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Sara Carolyne Gomes Ramos

Fichamento dos textos preparatórios para a realização do


TCC, Texto “AS ESCALAS DO CLIMA”, Prof. Dr. Jeater W. M.
C. Santos

RONDONÓPOLIS MT
2024
As escalas do clima se referem às diferentes formas de analisar e entender o clima,
levando em consideração diversos aspectos, como o tempo e espaço. Quando começamos a
estudar o clima, uma das maiores dificuldades é compreender onde começar e quais dados
utilizar para poder alcançar os nossos objetivos. Um exemplo: Se estamos planejando uma
cidade em uma região semiárida do Brasil,se faz necessário saber que tipo de clima esperar e
como isso influenciará o planejamento urbano.
Sobre escala Temporal e Espacial o clima ele vai se manifestar em diferentes escalas
de tempo e espaço. Significando que pode variar de curtos períodos, como dias ou semanas,
até milhares de anos, e pode ser observado em diferentes áreas, como globalmente,
regionalmente ou localmente.
Para simplificar o estudo do clima, os pesquisadores definiram os níveis de escala, esses
níveis ajudam a delimitar a área de estudo, assim como também o período de análise e quais
sistemas atmosféricos influenciam o clima na região.
Unidades climáticas: Para o estudo do clima nos dias atuais, podemos considerar
diferentes escalas, que tem início no nível global e vai descendo até o microclima local. Cada
escala menor é uma subdivisão da maior e vai exigir diferentes métodos de análise.
Também é importante reconhecer especificar ops fatores climáticos e também os dados
disponíveis para cada escala de análise, pois assim ajudará a tornar o estudo mais eficiente e
preciso.
Tem também a questão dos estudos do Clima antigo, pois para períodos antes dos
registros instrumentais, como os tempos geológicos, utilizamos métodos diferentes, como
geologia e dendrocronologia, para melhor comprensão desse clima antigo. O objetivo é obter
a compreensão das mudanças climáticas passadas e usar essas informações para prever
mudanças futuras.
Salienta-se que a compreensão dos fatores climáticos e o tratamento adequado das
séries de dados são essenciais em cada unidade climática, como as escalas zonal, regional, local
e microclimática. Isso torna o estudo do clima mais eficiente.

O estudo do clima é realizado por meio de disciplinas como geologia, palinologia e


dendroclimatologia para períodos anteriores aos registros por instrumentos, abrangendo uma
ampla área da história geológica da Terra. O propósito desses estudos é examinar as alterações
climáticas que ocorreram em tempos remotos, fornecendo informações valiosas para a
elaboração de modelos climáticos e previsões de mudanças climáticas futuras.
Durante o período de registro dos instrumentos, há quatro níveis hierárquicos
principais: Clima Zonal, Clima Regional, Clima Local e Microclima. Cada escala aborda
diferentes dimensões espaciais e temporais e é caracterizada por fenômenos específicos.
Por exemplo, o termo Clima Zonal se refere a amplas áreas entre paralelos, nas quais
os balanços energéticos e pluviométricos definem diferentes conjuntos climáticos. As
características climáticas desta escala são influenciadas pela circulação atmosférica média e
pelas células tridimensionais de circulação atmosférica. Enquanto isso, o Clima Regional se
estende às unidades territoriais e considera fatores geográficos específicos, como a
proximidade do mar e a presença de relevos, que afetam os deslocamentos das massas de ar e
contribuem para a definição dos tipos de tempo em nível local.
Nas escalas de estudo do clima, são utilizados diferentes métodos de observação, como
imagens de satélite, cartas sinóticas, sondagens aerológicas e redes meteorológicas de
superfície, além de tratamentos específicos de dados para representar variações plurianuais e
comportamentos dos principais elementos climáticos em cada escala. É crucial destacar a
existência de climas "Azonais", que são climas regionais específicos influenciados por fatores
geográficos e climáticos específicos, tais como barreiras orográficas, correntes marinhas e
formações florestais, que podem resultar em regiões com características climáticas incomuns
dentro das zonas climáticas normais.
As condições climáticas da região são significativamente influenciadas pelas
particularidades da topografia e pelo uso da terra na área em questão. Isso ocorre porque esses
fatores determinam os padrões de vento específicos e as trocas de energia e água entre a
superfície terrestre e a atmosfera. No âmbito local, os fenômenos climáticos estudados, tais
como brisas térmicas e células térmicas, estão diretamente ligados à camada inferior da
atmosfera, conhecida como "camada limite".
O termo "clima local" é empregado para descrever áreas como uma cidade, uma
floresta ou as margens de um lago, onde fenômenos como brisas marítimas e terrestres são
frequentes (Vi isso também em Climatologia, no livro do 4 semestre de nome “Clima Urbano”,
onde um dos autores é Carlos Augusto Figueiredo e o outro se não me falha a memória é
Francisco Mendonça, livro utilizado para a elaboração de uma resenha de forma obrigatória).
Quando a topografia tem um impacto significativo no clima e o propósito da pesquisa
é compreender essa influência, a unidade climática pode ser categorizada em uma categoria
específica chamada "topoclima". Isso é especialmente relevante para a agricultura, pois as
características do terreno, como forma, extensão e orientação, podem afetar a quantidade de
luz solar recebida em um local, influenciando as temperaturas e outros aspectos climáticos.
Para a realização de estudos sobre unidades climáticas locais, é necessário realizar
análises minuciosas da variabilidade dos elementos climáticos em escala diária e utilizar
documentos cartográficos, como imagens de satélite e cartas topográficas, produzidos em
escalas menores. O microclima vai se referir a áreas onde as condições atmosféricas próximas
à superfície terrestre podem variar consideravelmente. Essas variações estão ligadas à
rugosidade da superfície, às variações de temperatura e ao nível do solo, dentre outros fatores.
O microclima é particularmente afetado pelos movimentos turbulentos do ar e pode ser
encontrado em áreas urbanas, às margens de lagos, em áreas verdes, entre outras localidades.
Para estudar o microclima, são necessários equipamentos especiais e trabalho de campo devido
à rápida dinâmica dos fenômenos investigados, que ocorrem em minutos ou horas e em áreas
muito pequenas. A integração de resultados de diferentes áreas da ciência geográfica, como
geografia urbana, agronomia e hidrologia, é fundamental para compreender os complexos
padrões climáticos nessas unidades.
Já sobre o tempo, os estudos climáticos atuais se baseiam em dados coletados por
estações meteorológicas ao longo de décadas. Contudo, esses dados podem sofrer imprecisões
devido a alterações nas estações e nos sensores, além de obstáculos logísticos, como a variação
da densidade de estações em diferentes regiões do globo. Os geógrafos climáticos trabalham
nessa escala para identificar os climas e estabelecer relações estatísticas entre dados
atmosféricos de diferentes regiões.
A escala do clima nos longos períodos de tempo do planeta pode ser divididas em duas
principais: a Escala Paleoclimática e a Escala Histórica. A Escala Paleoclimática se baseia na
análise de diversos registros naturais, como sedimentos, nível do mar, calotas de gelo, polens,
entre outros, para compreender os climas ao longo de períodos que variam de séculos a bilhões.
Esses registros possibilitam diversas resoluções temporais e possibilitam a reconstituição das
condições climáticas passadas. A análise de bolhas de ar em glaciais polares pode revelar a
quantidade de dióxido de carbono e metano ao longo de centenas de milhares de anos. Esses
estudos são fundamentais para comparar o clima atual com o clima de períodos anteriores e
validar modelos climáticos globais.
A geologia tem um papel fundamental na reconstituição do clima em períodos
geológicos mais extensos, que abrangem milhões de anos. A posição dos continentes e a
altitude dos relevos têm um impacto significativo nos padrões climáticos nessas escalas de
tempo. A Escala Histórica é uma subdivisão da Escala Paleoclimática, mas se baseia em
registros deixados pelo homem, tais como registros de inundações, datas de colheita e outros
eventos relacionados ao clima. Embora esses dados sejam irregulares e não se conectem entre
si, eles podem ser datados com precisão. Estudos como o "História do Clima desde o ano 1000",
de Emmanuel Le Roy Ladurie, recriam o clima desde o ano 1000 com base em diversas fontes
históricas. Esses dados históricos são importantes para entender eventos climáticos passados e
colocar em perspectiva eventos extremos modernos. Por exemplo, eles podem ajudar a
contextualizar inundações históricas e destacar as áreas afetadas pelas águas em comparação
com eventos chuvosos contemporâneos.

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