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INSTITUTO NACIONAL DE METEOROLOGIA

REPARTIÇÃO DE FORMAÇÃO

GUIA DA DISCIPLINA DE CLIMATOLOGIA

01-O QUE ENTENDE POR CLIMA?


INTRODUÇÃO:
Clima do grego ´Klinein´ , em português significa inclinar, pois os gregos vivendo em
regiões montanhosas, os estados de tempo eram diferentes entre as vertentes das
montanhas devido ao grau da inclinação com relação aos raios solares.
Climatologia é o estudo das causas, variações, distribuições do tipo de clima. Ou é o
estudo das generalizações que se pode obter a partir dos exemplos de
comportamento passado das condições atmosféricas.

02-O QUE ENTENDE POR ELEMENTO CLIMÁTICO?


Elementos do Clima: São grandezas(variáveis) que caracterizam o estado da
atmosfera. Esse conjunto de variáveis descrevem as condições atmosféricas em um
dado local e instante.

03- AS PROPRIEDADES OU CONDIÇÕES DA ATMOSFERA QUE DETERMINAM O


ESTADO FÍSICO DO TEMPO NUM DETERMINADO LOCAL.
· Temperatura (média, máxima e mínima);
· Precipitação (chuva, granizo, neve, etc.);
· Humidade atmosférica (absoluta, relativa, etc.);
· Pressão atmosférica ;
· Radiação solar (directa ou difusa);
· Ventos (direcção e intensidade);
· Nebulosidade, evaporação, evapotranspiração, entre outros

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Elaborado por Alano Pedro Manguissa
Rua de Mukumbura, no 164, CP 256, Maputo
Tel.: +258 823056523 Tel/Fax: +258 21491150
e-mail: mozmet@inam.gov.mz; http://www.inam.gov.mz
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04-O QUE ENTENDE POR FACTOR CLIMÁTICO?


Os factores climáticos são aquelas condições que condicionam o clima. Exemplo.
1 -Factores astronómicos-Distancia do Sol, Radiação do Solar, Movimentos da Terra
(Rotação e translação);

2- Factores estáticos -Latitude, altitude, Oceanos, mares, lagos, cobertura (Vegetal ,


arenosa, etc.), Distribuição de Terras;
3-Factores dinâmicos-Frentes (Quentes, frias, estacionarias, oclusas etc.), correntes
oceânicas (Quentes e frias) , sistemas de pressões (Baixas , altas, depressões costeiras
etc), massas de ar (Continental, marítimo, polar, equatorial etc.)

05-QUAL É A DIFERENÇA ENTRE CLIMA E TEMPO?


a)Tempo – é o conjunto das variáveis meteorológicas que definem o estado da
atmosfera observadas num determinado instante e num determinado lugar.
b) Clima - é a descrição estatística das condições meteorológicas e suas variações,
quer médias quer extremas, ou por outra é o tempo médio de uma determinada área
ou lugar referente a um período de 10 ou 30 anos.

06-O QUE É PREVISÕES CLIMÁTICAS?


São projecções de variáveis meteorológicas (precipitação e temperatura, etc. ) numa
escala de tempo futuro de 1 à 6 meses. Tais informações podem anteceder eventos
climáticos extremos e por isso podem ser úteis ao planeamento e tomada de decisão
em diversas actividades económicas e ambientais.

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07-O QUE É MUDANÇA CLIMÁTICA?


Mudança Climática é a alteração em média dos padrões meteorológicos considerando
períodos de tempo longos.

08-QUAIS AS CAUSAS
Os gases de produtores do efeito de estufa desempenham um papel importante na
determinação do clima e da sua mudança, factores humanos (Desmatamento, abate
arvores, queimadas descontroladas, uso de produtos químico, etc). Factos naturais
tais como vulcões etc.)

09-O QUE É VARIABILIDADE CLIMÁTICA? –refere-se às variações das condições


atmosféricas registadas de ano-para-ano em relação ao estado médio de um
determinado lugar.

10-QUAL É A PARTE INTEGRANTE DO SISTEMA CLIMÁTICO?


Os integrantes do sistema climático são seguintes:
A atmosfera: matéria gasosa acima da superfície da terra;
A hidrosfera: água líquida sobre ou abaixo da superfície da terra;
A criosfera: neve e gelo sobre ou abaixo da superfície da Terra;
A litosfera: superfície continental da Terra ( rochas, solo e
sedimentos);
A biosfera: plantas e vida animal, incluindo seres humanos

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11-CONFIGURAÇÃO DO CLIMA MUNDIAL

No hemisfério Norte existe maior cobertura de terras enquanto que no hemisfério Sul
existe maior cobertura de águas. A água conserva mais calor do que a terra. Isso faz
com no hemisfério Sul se verifique menor variação dos climas em relação ao
hemisfério Norte onde os invernos são mais severos acompanhados com gelo, neve e
no verão o estado do tempo é também mais severo acompanhado de chuvas
intensas, temperaturas muito elevadas, ventos fortes, queimadas descontroladas
muito intensas.

12-QUAL É O PERIÓDO QUE SE DEVE FAZER ESTUDO DE CLIMA DUMA REGIÃO?


São 30 anos. Mas também se pode fazer num período de 10 anos. Mas estudos não
climaticospode se fazer a qualer periodo.
O regulamento da Organização Meteorológica mundial estabelece que valor de um
elemento climatico em um local deve ser de 30 anos consecutivos. Tendo em conta
que a contagem iniciou a 01 de Janeiro de 1901 se pode afirmar que os intervalos de
estudo de clima sao:
Clima compreende valores médios de 30 anos que começa de:
· 1901-1930: Primeiro normal climatológica;
· 1931-1960: Segundo normal climatológica;
· 1961-1990: Terceira normal climatológica;
· 1991-2020: Quarto normal climatológica (WMO 1952

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13-CLASSIFICAÇÃO CLIMÁTICA

Existem varias classificações climáticas no mundo e as mais importantes são:


1-Classificação de climas não empírica:
a) Flohn (1950) -Reconhece sete tipos de climas, baseados nas zonas de ventos
globais e nas características da precipitação;
b) Strahler (1969)-Classificação o clima de forma genética.;
c) Terjung e Loule (1972)-Classifica o clima usando o balanço de energia do
mundo.

2-Classificação climática que adoptam a abordagem empírica


a) Miller (1965)- Está baseado em temperatura e precipitação pluvial.
b) Thornthwaite (1948)- A classificação climática de thornthwaite foi baseada no
conceito de evapotranspiração, ecologia, a agricultura e no desenvolvimento
dos recursos hídricos, e usa índice de humidade e a evapotranspiração

c) Koppen (1900 e 1936)- Classificação climática de Köppen


Classificação climática de Koppen-Geiger, mais conhecida por classificação climática
de Koppen, é o sistema de classificação global dos tipos climáticos mais utilizada em
geografia, climatologia e ecologia. A classificação é baseada no pressuposto, com
origem na fitossociologia e na ecologia, de que a vegetação natural de cada grande
região da Terra é essencialmente uma expressão do clima nela prevalecente. A ideia
de Koppen é de haver uma classificação climáticas baseadas em crescimento da
vegetação, e em consequência o critério se baseia em grau de aridez e da
temperatura.

Principais tipos climáticos de Koppen.


A. Clima tropical húmido/chuvoso. Donde Tf> 18 ºC
B. Clima seco (com diversas condições)
C. Clima húmido quente temperado. Donde -3≤Tf≤18ºC
D. Clima frio de floresta. Donde Tf <-3ºC e Tc> 10ºC
E. Clima de Tundra. Donde 0≤ Tc <10ºC
F. Clima de glacial. Donde Tc <0ºC
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14- CÁLCULO DOS VALORES CLIMATICOS


Os cálculos dos valores climáticos são vários mas os mais importantes são:
a) Normais, médios, provisórios, Quintilhos;
b) De anomalias e de tendências;
c) Padrões.

15-TIPOS DE ESCALAS CLIMÁTICOS


As escalas dos Fenómenos atmosféricos se dividem em Temporal e espacial
15.1 As escalas temporais tem a ver com o tempo (Hora, dia, Mês, ano , período de
anos.)

15.2-Escalas Espaciais do clima


Macroclimatologia – Relacionada com os aspectos dos climas de amplas áreas da
terra e com os movimentos atmosféricos em larga escala que afectam o clima. Clima
duma zona climática, ou região.

Nota.
a) Zona- É área do globo delimitado pelos, trópicos, círculos polares e ártico (Ex.
Zona intertropical, zona temperada Norte e Sul, Zona polar Sul Norte).

b) Região- É uma área de superfície que possui as mesmas características


(Temperatura, solos, ocorrência de fenómenos meteorológicos etc. ).
Exe. Em termos sinópticos Moçambique pertence a região 67, que é região que é
afectada pelos ciclones tropicais. E nesta região fazem parte Malawi, Zimbabwe,
Madagáscar, etc.(

d)Mesoclimatologia –Áreas relativamente pequenas, entre 10 a 100 km de


extensão: por ex.: O estudo do clima urbano e dos sistemas climáticos severos, tais
como, tornados e ciclones.

e)Microclimatologia – Preocupada com o estudo do clima próximo à superfície


ou a áreas muito pequenas, com menos de 100 metros de extensão

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16- QUAL É A NATUREZA E OS CAMPOS DA CLIMATOLOGIA?


Climatologia Regional – É a descrição dos climas em áreas seleccionadas de uma
região.
•Climatologia Sinóptica – É o estudo do tempo e do clima em uma área com relação
ao padrão de circulação atmosférica predominante.
•Climatologia Física – Envolve a investigação do comportamento dos elementos do
tempo ou processos atmosféricos em termos de princípios físicos. Neste, dá-se ênfase
à energia global e aos regimes de balanço hídrico da terra e da atmosfera.
•Climatologia Dinâmica– Enfatiza os movimentos atmosféricos em várias escalas,
particularmente na circulação geral da atmosfera.
Climatologia Aplicada – Enfatiza a aplicação do conhecimento climatológico e dos
princípios climatológicos nas soluções dos problemas práticos que afectam a
humanidade •
Climatologia Histórica – É o estudo do desenvolvimento dos climas através dos
tempos passados. •
Climatologia Agrícola – Estuda os fenómenos climatológicos ligados à produção
animal e vegetal, tentando estimar os fenómenos para evitar perdas críticas na
produção.

Existem outros campos de estudo de clima tais como.


Climatologia aeronáutica, marinha, das construções; urbana, Bioclimatologia.

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17-QUAIS SÃO AS ZONAS CLIMÁTICAS QUE MOÇAMBIQUE SE LOCALIZA?


Moçambique está localizado em duas zonas climáticas (Zona intertropical e zona
temperada).
Figura 01-Mapa de zonas climáticas.

18-O CLIMA EM MOÇAMBIQUE


O clima de Moçambique está condicionado pela situação das zonas intertropicais
(quente) , e sub tropical (temperado-quente do hemisfério sul, com alterações
resultantes da ação dos factores fisiográficos (proximidade do mar, relevo, ect.) e dos
factores eventuais que , pela frequência ou intensidade afectam apreciavelmente o
clima.

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19-QUAIS OS FACTORES QUE INFLUENCIAM O CLIMA DE MOÇAMBIQUE EM TERMOS


DE LOCALIZAÇÃO?

a)Factores regionais-(frentes frias, ciclones tropicais, anticiclones, mares, cadeias


montanhosas, zonas de convergência intertropical etc.)
b) Factores locais- (topografia, a natureza dos solos, zonas urbanas, população,
florestas, correntes oceânicas, brisas etc).

20-OS FACTORES QUE AFECTAM O ESTADO DO TEMPO EM MOÇAMBIQUE


19.1 -A Norte do paralelo 20ºSul
a) A zona de convergência intertropical-área de ventos convergentes com ar húmido
e instável estes ventos são responsáveis pela criação de baixas pressões onde se
formam nuvens de desenvolvimento vertical que originam grandes regimes de
precipitações em forma de aguaceiros fortes e trovoadas, e, eventualmente, por
chuvas, continuas. Esta zona atinge a Norte Moçambique, em novembro e Dezembro,
alcançando em Janeiro ou Fevereiro a posição extrema Sul cerca de 20º Sul.

b)O vale depressionário localizado no canal de Moçambique- é responsável pela


criação de depressões costeiras (baixas costeiras) devido do aquecimento das águas
oceânicas trazidas pela corrente quente do canal de Moçambique na época de
transição da estacão quente para fria (Abril). Essa depressão costeira origina a
formação de ventos do quadrante Sul (S) e Sueste (SE) de 15 á 20 nós de velocidade e
acompanhadas com chuvas intermitentes que duram 3 a 5 dias. Favorece a formação
ou intensificação dos ciclones tropicais.

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19.2- A Sul do paralelo 20ºSul


a)Os anticiclones subtropicais do hemisfério sul-1-Anticiclones subtropicais do
Indico (Mascarenhas), do Atlântico (Santa Helena)
a) Na estação do inverno (Fria e seca)
Estes sistemas são caracterizados por áreas de altas pressões, constituídas por ar
marítimo quente, e estendem-se até à tropopausa (Cerca de 17 Km de altura) e estão
centrados ao nível do mar nas latitudes de 25º S e 40º S, e tem como origem nos
processos térmicos, e na dinâmica do modelo teórico da circulação geral da atmosfera,
da heterogeneidade da superfície da Terra, e quando os anticiclones penetram no Sul
de Moçambique, o estado de tempo é caracterizado pelo céu limpo, devido do
movimento descendente do ar em grande escala, vento fraco à moderado soprando do
quadrante Sul, e quando o ar for suficientemente húmido forma-se, neblinas e
nevoeiros de radiação solar, nuvens de tipo estratos ou estratocúmulos que originam a
queda de aguaceiros fracos durante a noite e princípio da manha .

b) Frentes frias- b) Na estação do verão (quente e húmida)


Na estação do verão (quente e chuvosa)que ocorre entre Outubro à Março, período em
que o Sol no seu movimento anual aparente incide mais sobre o trópico de Capricórnio,
verifica-se a intensificação do vale depressionário (cavado) que separa os anticiclones
do Atlântico e do Índico, e o estado de tempo é influenciado pela passagem frequente
de frentes frias intensas em vários estágios de desenvolvimento, que antes de passarem
pela essa região são precedidas pela invasão de massas de ar de origem continental
quentes e secas, formação nuvens de tipo cirros ou cirros-estratos com dois ou três dias
de antecedência, e com aproximação da frente fria.

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c) Depressões térmicas pré-frontais de origem continental.


Ainda na estação do verão (quente e húmida) o sul de Moçambique tem sido afectado
pela invasão de depressões térmicas pré-frontais de origem continental (Frente
quentes) que tem a sua origem no deserto de Kalahari (Namíbia, Botswana e na região
Meridional da África do Sul) e são caracterizadas por possuírem massas de ar quentes
e secas, que ao longo do seu percurso sobre terreno continental são aquecidas por
radiação e irradiação solar intensa o que causa a invasão de ventos quentes e secos do
quadrante Norte (N) e Noroeste (NW), subidas de temperaturas na ordem de 40ºC

19.3-OS CICLONES
d) Este fenómeno afecta todas regiões de Moçambique com mais destaque para a
região do centro. Os ciclones são mais frequentes entre Janeiro e Fevereiro e
provocam chuvas acompanhadas por trovoadas, ventos fortes e tempestuosos que
atingem, por vezes, mais de 100 km/h. Estes ciclones, embora de grande significado
meteorológico, têm climáticamente, pela sua frequência, um significado reduzido para
Moçambique e só afectam o litoral na fase de dissipação, com os ventos já
enfraquecidos, a precipitação reduzida, mas ainda com capacidade suficiente para
causar danos. De acordo com as estatísticas, a probabilidade de ocorrência de ciclones
na costa moçambicana é de, pelo menos, três por ano.

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19.4 O CANAL DE MOÇAMBIQUE


O canal de Moçambique é uma depressão cuja origem está relacionada com as acções
tectónicas de dobramentos acompanhadas por facturas sem deslocações, mas que
provocaram o afundimento do espaço compreendido entre Moçambique e Ilha de
Madagáscar. Ao Norte, a plataforma continental é muito estreita, alarga-se para o Sul,
a partir de Pebane até a Baia de Sofala, estreitando-se novamente para Sul, até atingir
Inhambane. No Sul de Moçambique, a plataforma continental alarga-se ligeiramente
ao largo da província de Gaza, para se estreitar a partir da Baia de Maputo para Sul.
As temperaturas médias das águas são relativamente elevadas e nunca são inferiores
a 18º C sendo as mais elevadas de 36º registado nas áreas com águas pouco
profundas.
Embora as águas do Oceano Índico se caracterizam pelas elevadas temperaturas das
suas águas superficiais com pequenas amplitudes térmicas, a hidrografia do Canal de
Moçambique é influenciada grandemente pelos ventos oceânicos que provocam
ondas e correntes. A principal corrente do Canal de Moçambique – Corrente de
Moçambique – forma-se mais ou menos a latitude de 12º Sul no Noroeste da Ilha de
Madagáscar como ramo Sul da corrente Equatorial Sul. No seu percurso Norte-Sul
sensivelmente junto ao paralelo de 26º Sul ela junta-se à corrente de Madagáscar
oriental formando a Corrente das Agulhas.

19.5-Ventos mosonucos - A região climática Moçambique Norte, abrange todo


território situado sensivelmente ao Norte do paralelo de 20º Sul. Ela é fortemente
influenciada pela proximidade e pelos ventos alíseos e monçónicos que em conjunto
determinam a ocorrência dos principais tipos de tempo.

20-EPOCA CHUVOSA EM MOÇAMBIQUE


A época chuvosa Moçambique inicia em outubro e termina em Março, porém sob
ponto de vista microclimática em Moçambique existe varias épocas chuvosas
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21-CONVENÇÕES E PROTOCOLOS SOBRE A MUDANÇAS DO CLIMA


Existem muitas convecções e protocolos sobre mudanças climáticas.

21.1- O QUE É CONVECÇÃO?

A Convenção estabelece compromissos e obrigações para todos os países signatários


(chamados de Partes da Convenção) no combate às alterações climáticas com base no
princípio da “responsabilidade comum, mas diferenciada”. Embora todas as Partes
devam agir para proteger o meio ambiente e o sistema climático nos níveis nacional,
regional e global, pela Convenção é necessário considerar as diferentes circunstâncias
de cada país: como cada Parte contribuiu (e contribui) para o problema e também sua
capacidade para prevenir, reduzir e controlar a ameaça.

21.2 PROTOCOLO DE QUIOTO - É um tratado internacional que estabelece


compromissos para a redução da emissão dos gases que provocam o efeito estufa,
considerados como a principal causa do aquecimento global

21.3- O PAINEL INTERGOVERNAMENTAL SOBRE MUDANÇAS CLIMÁTICAS (IPCC) – È


o principal organismo internacional para a avaliação das alterações climáticas. Foi
criado pelo Programa das Nações Unidas para o Ambiente (UNEP) e a Organização
Meteorológica Mundial (OMM) em 1988 para fornecer o mundo com uma visão
científica clara sobre o estado actual do conhecimento na mudança do clima e seus
potenciais impactos ambientais e sócio-econômicos. No mesmo ano, a Assembléia
Geral da ONU aprovou a ação pela OMM eo PNUMA em estabelecer conjuntamente o
IPCC. O IPCC é um organismo científico sob os auspícios da Organização das Nações
Unidas (ONU). Ele analisa e avalia a informação científica, técnica e sócio-econômica
mais recente produzido no mundo relevantes para a compreensão das alterações
climáticas. Ele não realizar qualquer pesquisa nem monitorar dados ou parâmetros
relacionados com o clima. Milhares de cientistas de todo o mundo contribuem para o
trabalho do IPCC, numa base voluntária. Avaliação é uma parte essencial do processo
do IPCC, para garantir uma avaliação objectiva e completa de informações atuais.
IPCC tem como objetivo refletir uma gama de pontos de vista e conhecimentos.

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22-REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS

01- LOWRY, W (1979) - Climatologia- Compêndio para a formação profissional de


pessoal meteorológico da classe IV
02- AYOADE, J.O (2004)- A introdução à climatologia para os trópicos. Tradução de
Maria Junaci Zani dos Santos
03- VAREJÃO-SILVA, M. A. (2006): Meteorologia e Climatologia. Versão Digital 2.
Recife, Brasil
04- FERREIRA F.H (1965) – Climatologia dinâmica da África austral meridional
05-Rojas, O. e J. Amade (1996). Estudos Agroclimáticos da Precipitação e sua
Aplicação na Segurança Alimentar. Maputo. 6pp
06-Ferreira, H.A (1995). Climatologia Dinâmica da África austral, 207 pp. Lisboa
07 - MUCHANGOS, A.1999 - Moçambique, Paisagens e regiões naturais - Edição do
Autor, Impressão: Topográfica Globo, Lda 1999

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