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FACULDADE INTERNACIONAL DA

PARAÍBA - FPB

CLIMATOLOGIA E METEOROLOGIA

Prof. DSc Edivaldo Galdino


Ferreira

J. Pessoa – PB, Fevereiro de


Climatologia e Meteorologia

• A meteorologia (do grego meteoros, que significa elevado no ar, e logos,
 

 que significa estudo) é a ciência que estuda a atmosfera terrestre.

 • Seus aspectos mais tradicionais e conhecidos são a previsão do tempo e


 climatologia.

 • O tempo pode ser definido como o estado da atmosfera em determinado instante e lugar.

 •O clima é o definido como um "tempo médio", ou


seja, um conjunto de condições normais que dominam uma região, obtidas
das médias das observações durante um certo intervalo de tempo.

 •Variações e condições extremas do tempo também são


importantes para caracterizar uma região; Ex.: A longo prazo é o clima que
determina se uma região é ou não habitável e sua vegetação natural; num
prazo mais curto, é o tempo que condiciona a segurança dos meios de
transporte, a forma de lazer, e as atividades da agricultura.


Climatologia e Meteorologia
 Na ciência da atmosfera faz-se uma distinção entre TEMPO e
CLIMA e METEOROLOGIA E CLIMATOLOGIA.
 TEMPO: estado médio da atmosfera numa dada porção de tempo e em um
determinado lugar.
 CLIMA : é a síntese do tempo num dado lugar durante um período de
aproximadamente 30-35 anos. Este refere-se às características da atmosfera,
inferidas de observações contínuas durante um longo período. PORTANTO:
 Meteorologia: é a ciência da atmosfera e está relacionada ao estado
físico,dinâmico e químico da atmosfera e às interações entre eles e a
superfície terrestre subjacente.
 Climatologia: é o estudo científico do clima. Há uma considerável
semelhança no conteúdo da climatologia e da meteorologia. O
meteorologista e o climatólogo, diferem significativamente em sua
metodologia.
Climatologia e Meteorologia

As condições do tempo são descritas em termos de


alguns elementos básicos, que são quantidades ou
propriedades medidas regularmente. Os mais
importantes são :

- a temperatura do ar,
- a umidade do ar,
- a pressão do ar,
- a velocidade e direção do vento,
- tipo e quantidade de precipitação e
- o tipo e quantidade de nuvens.
 Climatologia e
Meteorologia
 A Meteorologia é uma ciência extremamente
vasta e complexa, pois a atmosfera é muito
extensa, variável e sede de um grande número
de fenômenos.
 Esses conceitos mais gerais são abordados em
disciplinas tradicionais da Meteorologia : a
Meteorologia Física, a Meteorologia Sinótica, a
Meteorologia Dinâmica, Oceanografia Física
(interação oceano- atmosfera) e a Climatologia.
Climatologia e Meteorologia

A Meteorologia Física estuda os fenômenos


atmosféricos relacionados diretamente com a
Física e a Química:
• processos termodinâmicos,
• composição e estrutura da atmosfera,
propagação da radiação eletromagnética e ondas
acústicas através da atmosfera,
processos físicos envolvidos na formação de nuvens e
precipitação, eletricidade atmosférica, reações
físico-químicas dos gases e partículas, etc..
Climatologia e Meteorologia

 A Meteorologia Sinótica está relacionada com a


descrição, análise e previsão do tempo. Na sua
origem era baseada em métodos empíricos
desenvolvidos na 1ª metade do século, seguindo
a implantação das primeiras redes de estações que
forneciam dados simultâneos do tempo sobre
grandes áreas. Atualmente utiliza os conhecimentos
gerados nas diversas disciplinas da Meteorologia e
oceanografia, em especial a Meteorologia Dinâmica.
Climatologia e Meteorologia

A Meteorologia Dinâmica também trata dos


movimentos atmosféricos e sua evolução
temporal mas, ao contrário da Meteorologia
Sinótica, sua abordagem é baseada nas leis da
Mecânica dos Fluídos e da Termodinâmica
Clássica. É a base dos atuais modelos
atmosféricos de previsão do tempo nos principais
centros de previsão dos países desenvolvidos. Sua
principal ferramenta são os computadores. Com a
crescente sofisticação dos métodos de análise e
previsão do tempo a distinção entre a
Meteorologia Sinótica e Dinâmica está
rapidamente diminuindo
Climatologia e Meteorologia
a) Segundo a região de estudo:

 Meteorologia Tropical: furacões, desertos, interação oceano-atmosfera,


 El Niño.
-
 Meteorologia de Latitudes Médias: frentes frias, ciclones, geadas,
 nevascas, correntes de jato.
-
 Meteorologia Regional: brisa marítima, circulação de vales e
 montanhas, "ilhas de calor" urbanas, efeitos topográficos, nevoeiros.
-
 Micrometeorologia: interações superfície-atmosfera, fluxos de calor e
 massas, estabilidade atmosférica.
 Meteorologia de meso-escala : fenômenos severos que ocorrem em
períodos de até1 dia em regiões localizadas, tais como tornados,
"micro-explosão", chuvas intensas, ventos fortes e linhas de
instabilidade.
Climatologia e Meteorologia
b) Segundo a aplicação :
Meteorologia Aeronáutica : apoio a operações de pouso e
decolagem, planejamento de rotas e aeroportos.
Meteorologia Marinha : estudos de interação ar-mar,
previsão de marés e ondas, planejamento de rotas.
Meteorologia Ambiental : estudos e controle de poluição
atmosférica, planejamento urbano.
Agrometeorologia : projetos agrícolas, plantio e colheitas,
produtividade, novas espécies.
Hidrometeorologia : planejamento e impacto de
reservatórios,
controle de enchentes e abastecimento.
Biometeorologia : influência do tempo sobre a saúde,
reações e modo de vida do homem, animais e plantas.
Climatologia e Meteorologia
 c) Segundo a técnica ou equipamento utilizados :
 -Radiometeorologia : propagação de micro-ondas
em enlaces de telecomunicações, quantificação de
precipitação por radar,deslocamento de
tempestades, ventos com radar Doppler.

 -Meteorologia com Satélites : auxílio à previsão,


balanços de energia, ventos, precipitação, estrutura
térmica e de vapor d'água na atmosfera, estudos de
recursos naturais e produtividade agrícola
NATUREZA E CAMPO DA CLIMATOLOGIA
Climatologia regional – é a descrição dos climas em áreas selecionadas
da terra;
Climatologia sinótica – é o estudo do tempo e do clima em uma área
com relação ao padrão de circulação atmosférica predominante.
Climatologia física – envolve a investigação do comportamento dos
elementos do tempo ou processos atmosféricos em termos de
princípios físicos.
Climatologia dinâmica – enfatiza os movimentos atmosféricos em
várias escalas, particularmente na circulação geral da atmosfera.
Climatologia aplicada – enfatiza a aplicação do conhecimento e dos
princípios climatológicos nas soluções práticos que afetam a
humanidade
Climatologia histórica – é o estudo do desenvolvimento dos climas
através dos tempos.
Climatologia e Meteorologia
 ESCALA DO CLIMA

 a) Macroclima, ou clima regional, que corresponde ao clima médio ocorrente


num território relativamente vasto.

 •Para sua caracterização, dados de um conjunto de postos


 meteorológicos;

 •Em zonas com relevo acentuado os dados macroclimáticos possuem um valor


apenas relativo, especialmente em matéria agrícola.

 •Inversamente, um mesmo macroclima poderá englobar áreas de planície muito


extensas

Climatologia e Meteorologia
 b) Mesoclima, ou clima local, que corresponde a uma situação
particular do macroclima.

 • Normalmente é possível caracterizar um mesoclima através dos


dados de uma estação meteorológica.

 • A superfície abrangida por um mesoclima pode ser muito


variável mas, normalmente, trata-se de áreas relativamente
pequenas, podendo fazer referência a situações bastante
particulares do ponto de vista de exposição, declividade ou
altitude, por exemplo.
Climatologia e Meteorologia

 c) Microclima, que corresponde às condições


climáticas de uma superfície realmente pequena.
 • Pode-se considerar dois tipos de microclima:
 microclima natural- que corresponde a superfícies
da ordem de 10 e 100 m;
 microclima da planta- o qual é caracterizado por
variáveis climáticas medidas por aparelhos
instalados na própria planta. O termo genérico
bioclima é utilizado para essa escala, que visa o
estudo do meio natural e das técnicas de cultivo.
Climatologia e Meteorologia
A Atmosfera
• A atmosfera é uma camada relativamente fina de gases e
material particulado (aerossóis) que envolve a Terra.
• De fato, 99% da massa da atmosfera está contida numa
camada de ~0,25% do diâmetro da Terra (~32 km).
• Esta camada é essencial para a vida e o funcionamento
ordenado dos processos físicos e biológicos sobre a Terra.
• A atmosfera protege os organismos da exposição a níveis
arriscados de radiação ultravioleta, contém os gases
necessários para os processos vitais de respiração celular e
fotossíntese e fornece a água necessária para a vida.
Climatologia e Meteorologia
 Composição da Atmosfera

 • A composição do ar não é constante nem no


tempo, nem no espaço.

Contudo se removêssemos as partículas suspensas,


vapor d'água e certos gases variáveis, presentes em
pequenas quantidades, encontraríamos uma
composição muito estável sobre a Terra, até uma
altitude de ~ 80 km.
Climatologia e Meteorologia
Composição da Atmosfera
• O nitrogênio e o oxigênio ocupam até 99% do volume do
ar seco e limpo.
•A maior parte do restante 1% é ocupado pelo gás inerte
argônio.
Embora estes elementos sejam abundantes eles tem pouca
influência sobre os fenômenos do tempo.

•A importância de um gás ou aerossol atmosférico não está


relacionado a sua abundância relativa. Por exemplo, o
dióxido de carbono, o vapor d'água, o ozônio e os aerossóis
ocorrem em pequenas concentrações mas são importantes
para os fenômenos meteorológicos ou para a vida.
Climatologia e Meteorologia
 Composição da Atmosfera

 O vapor d'água é um dos mais variáveis gases na atmosfera e também tem


pequena participação relativa.

 Nos trópicos úmidos e quentes constitui não mais que 4% do volume da baixa
atmosfera, enquanto sobre os desertos e regiões polares pode constituir uma
pequena fração de 1%.

 • Contudo, sem vapor d'água não há nuvens, chuva ou neve. Além


disso, o vapor d'água também tem grande capacidade de absorção,
tanto da energia radiante emitida pela Terra (em ondas longas), como também de
alguma energia solar.

 • Portanto, junto com o CO2, o vapor d'água atua como uma manta
para reter calor na baixa atmosfera.
Climatologia e Meteorologia
 Composição da Atmosfera
 Embora constitua apenas 0,03% da atmosfera, o dióxido de
carbono é essencial para a fotossíntese:

 • O percentual de dióxido de carbono vem crescendo devido à


queima de combustíveis fósseis - o carvão, petróleo e gás
natural. absorvido pelas águas dos oceanos ou usado pelas
plantas mas em torno de 50% permanece no ar.

• Prevê-se que na 2ª metade do próximo século os níveis deCO2
serão o dobro do que eram no início do século 20.
Climatologia e Meteorologia
 Composição da Atmosfera
 O vapor d'água
 • Como a água é a única substância que pode existir nos
3 estados (sólido, líquido e gasoso) nas temperaturas e
pressões existentes normalmente sobre a Terra, suas
mudanças de estado absorvem ou liberam calor latente.

 • O calor absorvido em uma região é transportado por


ventos para outros locais e liberado. O calor latente
liberado, por sua vez, fornece a energia que alimenta
tempestades ou modificações na circulação
atmosférica.
Climatologia e Meteorologia

Composição da Atmosfera
O OZÔNIO
•O ozônio, a forma triatômica do oxigênio (O3), é diferente do
oxigênio que respiramos, que é diatômico (O2). Ele tem presença
relativamente pequena e distribuição não uniforme, concentrando-
se entre 10 e 50 km (e em quantidades bem menores, no ar poluído
de cidades), com um pico em torno de 25 km.

•Sua distribuição varia também com:


a) a latitude,
b) estação do ano,
c)horário e padrões de tempo,
d)podendo estar ligada a erupções vulcânicas e atividade solar.
Climatologia e Meteorologia

 Composição da Atmosfera
 O OZÔNIO
 • A formação do ozônio na camada entre10-
50 km é resultado de uma série de processos
que envolvem a absorção de radiação solar.
Moléculas de oxigênio (O2) são dissociadas
em átomos de oxigênio após absorverem
radiação solar de ondas curtas (ultravioleta).
Climatologia e Meteorologia
AEROSSÓIS
 • Além de gases, a atmosfera terrestre contém pequenas partículas,líquidas e sólidas,
chamadas aerossóis.

•Alguns aerossóis - gotículas de água e cristais de gelo - são visíveis em forma de


nuvens.

 •A maior concentração é encontrada na baixa atmosfera, próximo a sua fonte principal,


a superfície da Terra.

 •Eles podem originar-se de incêndios florestais, erosão do solo pelo


vento, cristais de sal marinho dispersos pelas ondas que se quebram,
emissões vulcânicas e de atividades agrícolas e industriais.

 •Alguns aerossóis podem originar-se na parte superior da atmosfera,


 como a poeira dos meteoros que se desintegram.
Climatologia e Meteorologia
 AEROSSÓIS
 •Embora a concentração dos aerossóis seja relativamente
pequena, eles participam de processos meteorológicos
importantes:

 a)Em 1° lugar, alguns aerossóis agem como núcleos de


condensação para o vapor d'água e são importantes para a
formação de nevoeiros, nuvens e precipitação.

 b)Em 2° lugar, alguns podem absorver ou refletir a radiação solar


incidente, influenciando a temperatura. Assim, quando ocorrem
erupções vulcânicas com expressiva liberação de poeira, a
radiação solar que atinge a superfície da Terra pode ser
sensivelmente alterada.

 c)Em 3° lugar, a poeira no ar contribui para um fenômeno ótico


conhecido: as várias tonalidades de vermelho e laranja no nascer
e pôr-do-sol.
Climatologia e Meteorologia
Estrutura Vertical da Atmosfera
Perfis Verticais de Pressão e Densidade
•Sabemos que o ar é compressível, isto é, seu volume e
sua densidade são variáveis.
•A força da gravidade comprime a atmosfera de modo
que a
máxima densidade doar (massa por unidade de volume)
ocorre na superfície da Terra.

•O decréscimo da densidade doar com a altura


é bastante rápido(decréscimo exponencial) de modo
que na altitude de ~5,6 km a densidade já é a metade da
densidade ao nível do mar e em ~16km já é de apenas
10% deste valor e em ~32 km apenas 1%
Climatologia e Meteorologia
Estrutura Vertical da Atmosfera
 Perfis Verticais de Pressão e Densidade
 •O rápido decréscimo da densidade do ar significa
também um rápido declínio da pressão doar com a
altitude. A pressão da atmosfera numa
determinada altitude é simplesmente o peso da
coluna de ar com área de seção reta unitária,
situada acima daquela altitude.

 •No nível do mar a pressão média é de1013,25 mb


ou 1,013 x 105 pa, que corresponde a um peso
de1kg de ar em cada cm2.
Climatologia e Meteorologia
Perfis Verticais de Temperatura
•A atmosfera é usualmente subdividida em camadas
concêntricas, de acordo com o perfil vertical médio de
temperatura:
a)A camada inferior, onde a temperatura decresce com a
altitude, é a troposfera, que se estende a uma altitude média
de 12 km (~ 20 km no equador e ~ 8 km nos pólos).
•A troposfera é o principal domínio de estudo dos
meteorologistas, pois é nesta camada que ocorrem
essencialmente todos os
fenômenos que em conjunto caracterizam o tempo.

•Na troposfera as propriedades atmosféricas são facilmente


transferidas por turbulência de grande escala e mistura. O
seu limite superior é conhecido como tropopausa.
Climatologia e Meteorologia
  Movimento Terrestre Conseqüências Meteorológicas
•A terra é uma elipse com raio equatorial de 6378 km e
raio polar de 6357 km. O Raio médio é de 6371 km;

 •Latitude (θ) é a distância ao Equador medida ao longo


do meridiano de Greenwich. Esta distância mede-se em
graus, podendo variar entre 0º e 90º para Norte ou para
Sul.

• Longitude (φ)é a distância ao meridiano de Greenwich
medida ao longo do Equador. Esta distância mede-se
em graus, podendo variar entre 0º e180º para Este ou
para Oeste.
Meridiano de Greenwich

 •O Meridiano de Greenwich é o meridiano que passa


sobre a localidade de Greenwich (nos arredores de
Londres, Reino Unido) e que, por convenção, divide
o globo terrestre em ocidente e oriente, permitindo
medir a longitude.
 Definido como o primeiro meridiano serve de
referência para estabelecer a relação entre as horas
em qualquer ponto da superfície terrestre,
estabelecendo os fusos horários.

Movimento Terrestre Consequências
Meteorológicas

 •Altitude é distância vertical de um ponto ao nível


médio do mar. A altitude é considerada positiva
quando o ponto está acima do nível médio do mar
(NMM). Assim um avião tem altitude positiva e um
submarino submerso uma altitude negativa.

 •O NMM é um conjunto de pontos que definem a


posição média temporal assumida pela superfície
do oceano, entre a preamar e a baixa-mar.
Movimento Terrestre Conseqüências
Meteorológicas

 •Altitude, Longitude e Latitude constituem um


sistema de coordenadas que possibilitam
determinar a posição de qualquer ponto geográfico
situado à superfície terrestre ou em suas
vizinhanças. A determinação da latitude, longitude
pode ser utilizadas através de equipamentos GPS
(Global Position Sistem)
 
Balanço energético e radiação solar e
terrestre

• A terra esta 103.4% mais longe do sol no período de Afélio


(derivado do latim"apos", é o ponto da órbita em que o
planeta, ou planetóide, está mais afastado do Sol) do que no
periélio. Esse ocorre todos os anos no mês de janeiro, e o
exato momento varia cerca de 20 minutos por ano;
•O eixo de rotação da Terra está inclinado 23,5º em relação à
normal do plano da translação da Terra. Como conseqüência,
ora um hemisfério está voltado para o Sol e, seis meses
depois, o outro hemisfério é que está voltado para o Sol;

•A Terra passa por seu periélio no início de janeiro, quando


é verão no hemisfério sul e inverno no norte, e passa por seu
afélio no início de julho, quando é verão no hemisfério norte e
inverno no sul.
Climatologia e Meteorologia
 EVAPORAÇÃO E EVAPOTRANSPIRAÇÃO
Na Climatologia, assim como na Meteorologia, o termo evaporação é
usado para designar a transferência de água para a atmosfera, sob a
forma de vapor, decorrente, tanto da evaporação que se verifica no
solo úmido sem vegetação, nos oceanos, lagos, rios e em outras
superfícies hídricas naturais, como da sublimação que se processa
nas superfícies de gelo (geleiras, campos de neve etc.).

 O termo evapotranspiração é empregado para exprimir a


transferência para atmosfera de vapor d'água proveniente de
superfícies vegetadas. A evapotranspiração engloba duas
contribuições: a evaporação da umidade existente no substrato
(solo ou água) e a transpiração resultante da atividade biológica
dos seres vivos que o habitam.
Climatologia e Meteorologia
 FATORES INTERVENIENTES
 De acordo com a Física, a passagem da água à fase gasosa se dá
como resultado do aumento do estado de agitação (energia
cinética) de suas moléculas, requerendo, para isso, uma certa
quantidade de energia a qual, por unidade de massa, recebe o
nome de calor latente de vaporização. Assim, a transição de fase
líquido-vapor (evaporação) ou sólido-vapor (sublimação) depende
da energia disponível e, por conseguinte, da temperatura à
superfície-fonte. Por outro lado, a difusão do vapor d'água
produzido na interface superfície-atmosfera depende da umidade
do ar na camada atmosférica vizinha à própria superfície-fonte.
Como consequência desses fatos, o fluxo vertical de vapor d'água
para a atmosfera está condicionado à energia solar disponível, à
velocidade do vento e ao teor de umidade reinante na camada de ar
justaposta à superfície evaporante.
Climatologia e Meteorologia
IMPORTÂNCIA
A população mundial continua crescendo, mas o volume global de água doce
disponível não aumenta.
Em regiões áridas e semiáridas, a disponibilidade hídrica é fator limitante da
produção agrícola e, no caso de secas acentuadas, chega mesmo a por em risco
a sobrevivência de populações inteiras. Nessas regiões, o conhecimento da
distribuição espacial e temporal da transferência de vapor d'água para a
atmosfera facilita bastante o estabelecimento de políticas visando ao uso
racional da água.

 Estudos da evaporação podem possibilitar melhor controle do aproveitamento


de grandes reservatórios, racionalizando a demanda de água para fins
industriais, domésticos e agrícolas. O estudo da evapotranspiração torna
possível quantificar melhor as lâminas de água usadas na irrigação e os turnos
de rega, minimizando os desperdícios e mantendo o solo em uma faixa de
umidade adequada às plantas.
Climatologia e Meteorologia
UNIDADES DE MEDIDA
A evaporação e a evapotranspiração são indicadas nas mesmas unidades da
precipitação, utilizando-se a altura da lâmina de água, expressa em milímetros.
Um milímetro de evaporação, ou de evapotranspiração, eqüivale à
transferência, para a atmosfera, de um litro de água para cada metro quadrado
da projeção horizontal da superfície-fonte.

MEDIDA DA EVAPORAÇÃO NATURAL


Medidas diretas da evaporação, obtidas por diferença de nível da superfície
evaporante, em condições naturais, são muito difíceis de se realizar na prática.
Um dos obstáculos é a constante presença de ondas, que se tornam maiores com
o aumento da superfície líquida e do vento, dificultando a medida exata da
variação do nível da água. A limitação mais séria, contudo, reside no fato de
essa variação, em um grande reservatório (natural ou artificial), não ocorrer
somente por causa da evaporação. Há infiltrações que resultam de contribuições
(positivas e negativas), causadas por movimento da água no solo circunjacente
ao reservatório e que são difíceis de serem determinadas.
Climatologia e Meteorologia
 A alternativa que surge é conceber instrumentos destinados a
reproduzir, o mais fielmente possível, as condições a que estão
expostos os reservatórios de água. Infelizmente, a maior parte dos
instrumentos meteorológicos convencionais, usados com esse
pretexto, na realidade não medem a evaporação natural; apenas
quantificam casos muito particulares de transferência de água para
a atmosfera, a partir de pequenos espelhos d'água confinados em
tanques. Tais instrumentos possuem limitações motivadas por sua
geometria, pelos materiais usados em sua confecção e por
imposições de exposição, que podem conduzir a leituras bastante
afastadas do processo real que pretendem reproduzir. Na melhor
das hipóteses, aceita-se que as indicações fornecidas por eles
possuem alguma correlação com a evaporação natural
Climatologia e Meteorologia
 TANQUES EVAPORIMÉTRICOS
 Tanques evaporimétricos são recipientes, contendo água, usados para
medir a evaporação que se processa na superfície líquida que delimitam.
A medida da evaporação consiste em determinar a variação de nível (em
mm) que a superfície líquida experimentou num dado intervalo de
tempo.
A variação do nível da superfície evaporante desses instrumentos pode ser
motivada por três efeitos: a evaporação da água, a ocorrência de
precipitação e mudança da temperatura. O efeito causado por variação da
temperatura é praticamente eliminado realizando as observações sempre
à mesma hora do dia. A contribuição devida à precipitação é fácil de
determinar, já que deve existir um pluviômetro nas vizinhanças de cada
tanque evaporimétrico. Se não houver transbordamento, a lâmina (mm)
correspondente ao total de precipitação verificado no período é
simplesmente adicionada ao nível (leitura) anterior do tanque. É claro
que, se a chuva foi suficiente para causar o transbordamento do tanque, é
impossível determinar a evaporação no período.
Climatologia e Meteorologia
 O TANQUE EVAPORIMÉTRICO "Classe A"

Um dos modelos de tanque evaporimétrico mais difundidos no


ocidente e adotado no Brasil é o "Classe A". Esse modelo tem
forma cilíndrica, com 120,7 cm de diâmetro e 26,5 cm de
profundidade, sendo confeccionado em ferro galvanizado. O
tanque funciona a céu aberto, montado sobre uma grade de
barrotes de madeira, colocada em nível. O nível da água deve ser
mantido entre 5 e 7,5 cm da borda. Como acessórios, o tanque
evaporimétrico "Classe A" possui um poço tranqüilizador, um
micrômetro e um nível de pedreiro.
Climatologia e Meteorologia
 O poço tranquilizador é instalado dentro do tanque, a cerca de 30
cm de sua borda e tem a finalidade de manter uma pequena parte
da superfície evaporante praticamente isenta das ondulações
causadas pelo vento, permitindo determinar seu nível com maior
exatidão. É constituído por um cilindro de bronze, tendo 9,5cm de
diâmetro interno e 21,7 cm de altura e que está fixado a uma base
do mesmo material, dotada de três parafusos de nivelamento (para
permitir colocar a borda do cilindro em posição horizontal). O
fundo do cilindro dispõe de um pequeno orifício, que assegura sua
comunicação com a água do tanque. No interior do cilindro,
portanto, a água está ao mesmo nível que à sua volta, porém, a
superfície líquida mantém-se muito menos agitada.
PRECIPITAÇÃO PLUVIAL
Precipitação pluvial é a queda de água, no estado líquido ou sólido,
proveniente da atmosfera.
TIPOS DE PRECIPITAÇÃO
Chuva :é a precipitação de gotas de água com diâmetro superior a
0,5 cm. Chuvas muito intensas, que normalmente duram pouco,
são conhecidas como aguaceiros (as de maior duração são
erroneamente chamadas trombas d'água).
Chuvisco Ou Garoa: Precipitação bastante uniforme de gotas d’
água com diâmetro inferior a 0,5 mm, muito próximas umas das
outras.
Sereno: Precipitação de raras gotas de água, muito pequenas,
provenientes de céu sem nuvens.
Granizo: Precipitação de grãos de gelo transparentes ou translúcidos,
esféricos ou com forma irregular, com diâmetro geralmente
superior a 0,5 cm.
PRECIPITAÇÃO PLUVIAL
 Neve: Precipitação de cristais de gelo, em geral
ramificados ou estrelados ou de grãos de gelo achatados
e alongados ou arredondados, brancos e opacos.
 Saraiva: Precipitação de glóbulos ou de fragmentos de
gelo, isolados ou aglutinados, com diâmetro que pode
ultrapassar 5,0 cm.
A chuva, a garoa e o sereno são os tipos de precipitação
mais comuns no Nordeste do Brasil, onde
eventualmente pode ocorrer granizo, geralmente
associado a tempestades muito violentas. Os outros
tipos de precipitação são comuns em regiões frias.
PRECIPITAÇÃO PLUVIAL
 UNIDADE DE MEDIDA
 A precipitação pluvial é quantificada em termos da altura da
coluna d'água que formaria sobre uma superfície plana e
horizontal, absolutamente sem perdas. A unidade utilizada para
exprimir a quantidade de chuva é o milímetro. De uma vez que 1
litro/ m2 = 1.000 cm3/(100x100 cm2) = 1 cm/10 = 1 mm
Constata-se que um milímetro de chuva corresponde à queda de um litro de
água por cada metro quadrado de superfície plana e horizontal. Em outras
palavras: se um litro de água for despejado numa superfície impermeável,
plana, horizontal e com 1m2 de área, formar-se-á uma película líquida com
1mm de espessura. Assim, uma precipitação de 60mm eqüivale à queda de
60 litros de água por metro quadrado de projeção do terreno (600.000 litros
por hectare).
UMIDADE ATMOSFÉRICA

 Umidade – Os índices de umidade utilizados;


 Condensação: processo pelo qual o vapor de
agua é transformado em agua.
 Quando ela ocorre?
 Como ocorre na atmosfera?
 Fale sobre variações adiabáticas da
temperatura.
 Estabilidade e instabilidade do ar. Comente.
 Explique a formação de nuvens.
INFILTRAÇÃO

 Passagem da água através da superfície do solo,


ocupando os poros (volume de vazios) existentes no
solo.

 Importante para:
crescimento da vegetação
abastecimento dos aquíferos
(mantém vazão dos rios durante as estiagens)
reduzir escoamento superficial, cheias, erosão
Infiltração

 Processos difíceis de quantificar


 Física não muito complicada, mas fortemente
dependente da variabilidade espacial das
propriedades do solo.
 Estimativas por equações empíricas ajustadas
para reproduzir dados medidos no campo.
Infiltração

É um fenômeno que
depende:
 Da água disponível para
infiltrar
 Da natureza do solo
 Do estado da superfície
 Das quantidades de água e
ar, inicialmente presentes
no solo
Infiltração

 O processo de infiltração define a entrada de


água no solo.

 Já o movimento da água dentro do perfil é


comumente referido como percolação
Infiltração
 Enquanto há aporte de água, o perfil de umidade
tende à saturação em toda a profundidade, sendo a
superfície, naturalmente, o primeiro nível a saturar.

 Quando o aporte de água à superfície cessa


(precipitação para), isto é, deixa de haver infiltração, a
umidade no interior do solo se redistribui, evoluindo
para um perfil de umidade inverso, com menores
teores de umidade próximo à superfície e maiores nas
camadas mais profundas.
Infiltraçãoo

Antes da chuva Depois da chuva


Infiltração

 A infiltração da água no solo pode ser


considerada como sendo a sequência das três
seguintes fases:
A entrada da água pela superfície;
A percolação da água através do perfil do
solo;
A relação da capacidade de armazenamento
da água no solo.
Capacidade de infiltração (ou taxa
de infiltração)

 Capacidade de infiltração é a quantidade máxima de


água que um solo em determinadas condições pode
absorver. Ela varia no decorrer da chuva.
 Se uma precipitação atinge o solo com a uma
intensidade menor que a capacidade de infiltração
toda a água penetra no solo, provocando uma
progressiva diminuição da própria capacidade de
infiltração, já que o solo está se umedecendo.
Capacidade de infiltração e taxa de
infiltração
Esc. Superficial

Prec.
Vol.
Infiltrado
Infiltração
 Quando cessa a infiltração, parte da
água no interior do solo propaga-se
para camadas mais profundas no
solo e parte é transferida para a
atmosfera por evaporação direta ou
por transpiração dos vegetais. Esse
processo faz com que o solo vá
recuperando sua capacidade de
infiltração, tendendo a um limite
superior à medida que as camadas
superiores do solo vão se tornando
mais secas.
Fatores que intervêm na
infiltração
1-Permeabilidade do solo: Por exemplo a presença de argila
no solo diminui sua porosidade, não permitindo uma grande
infiltração.
2-Cobertura vegetal: Um solo coberto por vegetação é
mais permeável do que um solo desmatado.

3-Inclinação do terreno: em declividades acentuadas a água


corre mais rapidamente, diminuindo o tempo de infiltração.
4- Tipo de chuva: Chuvas intensas saturam rapidamente o
solo, ao passo que chuvas finas e demoradas têm mais tempo
para se infiltrarem.
5- Umidade do Solo:
Por exemplo em um solo mais úmido a infiltração é menor
do que um solo mais seco.

6- Temperatura
Escoamento no solo é laminar (tranqüilo) em função da
viscosidade da água. Quanto maior a temperatura maior a
infiltração de água no solo
Água no solo

 O solo é uma mistura de materiais sólidos,


líquidos e gasosos.
 Na mistura também encontram-se muitos
organismos vivos (bactérias, fungos, raízes,
insetos, vermes)
Água no solo

 Na mistura também
encontram-se muitos
organismos vivos
(bactérias, fungos,
raízes, insetos,
vermes)

 figura extraída de Para entender a


Terra (Press et al. XXXX)
Água subterrânea

 Refere-se a água contida na zona de saturação.

 Esta água subsuperficial contitui a maior reserva


de água doce disponivel, muitas vezes maior do
que todos os rios, lagos e reservatórios.
Composição do solo
Parte sólida do solo

 Normalmente analisada do ponto de vista do


diâmetro das partículas que compõe o solo:

Diâmetro (mm) Classe

0,0002 a 0,002 Argila


0,002 a 0,02 Silte
0,02 a 0,2 Areia fina
0,2 a 2,0 Areia grossa
Textura do solo
Porosidade e umidade do solo

 Relação entre volume de vazios e volume total do


solo
 Poros são ocupados por ar e água
 Conteúdo de umidade do solo:
- Máximo conteúdo de umidade é igual à porosidade.
- Neste caso o solo está SATURADO de água.

Va
v 
Vt
Porosidade

 Areia: 0,37 a 0,50

 Argila: 0,43 a 0,52


Umidade do solo
 Umidade do solo varia ao longo do tempo.
 Para retirar a umidade do solo:
 Por gravidade
 Por sucção
Umidade do solo

 Saturação: condição
em que todos os poros
estão ocupados por
água
 Capacidade de
campo: Conteúdo de
umidade no solo
sujeito à força da
gravidade
• Ponto de murcha permanente: umidade do solo para
a qual as plantas não conseguem mais retirar água e
morrem
Medição da umidade do solo
 Método gravimétrico:
 Coleta amostra e pesa
 Seca a amostra e pesa

 TDR
 Time domain reflectometry
 Existe uma relação entre o conteúdo de umidade e a
constante dielétrica do solo.
 Mede o tempo de transmissão de um pulso
eletromagnético através do solo, entre um par de placas
metálicas colocadas no solo.
 Permite medições contínuas e não destrutivas

 Outros (nuclear, sensoriamento remoto…)


Condutividade de água em
condição de saturação
 Solo arenoso: 23,5 cm/hora

 Solo siltoso: 1,32 cm/hora

 Solo argiloso: 0,06 cm/hora


Infiltração de água em solos

 Inicialmente não saturados


 Preenchimento dos poros garante alta taxa
de infiltração
 A medida que o solo vai sendo umedecido, a
taxa de infiltração diminui
 Equações empíricas
Medição da Infiltração

Anéis concêntricos

Desenho
Balanço hídrico no solo
 V = variação de volume de
água armazenada no solo;
 P = precipitação;
 Q = escoamento superficial;
 G = percolação;
 ET = evapotranspiração

V  P  Q  G  ET
Fluxo da água em meios
porosos saturados

 Q = fluxo de água (m3/s)


 A = área (m2)
 H = carga (m)
 L = distância (m)
 K = condutividade hidráulica (m/s)

H
Q  KA
L
Coffee Break!!
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