesmo tendo o cuidado de estar deixando o biodigestor no sol, realizando vácuo
no sistema, alimentando todos os dias com restos de comida, não obtive resultados.
Uma solução seria verificar vazamentos tanto no biodigestor, como na garrafa de gás,
realizar a moenda do material orgânico que vai alimentar o biodigestor, selecionar cada
alimento a ser jogado no mesmo, pois matéria orgânica de origem animal com sangue e gordura
prejudica a fabricação do biogás, aumentar o diâmetro da mangueira e a distância da garrafa até
o biodigestor, e deixar um período maior para verificar de uma forma mais adequada a produção
do biogás.
Segue a foto de como sistema do biodigestor foi fabricado:
Figura A: Sistema Caseiro Biodigestor

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